Detenção, Granger. | Dramione | One-Shot escrita por Lily Einstein


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Oie! Então, essa fic foi postada por mim neste site faz alguns anos, e hoje, 15/06/2018, decidi entrar aqui pra deixar ela arrumadinha, até porque minha escrita mudou muito nesses anos!
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/431230/chapter/1

Lembro-me perfeitamente da primeira que fiz algo errado da qual eu jamais me arrependeria em Hogwarts. Era uma tarde chuvosa na grande escola e, como sempre, eu corria apressada para a aula de defesa contra a arte das trevas. A cara de sapo não iria gostar nem um pouco que eu, mesmo que sem a intenção, faltasse a aula dela, que por um acaso, poderiam ensinar várias coisas, menos defesa contra arte das trevas.

Eu estava exausta quando entrei em sua sala de aula, todos os alunos estavam lendo silenciosamente um livro quando a porta se abriu esganiçadamente, fazendo-os desviar os olhares para mim. Dolores me encarou com um falso sorriso no rosto.

—Professora... Me desculpe... Eu... Me atrasei—Mal consegui pronunciar minhas palavras, devido ao cansaço. Precisei apoiar minhas mãos nos joelhos para manter o pouco equilíbrio que me restava.

—A senhorita sabe que não tolero atrasos nas minhas aulas, não sabe, Querida? — A sapa velha me perguntou com um sorriso forçado surgindo entre seus lábios pintados de rosa-choque. Eu podia ver todos os rostos me encarando, o que me fez corar, estava morrendo de vergonha, o que iriam pensar de mim? Malfoy soltou um risinho de deboche no canto da sala, e então Dolores se virou para ele.

—Senhor Malfoy, não se intrometa, por favor, isso é um assunto que envolve apenas à mim e a senhorita Granger.

—Mas eu não falei nada, Porra—Draco tentou sussurrar, sem sucesso, estava evidentemente exasperado—A Grifinóriazinha sangue-ruim que se atrasa e a senhora vem brigar comigo? Ah, pelo amor de Deus... —As palavras dele me machucaram. Tudo bem, ele sempre me chamou de tudo isso e eu nunca liguei, mas para uma bruxa como eu, ser chamada de sangue-ruim era mais que uma ofensa. Além do mais, nessa idade, a última coisa que uma garota precisa é ser ofendida pelo menino popular da escola.

—Cala essa boca Malfoy, ninguém te chamou na conversa sua fuinha filhote de comensal! —Berrei, sem ao menos pensar nas conseqüências de tal ato. A professora cara-de-sapo assumiu imediatamente um tom que ficava entre vermelho e roxo, quase da cor do vestido rosa que usava.

—Senhorita Granger, por favor, me encontre na minha sala em dez minutos. —Disse a mulher, sorrindo vitoriosa e voltando-se para a mesinha no fundo da sala.

Rá! —Debochou Draco, olhando para Crabble e Goyle na espera da aprovação dos colegas.

—E o senhor também, Malfoy, pode se retirar, encontro vocês lá em dez minutos. —Umbridge falou isso e o sorriso logo desapareceu do rosto do loiro, que se levantou batendo a cadeira e passou por mim, batendo com força no meu ombro. Bufei e o segui em uma distância considerável, até a sala da Dolores.

A sala era rosa, com algumas exceções de creme, branco e bordô. Possuía vários pratinhos com imagens gatos que miavam esfomeados dentro deles, todos os pratos pendurados organizadamente na parede, cujo não era possível ver a cor devido ao excesso de arabescos. Entrei na sala e sentei ao lado de Malfoy, sem sequer olhar no rosto dele, eu tinha apenas medo de que o garoto visse que várias lágrimas silenciosas estavam escorrendo descontroladamente pelo meu rosto e pingando na manga da minha blusa. Sequei-as, mas não consegui disfarçar o som do soluço que forçou minha garganta.

Havia vários livros sobre a mesa da professora, e pela primeira vez nenhum título me interessou, todos falavam sobre moda anos 90 e Espécies de gatos mais famosas e caras na Europa.

—Muito bem... —A voz esganiçada de Umbridge surgiu nas nossas costas, causando um arrepio na minha espinha. —O senhor Filch está me ajudando com outros afazeres, e temos certo problema com os canos do banheiro feminino, no terceiro andar. Eu adoraria que vocês dois, nessa noite, consertassem o banheiro e o limpassem de maneira trouxa. —Ela disse, se sorrindo e sentando-se na cadeira do outro lado da mesa, parecendo analisar cada reação que nossos corpos esboçavam.

—Mas professora o banheiro do terceiro andar é... —Comecei, e percebi que minha voz estava com muitos sinais de que eu havia chorado.

—Abandonado? Sim eu sei disso, Querida, porém os vazamentos estão atrapalhando a passagem de alunos nos corredores.

Oras! Eu não vou ficar limpando banheiros sujos do colégio! Para isso que existem os elfos e empregados! Se meu pai ficar sabendo disso ele... 

—Ele irá ficar orgulhoso ao ver que essa escola tem regras, senhor Malfoy. Então está combinado. Essa noite, meia noite, vocês dois devem estar concertando o banheiro. Vou mandar o senhor Filch para conferir se vocês dois vão estar lá mesmo, caso não estejam, fiquem avisados que a punição será ainda mais severa.

Era a última palavra de Dolores. Apenas memorizei todas as ordens dela e segui até meu quarto para dormir um pouco até a hora de ir limpar o banheiro, tirei toda minha roupa, ficando apenas com uma Lingerie rosa bebê, cheia de detalhes e babadinhos, era quase infantil, afinal minha mãe havia me dado. Deitei na cama e me cobri com uma manta avermelhada, onde eu despejei todas minhas lágrimas restantes, o que me fez perguntar a mim mesma se eu estava com uma espécie de tensão pré-menstrual ou algo do tipo. Descansei algumas horas até acordar, com uma mão gelada balançando freneticamente meus pés.

—Acorda logo Granger! Granger sua... Acorda Granger, é meia noite e quinze, droga! —Era Draco, cutucando meus pés com demasiada agressividade. A minha reação foi quase que imediata, pulei da cama, puxando o cobertor comigo, e caindo em cima do criado mudo.

Soltei um berro de dor, misturado ao susto, e acabei soltando o cobertor assim que a madeira roçou sobre minhas costas, provocando um hematoma que mais tarde com certeza me daria trabalho. A reação do Draco foi quase que cômica. O garoto fixou os olhos acizentados, agora completamente arregalados, sobre meus seios. Puxei novamente o cobertor para frente do meu corpo. Decidi falar algo para tirar a atenção dele para meus peitos —SAI DAQUI! TARADO! SOCORRO! —Berrei, e só então me toquei sobre o que ele quis dizer. Meia noite e meia. Todos deviam estar dormindo e eu ali, gritando feito uma imbecil. Draco soltou um olhar de pânico e correu até mim, tapando minha boca.

—Cala a boca, Granger! Só vim te chamar para pagarmos a detenção, eu não vou limpar tudo aquilo sozinho — Sussurrou ele. Dei um tapa na mão dele e corri para colocar uma roupa qualquer. Peguei uma calça, blusa e casaco pretos, fui até o banheiro, ainda puxando o cobertor para esconder meu corpo, e os vesti. Assim que sai do banheiro o garoto estava sentado na cama com um olhar de julgamento.

—Como você conseguiu entrar aqui? —Perguntei, tentando parecer ácida.

—Sou monitor Granger, eu consigo entrar no lugar que eu bem entender. —Não pude evitar o duplo sentido que sua frase trouxe.

—E qual o motivo de ter vindo aqui no meu quarto, me acordar? Posso saber? —Minha voz saiu em tom de desafio conforme eu ajeitada a bagunça que havia se tornado meu quarto.

—Claro que pode. Temos que pagar a detenção esqueceu? E estamos quase meia hora atrasados, inclusive. —Disse o loiro, conferindo o relógio em seu pulso.

Suspirei, derrotada.

Saímos do dormitório e da sala comunal e descemos vagarosamente as escadas para o terceiro andar. Draco me seguia, a poucos metros de distância.

Encontrei facilmente o banheiro e falei:

Alohomora— A porta se abriu e eu entrei, novamente seguida por Draco.

Lumus—Assim que uma luz se acendeu na ponta da varinha de Draco, vi o enorme estrago feito no banheiro. Todos os sanitários estavam transbordando uma água que, apesar de eu saber que estava limpa, me deixou com nojo. Ouvi um soluço vindo do último sanitário.

Murta? —Perguntei e logo um fantasma saiu de dentro da privada, Murta que geme era uma fantasma que habitava o banheiro.

—Sim? —Disse ela, com a voz esganiçada, sem ao menos olhar para mim e para Draco.

—Sou eu, Mione. —Falei e a garota se virou e olhou diretamente para Draco, em uma fração de segundo a fantasminha estava à poucos centímetros do loiro, que soltou um olhar de espanto para mim, me fazendo segurar o riso.

—O...O que ela quer? —Ele perguntou pra mim. Murta gargalhou e eu também.

—Ela só te achou bonitinho. —Falei, entre risos.

—E quem não acha, não é mesmo? —Disse Draco, ignorando os poucos centímetros que tinha para respirar sem a Murta, e , atravessando toda aquela bagunça. O garoto sussurrou vários feitiços, apontando a varinha para os objetos que jaziam no banheiro. Logo tudo estava limpo e organizado.

—A professora pediu para concertar tudo de maneira trouxa. —Assinalei, minha voz claramente em tom de reprovação.

—E daí? —Perguntou ele.

—E daí que... Ela irá desconfiar se ficarmos pouco tempo aqui dentro.

—Que nada, Granger. Eu sei que isso é só uma desculpinha sua para ficar mais tempo comigo. —Draco falou em tom convencido, andando até mim e me colocando contra a parede gelada, quase que me desafiando a me livrar dele. Senti meu coração acelerar instantaneamente. Hermione, ele não quer nada com você, só está tirando com a sua cara, não se iluda. Avisou minha consciência.

—Draco eu... Porque eu iria querer ficar mais tempo com você? —Falei tentando deixar minha voz em tom normal, sem sucesso.

—Eu notei o jeito que você me olha, Granger, eu já percebi que você fica nervosa quando fala comigo, eu já reparei que suas pupilas se dilatam quando está na minha presença.

—Você não sabe de nada, Malfoy.

—Ah não? Bem, já que você não sente nada por mim então não vai fazer diferença pra você... —Draco falou, colocando o rosto muito próximo ao meu. Ouvi um “Hmmmmmm” de Murta, porém o ignorei. Draco começou a mordiscar minha orelha, me causando arrepios incontroláveis. Fechei as mãos em punho para não sussurrar o nome do garoto e forcei-as a ficarem fechadas.

—Draco eu não... Eu não posso—Falei, tentando manter o pouco de razão que ainda existia em meu cérebro, desde quando a fuinha mexia dessa forma comigo?

—Eu desejo você pra mim Granger. —O garoto falou, não mais alto do que um sussurro rouco e ácido, e começou a traçar uma linha com a língua, largando minha orelha e agora descendo vagarosamente até o pescoço, onde parou e começou a lambiscar. Mordi o lábio para não soltar um gemido e senti o forte sabor de sangue na minha boca.

—Você me odeia Draco, sempre odiou e sempre vai odiar. —Falei, tentando me afastar, embora meu corpo quisesse ficar ali para sempre.

—Acha que é fácil para mim ser filho de quem sou e sentir interesse em alguém como você, Granger? —Ele contou, agora falando um pouco mais sério e fixando seus orbes cinzas sobre os meus. —Você ficou tão bonita, tão...atraente e eu acabei...—Ele não terminou a frase, um sorriso bobo apareceu na sua boca e eu não resisti, beijei-o. A boca dele tinha sabor de menta e ele beijava muito bem, comparado a mim, que só havia beijado um garoto em toda minha vida, e o Krum realmente não foi a melhor escolha para dar o primeiro beijo, se eu pudesse, esperaria por esse momento e escolheria Draco. Minha cintura foi enlaçada entre seus dedos longos e frios, me deixando ainda mais próxima dele, se é que isso era possível, aproveitei a proximidade e passei minha mão por sua nuca, brincando com seus finos fios de cabelo loiro.

—Filch está vindo... —Intrometeu-se Murta, me deixando com raiva. Larguei Draco, que me encarou, o que me deixou muito corada. Filch entrou pela porta e olhou para toda a bagunça, agora organizada, e depois para nós, desconfiado.

—Tudo concertado de maneira trouxa—Draco se adiantou, erguendo as mãos, como quem se rendia.  Seria fácil desconfiar da nossa rapidez, se não fossem as roupas amassadas e os cabelos desgranhados, que fizeram a cena parecer ainda mais real. Filch soltou um barulho semelhante à um grunhido e saiu do banheiro, batendo a porta. Não consegui me controlar e cai no riso. Draco sorriu para mim.

—Tudo da maneira que eu pensei. Inclusive, seu beijo tem sabor de morango exatamente como na minha imaginação.

Não  pude evitar o rubor que queimava minhas bochechas.

—Você imaginava isso, então?

—Foram imaginações muito produtivas durante a noite, Granger. —O sonserino brincou, mas pude perceber sua timidez conforme coçava sua nuca e sua pele alva se tornava levemente rosada.

—Vamos dormir. —Falei, sem realmente querer ir dormir, mas a conversa me causou tamanha vergonha que eu não conseguia sequer sustentar o olhar de Draco. O loiro apenas assentiu, parecendo contrariado, e caminhou lado a lado comigo até o meu salão comunal.

—Obrigada por...Ter me ajudado no concerto do banheiro. —Falei, percebendo o quanto a frase soou antiquada para a situação.

—Boa noite Granger. —Disse ele, dando um beijo a minha testa. Afastei-me à contragosto do garoto e, assim que eu ia entrar na sala, Draco falou.

—Inclusive, Hermione, você tem um corpo maravilhoso. —Piscou, soltando um sorriso ladino que fez minhas pernas amolecerem. —Nos vemos amanha, no banheiro do terceiro andar, se puder pedir para Murta nos dar ma privacidade, bem... Precisamos terminar o que começamos.

—Tudo bem. —Falei, sorrindo, ele se afastou e a porta fechou atrás de mim. —Draco? —Perguntei, agora sem poder o ver novamente.

—Sim? —Ouvi sua voz um pouco falha e desgastada, graças à grossa parede que nos separava.

—Amei passar esta noite com você.

—Eu também amei, fedelha.

A partir desse momento, seus passos tornaram-se inaudíveis e eu me pus a dormir, com um sorriso demente no rosto, imaginando qual seria o próximo motivo que eu daria para ser colocada em detenção com o loiro.

Obrigada, Dolores Umbridge.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? ><' Mereço reviews?