XLIX

ELIZABETH

EMBORA ESTIVESSE AINDA MUITO DETERIORADO, o acampamento Júpiter serviu de anfitrião para a festa de natal dos semideuses. Na noite do dia 25, Nova Roma (que estava quase que completamente intacta) estava decorada com pinheiros e luzes de natal. A neve caía calmamente – um brinde do senhor Júpiter – e o centro de Nova Roma estava abarrotado de Semideuses e famílias descendentes no banquete. Era um baile.

Os heróis da guerra – Theo, Catherine, Lianna, Elizabeth, Sabrina e John – tinham as cabeças decoradas com coroas de louros dourados. Os senadores usavam coroas de louros prata e todos estavam com vestes típicas de suas descendências embora estivesse um frio de -15º.

Elizabeth – em sua chiton negra e coçando a cabeça com os louros – abraçava seus braços nus enquanto tremia ao ver a multidão de semideuses dançarem ao som de harpas tocadas pelos filhos de Apolo. Ela pensou que Suzana estava perdendo a grande festa do lado das caçadoras, e então se deu conta de que um verso da profecia dizia e uma não provará do troféu. Ela olhou para o céu e encarou as estrelas, se sentindo um tanto solitária.

Ela assistiu enquanto Sabrina dançava com Catherine, elas pareciam realmente gostar uma da outra. Decidiu que pararia de ser infantil e de sentir ciúme de seus amigos – afinal, qual era o problema com ela? Sabrina poderia ser amiga do diabo, ela tinha que parar de ser paranoica. Ela assistiu quando Theo puxou Sabrina para um lado e a convidou para dançar, então sorriu quando Sabrina o dispensou.

Tinha muito pra fazer naquele inverno – reconstruir o acampamento grego, voltar pro submundo várias vezes e então falar com a irmã de Andie* (a pobrezinha devia estar tendo um natal triste). Ela suspirou enxergando o próprio hálito enquanto sentia seu corpo estremecer e entendeu o recado – havia uma pessoa do outro mundo ao seu lado.
– Olá Elizabeth – disse Evan, sentado na mesa ao lado dela. Elizabeth sorriu para o que eles tinham em comum: a independência de cadeiras.
– Oi. – ela disse – Feliz natal.
– Eu trouxe uma coisa pra você – ele estendeu um folheto. Elizabeth levantou uma sobrancelha e então leu, apenas para olhar com uma cara para Evan – Uma escola privada? Só para garotas?
– O seu pai já te matriculou. – ele disse – E ele achou que seria bom você ficar longe das “razões” por um tempo. – Elizabeth fez uma careta.
– Eu não vou viver sem meninos por muito tempo. – Evan sorriu.
– Aham, sei. – ele disse – Admita Elizabeth, você gosta de mim. – Elizabeth suspirou.
– Okay, eu admito que existe uma pequeninamente minúscula possibilidade de que eu goste de você.
– Pequeninamente minúscula? Possibilidade?
– É. – disse Elizabeth – E é melhor você...

Ela não pode responder, os lábios dele já estavam nos dela.

Elizabeth poderia ter gritado, o estapeado ou feito algo parecido. Ela não queria.

Certo, uma Feiticeira poderosa planejava acabar com o mundo e o cara mais perfeito do mundo provavelmente a odiaria se ela contasse a verdade sobre isso, mas e daí? Elizabeth circulou o pescoço dele com seus braços e enterrou os dedos em seu cabeço espesso preto, e decidiu que talvez, só talvez, coisas boas aconteciam com pessoas de azar.

FIM