A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 6
Profecia de Morte


Notas iniciais do capítulo

Obrigado a todos pelos comentários :3
Espero mais deles neste capítulo, e obrigado pelos elogios e críticas construtivas!



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VI

SUZANA

APÓS ALGUMS MOMENTOS conhecendo o acampamento, Suzana se separou de Elizabeth. Ela não gostava da ideia. Era como se estivesse deixando ir embora a única coisa segura e certa no mundo – o que de fato, era – mas ela não reclamou quando uma menina veio para guia-la pelo acampamento.

Suzana foi levada até uma espécie de celeiro. Era um pouco maior do que o chalé ao seu lado, e Suzana sentia-se estranha ao redor de várias ferramentas e objetos cortantes. Mesmo assim, ela adorava a ideia de que uma daquelas armas poderia pertencer à ela. Era como se segurando uma espada ela pudesse se tornar uma versão feminina do Chuck Norris.

A menina que a guiou atendia pelo nome de Ashley. Ashley era consideravelmente chata e esnobe de mais para que Suzana gostasse dela – ela sempre tivera um fraco por seres humildes, como Sabrina com suas notas altas e inseguranças e Elizabeth, a baixa autoestima em pessoa – Ashley tinha longos cabelos louro escuro e olhos azuis de gelo. Suzana não precisava de um símbolo em cima da cabeça para dizer que a menina era filha de Afrodite.

Suzana passou a mão por vários arcos, alijavas, lanças e espadas. Gostava dos modelos grandes, sempre ficando longe dos floretes. Embora Ashley insistisse que se ela queria uma espada devia escolher uma que pudesse usar, Suzana estava certa de que não mataria qualquer monstro com uma faca de serrinha.

Ela então colocou seus olhos em uma lâmina de bronze. Ela se aproximou do lugar, tencionando tocá-la como fizera com muitas outras – suas mãos estavam cheias de cortes e arranhões – quando Ashley apareceu ao seu lado, do nada.
– Nem tente. – disse Ashley – Essa lâmina é lendária. – Suzana não gostava da presunção na voz da garota.
– E por que eu não poderia tentar? – disse ela – Por que é lendária? Não ficaria melhor salvando vidas do que em uma parede? – Ashley estreitou seus olhos para ela.
– Certo. Pegue a espada. Eu duvido que você poderá levantá-la.

Suzana suspirou com raiva, então puxou um banquinho em um canto e subiu o bastante para tirar a espada do pedestal. A espada era cor de bronze e tinha escritas em toda ela, como lindas pinturas em um dourado mais claro. Suzana nem havia tentado empunhá-la, apenas admirou-a enquanto a sacudia levemente pelo ar.

Quando percebeu, Ashley estava alguns metros longe dela, sua expressão entre horror e ódio.
– Eu acho que posso levantá-la. – disse Suzana.

Ashley não disse nada. Ela apenas ajeitou sua postura e tentou aparentar confiança. Ela tossiu para limpar a garganta, então guiou Suzana para fora do arsenal.

Quando Suzana piscou o olho, Ashley não estava mais lá. Ela caminhou sem rumo pelo acampamento, decidindo que a sorte diria se ela encontraria um conhecido ou alguém que se interessasse por sua causa (ela podia ver as manchetes no jornal amanhã, SEMIDEUSA ABANDONADA POR FILHA DE AFRODITE, O DESCASO DO ANO). Ela passou por um chalé que parecia literalmente brilhar como o sol, ele era feito de ouro, basicamente, como a espada em suas mãos. Ela se aproximou levemente do chalé, e viu que de dentro emanava uma aura verde, como fumaça.

Ela se viu em frente a porta, encarando uma menina familiar de cabelos castanhos vestida em roupas comuns – casaco e jeans. Seus olhos emanavam um brilho verde, seus cabelos flutuavam no ar. Quando Suzana percebeu, estava em um mundo completamente feito de fumaça verde cujos habitantes consistiam em ela e a garota morena.
Filha da Urânia. – disse a menina. Sua voz não parecia pertencer ao corpo, e sim, a uma velha senhora que viva com 77 gatos e falava por um gravador – Irás perder sua vida para o seu grande amor. Seus poderes podem parecer pequenos, mas carregas em ti a habilidade de sua mãe perdida há eons. Também carregas a possibilidade de prosperidade, assim como o sucesso e o fracasso de sua missão. Lembre-se das palavras do oráculo e talvez alcance a sua salvação.

Suzana se sentia tão tola que não teve tempo para respirar – lembrava desta cena, desta menina e de suas palavras de velha caquética. Ela pensava que havia sido apenas um sonho, e se contentara em fingir ter esquecido toda a manhã.

Sonhava (no mau sentido) com essa cena desde que seu pai desapareceu. As palavras da menina soavam em sua cabeça todas as vezes que meninos se aproximavam, que ela iria perder sua vida para o seu grande amor. Ela tentava se convencer de que era tudo bobagem, mas para uma garota que acreditava em Illuminatis e a Nova Ordem, era ridículo não considerar as palavras de um sonho.

Ela sentiu o mundo desmoronar enquanto o seu sonho acontecia à flor da pele.

A fumaça desapareceu, a menina caiu no chão inconsciente. Suzana sentiu-se brevemente culpada pela menina, ajoelhando-se aos seus pés e testando sua temperatura – o que seu pai tinha dito sobre crises e desmaios?

A menina subitamente abriu seus grandes olhos castanhos. Suzana gritou e pulou para longe, quase que amputando suas pernas com a espada. Ela cambaleou pela entrada e caiu no cordão. Ela ouviu a menina atrás dela, murmurando talvez um pedido de desculpas. Ela levantou-se com a ajuda da menina, que sorriu desconfortavelmente para ela.
– Me desculpe por isso. – disse ela – O futuro me assalta de vez em quanto.
– Você... é uma semideusa? – a menina levantou as sobrancelhas.
– O que? Não! Eu sou o oráculo! – ela colocou as mãos na cintura e deu um sorriso confiante – Meu nome é Gina, desculpe o... incômodo.

Suzana estava suado frio e tremendo, mas escondeu isso e sorriu para ela.
– Não tem problema. – disse ela – Mas você está realmente bem?

Foi quando algo disparou. Suzana assistiu enquanto os semideuses corriam de um lado para o outro se armando, vestindo armaduras e montando pégasos. Ela queria perguntar para alguém o que estava acontecendo, porém todos estavam ocupados de mais correndo de um lado para o outro.

Foi quando ela ouviu um rugido. Ela pegou sua espada mais habilmente e correu na direção da colina meio-sangue. Lá embaixo, do cume da colina, Suzana viu enquanto uma legião de coisas negras, nojentas e assustadoras de todos os tipos subiam a colina. Ela se assustou e pulou para trás, quase caindo do cume. Por sorte, Raphael estava atrás dela e a segurou pela cintura, a impedindo de correr.
– Pegue suas amigas e vá para a enfermaria. – disse Raphael sério – Pegue todo o néctar e ambrósia que puder encontrar, assim com qualquer equipamento médico que você ache útil e volte aqui para impedir mais dos nossos de morrer.

Foi então que ele desceu a proteção de seu elmo, e saltou do cume planando com tênis com asas e a espada brandida. Suzana ficou alguns momentos atordoada, deixando outros passarem por ela em direção a batalha antes de fazer o que ele pediu.


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