Meu Querido Chefe escrita por Callie Adraude


Capítulo 1
Um


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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— Alô. – Digo bocejando.

Alô? Claire?— O que ele quer comigo?

— Sim. – Respondi no automático.

Preciso de você hoje.

— John, hoje é domingo. Se não lembra, não trabalho nos domingos.

Por favor, eu te pago um extra.— Era só o que me faltava. Fico irritada comigo mesma pelo que vou responder.

— Está bem. Chego aí em uma hora.

Obrigada. Você é a mulher da minha vida.

— Eu sou a única mulher além da sua mãe e sua irmã que está presente na sua vida.

Eu sei disso. E antes que eu me esqueça, traga fantasias para nós dois.

— Fantasias? Mas hoje está tudo fechado.

Você sempre dá um jeito. Te vejo daqui a pouco, tchau.— Desliga.

Jogo o celular em algum canto do quarto me virando para ficar de barriga para cima. Acordar cedo em pleno domingo não é uma das coisas que gosto de fazer. Principalmente para trabalhar. Sei que não é tão cedo assim. São só dez horas da manhã. Será que é crime acordar antes de meio dia no domingo? Apesar de que já acordei, mas a preguiça não quer sair de mim. Se eu não for não recebo o meu dinheirinho. Levanto da cama com uma má vontade. Entro no banheiro, tomo um banho e faço minha higiene matinal. Entro no closet e visto uma calça jeans, regata preta e meu all star favorito. Na frente do espelho prendo a cascata negra em um rabo de cavalo alto. A preguiça não me deixa passar maquiagem.

Saio do quarto, pego as chaves do carro e saindo do meu apartamento em seguida. Vou em direção as escadas, evito elevadores desde o meu incidente. Ouço o barulhinho do elevador e a porta abre revelando meu vizinho, Keenus. Um louro alto com os olhos azuis mais lindos que eu já vi. Seu corpo escultural enlouquecia qualquer mulher. Inclusive a mim, mas com certeza nunca direi isto a ele. Keenus me ver e dar um sorriso singelo.

— Não vai pegar o elevador? Está vazio. – Keenus segura à porta

— Não, obrigada. Vou de escada.

— Nós moramos no nono andar. – Ele diz confuso.

— Não tenho tempo para academia, então tento manter a boa forma.

— Como quiser. – Larga a porta do elevador e vai para a porta do seu apartamento. – Até mais e tenha um bom dia.

— Para você também. – Respondo e começo a descer as escadas.

Corro escada abaixo para o quinto andar. Já sei quem pode me ajudar. Chego ao apartamento 53 e aperto a campainha. O imbecil está demorando a atender e agora aperto freneticamente o botão. Um homem louro de roupão preto abre a porta aos berros.

— Será que ninguém pode dormir nessa porra. – Demitri para de gritar quando seus olhos azuis escuros percebem quem é. – Claire, é bom você ter uma boa desculpa para me acordar às onze horas em pleno domingo.

— Eu preciso da sua ajuda. – Digo entrando em seu apartamento. – Wow! O que houve aqui?

A sala de estar estava revirada. Tinha roupa espalhada para todos os lados. Sem falar nas almofadas que estavam por toda parte.

— Tem alguém aqui com você? – Pergunto andando para o corredor e abrindo a porta do seu quarto.

— Não ouse entrar aí. – Demitri murmurou tarde demais. A curiosidade foi maior que tudo.

Entro no quarto me deparando com um belíssimo corpo masculino enrolado nos lençóis branco da cama. A pele morena com coxas grossas e bem definidas. Um deus grego em pessoa. Cheguei mais perto ficando de joelhos para estar cara a cara com o moreno adormecido. Estava admirada com o partido de Demitri.

— Satisfeita? – Pulo de susto ao ouvir a voz de Demitri ao meu lado. Imitando meu movimento também ficando de joelhos.

— Onde você o conheceu? – Sussurro.

— Naquela festa que você me obrigou a ir e acabou me deixando sozinho. – Sussurra de volta.

— Não foi culpa minha. Você sabe que John me ligou e precisava de mim urgentemente. – Revido. Tinha que sair daquela conversa. Não gosto de falar sobre o John. – A barriga dele é durinha?

— Você não vai fazer isto. – Demitri segura minhas mãos que estavam indo em direção à barriga do moreno.

— Me deixa conferir.

Demitri me empurra para o chão quando tento tocar o deus grego novamente. Começamos uma guerra, um empurrando o outro. Esticava-me para tentar pegar no moreno, mas Demitri me jogava no chão. No entanto uma voz grossa nos faz parar:

— O que está acontecendo aqui?

Viramo-nos para o moreno separando-nos rapidamente. Levantamo-nos e pude sentir meu rosto esquentar por ter sido pega brigando de um jeito infantil. Olho para o moreno que agora ria da nossa situação. Seus olhos verdes estavam alegres.

— Vocês estão lindos vermelhinhos deste jeito. – Debocha.

— Oi. – Consegui dizer.

— Oi.

— Ryan, essa é minha melhor amiga, Claire. Claire esse é Ryan, meu namorado.

— Oi – Consegui dizer esticando o braço para um cumprimento. – Há quanto tempo estão namorando?

— Prazer. Estamos namorando há um dia. – Responde apertando minha mão.

— É um prazer te conhecer, Ryan. Mas eu preciso ser rápida. Demitri você tem alguma fantasia?

— Que legal, também quero ir para festa. – Demitri diz animado.

— Não tem festa nenhuma. Vou trabalhar com o John e ele precisa de duas fantasias.

— Esse seu chefe ainda vai te matar. – Ele fala entrando no seu closet.

— Vocês formam um casal lindo, parabéns. – Desejei para Ryan.

— Obrigada.

— Toma. – Demitri sai do closet com duas caixas grande e me entrega rudemente. – A amarela é sua e a preta e branca é do John.

— Não vou me fantasiar.

— Como você sabe? – Rebate – Seu chefe é um louco.

— Está bem. Vou indo.

— Onde vai jantar hoje, Claire? – Ryan pergunta.

— Em casa. – Respondo confusa.

— Um pote de ervilha não é comida, Claire.

— Demitri, quer parar de me regular.

— Venha jantar conosco. Aposto que você não come uma comida descente há tempos.

— Estarei aqui às oito. - Combino saindo do quarto e do apartamento.

Desci na garagem e fui para a minha linda BMW preta. Abro a porta malas e enfio as enormes caixas dentro do mesmo. Dei a partida saindo da garagem e do edifício. As ruas estavam calmas como todo domingo. Por que a maioria das pessoas não trabalha em um domingo ensolarado como este. Só eu, uma idiota que trabalha para um retardado mental. Ainda mais para ajudar nas suas loucuras. Paro em frente ao prédio elegante e aviso Kleber, o porteiro a minha chegada. Ele abre os portões e vou para garagem. Deixo a BMW na minha vaga que John fez questão que tivesse uma.

Vou pelas escadas como sempre. Subo morrendo, mas consigo chegar ao último andar, o vigésimo primeiro. Vejo uma mulher sair meio chorosa do apartamento 213. A loura nem olha para mim, sai do apartamento deixando a porta aberta e entra no elevador. Dirijo-me ao apartamento que a loura acabara de sair, entro no local e fecho a porta.

O interior é lindo. Com moveis preto e branco dando ênfase a masculinidade do homem que mora aqui. Piso de mármore branco, sofá e poltronas de couro preto com almofadas brancas. Uma TV de plasma e um piano lindo ao lado. Vou para a cozinha, estava morrendo de fome e John não faz café da manha para ninguém. A cozinha também segue o mesmo padrão da sala de estar. Preta e branca e muito bem organizada. Faço panquecas e bacon. Pego uma jarra com suco de laranja que estava na geladeira. Coloco no balcão da cozinha e abro uma das portas do armário pegando pratos. Em seguida abro uma das gavetas e pego os talheres. Viro-me deparando com John sentado em um dos bancos do balcão.

Seu cabelo preto estava bagunçado e caído na testa, além de estar molhado, o que denunciava que acabara de sair do banho. Usava uma bermuda jeans velha e uma camiseta branca com mangas curtas. Seus pés estavam descalços por que detestava usar sapatos em casa. Seu porte físico era perfeito, com músculos e coxas grossas. É claro que academia três vezes por semana deixa qualquer um em boa forma.

— Vejo que despedaçou mais um coração, John. – Debocho.

— Eu falei que seria apenas uma noite. Ela simplesmente implorou hoje de manhã por mais um encontro.

— Você poderia ter mentido dizendo sim e que ligaria depois. Ou dado seu número de telefone errado. – Digo dando-lhe um prato e talheres.

— Foi você que me disse para não dar esperanças. – Ele protesta colocando panquecas no seu prato.

— Não precisa jogar na cara da garota que não a quer mais. Mas pensando bem, é melhor a verdade mesmo.

John me avalia como se para reformular o que lhe disse. Ele não fala nada. Comemos em silencio, não tinha nada a ser discutido. Trabalho para John há sete anos. Sete longos anos. Estava cursando a faculdade de direito ainda e precisava de dinheiro. Conhecemo-nos em uma lanchonete. John tentava organizar a papelada de suas contas atrasadas, mas ao invés disto deixava mais bagunçado. Sentei-me ao seu lado e comecei a ajuda-lo. Depois do ocorrido comecei a trabalhar como sua secretaria, assistente e advogada. John é dono de uma agencia de detetives, além de ser um detetive muito renomado. Apesar de confuso e reclamar bastante do trabalho não me demito. Ganho muito bem.

— Conseguiu as fantasias? – Pergunta quebrando o silencio.

— Por que quer as fantasias?

— Logo vai saber. Precisamos nos apressar, temos que estar no local às 13h.

— Que local?

— Você está muito curiosa hoje. – Reclama e faço uma careta para ele.

— Você descobriu quem estava roubando a empresa do Sr. Potter?

— Vou descobrir hoje. – Disse levando seu prato para a pia. – Onde estão as fantasias?

— No meu carro.

— Por que você não trouxe? – Questionou – Vai buscar mulher.

— Não vou descer e subir isso tudo novamente. Não bati na minha mãe. – Fico de pé e o empurro para fora da cozinha – Você vai pegar enquanto eu lavo a louça. – Lhe entrego as chaves do carro.

John sai resmungando e bate a porta da entrada com força. Recolho tudo colocando na pia e começando a lavar. Quando termino vou para a sala me sentando em uma das poltronas. John estava demorando mais do que o esperado. Não tem como uma pessoa demorar tanto na garagem se vai usar o elevador. Depois de um tempo a porta abre mostrando um John estressado segurando as caixas com as fantasias.

— Por que a demora?

— Essa sindica desgraçada começou a puxar conversa comigo. – Fecha a porta e vai para o corredor – Vem logo se vestir.

Não tinha alternativa a não ser segui-lo para mais uma de suas confusões.


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Notas finais do capítulo

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