Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

OI gente, capitulo meio curto, mas vai. Aproveitem!



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O dia se iniciou como outro qualquer. Dessa vez Hermione nem se esforçou para levantar, apenas virou-se e tentou dormir novamente.

Mas é claro que Merlin não permitiria algo assim.

― Hora de comer ― esse era Snape sendo protetor.

Ele entrara com a bandeja do café da manhã nas mãos quando quase foi abatido por um travesseiro.

― Me deixa dormir ― resmungou Hermione quando recebeu um olhar irritado dele.

― Eu vim aqui, com toda a gentileza do mundo, preocupado com você e você me recebe assim? Com mau humor e um travesseiro? ― ele estava propositalmente sendo dramático, mas esperava que surtisse algum efeito nela.

E teve.

― Seu chato... ― resmungou novamente enquanto forçava a si mesma a sentar na cama para receber a comida.

― Boa garota ― brincou Snape rindo da cara emburrada dela.

Hermione parecia uma criança de sete anos que não queria ir para a escola.

― Espero não ter que dar banho em você ― ele implicou quando já ia embora.

Ainda viu quando ela mostrou a língua para ele.

Se fosse por vontade própria Hermione jamais teria comido, ela não estava com fome, estava com preguiça, tanta preguiça que ultrapassava sua vontade de comer.

Ela bufou quando decidiu por fim, comer de uma vez e em seguida ir tomar banho e mandar a preguiça ir embora.

Demorou um pouco mais no banho dessa vez, estava apreciando a água morna e relaxante quando uma cena veio a sua mente, Snape destruindo a porta do banheiro e indo dar banho nela, dizendo que até nisso ela estava com preguiça.

Suspirou vencida e saiu do banho. Quando foi se arrumar, optou por usar um vestido simples e leve mesmo no frio que ameaçava chegar.

Quando desceu encontrou Snape distraído em uma leitura, mesmo assim ele não deixou de implicar:

― O banho deu fim no mau humor?

― Com certeza ― ela respondeu irônica.

Ainda estava chateada com ele por tê-la acordado, mesmo que fosse para comer.

Ela percebeu que ele deixara seu livro de lado e agora se aproximava dela com cautela, ainda hesitante ele pegou sua mão e a beijou com ternura e em seguida beijou sua testa.

― Caso precise, estarei no escritório.

Quando ele sumiu nas escadas ela soltou o ar que prendia, perguntando-se porque ele agia daquela forma e porque mantinha o habito cansativo de beijá-la na testa. Por que não um beijo na boca? Seria muito mais interessante.

Ela riu dos próprios pensamentos e sentou na poltrona antes ocupada por Snape e pegou o mesmo livro que ele estava lendo, Feitiços não-verbais. Que ótimo, pensou divertida, nem em casa eu me livro dos livros de Hogwarts.

***

Hermione revirou-se mais uma vez, não conseguia mais encontrar um lugar confortável para sentar, um modo, uma posição que fosse, qualquer uma! Fora que o calor estava aumentando, hoje não deveria ser um dia frio? Ela definitivamente estava agoniada com a situação. Largou o livro e amarrou os cabelos, talvez isso melhorasse o calor que sentia.

De repente sentiu uma pontada, uma dor estranha bem abaixo da barriga.

― Mas o quê...

Podiam ser contrações, ela sabia disso. Tinha mais de sete meses de gestação, podia estar acontecendo mesmo. Sentiu outra pontada de dor, dessa vez arfou e sentou-se mais ereta, tentando respirar fundo.

Mais outra. Que ótimo, justo hoje... ela lamentou.

A dor só estava aumentando. As malditas contrações estavam começando a ficar frequentes quando Hermione tentou levantar do sofá.

— Snape... — tentou chamá-lo, mas sua voz não passou de um sussurro.

As pontadas de dor aumentaram, mas quando mais uma vez fez menção levantar viu o liquido incolor no chão. Sua bolsa tinha estourado. Que ótimo de novo.

Uma contração ainda mais forte e ela decidiu jogar a calma pelos ares, e gritou:

— Severo!

Escutou o barulho de algo caindo no chão e passos rápidos. Logo depois Snape já estava a sua frente, com uma expressão assustada. Hermione notou um traço de medo em seus olhos, mas não se importou.

— O que está acontecendo!?

— O que você acha que está acontecendo!? — exclamou exasperada — Estou entrando em trabalho de parto! Me ajuda!

Snape não sabia o que fazer. Sua mãe não estava em casa para ajudá-lo e os Elfos não seriam muito uteis agora. O que faria?

Respirando fundo, coloco-a no colo com cuidado, enquanto ela se agarrava a sua capa como se sua vida dependesse disso. E se preparou para usar a Rede de Flú.

— Hospital St. Mungus!

***

Hermione já estava na cama, tentando respirar fundo como a enfermeira havia pedido, mas seu olhar irritado e seu queixo duro indicava a Snape que ela apenas estava segurando a vontade de jogar algo na parede. Ele por sua vez, preocupava-se em andar de um lado para o outro.

— Para com isso! — urrou Hermione com os olhos arregalados de raiva.

Mas Snape estava tão absorto na sua própria impaciência, que nem escutou a mulher. Só parou quando sentiu algo fofo, porém pesado, lhe atingir a cabeça. Olhou para ela, incrédulo. Hermione havia jogado um travesseiro em sua cabeça e agora tinha um brilho furioso no olhar. Ele arqueou a sobrancelha.

— Se você não parar de andar como se fosse uma galinha ciscando — ela disse pausadamente enquanto recuperava o controle — Eu juro que vai implorar à Merlin para nunca ter me conhecido!

Galinha ciscando?, ele de fato não sabia o que aquilo significava, devia ser uma expressão trouxa ou uma simples referência a um ato da galinha. Mas sabia que não podia se fazer de confuso agora, o olhar dela dizia tudo.

— Hermione, respira — pediu.

— O que você acha que vou fazer? Parar de respirar? — ela rebateu impaciente. A dor estava tornando tudo pior e mais irritante.

— Tente se acalmar — pediu ele se aproximando.

— Me acalmar? Tem dois seres querendo sair de dentro de mim! — começou a castanha bufando — Não me peça calma agora!

Snape revirou os olhos e ela se agarrou aos lençóis da cama. Onde estava o maldito medibruxo?

— Ele já está chegando — disse Snape como se lesse seus pensamentos — Espere mais um pouco. Acalme-se!

— Você que não espere que eu fique com um sorriso enquanto o maldito médico não chega — Hermione esclareceu enquanto fechava os olhos, sentindo outra contração chegar — Pelo amor de Deus! Alguém tire essas crianças de dentro de mim, estão brigando por espaço!

A enfermeira que escutara o grito de Hermione entrou correndo no quarto e se aproximou dela, tentando reconfortá-la.

― Tenha calma senhora, o medi-bruxo responsável está-

Mas ela não pôde terminar, Hermione, bufando de raiva, a agarrara pela roupa e a puxara para mais perto, dizendo entre dentes:

― Eu não quero saber onde ele está ou se está a caminho. Ele pode estar no Alasca, eu o quero aqui agora.

Snape poderia rir da cena se isso não fosse transformá-lo no próximo alvo de Hermione.

― Cheguei ― anunciou o medi-bruxo entrando.

― Finalmente ― comemorou Snape. Ele não iria se responsabilizar pelos próximos atos de Hermione ou possíveis assassinatos a sangue frio.

Onde você estava? ― quis saber Hermione em tom letal

O medi-bruxo se aproximou rindo, enquanto colocava as luvas.

― Também é um prazer conhecê-la senhora, meu nome é Jackson-

― Eu não quero saber seu nome! ― ela gritou depois de mais uma contração ― Apenas tire eles de dentro de mim!

O suposto Jackson se aproximou de Hermione e perdeu o sorriso que esboçava.

― Ela está perdendo muito sangue ― anunciou para a enfermeira ― Prepare a sala de cirurgia e a anestesia geral.

Snape não entendeu muito bem o que se passava, mas aparentemente Hermione estava entendendo tudo, pois protestou:

― Não! Eu quero vê-los nascer!

― Sinto muito, mas não está em condições...

― Eu não estou nem ai! Não pode me pedir para não assistir o nascimento dos meus primeiros filhos.

O medi-bruxo pensou por um instante e a contra gosto concordou com Hermione.

― Tudo bem senhora, faremos o possível para mantê-la acordada.

― Para onde vão levá-la? ― Snape perguntou quando começaram a retirar a maca de Hermione do quarto.

― Ela vai para a sala de cirurgia, o senhor vai ter que esperar no corredor ― informou a enfermeira, logo em seguida deixando Snape para trás.

***

Parecia que horas havia se passado e Snape ainda andava de um lado para o outro. Não dava para ficar sentado, não dava para ir ali tomar um café, não importava quanto tempo passasse, ele não sairia dali até ver Hermione, ver se ela estava bem.

― Fique calmo professor ― disse Gina também inquieta ― Ela vai ficar bem.

― Calada ― rosnou Snape em resposta.

A ruiva nem se importou, sabia que esse era um momento delicado para Snape, ele podia ganhar uma família ou perdê-la, as chances iguais.

Snape nunca imaginou ter filhos, uma família, mas agora não conseguia se imaginar indo para a casa sem eles, de mãos vazias, tendo que desfazer o quarto e com ele a esperança de um dia ser feliz. Ele não queria ter apenas a mãe como companhia, não queria ficar apenas com os livros e suas poções até que Merlin fosse gentil e decidisse acabar com sua vida.

Até que ponto ele chegara? Será que criar esperanças fora um erro? Agora era tarde demais, ele já havia criado, já havia imaginado e agora só estava a espera da resposta do destino.

― Sr. Snape.

E era agora.

Ele virou-se para encarar o medi-bruxo que ainda estava com as roupas da cirurgia.

― O senhor é o pai?

Snape acenou rapidamente, concordando.

― Os bebês estão bem ― o medi-bruxo informou esboçando um sorriso fraco ― Um lindo casal. Terão que ficar na incubadora por algumas semanas, por serem prematuros.

Mas Snape ainda não estava satisfeito.

― E Hermione?

O medi-bruxo suspirou enquanto retirava a touca.

― Sua mulher teve uma hemorragia muito forte e acabou entrando em coma. Eu sinto muito. Achamos que o coma não durará muito, talvez seja até ela se recuperar. De qualquer forma... eu sinto muito.

Snape não queria que ele sentisse algo, queria respostas!

― Posso ver os bebês?

― Claro , me acompanhe.


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Notas finais do capítulo

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