A Batalha escrita por Lola Carvalho


Capítulo 6
Os testes e as provas


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde galerinhaaa :D
Quero agradecer muito a todos os reviews e todos os favs também! Vocês são muito lindjos :3
Eu decidi postar antes porque agora que começam 3 semanas seguidas de provas e entrega de trabalhos na faculdade, eu provavelmente não vou ter tempo de escrever nada... Mas enfim, espero que gostem deste capítulo :)
Para compensar eu prometo que no próximo capítulo vai ter um momento jisbon bem fofinho, o que acham? :3
Eu usei neste capítulo a ideia de uma leitora, de deixar o Patrick com ciúme, hahahahaha
Bom, é melhor eu parar de soltar spolilers do capítulo, rsrs

Boa leitura :D



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Depois do dia anterior, no parque, Lisbon ficara receosa quanto aos “testes” que Nicolas lhe propusera. Ela tinha medo de que Patrick descobrisse. Então resolveu esperar pelo momento certo.

O que ela não previa, era que o momento certo viria naquela noite de domingo.

A campainha soou, e Patrick considerou consigo, devido a todos os acontecimentos passados, que aquilo não era um bom sinal. Porém foi Teresa quem abriu a porta naquele final de tarde.

– Olá, posso ajudar? – perguntou ela ao encontrar um homem de cabelos castanhos, barba à fazer, olhos verdes, não muito alto e muito sorridente.

– Olá, desculpe incomodar, senhorita...? – ele estendeu sua mão para cumprimenta-la

– Teresa Lisbon – respondeu ela um pouco tímida

– Senhorita Lisbon, eu... Meu carro quebrou e meu celular está sem bateria, será que eu poderia usar seu telefone para ligar para a seguradora?

– Cl... Claro! – ela se afastou da porta dando espaço para o homem entrar – Desculpe, qual é o seu nome?

– Onde estão meus modos... Eu que peço desculpa, senhorita Lisbon, meu nome é Charles Walter, mas você pode me chamar de Charlie, se quiser...

– Teresa, onde você colocou a mamadeira da... – disse Patrick vindo da cozinha e encontrando com um “estranho” conversando com sua “esposa” – Olá! Posso ajudar?

– Ah, Patrick – Teresa se adiantou – Esse é o Charles, o carro dele quebrou, e ele pediu para usar o telefone. Charlie – Teresa lembrou-se de usar o apelido, para provocar ciúme em Patrick – esse é o meu marido, Patrick.

– Muito prazer senhor Lisbon!

– O prazer é todo meu... E me chame de Patrick, por favor – ele o cumprimentou

– Patrick... Você se importa se eu...

– Fique à vontade... Só não vale ligar para outro país. – Patrick brincou

– Claro! – respondeu o homem sorridente

– Ãhn... Patrick? – chamou Teresa, vendo que Patrick não parava de encarar o visitante, e que isso estava deixando-o desconfortável

– Sim? – ele disse olhando de volta para Teresa

– Você ia perguntar alguma coisa... O que era?

– Ah... Certo. Onde você colocou a mamadeira de Sarah?

– Está em cima do micro ondas.

– Ótimo! Você me ajuda? – perguntou Patrick, tentando tirar Teresa da sala de estar.

– Você já sabe fazer sozinho, Patrick... Vai lá! – ela praticamente o enxotou da sala. Ele não tinha outra opção, senão deixa-la a sós com o rapaz... “Por enquanto” pensou ele.

– Pronto! – disse Charles encerrando a ligação – Eles estarão aqui em 20 minutos... – Patrick ficara próximo à porta da cozinha para poder escutar a conversa dos dois na sala – Muito obrigado senhorita Lisbon... Ou devo chama-la de senhora?

– Me chame de Teresa, por favor! E de nada...

– Bom, Teresa, eu vou ficar lá fora esperando... Mais uma vez muito obrigado! – disse Charles enquanto pegava a mão de Lisbon e beijava as pontas dos dedos, fazendo Lisbon corar.

– P... Por nada! – gaguejou.

Lisbon poderia ter sugerido ao rapaz que esperasse dentro de sua casa, mas ela também deveria lembrar a razão pela qual ela estava ali. Proteger Nicolas e Sarah.

E se fosse Red John que tivesse mandado Charles para fingir que o carro quebrou, tentar seduzi-la e depois atacar à ela, Patrick e as crianças?

Por mais que fosse tentador continuar fazendo ciúme em Jane, a segurança e o trabalho dela, vinham primeiro.

Logo que fechou a porta, Lisbon se dirigiu até a cozinha, onde Patrick estava, para tentar continuar o “teste”.

– Oi... – disse ela ao entrar na cozinha

– Sabe, Lisbon?! – ela notou a mudança de tratamento de “Teresa” para “Lisbon” e quase achou que seu plano havia tomado o sentido oposto do desejado – Não é legal você ficar paquerando homens na frente do seu marido...

– Eu não estava paquerando ele!

– Estava sim!

– Não, não estava não!

– “Pode me chamar de Teresa” – ele a imitou

– Ah Patrick! Eu só estava sendo educada com o rapaz...

– Você podia ser educada comigo assim algumas vezes, sabia? – Teresa congelou...

“Ele está sugerindo que eu o paquere?” pensou ela “Claro que é o que eu tenho tentado fazer, mas...?” Lisbon ficara confusa, e já não sabia mais o que dizer, mas para a sorte dela, Nicolas entrou na cozinha.

– E aí?! Quando nós vamos jantar?

– A... Ah, eu... Já pedi a comida... Deve chegar logo... – Nicolas percebeu algo estranho, mas nada disse – Eu vou... Tomar um banho, e... Já desço. – disse ela e saiu da cozinha para o andar de cima da casa.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou Nicolas

– Nada... É que... Veio um rapaz aqui, pediu para usar o telefone, porque o carro dele tinha quebrado e o celular estava sem bateria, e ele ficou paquerando Teresa...

– E...? O que tem de mais nisso? Ela é uma mulher atr...

– Ela estava paquerando ele também... – interrompeu Patrick

– Ah...

– Aí eu disse pra ela que não era legal ela paquerar alguém na frente do marido, e ela disse que estava apenas sendo educada.

– Isso ainda não explica o por quê ela saiu daqui tão... Em choque...

– Eu... Eu... Disse que ela poderia ser educada comigo assim também... – Nicolas não se aguentou e logo soltou uma gargalhada – Está rindo por quê? Isso não é engraçado!

– É sim! – dizia em meio suas risadas – É como se vocês fossem dois adolescentes...

– Ha-ha-ha

– Na verdade, vocês são piores que adolescentes...

– O que você quer dizer com isso?

– Ahhh Patrick! Está na cara que você está apaixonado por ela, e ela por você!

– Eu estar apaixonado por ela, sim, você está certo. Mas quanto a ela estar apaixonada por mim...

– Prove! – disse Nicolas

– Como?

– Você não é um mentalista? Então prove! Elogie ela, traga flores e chocolates... Deixe frases incompletas para que ela complete na mente dela, convide-a para sair... Prove, e se ela está apaixonada por você, você saberá ler as reações dela...

– Hum... Talvez você... Tenha razão. – disse Patrick pensativo.

– Eu tenho certeza que você não se arrependerá!

– Mas... E se eu errar? Sabe, se eu fizer algo que ela não goste...

– Você a conhece bem, não é?

– Talvez...

– Eu vou tentar descobrir algumas coisas para você... – Patrick sorriu e agradecimento

Alguns minutos após Lisbon terminar o banho e descer para a sala, a comida chegou e todos se sentaram a mesa.

– Hum... Comida chinesa... – disse Patrick

– Sabe o que é melhor do que comida chinesa? – disse Nicolas

– O que? – indagou Lisbon

– Comida Italiana... Ah, já sei! Vamos fazer assim: alguém fala alguma coisa, e o outro diz o que acha que é melhor. O que acham? – sugeriu Nicolas na tentativa de ajudar Patrick a saber mais sobre Teresa.

– Eu achei uma excelente ideia! – disse Patrick entusiasmado – O que acha Teresa?

– Tá, pode ser!

– Legal! – começou Nicolas – Eu já disse que prefiro comida italiana à chinesa, sua vez Patrick...

– Eu prefiro... Comida Tailandesa à italiana. Teresa...

– Eu prefiro hambúrguer à todos os outros tipos de comida! – Patrick já suspeitava disso, mas a partir da confirmação da morena, ele iria começar a fazer um plano para um encontro especial.

– E bebida? Eu prefiro refrigerante...

– Eu prefiro chá – disse Patrick

– Eu prefiro café

– E a Sarah prefere leite – disse Patrick enquanto alimentava a bebê com uma deliciosa mamadeira de leite. Teresa sorriu para Sarah.

– Os bebês nessa idade deveriam já falar ou andar, não é? – perguntou Lisbon

– Sim, mas em alguns casos demora um pouco mais... – respondeu Patrick

O “jogo” fora esquecido, e o jantar seguiu inteiro em silêncio, exceto por quando alguém tentava iniciar um assunto com algo do tipo “E então Nick, está gostando da escola nova?” ou “Gostou da comida?” ou “Nossa, está quente hoje, não é?”. Até a hora que todos acabaram de comer.

– Que tal assistirmos um filme? – perguntou Nicolas

– Nós, pode até ser, mas você, mocinho, tem aula amanhã, então tem que ir dormir – disse Patrick, piscando com um olho para Nicolas, para que ele entendesse e os deixasse à sós.

– Ahh é... Aula... – disse Nicolas, entendendo o recado – Bom... Boa noite então – ele deu um beijo na bochecha de Patrick e Teresa – pombinhos... – disse baixinho apenas para Teresa ouvir, o que a fez corar instantaneamente.

– Boa noite! – disseram os dois

Teresa pegou Sarah no colo, e parou em frente de Patrick.

– Então... – começou ele – o que acha de um filme?

– P... Pode ser...

Eles se sentaram nas poltronas, um ao lado do outro, e Patrick considerou consigo que as poltronas não eram tão legais, no fim das contas, pois elas faziam com que eles ficassem um pouco mais distantes, um do outro, do que ele desejava. Mas ainda assim, após o filme começar, ele sutilmente colocou seu braço por cima dos ombros de Teresa. Ela estranhou, mas não quis comentar nada... Ela não queria entrar em assuntos românticos com Patrick hoje... Não! O dia já fora muito agitado neste tópico.

Mas as circunstâncias (ou neste caso, a intervenção de Jane) não estavam favoráveis à ela... O ambiente todo estava chamando esse assunto: Luzes apagadas, a única luz existente era proveniente da televisão; os eventos anteriores; a voz de Nicolas dizendo “pombinhos” não parava de ecoar dentro de sua cabeça; Sarah e Nicolas já haviam dormido; e para fechar com chave de ouro, o filme que eles estavam assistindo era uma comédia romântica...

Quando o filme acabou, Patrick se virou para Teresa e a encontrou aterrorizada... O que viria a seguir?

Como um bom mentalista que era, ele soube ler a reação de medo dela. “1 ponto para mim” pensou ele, e também viu que, se a pressionasse de mais, ela acabaria retrocedendo e criando barreiras ainda mais difíceis de se quebrarem. Então, relaxou, respirou fundo e disse:

– Foi legal o filme...

– Foi sim!

– O que você acha de repetirmos a dose qualquer hora dessas?

– Patrick... – ela já ia começar seu discurso de “Trabalhamos juntos, não podemos, não é profissional, blá blá, blá”

– Como amigos... – completou ele

– Como amigos mesmo? – perguntou ela desconfiada

– Sim, como amigos!

– Então tudo bem...

Eles subiram as escadas, colocaram Sarah para dormir, e foram dormir também.

_______________

– Teresaaa... Vai lá... É sua vez! – dizia Patrick ao notar o choro de Sarah pela babá eletrônica.

– Ah... Ela já vai parar... – disse Teresa sonolenta. Porém após alguns segundos do choro contínuo de Sarah, ela se levantou e foi até o quarto ao lado.

– Hummmmm... Faz ela parar, Teresa! – disse Nicolas e Teresa levou Sarah para o quarto dela, e se sentou sobre a cama.

– O que ela tem? – perguntou Patrick se levantado

– E... Eu não sei! Ela comeu bastante, não está suja... E...Eu não sei! – Teresa estava com os olhos marejados porque se sentia culpada por não saber o que Sarah precisava...

– Fique calma Teresa! Por que você não canta?

– Cantar? Que música?

– Sua mãe cantava alguma música para você quando era pequena?

– Tá... É... – ela ajeitou Sarah em seu colo – Não pertubeis o coração, porque Eu sempre sou Fiel, Eu fecho a boca do leão, na cova estou com Daniel. Sou Eu aquele o Grande Eu Sou, e onde estais também estou. Não disse Eu há muito já, pedi, pedi e dar-se-vos-á. Pedi com fé e com fervor, e Eu vos darei o Consolador.

Aos poucos o choro cessou, e Sarah adormeceu em seu colo.

– Dormiu... – sussurrou Patrick.

– Eu vou colocar ela no berço.

Teresa, após colocar Sarah no berço, voltou e dormiu com uma pergunta em sua cabeça. Uma pergunta que ela se fazia desde que escolhera seu trabalho à sua vida pessoal: Seria ela uma boa mãe?


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Notas finais do capítulo

A música que Teresa cantou para Sarah, era a música de ninar que minha mãe cantava para mim :) É uma música da harpa cristã, número 84 e deve ter no youtube, se vcs quiserem ouvir :D
Beijinhooos *-------* Até domingo que vem