Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 55
Capítulo 55


Notas iniciais do capítulo

...''logo em seguida eu tiro a blusa dele, nossos corpos se juntam de novo e não teria nenhuma maneira melhor de terminar esse dia do que assim. Juntos''...



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Já passaram duas semanas desde a festa surpresa do Peeta e ele ainda mantém o mesmo sorriso cada vez que se lembra, é bom vê-lo assim, ao menos mostra que eu acertei e ele realmente aprovou, me sinto satisfeita comigo mesma.
Hoje o dia foi puxado, teve a festa da Primavera lá na escola e eu passei o dia inteiro por lá, tiveram apresentações, barracas, brincadeiras e muitas, muitas crianças animadas, o que significa muito trabalho para acalmá-las, embora esse tipo de animação seja aceitável, eles estavam apenas alegres com tudo aquilo, eu particularmente me divirto em vê-los assim mas tenho que confessar que estou completamente cansada no final de tudo, ao que parece minha energia tem deixado a desejar, a crescente barriga vem me cansando um pouco mais a cada dia e quando eu e Peeta chegamos em casa, eu tomo um banho, como alguma coisa rapidamente e logo me deito, Peeta também passou a tarde na escola e mesmo não tendo tido tanto trabalho lá como eu tive, ele também está cansado e se deita junto comigo, sem muita demora eu logo pego no sono. Acordo com Peeta saindo da cama, ele vai pro banheiro e eu continuo deitada, olho as horas e já são quatro horas da manhã, mas parece que eu dormi apenas por alguns minutos, volto minha cabeça para o travesseiro, puxo o lençol pra mim e espero Peeta voltar, mas isso não acontece, olho as horas novamente e já se passaram quinze minutos, eu estranho e me sento na cama e é aí que eu me alerto mais ainda, além do silêncio que se estende, a luz do quarto e do banheiro continuam apagadas.
– Peeta! – eu chamo por ele e espero ele responder, mas o silêncio permanece, eu afasto o lençol rapidamente e levanto da cama, vou até a porta do banheiro e bato – Peeta! – eu chamo mais uma vez e como resposta eu ouço a porta sendo trancada, meu coração aperta e eu forço a maçaneta da porta – Peeta! – eu falo mais desesperada – O que tá acontecendo? Peeta! Abre a porta! – eu continuo forçando a porta e batendo com mais força do que no começo – Peeta, por favor! Por favor, abre a porta! – eu continuo pedindo mas a porta não abre.
– Eu to bem! – ele fala mas no momento que ouço a voz dele, meu coração se aperta ainda mais, ele com certeza não está bem, a voz trêmula e forçada dele me provam isso.
– Então abre a porta, eu quero ver você! – eu peço forçando a voz a sair calma mas ainda continuo tão nervosa quanto antes, um silêncio se estende – Anda Peeta, abre! – eu peço de novo enquanto forço a porta.
– Não! – ele fala com a voz forte.
– Por favor! – eu peço já com a voz trêmula – Eu não vou sair daqui – eu falo por que eu sei exatamente o que está acontecendo e eu não posso deixar ele aqui sozinho.
– Você prometeu! – a voz dele mesmo baixa consegue me alcançar, apenas pra confirmar o que eu já sabia, que ele está tendo os flashes. Ele me fez prometer não ficar perto dele enquanto ele estivesse assim, mas eu também prometi que não o deixaria sozinho nunca mais e eu vou cumprir isso.
– Eu não vou sair daqui! – eu alerto com a voz baixa sem nem saber se ele escutou mas continuo aqui, eu me sento no chão encostada na porta do banheiro e penso em como eu posso mostrar pra ele que eu não vou abandoná-lo, que nós podemos manter o meio termo, eu ouço sons vindo do banheiro como se ele estivesse batendo ou chutando algo e meu peito se aperta novamente, se ao menos pudesse vê-lo, tocá-lo, mas eu não posso, eu não posso simplesmente passar as mãos no cabelo dele como ele faz quando eu tenho pesadelos e eu odeio essa sensação de mãos atadas, então eu percebo que só tem uma coisa que eu possa fazer pra mostrar pra ele que estou aqui e de alguma forma ajudá-lo, então eu simplesmente começo a conversar com ele, eu me encosto na porta respiro fundo e começo a falar com ele mesmo que ele não me responda, eu conto sobre a festa, sobre como as crianças estavam nervosas antes da apresentação, falo sobre o pedido de noivado do Tom pra Simone, sobre Johanna implicando com as crianças já que o Gale insistiu que ela fosse com ele e Hazelle ver as crianças, falo sobre como Posy cobrou as aulas de pintura que Peeta prometeu, eu continuo falando mesmo tendo o silêncio como resposta, embora eu queira parar de falar e voltar a bater na porta implorando pra que ele abra, mesmo assim eu continuo falando, por que eu sei que não vou ter chance nisso, por que nesse ponto ele é irredutível, ele nunca abriria essa porta se não estivesse seguro de si mesmo, então sigo o monólogo até que ouço o barulho na porta de novo, eu paro de falar, me desencosto da porta e a sinto se abrir bem atrás de mim, viro meu corpo pra poder ver melhor e ele está em pé parado na porta do banheiro, ele me olha, seus olhos ainda vermelhos, os cabelos bagunçados e uma expressão de cansaço, mas o que me faz me levantar rapidamente é a mancha no rosto dele, eu me apoio na parede e fico de pé de frente pra ele, o rosto dele está sujo de sangue.
– Peeta, o que é isso? – eu pergunto assustada, passando a mão no rosto dele – É sangue Peeta! O que aconteceu? – eu pergunto preocupada, ele olha pra minha mão também confuso, eu olho ao redor, acendo a luz do banheiro e não vejo nada quebrado, mas quando olho na porta vejo mais mancha assim como na parede,eu começo a olhar ele, passando a mão por ele.
– Eu to bem! – ele fala sem se preocupar e então eu vejo a mão dele, eu a agarro rapidamente e abro a mão dele que ainda está sangrando.
– O que foi isso? – eu pergunto, procurando em que ele pode ter se cortado.
– Tudo bem, foi a chave – ele fala dando de ombros e puxando a mão, eu fico confusa uns instantes e quando olho pra chave na porta ela também está suja de sangue – Eu acho que apertei demais! – ele fala explicando e então eu entendo. Ele trancou a porta e segurou a chave, não só segurou, ele a apertou tanto que cortou a mão dele, por que ele fez isso? Provavelmente pra ele ter algo onde se concentrar. Eu olho pra ele, mas não falo nada, respiro fundo e o puxo pra dentro do quarto, sento ele e acendo a luz do quarto, volto no banheiro e pego a mala de primeiros socorros, volto pro quarto e me sento ao lado dele, sem falar nada eu começo a limpar a mão dele com um algodão molhado, ele apenas fica me olhando enquanto eu continuo.
– Então eu não tenho mais que me preocupar com o Tom? – ele pergunta me encarando, eu paro e o encaro sem acreditar nisso, eu pego o álcool e jogo em cima do corte.
– Ai! – ele grita e puxa a mão por instinto, mas quando eu olho pra ele, um pequeno sorriso está no rosto dele – Podia só ter falado que não! – ele reclama sorrindo mais ainda, eu reviro os olhos e balanço a cabeça tentando afastar o sorriso que também quer aparecer.
– Então de tudo que eu falei você só escutou isso? – eu pergunto encarando ele.
– Foram muitas informações! – ele fala dando de ombros – Eu não sabia que você podia falar tanto! – ele implica rindo.
– É uma qualidade das mulheres! – eu falo e volto ao curativo e o termino – Pronto! Parece que você vai sobreviver! – eu falo sorrindo e guardando as coisas na maleta, com a outra mão ele coloca o meu cabelo atrás da orelha e os dedos dele seguem o contorno do meu rosto e segura meu queixo, os olhos dele nunca se desviam do meu e sou eu quem quebro nosso espaço quando me aproximo dele e o beijo, meus dedos agarram o cabelo dele e eu o beijo desesperadamente, querendo afastar todo esse clima horrível que estava antes, a única coisa que eu quero agora é ele junto de mim, as mãos dele envolvem minha cintura e ele corresponde o beijo com a mesma necessidade, ele me puxa pra mais perto dele, nos arrastando para o meio da cama, eu me ajoelho colocando o joelho de cada lado do corpo dele, as mãos dele me prendem nele e nós seguimos juntos, o beijo só para quando estamos completamente sem ar, ele me olha com um sorriso e é impossível não sorrir igualmente.
– Você é incrível sabia? – ele fala passando os dedos pelo meu rosto, eu reviro os olhos e aproximo nossos lábios de novo, ele me beija e então os lábios dele escorregam pelo meu pescoço, meus dedos se entrelaçam no cabelo dele e eu me entrego a ele com todo desespero e fome que eu sempre tenho dele.
Estamos abraçados, minha cabeça sobre o peito dele, as mãos dele alisando minha barriga quando sentimos o movimento, ele ri e se endireita pra me olhar.
– Ela já me reconhece viu? – ele fala orgulhoso.
– Sinto muito te decepcionar mas eu acho que dessa vez é fome mesmo! – eu falo rindo dele.
– Sério? – ele pergunta preocupado e se senta, eu confirmo com a cabeça.
– Eu vou pegar alguma coisa! – ele fala, me dá um beijo rápido e se levanta da cama rapidamente.
– Eu vou com você! – eu falo me levantando também.
Nós descemos e vamos direto pra cozinha, enquanto ele vê o que tem eu pego uma maçã e começo a comer, sinto meu estomago roncar de novo, Peeta acende o fogo e esquenta o leite, ele coloca na xícara e coloca um pouco de canela no leite, corta um pedaço do bolo que Greasy tinha deixado pronto e me dá.
– Você não quer? – eu pergunto oferecendo um pedaço pra ele, ele aceita e me acompanha, nós terminamos de comer e subimos as escadas de novo e nós nos deitamos, eu vejo as horas e já são cinco e meia, o sol já vai começar a aparecer.
– Você vai pra padaria? – eu pergunto quando me encosto nele novamente.
– Não! – ele responde rapidamente – Eu tenho planos! – ele fala misteriosamente, beija minha testa – Dorme! – ele fala se ajeitando na cama, como eu realmente ainda estou cansada, não discuto e logo pego no sono.
Quando acordo a cama está vazia e o quarto escuro, eu olho em volta tentando entender, pego o relógio e já são dez horas, me surpreendo, estranho o sol não ter me acordado quando olho pra janela e vejo um pano extra sobre a cortina bloqueando ainda mais o sol, sorrio por que sei isso é típico do Peeta, me espreguiço e me levanto, vou até o banheiro lavo o rosto e saio, abro a porta do quarto e ouço barulho vindo do quarto ao lado, vou até lá e vejo que Peeta não estava parado, ele tirou os quadros de lá, estendeu um plástico pra proteger o chão e está com latas de tintas espalhados por todo quarto.
– Você não sabe esperar né?! – eu falo entrando pelo quarto, ele se vira pra mim e sorri.
– As tintas chegaram mais cedo e eu não consegui esperar – ele fala empolgado, abrindo uma lata e mergulhando o pincel nela, ele passa a tinta na parede.
– Branca? – eu pergunto.
– Primeiro sim, depois as cores entram! – ele explica sorrindo.
– Será que eu posso ajudar? – eu pergunto pegando o outro pincel e começando a pintar ao lado dele, ele sorri enquanto me olha.
– Você já comeu? – ele pergunta enquanto volta a pintar, eu reviro os olhos.
– Eu não estou com fome! – eu falo continuando a pintar.
Ele ri e nós continuamos pintando a parede quando eu me lembro da primeira vez que fizemos isso.
– Lembra quando nós pintamos a padaria? – eu pergunto sorrindo com a lembrança.
– Claro! – ele confirma me olhando – Mas você não estava tão limpa! – ele fala e passa o pincel no meu braço como ele fez naquela vez, eu começo a rir e faço o mesmo com ele, ele se mexe rapidamente e acaba sujando o rosto dele, ele revida enquanto eu tento me desviar.
As batidas na porta do quarto chama nossa atenção – Ah que cena linda! – Johanna fala enquanto entra no quarto, eu me viro rapidamente pra ela.
– O que você está fazendo aqui? – eu pergunto ainda rindo e tentando me desviar do Peeta que insiste em me sujar.
– Você vai sair comigo – ela fala normalmente.
– Vou? – eu pergunto ainda rindo depois do Peeta ter me sujado de novo.
– Vai! – ela fala decidida – Eu to querendo comprar umas coisas e você vai comigo – ela fala dando de ombros.
– Tudo bem! – eu falo encarando ela – É só você pedir direito! – eu falo sorrindo.
– Como assim? – ela fala confusa.
– Por favor – eu falo mostrando pra ela como fazer, ela gargalha.
– Nem pensar! Anda, vamos logo! – ela fala me encarando.
Eu nego com a cabeça sorrindo e volto a pintar a parede, Peeta também está sorrindo, me olha e pisca pra mim, nós continuamos pintando e ela ainda está parada.
– Será que você pode ir comigo – ela fala numa tentativa fraca de ser educada, eu me viro pra ela indicando que ela continue – Por favor! – ela fala revirando os olhos, eu sorrio satisfeita.
– Agora sim! Claro que eu vou – eu aprovo e ela faz uma careta.
– Agora só precisa da minha permissão – Peeta fala implicando com ela.
– Nem vem padeiro! Ela já aceitou – ela se recusa e então ele se aproxima dela e a suja como fez comigo.
– Qual o problema de vocês! – ela reclama encarando Peeta e nós rimos da reação dela – Eu já estava arrumada sabia? – ela continua reclamando com ele, ela se abaixa rapidamente e pega o outro pincel e o suja, então começa uma pequena confusão de um tentando sujar o outro e mesmo que ele tenha começado sobra pra mim também, depois de algumas pinceladas e de estar completamente suja eu paro.
Chega, chega! – eu peço rindo enquanto estico os braços me protegendo deles – Sério! A tinta acabou! – eu falo mostrando a lata e está praticamente vazia, então eles param – Vocês acabaram com uma lata de tinta! – eu falo levantando a lata quase vazia, eles estão rindo.
– Ele que começou! – Johanna fala dando de ombros, Peeta sorri levantando as mãos como quem perdeu.
– Tudo bem, a culpa é minha – ele fala enquanto me abraça e beija meu pescoço rapidamente.
– Então, você vai ou não? – ela pergunta enquanto tenta se limpar.
– Vou! Só tenho que tomar banho e trocar de roupa – eu falo e ela concorda e sai pra se limpar também.
– Você vai demorar? – Peeta pergunta ainda abraçado em mim.
– Não sei, eu nem sei onde nos vamos! – eu falo passando a mão nos cabelos dele que estão sujos, ele faz uma cara triste e me beija, quando o beijo termina eu volto pro nosso quarto e vou tomar banho, o que me exige alguns esfregões pra me livrar da tinta, mas a missão é cumprida, me arrumo e volto pro quarto e vejo Peeta concentrado terminando de pintar as paredes.
– Eu já vou! – eu falo depois de ficar observando ele por uns minutos, ele se vira sorrindo.
– Você está linda! – ele fala vindo até a mim, eu me olho e reviro os olhos, estou com um macacão de tecido que eu tenho usado bastante por que ele é confortável e é uma das poucas roupas que cabem em mim, ele se aproxima e me beija.
– Eu tenho que ir, daqui a pouco ela volta! – eu aviso e ele concorda – Vê se pinta isso direito ein – eu aviso enquanto desço as escadas.
Quando eu abro a porta ela já estava saindo de casa também e Posy está com ela, quando me vê ela vem correndo.
– Tia Katniss! O tio Peeta tá ai? – ela fala me abraçando.
– Oi, tá sim, ele tá la em cima – eu falo e ela abre um sorriso.
– Vai, entra lá e fica com ele – Johanna fala enquanto se aproxima.
Antes dela terminar a frase, Posy já está dentro de casa.
– Peeta! – eu grito por ele, logo ele aparece no inicio da escada – Visita pra você – eu falo indicando Posy que já sobe as escadas correndo.
– Uma ajudante – ele fala sorrindo quando ela abraça ele – Vê se devolve logo ela ein Johanna! – ele alerta Johanna que me puxa enquanto fecha a porta.
– Então onde nós vamos? – eu pergunto quando começamos a andar.
– Eu quero um vestido e o Gale está sem jaqueta! – ela fala andando na frente.
– Por que você vai comigo e não com ele? – eu pergunto e ela para me olhando.
– Por que ele está trabalhando. Odeia fazer compras. E eu não tinha mais ninguém pra me acompanhar! – ela explica mas sem o seu humor ácido de sempre, ela fala de uma maneira que me faz sorrir.
– Então nós vamos fazer compras? – eu pergunto sorrindo – Eu não sou boa nisso! – eu aviso e ela dá de ombros.
Nós voltamos a andar e conforme começamos as tais ‘’compras’’ eu vejo o quanto nossa relação se modificou, a primeira vez que eu a vi, nunca imaginei está numa cena assim com ela, fazendo compras, rindo dos exageros da Effie quando nós fomos ver o vestido que ela queria ou apenas rindo da imitação dela de alguém que passou na rua, nós estabelecemos um novo tipo de relação e eu estou satisfeita com isso embora ainda tenhamos algumas diferenças, nós conseguimos manter um meio termo.
Eu volto pra casa depois do almoço, Peeta ainda estava empenhado na pintura com sua ajudante, mas ele me barrou de entrar no quarto por que ele disse que será surpresa e não adiantou meus pedidos por que ele está firme na decisão, ele disse que agora ele me fará a surpresa, então eu tive que concordar, ele se manteve empenhado na arrumação do quarto por um mês inteiro e eu estou cada vez mais curiosa, Effie e Johanna também deram opiniões na arrumação, eu fui com elas pra poder comprar o berço e as outras coisas necessárias pro quarto, até que um mês depois ele me libera a ver o quarto, quando ele abre a porta minha respiração suspende.
– Peeta... – eu falo impressionada enquanto entro pelo quarto.
A parede de frente pra porta onde está a janela está branca, a cortina de flores que Effie escolheu colore essa parte, a parede onde o berço está é a que mais me fascina, ele desenhou na parede, tem uma arvore grande, os galhos e as folhas sobem até o teto, parecem que tem folhas caindo sobre o berço, o teto está pintado de azul claro com manchas brancas parecidas com nuvens, a parede de frente para o berço está um quadro onde eu estou sentada na frente do lago encostada em uma arvore, as mãos sobre a barriga, a pintura mas parece uma foto do que uma pintura, e a parede onde está o quadro também está toda desenhada com flores e pássaros e cores pra todos os lados.
– Perfeito! – eu falo sorrindo ainda olhando cada canto do quarto, todos os detalhes, cada desenho, cada pintura, tudo está simplesmente perfeito, agora eu entendi todas as horas que ele gastou aqui dentro, quando olho pra ele, ele também está sorrindo, eu me aproximo dele e o beijo.
Com o quarto pronto, começamos as compras das roupinhas, Effie faz questão de me acompanhar, Johanna também vai mas passa mais tempo discordando da Effie do que outra coisa, mas conseguimos comprar a maioria das coisas.
Mais dois meses depois, minha mãe vem para cá por que como já estou com oito meses ela faz questão de estar por perto agora, nós temos uma consulta e é marcado o dia, Peeta parece mais ansioso do que eu, mesmo ainda tendo três semanas pela frente, a qualquer alarme ele está preparado, eu me divirto vendo ele todo ansioso desse jeito, até minha mãe se diverte com isso, tenta acalma-lo dizendo que ainda falta alguns dias mas ele não parece escutar muito bem. Até que duas semanas antes do que estava marcado eu acordo com uma dor, me levanto rapidamente, me sentando na cama com a mão na barriga.
– Peeta – eu chamo sacudindo ele, rapidamente ele se senta me olhando preocupado.
– O que foi? – ele pergunta já acordado.
– Eu acho que chegou a hora! – eu falo respirando fundo com a pontada que eu sinto.
– Mas falta duas semanas – ele fala como se isso impedisse alguma coisa.
– Mas parece que ela não quer mais esperar – eu falo tentando manter a calma.
– Tá, eu vou chamar sua mãe! – ele avisa e pula da cama, indo até o quarto onde minha mãe está, em menos de um minto eles entram novamente.
– Então ela é apressada – minha mãe fala vindo até a mim.
– Parece que sim – eu falo sorrindo fracamente.
– Assim como você – ela fala calma e Peeta está ansioso.
– Eu vou ligar pro hospital – ele fala nervoso.
– Faça isso! Eu vou pegar a bolsa – ela fala concordando com ele e indo até o armário pegando a bolsa que já está pronta.
Ele volta alguns segundos depois.
– Pronto, já liguei, eles estão vindo. E agora? – ele pergunta vindo pro meu lado, ele segura minha mão e eu sinto outra pontada, minha respiração suspende e eu forço ela a se manter normal enquanto cerro os dentes e aperto a mão dele.
– Calma, respira! – ele pede nervoso – Eles estão demorando! – ele fala pra minha mãe que ri da reação dele.
– Peeta, você ligou a dois segundos – eu falo também rindo mesmo com a dor é engraçado ver ele tão ansioso.
– Mesmo assim – ele fala nervoso.
Minha mãe pede para ele me ajudar a descer e ele faz rapidamente, eu me sento no sofá e ele para ao meu lado, então se lembra.
– Vou avisar o pessoal – ele fala já indo na direção da porta.
Minha mãe fica ao meu lado e logo a ambulância chega.
– Cadê o Peeta? – eu pergunto enquanto sou levada pra fora, ele aparece correndo.
– Eu vou com ela – ele fala com o enfermeiro que me ajudava a entrar na ambulância.
– Tudo bem – ele aceita sem problemas.
– Eu também – minha mãe fala já entrando conosco, o enfermeiro parece não aprovar e ela logo fala – Eu sou enfermeira e mãe dela e vou aqui com eles – ela fala firme, ele concorda e vai na frente com o motorista.
Eu agarro a mão do Peeta e ele me olha preocupado, as rugas na testa dele aparecem junto com o sorriso nervoso mas tranquilizador, eu aperto a mão dele mais forte quando a dor aumenta, ele passa a mãos pelos meus cabelos e beija minha testa e mesmo com medo e com dor, eu me sinto segura e protegida com ele aqui comigo.


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