A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 36
As caçadoras




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XXXIV

ELIZABETH

O SOL MACHUCAVA OS OLHOS de Elizabeth quando ela saiu do Labirinto. Tinha sido muito divertido abrir uma porta para o mais perto possível de Peaks Pike. Ela sabia que uma vez que o Labirinto era completamente controlado por magia, ele seria seu domínio agora que era uma bruxa, então tentou tirar o máximo proveito da situação. Ela pensou em um daqueles porões onde as pessoas se escondem quando há furacões, um parecido com aquele que ela e Johnathan usaram para entrar no Labirinto quando uma avalanche estava vindo.

As portinhas apareceram no teto, mas o cômodo no qual ela estava da casa GG tinha o teto muito alto. Ela então pensou em uma escada que subia em caracol, apertou seus olhos e quando os abriu a escada se contorcia até as portinhas. Ela sorriu para Sabrina que parecia muito impressionada, então para provar que era tão sólido quanto poderia ser, ela mesma subiu a escada em caracol até as portas.

As abriu com um baque. A luz do sol bateu nela como um tapa.

Elizabeth tapou os olhos imediatamente, então esperou que eles se recuperassem. Infelizmente, tinha deixado seus óculos escuros no alojamento. Ela pensou que poderia fazer óculos com magia, mas não havia ficado exatamente 100% após a noite mal dormida no ombro de Johnathan enquanto ele a arrastava e não queria arriscar – até onde ela sabia, naquele mesmo dia em poucas horas ela estaria batalhando até a morte com Samuel novamente por Catherine e precisava se manter tão forte quanto possível.

Ela saiu para a neve derretendo e o sol fora do labirinto, então ela esfregou os olhos mais uma vez e gritou para o pessoal lá embaixo.
– SUBAM!

Logo seus três companheiros estavam com ela na superfície.
– Uau. – disse Suzana, olhando para a vista.

Elizabeth não tinha notado antes, mas Peaks Pike se estendia enevoada para ela. A neve se derretia pobremente, de modo que não formava possas. Havia apenas um súbito sol às vésperas da noite mais fria do ano. Elizabeth contemplou o palácio de Éolo – até onde ela podia ver, um lindo castelo de gelo púrpura flutuante – e então olhou para cima, para as nuvens longe do Sol e se pergunto a respeito do Olimpo.

Esta noite, seu pai estaria no Olimpo discutindo a respeito de Guerra enquanto o inimigo acordava em seus aposentos. Elizabeth chutou esse pensamento – a Feiticeira não acordaria, ela iria impedir isso.

Uma coruja incomumente acordada de dia piava em um pinheiro próximo. Elizabeth estremeceu enquanto se lembrava de algumas coisas que Sabrina tinha dito enquanto estavam no trem – coisas de nerd, como o fato de Hades e Atena dividirem as corujas: Atena ficava com as corujas sábias, Hades com aquelas que eram maus presságios.

Elizabeth Roxanne Lalonde, desde quando você é tão supersticiosa? – ela perguntou a si mesma enquanto Johnathan dizia a elas para irem por tal caminho, segundo ele mais seguro.

Por alguma razão Johnathan devia pensar que a floresta era mais seguro – ou talvez ele fosse simplesmente idiota (Elizabeth achava a segunda mais provável) – então quando percebeu, Elizabeth estava no meio do nada quase se afogando em neve e morrendo de frio. Maldito Déficit de Atenção que fazia ela esquecer o mundo ao redor.

Sabrina notou sua tremedeira e puxou o cachecol do pescoço – ele era listrado de amarelo queimado e vermelho escarlate, as cores usadas nas roupas da Grifinória (casa que Elizabeth e Sabrina pertenciam segundo Pottermore). Elizabeth tinha dado aquele cachecol de presente a Sabrina no aniversário dela – e sorriu enquanto enrolava em Elizabeth, que já que estava com uma jaqueta de couro com gola praticamente inexistente.
– Agora você vai passar frio. – teimou Elizabeth. Sabrina revirou os olhos.
– Eu estou com umas três mantas de gola alta por baixo, Lizie. Aliás, se você conseguir não destruir esse eu te compro um igual.
– Isso é tão fofo – disse Johnathan na frente delas – que tal uns beijos pra eu aproveitar a cena? – Elizabeth e Sabrina fizeram cara de quem tinha comido um limão.
– Ew. – disse Elizabeth.

Assim que Elizabeth disse isso, ela teve uma sensação parecida a de quando o autômato de Cavalo Flamejante. Era como se algo tivesse bipado tanto em sua cabeça quanto debaixo dos pés. Foi muito tarde quando ela percebeu o que estava acontecendo.
– Johnathan PARE!

Johnathan mal tinha olhado para trás quando o chão se abriu debaixo de seus pés e ele caiu para a escuridão. Suzana gritou, Sabrina arregalou seus olhos e Elizabeth correu na direção do buraco.

Quando ela se debruçou sobre a borda, soube que o buraco tinha exatamente 6 metros de profundidade e 2 de diâmetro. Ela forçou os olhos a se acostumarem novamente com escuridão e viu Johnathan praticamente chorando no fundo do buraco.
– Johnathan! Você está bem?
– NÃO! – Johnathan puxou as orelhas de sua toca para baixo, fazendo com que ela descesse e escondesse seus olhos. Então ele abraçou os joelhos, como se estivesse prestes a chorar.

Elizabeth levantou uma sobrancelha. O que, inferno, estava acontecendo ali? Então, CLACK!, um galho se quebrou diante dela e ela viu uma menina de aproximadamente 13 anos com um longo cabelo castanho arruivado caído em tranças, uma jaqueta branca de neve e botas. Ela tinha uma lua azul crescente tatuada em sua testa e olhos castanhos calorosos. Nas costas, ela tinha um arco de prata e uma alijava.

Elizabeth caiu para trás e começou a se afastar. A menina sorriu maternalmente.
– Não precisa ter medo. – disse ela – Eu não tenho qualquer intenção de fazer mal a vocês.
– Quem é você? – perguntou Sabrina atrás de Elizabeth. Ela pensou ter ouvido Suzana arfar.
– Eu sou Ártemis. – ela disse.

Elizabeth levantou uma sobrancelha, então se lembrou do chalé mais lindo que ela tinha visto no acampamento meio-sangue e a informação veio em flashes – Ártemis, deusa da caça, donzela eterna, irmã de Apolo.
– Ahm. Oi. – Ártemis sorriu para a falta de jeito de Elizabeth – Senhora Ártemis, am, uh, por que você “jogou” Johnathan lá embaixo? – Ártemis pareceu confusa por um momento, então se lembrou.
– Seu amigo? Me desculpe, eu acho que ele caiu em uma de minhas armadilhas.
– Não tem problema. – disse Elizabeth. Ela realmente não se importava em Johnathan caindo em um buraco ou dois.
– É CLARO QUE TEM PROBLEMA! – gritou Johnathan de lá de baixo. Elizabeth sorriu travessamente enquanto Suzana e Sabrina gargalhavam. Elizabeth revirou os olhos e se levantou.

Ela bateu com o pé no chão, e então tudo pareceu tremer enquanto Johnathan começava a gritar. Logo fundo foi subindo, e Johnathan estava diante dela.
– O que diabos? – Elizabeth sorriu maldosamente para ele.
– Senhora Ártemis – disse Suzana, surpreendendo Elizabeth – por que se mostrou diante de nós?
– Tenho interesse na sua missão – disse ela – vocês estão péssimos, então, por favor, venham comigo para o acampamento.


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