As Marotas IV escrita por Laura Dias


Capítulo 32
Capítulo 32 - Três Espiões


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, voltei. Esse capítulo revela coisas e tem madam, então, nem tenho mt o que dizer. Vai ter esse capítulo, o próximo é marotas e malfeitores tentando atrasar os comensais, depois o próximo é a terceira prova e uma surpresinha e no próximo vamos dar um saltinho para a páscoa com direito a chocolates e madam sendo um pouquinho amigáveis.
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Madison chegou na enfermaria com o coração apertado. Assim que ela adentrou no recinto, encontrou uma confusão de professores ao redor do leito de Isabelle enquanto murmuravam alarmados. McGonagall tinha a expressão cansada e severa como sempre, mas seus olhos tinham um ar de preocupação. Safira choramingava sentada no chão em um canto.

― O que houve? ― Madison perguntou se agachando ao lado da prima.

― Eu não sei ― soluçou em resposta ― Não estava com ela, estava com Trevor. Isabelle disse que iria encontrar com Colin e que eles iriam na Dedosdemel e na Zonko's. Deixei-a perto do Três Vassouras.

― Tudo bem, Safira ― susurrou ela passando a mão pelos cabelos dela ― Você não teve culpa, vamos descobrir quem teve. Pelo que o Prof. Longbottom me contou foi Colin quem a salvou, não é? Ele vai poder nos explicar.

― Não, ele não vai ― a voz de Emma disse com severidade. Madison se virou e a amiga estava parada em pé atrás dela ― Colin se encontra numa situação incomunicável agora pelo que ouvi.

Os professores se retiraram da enfermaria todos juntos e parecia que estavam indo para uma reunião. McGonagall lançou um breve olhar às três garotas no canto e pareceu sentir muito pelo que elas estavam passando e passariam. Madame Rutter colocou uma bandeja na cômoda de Isabelle e saiu. As três se aproximaram do leito e perceberam o quão grave era a situação.

Isabelle estava muito branca, parecia cera de vela. Os cabelos castanhos e ondulados estavam um tanto úmidos e os lábios dela estavam muito secos. No antebraço dela tinha várias marcas de unhas, mas pareciam as próprias unhas. Madison suspirou e sentou na beirada da cama, os pés ficaram balançando enquanto ela pensava no que poderia ter acontecido.

― Ela vai ficar bem? ― ouviu Safira perguntar à Madame Rutter que passara para reabastecer o armário de poções.

― Sim ― a voz da enfermeira respondeu sem emoção alguma ― O Sr. Watson chegou na hora certa, ela já deve estar quase acordando. Quando ela despertar, dêem chocolate para ela comer.

― Chocolate? ― resmungou a voz de Isabelle fracamente e deu um sorrisinho.

As marotas riram e Emma entregou o chocolate à ela. Isabelle em duas mordidas acabou com a barra toda e sua cor parecia voltar novamente. Ela sentou com um certo cuidado na cama e olhou para as amigas com um olhar nebuloso, como se quisesse esconder algo mas esconder coisas não era uma cara característica de Isabelle.

― Conte-nos o que houve ― pediu Madison calmamente.

― Acho que vocês iriam preferir não saber ― ela suspirou ― Mas vocês são insistentes, então contarei. Quando Safira se despediu de mim para ir se encontrar com Trevor eu já estava esperando Colin. Mas algo me chamou a atenção. Uma figura preta passou correndo na minha frente e pegou uma trilha que levava à floresta. Pensei que podia ser uma pista maravilhosa para descobrir sobre o novo Lorde das Trevas e o segui. Perdi ele de vista e percebi que estava um pouco perdida.

Isabelle respirou fundo e pegou mais uma barra de chocolate que estava na sua bandeja. Mordiscou e olhou para as amigas que escutavam tudo pacientemente.

― Senti um frio de repente e me encolhi. Estava pronta para desistir de seguir aquela pessoa e voltar para o povoado quando fui atacada. Era um dementador, eu reconheci no momento que ele se aproximou e eu soube que estava perdida. Ele tinha a forma de um humano, com aproximadamente três metros de altura, mas cobertos por capas escuras e encapuzadas que só revelam mãos e rostos cinzas e deteriorados. Ele não tinha olhos, apenas um enorme buraco no lugar da boca. Eu tentei me esquivar mas ele se aproximou e eu caí no chão me lembrando de coisas horríveis que passei. Um pouco antes de apagar completamente, Colin apareceu, gritou alguma coisa e um feitiço prateado afugentou o dementador.

― Pensei que ele estivessem extintos ― comentou Safira franzindo as sobrancelhas ― Pelo menos foi o que eu li nos meus livros, como isso é possível?

― Eles surgem da tristeza dos outros, isso tem nos seus livros ― disse Madison ― Com a queda de Voldemort e Dominus, digamos que as pessoas não tinham muitos motivos para ficarem tristes, mas agora com essa nova ameaça, só vamos pensar que irão surgir mais dementadores. E Colin usou o feitiço do patrono ― acrescentou para Isabelle ― Aconselho que todas aprendam.

― Mas por quê ele atraiu justo você para a armadilha? Por quê não Safira ou nós? ― Emma perguntou franzindo as sobrancelhas.

― Vocês não foram e eu estava com Trevor ― falou Safira.

― Mas quem está no controle dos dementadores não tinha como saber que nós não fomos! ― argumentou Emma.

― Oh meu deus! ― Madison colocou-se de pé ― Claro que saberiam se tiver espiões em Hogwarts ou pior, se alguém estiver agindo dentro de Hogwarts ― a imagem de Felipe Phelps colocando-a em detenção justo no dia do passeio e perguntando se Emma estava no povoado voltou à mente de Madison e os pontos se ligaram iluminando seus pensamentos ― Isso é supreendente de um jeito terrível. Eu volto logo!

Madison disparou correndo pelos corredores e esbarrou em Adam. Ela mal olhou para ele mas ele ficou observando ela seguir desesperada. Quando chegou à sala de Felipe, entrou sem bater. Foi caminhando para dentro da sala e entrando em seu escritório. Ele estava parado ao lado de sua mesa trajando uma grande capa preta e colocava as roupas num malão. Madison sacou a varinha e apontou para ele.

― Já vai fugir? ― perguntou fazendo-o virar e arregalar os olhos ao ver a varinha apontada para ele ― Como você pôde ficar ao lado dos Comensais?

― Você descobriu cedo demais ― ele sussurrou e depois ergueu os olhos ― Olhe, eu posso explicar. E lembre-se que você prometeu guardar segredo, então não pode contar à ninguém principalmente à Emma.

― Prometi antes de saber o quão grave era ― argumentou ― Você tem um bom motivo? Estou muito interessada em saber qual é! Pode começar, temos bastante tempo.

― Você vai mesmo me ameaçar? Ensinei tudo que você sabe e posso muito bem desarmá-la em questão de segundos. E eu não tenho tempo, assim como você percebeu, McGonagall também deve estar ligando os fatos.

― Você quer pagar para ver? Estou bem melhor em Feitiços, principalmente os que imobilizam. Comece a me explicar. E eu sei que você não me machucaria, você disse que se arrependeu de tudo que fez então não faria isso.

― Vou contar tudo, sente-se ― Felipe disse após pensar um pouco. Madison dispensou e continuou firme ― Quando a guerra terminou, Megan e Alvo estavam mais juntos do que nunca e eu percebi que não teria chance. Após algum tempo, conheci Tânia. Ela era trouxa mas lia muito e tinha grande imaginação, isso me conquistou. Quando estava com ela, esquecia de sua mãe. Nos casamos e tivemos Emma. Assim que ela começou a dar sinais de que tinha sangue bruxo, fiquei muito feliz mas Tânia disse que não queria, que preferia que a filha fosse normal.

― Mas ser bruxa não é aberração! ― disse Madison fazendo uma careta ― Alguns consideram uma dádiva.

― Menos Tânia. Começamos a brigar em razão da repulsa dela pelo mundo mágico. Ela aceitava muito bem saber que eu era bruxo mas ter uma filha bruxa parecia ter mexido com ela ― ele continou ― Brigamos muito e um momento saí de casa por dias. Nesses dias eu encontrei os Comensais, eles tavam dizendo que planejavam uma nova ascensão mas que precisavam de um líder e disseram que ele poderia estar em Hogwarts. Quando souberam que eu era professor, eles me propuseram espionar em troca de alguma coisa. Eu não cogitei essa hipótese, não via nenhum motivo para apoiar um golpe das Trevas. Até que eu comecei a receber notícias de sua mãe e da família que ela havia formado, a paixão se acendeu novamente e Tânia se recusava a aceitar. Pedi aos Comensais que se livrassem de Tânia para mim, não matassem, apenas tirassem ela do meu caminho. Eles me explicaram todo o plano: matariam toda a família Potter e me deixaria com Megan, já que ela é apenas uma Bucker. Aceitei e eles não pediram nada em troca, eu sabia que eles precisariam de mim em algum ponto.

"Mas quando Emma foi para seu primeiro ano e vi vocês entrarem juntas no Salão Comunal, me senti estranho. Você era muito parecida com a sua mãe e Emma era amiga de vocês, eu sabia que os Comensais atacariam todos que se unissem aos Potters e lutassem contra eles, minha filha estava em perigo. Pedi para que eles a protegessem e eles disseram que fariam se eu concordasse em esconder os seus avanços perante ao corpo docente de Hogwarts, concordei e fiz o que pude. Conforme o tempo passava, percebi que você era como sua mãe, e eu não podia deixar que eles lhe ferissem. Outra vez intercedi e pedi para que eles protegessem você também, eles concordaram e pediram que eu espionasse Hogwarts para eles, aceitei"

― Vai dizer que parte do que está havendo é culpa minha?

― Não. Você foi apenas um motivo pelo qual fiz boa parte. Não tem culpa ― explicou ele ― Mas esses fatos tomaram proporções grandes demais. No terceiro ano de Emma em Hogwarts, os Comensais chamaram Tânia para conversar, falar para ela ir para outro lugar porque quando as trevas ascendessem, os trouxas estariam em perigo. Ela se recusou, e saiu deixando-os para trás, e aí, eles a mataram. Foi então que percebi que não poderia confiar neles mas não podia mais voltar atrás. No iníco desse ano, você foi perseguida e eu fiquei bravo, eles juraram proteger você! E além do mais, outros dois garotos estavam envolvidos: Walker e Prettwell. Tudo isso estava se tornando grande demais. Esse episódio de Isabelle foi a última coisa que eu fiz por eles, vou fugir e eu sinto muito por deixar vocês na cara do perigo.

― Me explique o que houve com Isabelle ― pediu Madison

― Toda essa história me machuca, por favor ― ele suplicou

― Você aguentou tudo, agora me conte!

― Os Comensais pediram que fosse você atacada pelo Dementador, mas eu disse que não podia que você iria cumprir uma detenção. E eu tive de lhe dar uma detenção para que você permanecesse no castelo. Eu soube como Emma estaria arrasada por eu ter forçado ela a se afastar de Peter e que não iria também. Restaram apenas Safira e Isabelle, e Isabelle estava sozinha no meio de Hogsmeade. Fui eu quem a atrai para um caminho mais distante e sumi na floresta, foi aí que o dementador apareceu. Eu estava correndo para voltar para cá, para quando a notícia fosse anunciada, parecer que eu nunca saí daqui quando eu ouvi o grito dela. Me arrependi. Corri na direção em que havia vindo e avisei Colin onde ela estava, ele a salvou. Colin contará isso a McGonagall e isso só irá piorar minha situação.

― Sua filha continua em perigo! Tudo que você fez foi em vão, nós todos estamos correndo perigo, nossas famílias, Adam, Trevor. Você arriscou tudo e perdeu tudo ― Madison estava gritando ― Me diga por quê!

― Eu queria ficar com a sua mãe ― ele afirmou ― Mas eu desisti depois daquela nossa conversa. Você me fez ver que não vale arriscar certas coisas por uma que você nunca terá. Eu estava me iludindo. Se quer um conselho, nunca tente enganar a si mesmo, é uma tortura.

― Quantos são no total? Os espiões em Hogwarts.

― Contando comigo, são três ― ele respondeu fechando seu malão ― Dois que restarão agora e há aqui três bons candidatos para Lorde das Trevas. O líder temporário dos Comensais já está testando eles. Eu tenho que ir agora, me prometa que guardará esse segredo e protegerá Emma.

― Eu prometo que protegerei Emma mas não guardarei o segredo. Talvez apenas da sua filha, ela não merece saber o quão horrível seu pai é! ― cuspiu Madison.

Felipe deu um sorrisinho, segurou o rosto de Madison e beijou sua testa. Ergueu o malão com a mão e saiu por uma portinha dos fundos. Assim que ele saiu, McGonagall entrou na sala, olhou para Madison com a varinha erguida e perguntou o que estava acontecendo. Ela explicou que estava procurando o professor e ajeitando algumas coisas que não conseguira ajeitar na detenção. Minerva acreditou e continuou procurando por Felipe em outros lugares.

***

― Preparada para a terceira prova? ― Adam perguntou à Madison quando ela chegou novamente na enfermaria. Isabelle estava deitada comendo mais chocolate com a desculpa de que fora atacada por um dementador e por isso tinha que comer muito.

― Você está falando comigo? ― ela cruzou os braços e olhou para ele. Teve que erguer os olhos já que ele já estava maior do que ela.

― Sim.

― Claro que estou preparada, eu vou vencer o Torneio.

― Sinto desapontá-la, mas quem irá ganhar a taça serei eu.

― Preferia quando você não falava comigo.

― Você diz como se eu não quisesse falar com você!

― Não, eu também não quero falar com você. Não sei porque me dou o trabalho de responder o que você diz! ― ela revirou os olhos.

― O que tanto você tem contra mim? Eu só queria entender ― ele brincou com uma mecha de cabelo dela, mas Madison deu um tapa em sua mão.

― Você se esqueceu que jogou bombas de bosta na minha cabine no primeiro ano, mentiu dizendo que não era você e esses anos todos vem agindo como se fosse superior a todos e transparecendo que seu ego quase não cabe dentro de si mesmo ― ela disse tão rapidamente e de maneira tão agressiva que todas as garotas olharam para ela. Trevor e Nick também olharam.

― O que está acontecendo? ― perguntou Nick.

Adam e Madison se entreolharam e Trevor ficou observando tudo cautelosamente.

― Estou apenas explicando para Walker porque eu o odeio ― Madison sorriu e Nicholas bufou.

― Vocês tem que parar com isso. Até porque, Adam e Trevor vão passar as férias lá em casa ― ele explicou.

― Como? ― Madison gritou.

― Fale baixo porque tem pessoa doente aqui ― Isabelle reclamou.

― Mamãe disse que já que nós todos estamos correndo perigo, é melhor ficarmos juntos ― falou Nick.

― Acho que vamos ter bastante tempo para mudar o que você pensa de mim ― sussurrou Adam no ouvido de Madison e ela pisou no pé dele.

― Quando vou sair daqui? ― Isabelle perguntou à Madame Rutter.

― À tempo para o jantar, querida ― a enfermeira respondeu.

― Ótimo!


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