Não se apaixone por um idiota escrita por Lua Barreiro


Capítulo 19
Guerra de barro.


Notas iniciais do capítulo

Uma parte do capítulo foi inspirada no filme 10 Coisas Que Eu Odeio Em você.
Roteiro por: Kirsten Smith e Karen McCullah Lutz.
Direção: Gil Junger.
Admiro essa galera por fazerem um filme tão foda.
Cara, espero que vocês curtam.
Meu coração de shippadora nesse capítulo foi maior.



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P.O. V Julie.

Entrei rapidamente na sala, certamente toda aquela situação me envergonhava. Não pelo fato de eu estar em uma sala de detenção e sim por todos estarem me encarando.

Acelerei meu passo para chegar até a mesa do professor mais rápido, o mesmo estava devorando alguns bolinhos. Admito, que eu o cheiro esteja completamente seduzível. Incontestavelmente eu não tenho nenhuma desculpa por estar aqui então eu deveria simular isso em segundos.

E provavelmente sairia uma merda.

— Você não pagou os seus bolinhos. — Anunciei.

Ele virou-se rapidamente enquanto mordiscava alguma dessas delicias.

— Fui eu quem fez esses bolinhos, por que diabo iria pagar por eles?— Contestou.

— Prove que você os fez. — Aleguei.

— Eles então dentro de um pote com flores, ou seja, eu moro com a minha mãe. — Mostrou uma feição decepcionada.

— Que pena, agora pague a porra dos bolinhos. — Pigarreei. — Eu preciso desse dinheiro para comprar mais farinha, meu caro coleguinha. — Nesse momento olhei para Philips Mackenzie e coloquei superficialmente minha cabeça em direção á janela, para que ele saísse por lá.

— É pague os bolinhos dela. — Um dos maconheiros gritou, fazendo com que o professor de certo modo se irritasse.

— Você já resumiu esse livro estupido?

Novamente o detento abaixou a cabeça e voltou a resumir.

Philips se levantou encobrindo que iria apontar um de seus lápis, à medida que eu continuava lutando pelo devido pagamento aos meus bolinhos. Demorou alguns segundos até oque professor percebesse que o garoto estava em pé, mas, fez descaso da situação e continuou retrucando aos meus argumentos.

— Moça, eu nunca te vi na vida. Na verdade eu nem queria comer esses bolinhos, por favor, me deixe dar aula. — Disse por fim.

O homem sentou-se novamente para ter a visão completa da sala, Mackenzie continuara apontando seus lápis. Puxei o colarinho da camiseta do professor para que tivesse a visão apenas de mim.

— Sabe o que você também nunca viu? — Indaguei de modo desafiador.

— O quê? — Tentou soltar sua camiseta de minhas mãos.

— Isso. — Levantei minha camisa deixando a fora meus morangos, digo, seios.

Enquanto todos me encaravam novamente Philips pulou da janela que eu havia mostrado anteriormente. Abaixei minha camiseta e sorri, como se aquilo fosse algo normal.

Sempre mostro meus sequilhos aos outros.

Não.

— Bem (...). — Cessei por um instante. — Qual é o seu nome?

— Ju-Junior Willians. — Gaguejou.

— Creio que eu confundi. — Sorri envergonhada. — Pode comer seus bolinhos em paz. — Ajustei minha bolsa em meu corpo e sai correndo pela sala, buscando a porta de saída.

Ainda no colégio fui atrás de Philips no jardim, de acordo com os meus cálculos aquela janela supostamente da para esse lugar. Andei um pouco mais não o encontrei, seria completamente absurdo ele ter ido embora sem falar comigo.

Seria um motivo para eu mata-lo.

Mesmo que eu não tivesse coragem de fazer isso.

Procurei por mais algum tempo e era certeiro que ele não estava lá, por fim decidi ir embora.

— Ei, Julie! — Ouvi sua voz, ainda afastada.

Virei-me rapidamente e lá estava ele, com uma flor em mãos.

— Ah, Mackenzie. — Arqueei a sobrancelha. — Pensei que você havia ido embora.

— Nunca desejarei saber o que você pensa sobre mim, deve ser uma merda. — Tentou controlar sua respiração ofegante. — Eu corri da inspetora e ao mesmo tempo colhi essa flor, como forma de agradecimento.

— Ata. — Peguei a flor de suas mãos. — É uma bela planta, porém aprendemos na semana passada que ela é venenosa. Saia-branca lembra?

— Você diz isso como se eu prestasse a mínima atenção na aula de biologia. — Revirou os olhos.

Eu sorri e nós fomos embora, correndo já que um dos inspetores estava rodeando o local. Nós Brigamos pelo controle do volante e eu acabei ganhando já que estava na minha vez de leva-lo em algum lugar. Pedi para que sentasse no banco de trás, assim não me atrapalharia na hora de dirigir.

— Diga-me todas as diferenças entre o seu carro e o meu. — Ordenei enquanto ainda tentava entender o painel.

— Mais bonito, mais caro, mais rápido, cambio automático, ar condicionado, rodas de liga, amortecedor e tal. — Suspirou. — Preciso mesmo dizer tudo?
— Só me diga como dirigir essa merda.

— É só ligar, colocar na primeira, pisar na embreagem e ir. Depois mecha apenas o volante.

— Isso nem é dirigir de verdade. — Arquejei.

Demorei o trajeto inteiro para compreender que eu não precisava mexer o câmbio. Minha mão ia aleatoriamente para o lugar, mas antes que eu mexesse Philips me repreendia. Chegando ao local eu desci antes de Mackenzie e esperei até que ele fizesse o mesmo, estou narrando isso por que ele demorou séculos.

— Qual o seu problema? Vem logo. — Gritei do lado de fora.

— Eu não vou fazer cerâmica Julie Martins.

— É divertido. — Retruquei. — Levante-se já e venha, seu carrapato estrela peludo.— Nunca mais xingarei uma pessoa assim.

— Tá Martins. — Falou amargurado.

Peguei em suas mãos para que andássemos mais rápido, corri até o quintal do salão onde provavelmente as máquinas estavam. Eu costumava vir aqui com a minha mãe, antes da depressão e outros fatos. Deixei para que Philips escolhesse a sua máquina primeiro e sentei ao seu lado, expliquei para ele todo o processo e finalmente começamos.

— Isso é nojento. — Afirmou.

Joguei um pouco de lama em sua bermuda para que ele ficasse quieto.

— O que está achando do meu vaso? — Indaguei minutos depois.

Ele riu.

— Parece um pênis. — Sorriu de novo. — O meu está lindo, realmente tenho o dom para isso. — Disse á medida que moldava toda aquela lama.

— Nossa, está lindo mesmo Philips. Como não percebi seu dom homossexual antes? — Falei ironicamente. — Será que eu poderia relar nele?

— Claro só tome cuidado para não desmancha-lo, pequena aprendiz de como-fazer-vasos-que-não se-parecem-um-pênis.

Joguei minha mão em cima de seu vaso para que o mesmo desabasse.

— Agora não parece nada, idiota. — Ri de sua desgraça que eu mesma havia provocado.

— Maldita, agora se parece um monte de lama em uma máquina que gira. — Berrou.

— É isso. — Semicerrei os olhos.

Ele bufou em seguida levantou-se tirando seu avental e luvas. Pegou um pouco da lama que havia em sua maquina e brincou com a mesma. Até decidir que deveria jogar aquela porção gosmenta em meus cabelos.

Revidei com uma porção maior e assim começamos uma boba guerrinha de lama. Digo boba, pois, estávamos feito dois idiotas jogando barro um no outro sendo que mais cedo ou mais tarde nós deveríamos pagar por todo o kg do material usado. Quando percebemos paramos a briga imediatamente, mas não fizemos questão de arrumar o local.

Tentamos nos limpar o máximo possível, o que de certo modo foi algo falho. Fomos até a portaria deixando marcas por todo o chão, empenhava-nos em dar pulinhos para a menor concentração de sujeira.

Novamente éramos dois idiotas pulando em meio de um salão de cerâmica.

Encostei-me sob o balcão e fitei a mulher de feição supremamente casmurra, esperei por algum tempo ela perguntar o que eu desejava, mas nada que tenha acontecido. Bati minhas unhas perante o mármore do balcão e a mesma finalmente nos atendeu. Antes que começasse falar colou o seu chiclete em baixo da mesa:

— Alguma máquina estourou? Qual é de toda essa sujeira? — Sua voz fina e estridente soou por toda recepção.

Eu iria responder algo envolvendo nossa falta de habilidade com barro, isso antes de Mackenzie me avisar que havia esquecido seu dinheiro em casa. Muito possivelmente nós formaríamos algum tipo de barraco negando o pagamento ao local e nós tínhamos motivos para isso (a) Nossas roupas estavam danificadas (b) Algum de nós poderia ter alergia a lama (c) Eu fingirei que tenho alergia a lama.

Isso nem sequer existe.

— Eu tenho alergia a essa barro imundo. — Anunciei para que todos as pessoas presentes ali ouvissem. — Sinto minha pele se decompondo, acredito que eu vá virar um dinossauro. — Gritei seriamente. — Corram daqui crianças, antes que suas mães virem monstros horrendos.

— Sim ela tem alergia a barro, corram antes que ela se transforme. — Philips berrou, fazendo que grande parte das crianças entrasse em pânico.

As mães supostamente não haviam acreditado, mas era o dever delas correr atrás de seus filhos. E foi isso que elas fizeram.

— Por que simplesmente não recusaram o pagamento? — A balconista falou conforme tentava pegar seu chiclete novamente.

— Caso você não aceitasse nós poderíamos correr. — Sussurrei. — Mas, não pagaremos.

— Tudo bem. — Retrucou. — Agora saiam daqui, seus filhos de uma puta.

Eu e Mackenzie saímos rapidamente, antes que ela optasse por ver as câmeras. Ao chegar ao carro gargalhamos de tudo o que havia acontecido, demorou apenas alguns segundos para que o silêncio constrangedor pairasse pelo carro. Dessa vez ele quem foi dirigindo, para que eu não terminasse de destruir a suas calotas.

— Philips (...). — Chamei-o enquanto dirigia.

— Pode falar Martins. — Continuou a fitar o trânsito.

— Eu queria te pedir desculpas novamente, por tudo o que eu lhe disse.

— Eu te desculpo Julie, não suporto ficar sem você. — Assumo que isso gelou meu coração, em um bom sentido.

— Queria te pedir outra coisa.

Ele assentiu com a cabeça.

— Pare de me chamar de Julie. — Bufei. — Você sempre me chamou de Júlia, por que diabo está me chamando com meu nome correto? Larga de ser idiota.

— Pensei que não era de seu agrado, Júlia. — Ele afirmou.

— Desde quando você faz coisas do meu agrado? Felipe.

Ele riu.

— Desde que eu te amo.


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Notas finais do capítulo

E aí? Hã? Digam hey digam hou
Novo personagem pro chico anizio show.
Não vou mais cantar aqui, ok?
Ps: Na parte que Philips narra seu carro, eu não sei de nada que eu escrevi. Coloquei coisas aleatórias que meu pai fala no dia-a-dia.