Meu Querido Chefe escrita por Callie Adraude


Capítulo 25
Vinte e cinco


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, pessoas. Sei o que vocês estão pensando. MEU DEUS, ELA POSTOU. Estou aqui, com capitulo para vocês. Fiquei sem responder alguns comentários, mas se respondesse hoje vocês não teriam o capitulo. Aí vocês queriam os comentários respondidos ou um capitulo fresquinho? Mas responderei os que eu ainda não respondi.
Bem vindas Anjinha Maluquinha, Sheila Rayane, Senhorita Cipriano Cross, isa visotty, LuhLerman, Ane Grey, Jady Ramone, Ágatha Sophia Mikaelson, Bizzle, Annie Batista e Bruno Polo, espero que não tenha decepcionado vocês por causa da demora.
Esse é pra vcs meninas, iei, Malu, Mari Fontana e steftheresa, que me mandaram mensagens implorando pelo o capitulo.
Sem mais delongas, aproveitem o capitulo.



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Ai meu Deus. Não sei como ainda não estou morta. Acho que nem o céu nem o inferno querem a minha companhia. Isso deve ser muito azar ou muita sorte por que vou demorar mais um pouquinho aqui na Terra. Contudo, ninguém merece o que estou passado. Resgatar John em um deserto, quase ser afogada por lama, participar de tiroteio e agora não saber qual será o meu destino é muito horrível.

– Seus desgraçados.

Ouço o grito reconhecível aos meus ouvidos. Estava prestes a levantar a cabeça para ver quem era quando sinto braços envolvendo minha cintura e arrastando-me para longe. Tento entender o que acontecia. John corria atrás de nós com o pedaço de madeira e uma fúria no rosto.

– Calma John. – Gregory corria tentando escapar da possível cassetada que iria levar. – Somos nós.

John parou franzindo a testa. Não o culpo. Com essa lama seca impregnada em nossos corpos, acho que nem a minha mãe me reconheceria. Estamos praticamente camuflados. John larga o pedaço de madeira, mas continua parado ainda duvidoso.

– Claire? – concordo com a cabeça. – O que aconteceu com você?

– É uma longa história.

– Onde está o carro?

– Qual carro? – Demitri pergunta com a voz fanhosa.

– Vocês não acham que engoli um GPS a troco de nada, acham?

Foi impressão minha ou acabei de perceber que a idiotice de John é maior que sua ingratidão? Se eu tivesse a ideia que vir aqui salvá-lo seria tão ruim assim, tinha ficado em casa assistindo TV. O pior de tudo é que mesmo depois de termos brigado, estou aqui e isso não é reconhecido.

– Muito obrigada pela consideração, John. – grito. – Você não sabe o que passamos para vir aqui. Você não sabe o que eu passo para toda vez te salvar. Claro que você não vê, você nunca para para observar. Você apenas observa casos sendo o Sherlock Holmes e a Claire que se foda.

Vejo os rostos perplexos pelo meu ataque de raiva. John parecia bastante barbarizado com o que acabei de falar. Não vou me sentir culpada desta vez. A culpa é toda dele. Quando acabar aqui a primeira coisa que vou fazer é voltar para a Austrália. Está decidido. Cansei.

– Claire, desculpe-me. – ele pede parecendo se repreender. – Eu não penso desta forma. Na verdade nunca pensei nisso. Eu...

– Não me interessa mais o que você pensa. – corto-o rapidamente. – Eu quero ir embora.

– Claire, por...

– Vamos embora. – cuspo.

– Está bem. Gregory. Preciso de sua ajuda.

John entra novamente dentro da cabana sendo seguido por Gregory. Luto contra as lagrimas que querem cair. Não é a hora nem o lugar para me debulhar em lagrimas. Ao chegar em casa posso me lastimar a vontade, até lá terei que me segurar.

Sinto uma mão apertando meu esquerdo ombro e sei que é Demitri. Ele é a única pessoa em que posso contar. Apesar de que estou quase vendo Gregory e Keenus como irmãos, mas eles estão longe de me entender como o Demitri.

– Vai dar tudo certo Claire. – a voz dele é reconfortante. – Vocês terão tempo para conversar quando chegarem em casa.

Concordo com a cabeça. Ouço os passos de Gregory e John saindo da cabana. Viro-me e vejo que eles carregavam o corpo de um homem desmaiado. De longe percebo que é oriental. Será que ele é da máfia japonesa? Bem, espero que ele esteja desmaiado por que depois daquele tiroteio não desconfio mais de nada.

– Por que vocês estão carregando um cadáver? E esse japa é muito feio. – Demitri tirou as palavras da minha boca.

– Isso não é um cadáver. – Gregory responde. – Ainda.

– Misericórdia. - sorrio do espanto de Demitri.

Demitri devia já ter se acostumado com isso. Perigos e mortes fazem parte da minha vida. Por pouco tempo, mas fazem. Pego John me observando e fico encabulada. Calma, Claire. Isso não é hora para ficar envergonhada, lembra-se do que você decidiu. Essa é a sua palavra final.

– Vamos leva-lo para interrogar. Precisamos de algumas informações, mas esse Ching Ling não acorda de jeito nenhum. – explica John. – Então vamos.

John e Gregory começam a andar em direção ao norte. Acho que já decoraram o caminho.

– Não. Andar novamente não. Eu me recuso. – Demitri protesta.

– Então mora aí espertinho. – corro em direção aos garotos. – Mas fique sabendo que jamais venho te visitar.

– Ahhhhhhhhhh.

Demitri corre até nós desembestado. Nosso caminho foi um silêncio absoluto. Nem tão silencio assim, já que Demitri reclamava de segundo em segundo. A viagem, ou querendo dizer, a caminhada que fizemos foi bem cansativa. Mas chegamos a tão sonhada praia de Malibu.

– Ai, gente. – Demitri reclama. – Eu estou morto. É por esse motivo que não faço academia.

– O banho na praia até que não seria mal agora. – proponho.

– Não temos tempo pra isso. – Por que John sempre corta o meu barato? – Vamos continuar andando. Tem alguns prédios abandonados aqui perto. Deixamos este cara lá, - aponta para o homem em que ele e Gregory carregam. – em seguida iremos para casa.

– Não. Que injustiça com a minha pessoa. – Não preciso dizer que Demitri reclama demais.

– Vamos Demitri. – Puxo-o pelo braço para acompanhar os rapazes. – Quando chegarmos em casa relaxaremos.

Andamos silenciosamente. Estranhei um pouco por Demitri não ter aberto a boca, mas acho que o seu cansaço está falando mais alto. E falando em mais alto, quem está mais alta é a dor nos meus pés. Espero que isso valha por um mês na academia.

Não sei que ideia John tem de prédios abandonados. Isso aqui é um mausoléu. A rua cheira a mofo puro e precisa urgentemente de um cortador de grama. Já está escurecendo, o pôr do sol emiti seus raios alaranjados. O que piora a situação, por que à noite deve chover bandidos nesta redondeza.

John arrebenta a porta de um dos prédios fazendo subir uma grande quantidade de poeira. Tusso para repelir toda a quantidade que inspirei. O cheiro de mofo e alguma coisa morta saem de dentro daquele lugar. Meu estomago dá uma embrulhada e minha vista fica turva. Sinto o gosto do vomito prestes a sair.

– Entraremos só por uns instantes. Apenas para o interrogatório.

John não espera por nenhuma resposta, apenas entra sem olhar para trás junto com Gregory. Demitri os seguem. Fico plantada no mesmo local. Não vou entrar neste lugar. Só do lado de fora já estou tendo náuseas, imagina se entro nesse muquifo.

– Claire, você não vem? – Demitri aparece na entrada.

– Não. Vou esperar você aqui fora.

– Está bem. Qualquer coisa grite. – e entra novamente.

Encosto-me a parede por um momento. Respiro fundo tentando por algum instante sentir ar puro naquele lugar. Meu estomago é muito fraco para certas coisas e cheiro de morte era uma delas.

– Claire! – John aparece de repente e segura meu rosto com suas mãos. – Você está bem? Está passando mal?

– Não. – respondo tirando suas mãos do meu rosto. – Apenas quero ficar sozinha.

– Oh. É apenas isso. – vejo um pouco de consternação em seu olhar. – Está bem. Qualquer coisa grite.

Ele repete as mesmas palavras de Demitri e some por dentro do prédio abandonado.

O que deu nele desta vez? Eu apenas não quis entrar neste lugar fedido. Isso não tem nada a ver com ele. Com nós. Que merda. Não quero pensar nisto agora. Quero ter a mente vazia agora. Sem nada me perturbando o que me resta de sanidade.

Fico ali parada pelo que parece uma meia hora. Quero tomar um banho urgentemente. Essa lama seca impregnada em minha pele está coçando. O que será que eles fazem tanto lá dentro? É um interrogatório ou um julgamento? Mas que droga.

Saio da parede e resolvo andar um pouco. O sol já se foi e resta agora a vastidão da escura noite sendo iluminada apenas pelo luar. Afasto-me bastante do prédio onde os rapazes estão, contudo não dou à mínima. Sinto o ar frio em minha pele arrepiar até os cabelos que não tenho.

Dobro uma esquina e o que vejo me surpreendem. Um carro. E não é um carro qualquer e velho. É um SUV esportivo preto. Este não é um tipo de carro para este lugar. E com certeza o dono deste carro não mora nesta redondeza. Aproximo-me do carro. O dono desta beleza tem bom gosto, mas não é bom como pessoa. Disto eu não duvido. Para estar aqui só se for louco ou drogado. E nos encaixamos no primeiro caso.

Ponho a mão em concha no vidro do carro para vê-lo por dentro. Mas não tem nada além do que um carro deve ter, só que mais elegante. Arrisco abrir a porta e por incrível que pareça não tem alarme nenhum. Pelo menos uma coisa boa hoje.

Entro no carro sorrateiramente sentando no banco do motorista. Fecho a porta do carro e aprecio o que é conforto em um automóvel. Sei que não é legal o que estou fazendo, mas já passei pelo risco de morrer muitas vezes. Mais uma não vai fazer diferença.

– Avisaram que eles estariam aqui. Não podemos falhar desta vez.

Abaixo-me escutando uma voz desconhecida. Ouço mais passos vindos em direção ao carro. Meu Deus, como é que essas desgraças conseguem nos achar? Nem aqui eles dão uma trégua. Quando é preciso que eles esqueçam a chave isto não acontece. Faço a primeira coisa que me vem à cabeça. Ligação direta. Uma das coisas úteis que John me ensinou.

– Vai, vai, vai. Pega. – digo para os fios coloridos que estou tentando conectar em minhas mãos.

O carro ronca e isso me dá um alivio imensurável. Sento-me corretamente pegando no volante e pisando fundo. Vejo os homens correrem atrás do carro enfurecidos. Aumento mais a velocidade feito uma desembestada. Entro na rua onde os garotos estão e vejo-os saindo correndo de dentro do prédio. Freio rapidamente e abaixo o vidro do carro.

– É melhor vocês entrarem no carro. – grito.

Eles correm para dentro do veiculo. John ao meu lado e os outros rapazes atrás. Piso fundo mais uma vez quando o retrovisor do carro mostra os homens mal encarados dobrando a esquina. Dirijo o mais depressa possível saindo daquele bairro inescrupuloso e entrando na avenida principal.

– O que foi isso que acabou de acontecer? Como conseguiu esse carro? O que você fez, Claire?

– Uma pergunta de cada vez. – Grito.

– Não temos tempo para perguntas. – John responde abaixando o vidro da janela.

– Ué, por quê? – perguntei.

– Temos más companhias. – olho pra trás e vejo que pelos meus cálculos seria cinco Jeep, com quatro homens armados dentro.

Oh não. De novo, não. Perseguição em massa é um saco.

– Claire, já sabe o que fazer. – John exclama. – Dirija o mais depressa possível. Despiste esses caras.

– Certo.

Saio desviando dos carros, mas parece que os perseguidores também conseguem fazer o mesmo. Dou uma curva e o asfalto escorregadio faz o SUV rodopiar em círculos. Gritamos escandalosamente enquanto o carro girava e eu não conseguia segurar o volante. John segura o volante para mim, me ajudando a recuperar o controle do SUV.

– Gente eu não quero morrer agora. – Demitri choramingou.

– Claire, dobra a esquerda. – John indica.

Faço o que ele pede e viro o volante fazendo o SUV dobrar a rua.

– Oh, meu Deus. Claire! – Demitri grita apontando para frente.

Caramba. Quem está dirigindo sou eu. Eu não sou cega. Vi o caminhão munck no final da rua. Olhei para John esperando uma solução e ele apenas deu de ombros. Ele é muito genial. Manda-me dobrar a rua e agora que temos um problema serio para resolver não dá à mínima.

O caminhão remexe o pega metralha para carregar o latão de metal.

– Pessoas, todo mundo abaixa a cabeça.

Todos nós o fazemos, inclusive eu. O barulho de metal sendo amassado por outro metal parece rasgar os meus ouvidos. Sinto que um pedaço do carro é arrancado e não me atrevo levantar o rosto para ver o acontecido.

– Claire, volta para o volante. – os três rapazes gritam.

Levanto a cabeça e vejo a cidade muito melhor já que o capô do carro não existe mais. Olho pra trás rapidamente e vejo o guincho do caminhão segurando o que um dia era um capô de um carro superluxuoso. Volto ao controle do SUV, precisamos sobreviver esta noite. Pelo menos mais um dia.

– Ahhhhh SOCORRO. – Demitri grita.

A tranca da porta do carro ficou danificada e acabou abrindo fazendo com que Demitri caísse e se segurasse pelo banco. O desespero toma conta do meu corpo. Não queria meter o Demitri nesta confusão. Se eu não aguento ver o John se arriscando nestas aventuras, imagina o Demitri que não sabe se defender.

– Gente. Eu não quero morrer agora. – grita chorando ainda segurando a poltrona do carro que está quase rasgando pelo esforço. Gregory rapidamente vai ajuda-lo a voltar para o carro. – RYAN. Eu ainda não te disse isso, mas eu te amo.

Caramba, até morrendo ele não esquece a veadez.

Continuo a dirigir, mas com o coração apertado. Não quero perder por hipótese alguma o Demitri. Nem mesmo o Gregory, que com muito esforço consegue levantar Demitri e o colocar de volta no SUV.

– Claire, está vendo aquela entrada aberta para a garagem do edifício. – John pergunta olhando de instante em instante para trás.

– Sim. – respondo. – O que planeja fazer?

– Acelera e entra rapidamente.

– O quê? – fico incrédula. – Não vai dar tempo.

– Apenas tente fazer o que eu peço. – falou entre dentes.

Sem pensar duas vezes, piso no acelerador com força e em uma manobra quase impossível consegui passar pela entrada. Dirijo pela garagem procurando uma vaga vazia com os gritos histéricos do Demitri dizendo que isto está errado. Paro o carro em uma vaga que encontrei e saio do carro correndo.

– Que merda. – grito. – Olha o que nos aconteceu novamente, John.

– Você acha que eu não percebi. – ele sai do carro e grita também. – Eu não queria que você estivesse nesta confusão. Mas eu não sou nenhum vidente.

– Deveria ser já que a cada segundo as pessoas tentam te matar, prejudicando não só a você, mas também as pessoas ao seu redor.

– Se ficar ao meu lado é tão incomodo para você não precisa estar daqui em diante.

– Não coloque palavras em minha boca. – reclamo.

Ele puxa meu rosto com uma mão fazendo com que meus lábios fizessem um bico ridículo.

– Acredite ou não, não são palavras o que eu quero pôr na sua boca.

Sem que eu percebesse a real intenção, John está me beijando. Um beijo possesso e agressivo, contudo não era violento. Sabia que aquele não era o momento e nem a ocasião, contudo aquilo estava sendo mais forte que eu. Relutei um pouco, entretanto me vi enrolando os braços em seu pescoço e o trazendo para mais perto. Não demos a mínima para a gritaria e o som de carros no exterior de nossa pequena bolha.

– Gente, eu sei que isso é bom. Como sei. – Demitri diz meio fanho. – Mas ainda não resolvemos o problema.

– Nem chegamos perto de resolvê-lo. – Gregory completa.

Solto John rapidamente ao ouvir o som dos carros. Mordo o lábio com força ao nos vermos cercados pelos cinco Jeep anteriores.


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Notas finais do capítulo

Bem, será que mereço alguma coisa? Pelo menos comentem, preciso muito da opinião de vocês.