Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

''...Eu sorrio, devolvo o beijo dele – Então, vamos correr! – eu falo segurando a mão dele, ansiosa pra isso acontecer logo''...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433342/chapter/37

Nós vamos para o carro e como não daria todos em um único carro, temos que nos dividir, Haymitch se recusa a entrar no mesmo carro que Octavia e Flavius por que ele diz que não irá suportar eles falando até lá, então embora eu adorasse torturar ele desse jeito, ele vem comigo e com Peeta e Effie vai com eles, sem muita demora nós chegamos a praça principal, o carro para e nós descemos, mal saímos do carro e as pessoas já param pelo caminho acenando e sorrindo para nós, a praça está cheia, pessoas com suas melhores roupas passando por nós animadas e sorridentes, roupas coloridas e brilhantes são quase uma obrigação, crianças correm para um lado e pro outro brincando umas com as outras, Effie se aproxima de nós e vai dar mais instruções para todos, o que inclui o motorista, Haymitch e claro, eu e Peeta, ela marca o horário pra ele nos pegar e eu não vejo a hora de chegar logo, então ela dá seus últimos ajustes no meu cabelo e no casaco do Peeta.
– Pronto! Estão lindos! – ela fala satisfeita enquanto nos observa – Agora é só curtir a festa! – ela se vira pra frente olhando ao redor.
A praça está arrumada, tem uma banda no centro tocando animadamente e no caminho para a mansão presidencial vários galhos retorcidos formam arcos que se entrelaçam acima de nossas cabeças enfeitados com pequenos sinos e flores estão nos guiando até os grandes portões que estão abertos para todos que quiserem entrar, nós passamos pelo caminho e chegamos até a entrada principal, quando eu olho para o quintal me lembro da ultima vez que estive aqui e do que aconteceu com a Prim e por mais que o espaço tenha mudado bastante, meu coração se aperta e eu sinto uma pontada profunda no meu peito, meu corpo parece se paralisar, eu paro de andar e aperto meu braço em volta do Peeta, enquanto tento me recuperar, mas parece que tudo está rodando.
– Katniss! – Peeta me chama com a voz calma, porém preocupada, ele me olha tentando entender. Tento forçar minha respiração a se controlar, olho pro Peeta por alguns segundos tentando encontrar alguma espécie de conforto e é claro que eu encontro, ele me olha e eu acho que ele já entendeu o por que eu estou assim, ele passa os dedos no meu rosto me olhando com carinho e compreensão.
– Isso é ruim não é? – ele pergunta com a cara preocupada.
Eu concordo com a cabeça, mas eu não tenho escolha, tenho que passar por isso e por mais que me doa estar aqui e as lembranças sejam terrivelmente dolorosas eu tomo uma respiração profunda, fecho meus olhos por alguns segundos e depois abro novamente encontrando Peeta ainda me observando preocupado.
– Vai ficar tudo bem, a gente consegue! – eu falo forçando a voz a sair segura embora ainda esteja carregada de emoção.
Quando ele ia me falar algo, Effie aparece atrás de nós.
– O que vocês estão fazendo parados aí? – ela fala já nos empurrando pra continuarmos andando.
– Nós já vamos – Peeta fala pra acalmar ela.
– Então, vamos logo, por que ainda temos muita coisa pra ver! – ela avisa e começa a andar na frente.
Peeta me dá mais um olhar e nós voltamos a andar, entramos finalmente pelo quintal e me surpreendo com o que vejo, está realmente cheio, varias pessoas passando de um lado para o outro vem nos cumprimentar, se apresentar e se reapresentar, nós nos aproximamos de uma das muitas mesas que estão expostas por todo lugar, mesas com doces, sopas, Cremes, diversos tipos de comida, quando eu observo melhor a mesa, vejo que toda arrumação da mesa é com o mesmo tordo do meu broche, ele está nos guardanapos, nos bolinhos, na toalha da mesa, por todos os lugares e em cada detalhe ele está por lá.
– É, acho que eles gostaram mesmo da ideia do tordo! – Peeta sussurra sorrindo.
– Parece até que foi a Effie que decorou isso aqui! – eu falo também rindo enquanto pego um dos guardanapos.
Já estava colocando no lugar quando uma mulher se aproxima de nós, acompanhada por uma equipe de filmagem.
– Finalmente! Katniss Everdeen e Peeta Mellark! – ela fala alegremente enquanto se aproxima de nós.
Peeta e eu sorrimos e nos preparamos pra mais uma sessão de entrevistas.
– O que estão achando da festa? – ela pergunta parando na nossa frente.
– Bom, nós acabamos de chegar mas pelo que já vimos parece ser uma festa memorável! – Peeta fala com toda simpatia enquanto sorri para câmera.
– Memorável! – a mulher repete a palavra e parece ter gostado – E você Katniss? O que achou de usarem seu tordo? – ela pergunta erguendo o mesmo guardanapo que eu tinha pego.
– Eu estava acabando de comentar o quanto isso é... – eu procuro as palavras e Peeta me observa com certo receio – memorável! – eu repito o mesmo que ele disse sorrindo ironicamente enquanto olho pra ele, ele sorri de volta.
– E como foi está de volta a Capital esses dias? – ela segue normalmente as perguntas.
Minha vontade é de dizer o quanto eu estou feliz em ir embora mas não acho que poderia fazer isso, então eu simplesmente sorrio.
– Oh, não tem palavras que definem! – eu respondo mais uma vez ironicamente, mas ela parece não perceber ou apenas ignorar, eu aposto na segunda opção, inteligência não é um forte da maioria dos moradores daqui.
– Eu não poderia terminar sem antes dizer o quanto vocês estão lindos! – ela fala nos olhando de cima a baixo – Katniss você está simplesmente adorável! – ela continua o elogio sorrindo. Peeta segura a minha mão erguendo-a como se para me mostrar, eu sorrio mais uma vez.
– Aproveitem a festa! – a mulher fala já se despedindo. Então quando ela se vira a câmera também se vai.
Peeta me olha sorrindo.
– O que foi? – eu pergunto também sorrindo – Eu respondi tudo com um sorriso! – eu me defendo antes que ele fale algo e forço mais um sorriso.
– Eu não disse nada! – ele também se defende.
Volto minha atenção para mesa que esta atrás de nós e começa a realmente aproveitar a festa quando eu me sirvo, com um creme que está com uma ótima aparência, depois de provar eu comprovo que não é apenas a aparência que está boa.
– Huum, isso está bom! – eu falo enquanto ofereço a Peeta.
Ele pega uma colher e prova do meu prato e faz uma cara de aprovação.
Eu termino o que peguei e já passo para um próximo prato que também está muito bom.
Peeta pegou um creme de laranja e pela cara que ele está parece que ele aprovou também, eu enfio minha colher no prato dele e pego uma colherada pra provar.
– Ei – ele reclama puxando o prato pra mais perto dele.
Eu provo e descubro que a escolha dele foi melhor que a minha.
– Esse está melhor! – eu falo levando a colher mais uma vez ao prato dele, ele puxa o prato se virando de costas pra mim.
– Troca comigo então! – eu insisto pra que ele me dê o dele.
– Por que você não pegou esse? – ele pergunta fazendo uma cara séria mas pelo tom de voz dele ele já está quase cedendo.
– Por que eu não sabia que era bom até você pegar! – eu respondo como se fosse óbvio – Agora, anda Peeta troca comigo! – eu insisto já entregando meu prato pra ele, ele revira os olhos e pega o meu prato me entregando o dele, eu sorrio de forma vitoriosa.
– Um dia, eu ainda consigo dizer não! – ele murmura já começando a comer.
Eu faço uma cara de magoada e ele sorri.
Nós terminamos esse prato e nos afastamos da mesa, mais pessoas surgem pra nos cumprimentar e tentam puxar assuntos mas nós tentamos de forma educada dispensá-las o mais rápido possível, uma outra banda começa a tocar de dentro da mansão, a musica ecoa por todo o espaço e pessoas se empolgam e começam a dançar.
– Me daria a honra? – Peeta pergunta com a mão esticada a minha frente indicando o espaço onde as pessoas estão dançando.
Eu coloco minha mão sobre a dele aceitando.
– Eu adoraria! – eu falo sorrindo.
Nós andamos de braços dados até a pista de dança, nós nos posicionamos e começamos a dançar, a música é calma e nos permite manter o ritmo até o final da musica.
– Você melhorou! – ele fala quando nós já estamos saindo da pista de dança.
– Por que eu era ruim? – eu pergunto encarando ele.
– Se você considera ruim ter pisado no meu pé umas três vezes na primeira vez que nós dançamos, então sim, você era ruim! – ele fala se divertindo com a situação.
– Que mentira Peeta! Eu nunca pisei no seu pé! – eu me defendo enquanto o cutuco com meu ombro.
– E foi no meu único pé! – ele fala fazendo uma cara de dor.
– Deixa de ser ridículo! – eu falo revirando os olhos – E eu sempre fui uma boa dançarina – eu minto mas tento parecer confiante, ele ri quando eu falo isso.
– Sem exageros! – ele faz um sinal para que eu pare com as mãos enquanto nós alcançamos um canto onde tem menos pessoas– Você pode não ter pisado no meu pé mas daí a ser uma ótima dançarina já é demais! – ele fala enquanto coloca os braços ao redor da minha cintura e seu rosto de encaixa no meu pescoço me causando arrepios.
– Pode parar! – eu tento afastá-lo mas na verdade sem me esforçar muito pra isso – Você acabou de dizer que eu sou uma péssima dançarina! – eu finjo estar magoada.
– Mas você tem outras qualidades! – ele fala com o rosto próximo do meu.
– Ah é? – eu pergunto erguendo as sobrancelhas – Pode falar então. – eu indico que ele fale.
– Você é simplesmente a garota mais incrível que eu já conheci e péssima dançarina ou não é a única que importa pra mim! – ele fala calmamente me olhando nos olhos, como ele pode fazer isso? Quando eu acho que ele se supera ele me aparece com uma dessas, nessas horas que eu vejo novamente o quanto ele é perfeito, eu passo meus dedos no queixo dele olhando pra esses olhos azuis, nossos lábios se aproximam e nós nos perdemos mais uma vez durante nosso beijo, são as vozes ao nosso redor que nos trazem de volta a realidade.
Mais pessoas vem ao nosso encontro e somos novamente levados a mais uma sessão de perguntas repetitivas e tentativas infelizes de prolongar a conversa, nós decidimos dar mais uma volta e paramos em frente a mesa com chocolates.
– Eu não saio mais daqui! – eu falo até certo ponto empolgada demais, o que faz com que Peeta ria da minha reação.
Eu pego um pote que está com morangos que estão mergulhados num chocolate quente que faz com que minha boca se encha de água, eu sinto o cheiro do chocolate e em seguida mergulho uma colher na minha boca, o sabor é incrivelmente melhor do que qualquer coisa que eu já provei antes, eu fecho meus olhos com a sensação e quando abro Peeta está me encarando esperando que eu fale algo.
– Você tem que provar isso! – eu falo enchendo uma colher e levando até a boca dele, ele sorri antes de aceitar, mas quando ele aceita a mesma reação que eu tive ele também tem.
– Uau! Eu fico com esse! – ele fala pegando o pote das minhas mãos e comendo mais uma colherada, eu o encaro, mas me viro pra pegar outro, enquanto nós estamos cada colher, eu sinto uma sensação estranha, de estar sendo observada, eu levanto meus olhos pra procurar, olho ao redor e não acho nada, já estava me convencendo de que é coisa da minha cabeça quando encontro a alguns metros um rapaz, alto, moreno, de olhos verdes, realmente muito bonito, mas uma beleza muito parecida com a de Finnick que parece ser perfeita demais, eu o encaro alguns segundos esperando que ele desista e para de me olhar, mas ao contrario do que eu planejei ele intensifica o olhar no meu, o que me incomoda, então eu mesma desvio meu olhar, e volto a olhar para o Peeta que já esta terminando seu pote de chocolate.
– Está sujo! – eu falo enquanto me divirto vendo o queixo dele sujo de chocolate. Ele passa os dedos pra limpar mas não adianta, então eu me aproximo dele e passo meus dedos no queixo dele limpando, depois eu chupo o chocolate do meu dedo.
– Sem desperdícios! – eu falo sorrindo.
– Deixa a Effie ver isso! – ele sorri também, eu dou de ombros e mais uma vez tenho a sensação dos olhos em mim, eu disfarço e olho na direção do mesmo cara e lá está ele me olhando.
– Vamos sair daqui! – eu falo pro Peeta já começando a me mover.
– Achei que você tivesse dito que não sairia daqui! – ele fala com a cara confusa.
– Vamos dar uma volta! – eu insisto pegando o braço dele e devolvendo meu pote a mesa, ele me olha agora preocupado.
– Aconteceu alguma coisa? – ele pergunta preocupado
– Só quero ver se acho minha mãe! – eu disfarço e ele parece relaxar então nós começamos a andar, somos parados por um grupo que está empolgado demais e possivelmente um pouco bêbados, depois voltamos nosso caminho, paramos do outro lado que estávamos e nos distraímos conversando entre nós mesmos, quando Haymitch aparece.
– Aí estão vocês! – ele fala se aproximando sorrindo grandemente com uma taça de vinho na mão.
– Quantas dessa você já bebeu? – eu pergunto tirando a taça da mão dele e colocando numa mesa próxima a nós.
– Ah, relaxa! – ele reclama e eu posso imaginar que essa não foi a primeira.
– Você pelo menos já comeu alguma coisa? – eu pergunto encarando ele.
Ele nega com a cabeça enquanto faz uma careta.
– Peeta, pega alguma coisa pra ele ou daqui a pouco a gente vai ter que carregar ele! – eu peço e Peeta se afasta indo pra uma mesa com caldos.
– Você é feia! – ele fala alto apontando uma mulher a nossa frente.
– Haymitch! – eu brigo com ele embora concorde com ele, mas parece que a mulher não escutou.
Ele resmunga alguma coisa e sai andando.
– Haymitch! – eu chamo por ele mas ele me ignora – Haymitch! – eu insisto mas sem sucesso.
– Acho que ele não vai voltar! – a voz grossa atrás de mim me assusta e faz com que eu me vire rápido demais, apenas pra encontrar o mesmo cara que estava do outro lado me encarando, seus olhos são ainda mais verdes do que vistos de longe, eu ainda estou tentando entender quem ele é e o que ele quer quando ele continua.
– Brian Miller! – ele se apresenta esticando a mão, eu o encaro por alguns segundos mais aperto a mão dele.
– Katniss Everdeen! – eu me apresento embora seja desnecessário, acredito que ele saiba quem eu sou.
– É um grande prazer te conhecer! – ele fala enquanto leva minha mão até sua boca e dá um beijo, eu permaneço sem entender nada, esperando que ele fale algo.
– Você é ainda mais linda pessoalmente! – ele fala sorrindo.
– É o que eu sempre digo pra ela! – a voz de Peeta soa firme quando ele se aproxima de nós.
– Peeta! – eu vou na direção dele.
– Brian Miller! – ele se apresenta para o Peeta também esticando a mão.
Peeta está segurando o prato que trazia pro Haymitch e o braço que estava livre ele encaixou na minha cintura ele não faz nenhum esforço pra cumprimentá-lo apenas dá um leve balançar de cabeça. Ficamos por alguns segundos apenas parados observando um ao outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!