A Different Prince Caspian escrita por Nymeria


Capítulo 13
Um "até logo"


Notas iniciais do capítulo

CHOREM COMIGO.
Último capítulo dessa fanfic, galera. Então... bom, eu só queria agradecer por TODOS os leitores, vocês são demais só por me aturarem com esses surtos doidos.
Obrigada por lerem isso que eu ainda me atrevo a chamar de fanfiction, obrigada por comentarem, obrigada pelos favoritos, pelas recomendações. Enfim, MUITO obrigada por TUDO. Certo, certo, estou parecendo como se não fôssemos nos ver nunca mais, mas ok. Eu já deixei a segunda temporada numa fanfic separada e já postei um prólogo apenas pra colocar o link aqui (evita que vocês tenham que procurar depois, olhem como sou boa).
Sem mais delongas, LEIAM.



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Edmundo já havia procurado por praticamente todo o castelo, mas sem sucesso. Naquela manhã, ele tinha planejado passar o dia com Adria, mas ela havia desaparecido, o que o fez pensar na pior hipótese de todas: Ela poderia ter voltado para a Arquelândia. Não fazia sentido, já que ela teria, ao menos, se despedido. Mesmo assim, era uma ideia.

Depois de ter perguntado para todos os servos do castelo, finalmente encontrou-a sentada à sombra de uma árvore distante de um dos pátios.

— Um doce por seus pensamentos.

A garota sorriu levemente ao constatar que Edmundo sentara-se ao seu lado.

— E onde está, digo, o doce?

— Ahn, fale primeiro — Edmundo coçou a nuca.

Adria riu.

— Estava pensando em casa.

— Saudades?

— Talvez — ela levantou e abaixou os ombros. — Estou preocupada com a bronca que vou levar.

— Por falar nisso... Como foi que você chegou aqui? — o garoto perguntou, realmente curioso.

— Eu nunca te contei isso? — Adria perguntou, e ao ver o aceno negativo de Edmundo, suspirou. — Um dia, acho que um mês atrás, eu estava tentando cavalgar pelas montanhas do norte da Arquelândia, mas você deve saber o suficiente de geografia e, com certeza, ter descoberto que eram as montanhas do nor... Deixa pra lá.

“Seria uma atividade legal, claro, se eu não estivesse sendo seguida por cerca de uma dúzia de cavaleiros bem chatos e impertinentes. Em uma pausa (que eu achei sem sentido algum), desci do cavalo e caminhei por aí [Não me olhe com essa cara!]. Acho que já tinha passado do Pico da Tempestade, porque vi dois anões e um texugo, e, acredite, não foi um encontro legal. Trumpkin queria me matar logo de cara, já que minha aparência não ajudava em nada. Mas, como eu sou ótima em apresentações, ele mudou de ideia.”

— Eu nem imagino o porquê — Edmundo murmurou.

— Não me interrompa! — ela exclamou baixo. — Bem, como eu ia dizendo...

“Eu sou realmente ótima com apresentações [Tudo bem, vou pular essa parte]. Eu geralmente não saio de Anvard, mas não era uma novidade para mim que os narnianos estavam quase extintos [É, Edmundo, eu sabia de todo o resto. Tudo graças a minha super audição. Não, eu não ouvi atrás da porta. Quer parar?]. Continuando... Como eu sou uma boa samaritana, decidi ajudar (em parte por que eu nunca fazia nada de útil, mas isso não vem ao caso). E foi o que eu fiz. Ajudei com o que dava, estando entre os dois países. Pelo menos por umas duas semanas, até ter de fazer uma visita à Calormânia. Então, numa distração dos meus queridos acompanhantes, eu fui dar uma volta [Sim, uma volta]. Encontrei alguns faunos e eles me levaram até a caverna de Caça-Trufas (Pois é, eu havia dado referências). Bem, isso foi uns dois dias antes do Caspian aparecer caído no chão com um bando de telmarinos atrás dele e uma expressão idiota na cara. Fim.”

— Bela história — o garoto comentou.

— Eu sei — Adria deu de ombros.

— Então... Você fugiu?

— Qual a parte do ‘eu fui dar uma volta’ que você não entendeu? — a garota cruzou os braços.

— Quem sabe a parte em que você...

— Não ouse terminar. — Ela interferiu, espreitando o olhar.

Edmundo levantou as mãos em rendição, rindo. Era extremamente fácil estar ao lado de Adria. Ela o fazia pensar que estavam no mesmo patamar. Títulos e lembranças não importavam, porque eles eram apenas um garoto e uma garota.

— O que está olhando?

Só então Edmundo percebeu que a estava observando. Não era novidade, por outro lado, já que várias vezes se pegou a admirando. Adria tinha um jeito único de ser engraçada nos piores momentos. Desde uma maluquice sobre passarinhos verdes, até uma piada a respeito do Papal Noel no meio de dezenas de inimigos. Ele tinha de admitir que ela era realmente encantadora. Encantadoramente confusa. Encantadoramente contrária. Encantadoramente bonita.

— Você tem um sinal abaixo do olho esquerdo.

A garota adotou uma expressão esquisita, levantando uma das sobrancelhas.

— Tenho, é?

— É quase imperceptível — Edmundo deu de ombros. — Acho que você não se olha com atenção.

— E por que eu deveria?

— Você, eu não sei. Mas eu adoraria vê-la a todo o momento.

— Se eu te visse a todo momento acabaria tendo um surto — Adria disse. — Não seria estranho, digo, e se eu estivesse tomando banho? Que constrangedor!

Edmundo teve de rir.

— Podemos resolver isso — ele falou enquanto se inclinava para mais próximo da garota. — Só é preciso que você se case comigo.

— Apareça com um anel de safiras e eu penso no seu caso.

— Então acho que devo agradecer pela dica — Edmundo murmurou, antes de selar seus lábios aos de Adria.

XX

Caspian já havia percorrido todos os pátios do castelo. Acabou, por fim, encontrando Aslam junto de Susana e Pedro em um corredor lateral. Eles pareciam estar em uma conversa séria, então Caspian virou-se para deixa-los em paz.

— Majestade.

Quando voltou a olhar para trás, viu que os três o olhavam, e, percebeu ainda, que Susana tinha lágrimas nos olhos e escorrendo pela face.

— Está tudo pronto — ele disse. — Já estão todos reunidos.

(...)

Todos os telmarinos e narnianos estavam reunidos em um dos grandes pátios do castelo. Caspian, Aslam e os outros estavam em um patamar mais acima, dando vista para uma imensa árvore e a paisagem do reino de Nárnia.

— Nárnia pertence aos narnianos tanto quanto aos homens — Caspian dizia. — Qualquer um que queira ficar e viver em paz será bem-vindo. Mas aqueles que desejarem, Aslam os levará para o lar de nossos antepassados.

— Mas já faz gerações que nós deixamos Telmar — um homem se manifestou em meio à multidão.

Ouviram-se murmúrios em aprovação à questão levantada pelo tal homem.

— Não nos referimos a Telmar — Aslam se pronunciou. — Seus antepassados foram marinheiros errantes, piratas arrastados para uma ilha. Nela, encontraram uma caverna; uma rara fenda entre este e aquele mundo. O mesmo mundo de nossos reis e rainhas. É para esta ilha que posso retorna-los. É um bom lugar para qualquer um que queira recomeçar.

Os presentes se entreolharam, duvidosos. Mas todos se calaram e observaram quando um homem, no meio dos muitos telmarinos, fez-se ouvir.

— Eu vou — era o antigo general de Miraz. — Eu aceito a oferta.

Caspian fez uma leve reverência ao homem, que retribuiu enquanto passava por entre as pessoas.

— E nós também — Prunaprismia, ainda segurando seu filho, deu um passo a frente, seguida por um dos antigos lordes.

Os três, juntos, se aproximaram de Aslam.

— Porque foram os primeiros a decidir, vocês serão felizes nesse outro mundo — o leão soprou em seus rostos, revigorando-os.

Mais atrás, a grande árvore entrelaçada a si mesmo começou a desenrolar, dando espaço a uma fenda capaz de transpassar até o centauro mais alto.

Os telmarinos e narnianos soltaram exclamações de admiração e incompreensão.

Assim que árvore parou, os três a sua frente andaram até ela, passado pela fenda e desaparecendo em seguida. Muitos, até mesmo Caspian, soltaram mais exclamações de surpresa.

— Como saberemos que não está nos levando para a morte? — um dos telmarinos perguntou.

— Senhor? — chamou Ripchip. — Se meu exemplo servir de alguma coisa, passarei com onze ratos sem demora.

Aslam voltou seu olhar para os quatro parados ao lado esquerdo da plataforma.

— Nós iremos — Pedro disse, dando alguns passos a frente.

— Iremos? — Edmundo perguntou, lançando um olhar para um cantil de flores do outro lado.

Adria estava sentada na beirada do cantil, olhando para uma rosa com uma careta estranha. Quando levantou o olhar, ela deu de ombros.

— É, vamos embora — Pedro segurou a bainha da espada. — Afinal, não precisam mais de nós aqui.

O garoto andou até Caspian e entregou a espada a ele. Caspian segurou-a.

— Vou cuidar de tudo até que voltem — prometeu.

— Esse é o problema — Susana falou. — Não vamos voltar.

A expressão de Caspian tornou-se incompreensível. Poderia ser um misto de tristeza e descontentamento, mas ninguém sabia dizer ao certo.

Edmundo quase caiu para trás. Ele ainda olhava para Adria, que revirou os olhos como se o sentimento dele fosse óbvio. O que deveria ser.

— Não vamos? — Lúcia perguntou.

— Vocês dois vão — Pedro logo respondeu. — Pelo menos foi o que ele disse.

O coração de Edmundo deu um pulo. Ele poderia sorrir, se não estivesse parcialmente triste por saber que seu dois irmãos mais velhos não retornariam àquela terra.

— Por que? — a irmã menor perguntou. — Eles fizeram alguma besteira?

— Pelo contrário, minha querida — Aslam respondeu. — Mas tudo tem o seu tempo. Seu irmão e sua irmã aprenderam o que podiam neste mundo. Agora é hora de viverem por conta própria.

— Está tudo bem, Lu — Pedro reconfortou-a. — É tudo bem diferente do que eu pensava. Mas estou conformado. Um dia você vai entender.

Pedro deu a mão para Lúcia, que a aceitou. Ele seguiram para se despedir dos amigos junto de Edmundo.

Pedro fez uma reverência a Ciclone, Edmundo a Caça-Trufas e Lúcia a Trumpkin. Depois de mais duas reverências, a menina abraçou o anão.

Edmundo se aproximou do cantil de flores e respirou fundo, ajoelhando-se a frente de Adria.

— Não comece — ela resmungou.

— Por que não me contou? — ele ignorou a petição da garota e perguntou. — Eu sei que você sabia.

— Não faria diferença — ela respondeu.

— Eu poderia ter me despedido melhor — o garoto fez uma careta que deveria ter sido engraçada, porque Adria riu baixinho.

— Me poupe!

Edmundo deu um pequeno sorriso.

— Eu vou voltar, você sabe. Eu prometo.

— A menos que você tenha certeza que quando voltar eu não vou estar morta ou uma velhinha gagá, tudo bem, pode prometer.

O garoto revirou os olhos.

— Prometo mesmo assim.

— Você pode ser mais chato ou esse é o limite? — ela perguntou, cruzando os braços.

— Com você eu sempre posso ser mais chato.

Adria fez uma cara indignada.

— É como se estivesse colocando a culpa em mim. Que espécie de garoto faz isso? Ridículo! Saia daqui agora.

Edmundo riu e depositou um selinho nos lábios da garota, levantando logo em seguida e voltando para o lado dos irmãos. Susana ainda se despedia de Caspian.

— Eu gostei de ter voltado — ela falava.

— Queria passar mais tempo com você — Caspian lamentou.

— Nunca teria dado certo mesmo — a garota levantou um dos ombros.

— Por que?

— Eu sou mil e trezentos anos mais velha que você — Susana respondeu, fazendo Caspian rir, mesmo que levemente.

— Isso é conversa! — os dois ouviram a voz de Adria.

— Dá pra você calar a boca?! — Susana exclamou, contendo-se para não rir.

Ela deu alguns passos em direção aos irmãos, mas retrocedeu e beijou Caspian. Os dois se separaram logo em seguida, abraçando-se como em uma despedida.

— Aposto que quando for mais velha eu vou entender. — Lúcia murmurou próxima a Pedro e Edmundo.

— Não queira entender. Aliás, fique longe de garotos . — Edmundo censurou-a, fazendo Pedro rir.

Susana lançou um último olhar para Caspian antes de se juntar aos irmãos.

[N/Ellen: Quem tiver The Call ou quiser colocar no youtube ou seja lá o que vocês usam, fiquem à vontade.]

Assim, um por um, foram passando pela fenda.

Edmundo olhou mais uma vez para a garota sentada no cantil de flores. Ela deu um pequeno sorriso, que foi retribuído. Ele queria ficar, ou pelo menos poder leva-la, mas sabia que não poderia nenhum dos dois desejos. Ele não pertencia a Nárnia, assim como ela não pertenceria ao seu mundo. Suspirou, desejando voltar o mais depressa possível, a fim de encontra-la com, pelo menos, parte da sanidade. Sussurrou, em seguida, um “Até logo” que apenas Adria entendeu. E, então, entrou pela fenda.

Eles se viram novamente na estação de trem. Olharam em volta, mas parecia que não tinham saído do lugar. Edmundo suspirou frustrado.

— Você não vem, Phillis? — um garoto perguntou já dentro do trem.

Eles o estranharam no começo, mas logo pegaram sua bagagem e adentraram no trem. Edmundo mexia insistentemente em sua bolsa, mas parecia nõa encontrar o que queria.

— Será que não tem como nós voltarmos? — perguntou, levantando o olhar. — Eu deixei minha lanterna nova em Nárnia.

— Achei que tinha deixado outra coisa, também — Lúcia comentou, rindo.

— Você sabe, eu ainda vou buscar.


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Notas finais do capítulo

Clichê, clichê, clichê. Eu sei, e me perdoem. Mas foi só o que eu consegui fazer às pressas. Enfim, espero que, pelo menos, dê pra engolir. Comentem aí o que acharam, está bem?

2ª temp.: http://fanfiction.com.br/historia/483053/A_Different_Dawn_Treader/

Beijos amores, espero vocês lá! ;)