Olhos de Sangue, série Bombas de Sangue escrita por scpereira


Capítulo 16
Histórias antigas


Notas iniciais do capítulo

Olá amados ♡
Capítulo postado na terça como prometido para minha leitora diva Rose Malfoy ♡
Sejam bem vindas a fanfic Willy Mellark e Anníssima, obrigada por todos os comentários eu AMEI!
Obrigada a Arizona Harvelle pela recomendação maravilhosa, eu ameeeeei, muito obrigada princesa!
Boa leitura, espero que gostem do capítulo ♡



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"Tudo o que vemos ou parecemos não passa de um sonho dentro de um sonho.” Edgar Allan Poe.

Barbie nunca tinha parado para pensar como era estar dentro do seu cérebro.

Senti meu corpo se chocando contra algo gelatinoso e muito gelado. Eu estava em um rio, uma espécie de rio. Eu estava de pé flutuando sobre uma massa transparente, conseguia respirar normalmente, contudo tinha dificuldades de me me mover. Ao meu redor havia borrões soltos e espalhados e cada um me lembrava uma memória.

Começou com a minha primeira lembrança: As três crianças brincando e sendo atacadas por um gigante. Tentei me concentrar nela, mas quanto mais atenção a dava, mais focada ela ficava e eu me sentia puxada para seu interior, era como se eu tivesse sendo levada para o local. Não, eu não queria voltar para aquele lugar, então me forcei a desviar o olhar e continuei procurando algo realmente útil.

Vi o Acampamento Meio-Sangue, Nova York, a estação de trem de Nova Orleans, o Templo de Spes... Observei até mesmo o Tártaro, o que fez meus pelos se arrepiarem automaticamente. Consegui ver lugares em que nunca estive, locais que habitavam os meus melhores sonhos, expectativas, desejos, mas também vi meus piores pesadelos. Eu queria me afastar daqueles lugares, mas ao mesmo tempo queria muito estar em um deles, e por que não? Poderia atravessar um portal para um lugar distante e ter a oportunidade de viver uma vida normal, em paz. Tudo que eu precisava fazer era me concentrar e aproveitar a oportunidade.

★ ★ ★

Barbie gritou e se jogou contra um dos espelhos e o que aconteceu? O touro se virou pra mim ele ai atacar, estava quase lá, mas graças a Apolo eu entrei em um dos espelhos do chão. Como? Não faço ideia.

O que importa é que no final eu estava dentro de um breu, pelo menos estava seguro, acho. Eu estava caindo, caindo e caindo em uma escuridão sem fim, entretanto conforme eu despencava, percebia que estava passando por flashbacks, dessa forma, vi minha vida toda passar diante dos meus olhos, literalmente.

Lucas Bane, o garoto que tinha tudo para ser alguém na vida, mas acabou sendo um fracasso.

Sempre tive tudo, tudo e nada. Orfão de pai, quando pequeno eu estudava em escolas particulares caras e tinha acompanhamento com psicólogos por causa dos “ataques" histéricos que dava a noite, nunca gostei da escuridão, mas também pelos “acidentes” que eu causava a outras crianças, sempre á luz do dia, nunca á noite. Aos seis anos já havia frequentado quatro escolas e recebi diagnósticos de várias doenças, coisas de semideus. É obvio, que naquela época eu não tinha conhecimento de nada a respeito da minha verdadeira identidade.

Um dia qualquer o interfone tocou e eu minha mãe foi atender, ela não teve nem tempo de gritar antes de se transformas em pedra, sim minha mãe virou uma estatueta de pedra, assassinada pela Medusa. Quando ouvi os gritos fui correndo espionar e quando vi aqueles cabelos, que na verdade eram cobras, fugi pela janela. Eu vi minha mãe sendo assassinada, eu fugi. Eu não a ajudei, eu não enfrentei a Medusa, eu fugi. Não, eu não lido bem com isso, não eu não aceito que foi o necessário. Ela era minha mãe, eu devia ter lutado por ela. Só descobri o que realmente aconteceu quando eu voltei para casa no outro dia e vi uma estátua na porta, mas naquela hora já era tarde demais, eu tinha onze anos.

Depois disso? Eu corri pelo mundo a fora, nunca mais voltei para minha casa. Fugi por dois anos, matei mais monstros do que posso contar, vi mais pessoas morrendo do que gostaria. No final, eu encontrei um sátiro com uma garotinha muito nova, achei que era um monstro e quase matei-o tentando salvá-la, mas por Zeus eles conseguiram me explicar a situação antes que eu fizesse algo de que fosse me arrepender. Eles me contaram que todos as lendas sobre deuses eram verdade e que estavam indo para o Acampamento Meio-Sangue onde a garotinha poderia viver em segurança.

Segurança? Depois de todo esse tempo eu já não sabia mais o que isso significava, mas fui com eles mesmo assim, porque algo naquela menina me lembrou a mim quando fugi de casa, ela era bem mais nova do que eu era. Quando chegamos no Acampamento e ambos fomos reclamados por Apolo eu soube que depois de todo esse tempo eu teria uma companhia.

Seu nome era Ariel, ela era muito parecida comigo, mas era extremamente tímida de forma em que nos muitos anos em que ela habitou o lugar eu fui seu único verdadeiro amigo, eu era seu irmão, seu irmão mais velho, eu iria protegê-la sempre do mesmo modo que minha mãe não teve a oportunidade de cuidar de mim, eu me sentia na obrigação de fazer isso. Quando ela recebeu a missão eu não acreditei, eu tinha que ir, eu tinha que protegê-la, mas não fui. É claro, que depois de um tempo de desaparecida eu não suportei a ideia de falhar com minha responsabilidade e fui atrás.

No momento que a vi depois de tanto tempo perdi todas as forças, aquela não era minha irmã, não mesmo. Fui aprisionado e fechei meu coração, prometi a mim mesmo que nunca mais amaria alguém nem tomaria responsabilidades, me concentrei no ódio que eu sentia de toda essa situação, foi o que me deu forças para continuar lutando.

Foi aí que ela chegou. No dia eu tinha passado por torturas enormes e não conseguia parar de gritar, foi quando ás vi, duas semideusas vindo em socorro. Ouvi uma conversa estranha entre elas e os vários monstros que as cercavam, algo do tipo “Achei que a filha dos três lá do Olimpo fosse mais inteligente”, eles estavam me torturando como uma armadilha, ótimo. Entretanto como como assim "filha dos três”? Não entendi na hora. A briga começou e elas estavam perdendo, já que o número de monstros superava muito todas as suas forças. Pegaram primeiro a loira, mas a outra ninguém chegou perto, pois no momento que começaram a se aproximar ela soltou um grito tão alto, mas tão alto que achei que meus tímpanos fossem estourar, não importa, porque ela fez todos os monstros virarem pó. Como? Boa pergunta.

A loira me libertou e descobri que seu nome era Annabeth, filha de Atena. Já a morena chamava Barbie e era filha de Hades, Poseidon e Zeus, por mais que a história me fosse explicada eu sinceramente não entendi, o que era compreensível, uma vez que, eu não estava prestando atenção. Eu observava Barbie, que estava encolhida, toda suja de sangue e imóvel, sem pronunciar uma única palavra. Annabeth tentou chamá-la, mas não funcionou, ela estava lá, tão pequena, desprotegida, quase como se precisasse de colo.

Eu tinha uma regra clara sobre sentimentos, mas vê-la daquele jeito foi estranhamente incomodo para mim, não de desconforto, mas parecia que era eu que estava em estado de choque não ela. Então involuntariamente ignorei todos os meus votos e a carreguei em direção ao Templo de Zeus, eu sabia onde era, só nunca tinha tido a oportunidade de ir, os monstros nunca desviaram os olhos dos presos, mas agora a cidade estava vazia. Chegando ao local uma ninfa nos guiou a um quarto onde Annabeth deu-lhe um banho e trocou suas roupas.

Enquanto o tempo passava eu explorei o lugar, achei várias portas inúteis, mas uma em específico me chamou atenção, dava acesso ao terraço, mas alguma coisa me afastou do lugar, uma sensação, que não sei descrever muito bem. Quando voltei para o quarto Barbie já estava vestida e deitada na cama.

– Tenho que mandar uma mensagem de Íris para Quíron - diz Annabeth em um aviso.

– O terraço é um bom lugar - responde a Ninfa de imediato, abri a boca para contestar, mas não o fiz, devia ser só uma idiotice minha, não valia a pena a preocupar com isso.

– Pode ir, eu tomo conta da Barbie - digo e ambas saem do quarto me deixando sozinho com a filha dos três grandes.

Ela era linda, não havia como não dizer, na verdade não sabia nem o que tanto me chamava atenção na garota, ela era simplesmente bonita, simples e naturalmente. Ela não era tão pequena em questão de estatura, mas parecia tão frágil. Sim, eu sei que ela era provavelmente a semideusa mais poderosa da história, mas mesmo assim, algo nela me despertava uma sensação estranha como se sentisse que poderia sumir do mundo. Eu queria protegê-la, eu queria cuidar dela, sei que não devo e que não a necessidade, mas mesmo assim…

Quando Barbie acordou fiquei automaticamente hipnotizado por seus olhos, eram azuis piscina e demonstravam uma imensidão profunda, eram aqueles tipos de olhos que você percebe que têm uma história para contar, que a pessoa já passou por muita coisa. Conversamos um pouco e depois ela saiu atrás de Annabeth e eu fui atrás, não queria me afastar dela.

Passamos por muitas dificuldades naquele terraço até que finalmente passamos pelos espelhos, mas eu a havia perdido. Se pelo menos eu a pudesse encontrar agora, talvez não estivesse me sentindo tão perdido.

★ ★ ★

Esse lugar estava mexendo com a minha cabeça, como assim cogitei por um segundo largar tudo? Jamais, Percy precisava de mim eu não ia o abandonar! Mas eu também nunca conseguiria resgatá-lo nessas condições. Eu era um fracasso, uma piada. Não tinha uma arma que prestasse, não tinha controle sobre mim mesma, na verdade se eu explodisse quem sabe quais poderiam ser as consequências? Agora eu estava perdida, assim como um dos semideuses da história de Tiépo, perdida dentro da minha própria mente, isso é humilhante.

Se ao menos eu tivesse alguma arma que servisse para algo eu teria matado aquele Touro que só podia ser criação de Urano e poderia estar em uma situação bem diferente agora.


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Notas finais do capítulo

História de vida do Lucas ♡
Chegamos desde a última postagem a mais de cinquenta comentários, muito obrigada, vocês nem imaginam o quanto isso me deixa feliz ♡
Espero que gostem, e não esqueçam de deixar seu comentário, seja ele positivo ou negativo, o importante é deixar sua opinião, xoxo :D
Sarah