Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 21
Depois de tudo...


Notas iniciais do capítulo

Bom voltei com mais um cap gente........
Bem espero que gostem
bjs bjs



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– Olha você vai falar ou vai continuar calada? – perguntei já impaciente. Motivo? Fazia exatos dez minutos que minha mãe olhava para nós sem dizer nada, apenas olhando como se não estivesse olhando. Entendeu? É como se ela estivesse olhando para além de nos.

– Bia... – Simon murmurou em um tom que ele só usava quando queria me repreender de algo.

– Não Simon chega – digo gritando, mas logo volto para o normal. – Eu quero saber a verdade e é agora, to cansada de sempre ser a última a saber de tudo. Você vai me falar – digo pausadamente as ultimas palavras.

– Bia, você está passando dos limites, acima de tudo ela é a nossa mãe – diz Simon em defesa dela.

– Será mesmo que ela é nossa mãe? Porque realmente eu já estou começando a duvidar que eu seja filha dessa daí. – Provoco com muita raiva.

– Beatriz Fernanda Andrade você tem que me respeitar porque eu sou sua mãe! - Minha “mãe“ ordena levantando determinada. E o que eu fiz? Sorri sarcástica. – E sim eu vou falar o que aconteceu, mas quero pedir para vocês tentarem me entender nem se for só um pouquinho. – diz voltando a se sentar e pela primeira vez percebi que minha mãe parecia uns dez anos mais velha desde da última vez que nos vimos.

– Tudo bem – foi tudo que o Simon disse, quanto a mim, só me esforcei para balançar a cabeça.

– Bom eu não sei por onde começar

– Que tal pelo começo? – Inquiro recebendo um olhar do Simon.

– Tudo bem – diz minha mãe – Eu me casei bastante nova, mas isso não importava de nada e nem fazia diferença, até porque quando amamos uma pessoa do que adianta o resto do mundo? Absolutamente nada. Nem os defeitos da pessoa te incomodam. Quando a gente ama nada importa e assim eu me casei com os pais de vocês. Por alguns anos as coisas eram normais, mas eu sempre tive o desejo de ser mãe, mas naquela época pelo jeito as coisas pareciam impossíveis. – Conta minha mãe com os olhos vagos.

– Por quê? – a pergunta sai antes que eu pudesse parar.

– Porque... – minha mãe olha diretamente para mim e sorri – Seu pai e eu nos acidentamos e por algum motivo os exames dele indicou que ele tinha ficado estéril, o seu pai segundo os exames, não podia me dar um filho.

– Eu não to entendendo – fala Simon com uma expressão confusa.

– Eu vou explicar querido, naquela mesma época a minha mãe, que é sua avó Bia, descobriu que estava grávida e foi ai que veio a proposta.

–Que proposta? – quis saber já ligando os pontos e sabia que o Simon também estava fazendo o mesmo.

– De eu cuidar do bebe dela como se fosse meu filho, já que a minha mãe na época não queria saber de ter um filho naquela idade. – Minha mãe responde começando a chorar.

– Você está querendo dizer que o Simon...É o meu tio, é isso? – perguntei incrédula e o Simon estava com uma cara de chocado.

– Sim é isso o que eu estou dizendo. – diz minha mãe normalmente.

– E-eu n-não... Isso não é verdade. – Gaguejo não acreditando naquilo. Eu não podia acreditar naquilo, e não conseguia saber o que era pior, ele ser meu irmão ou o meu tio.

– Sim querida é, sinto muito – diz ela com os olhos cheios de lágrimas que transbordavam e a minha situação não estava nada melhor.

– Por que eu fui morar com a minha... Avó? – pergunta Simon saindo do modo chocado em que ele se encontrava segundos atrás, e percebo certo receio dele ao falar a palavra avó.

– Na época nós falamos que foi porque você e a Bia viviam brigando e realmente isso também foi levado em conta, mas o principal motivo era que a minha mãe entrou em depressão. Depois da morte do meu pai, restou o meu irmão Jared, até aquele dia. – diz minha mãe de repente sombria.

– O que aconteceu? – pergunto cansada de segredos.

– O meu irmão era mais velho que eu e bem ele era adotado... Vocês nunca ouviram falar dele, pelo fato de serem muitos novos e o assunto ser meio proibido. – Relata minha mãe mais calma.

– Por que proibido? – Indagamos eu e Simon ao mesmo tempo.

– Naquele tempo o meu irmão estava se envolvendo com gente da pesada, melhor dizendo, estava ajudando um traficante daqui do Brasil a levar mercadoria para o Canadá, o que resultou nele sendo assassinado quando a polícia acabou conseguindo pegar toda a mercadoria. – Os olhos dela revelavam uma dor mal escondida.

– Sinto muito – digo. E eu realmente sentia. Eu nunca me imaginei perdendo o Simon e sabia que se isso acontecesse a dor seria insuportável.

– Com a morte do meu pai e do meu irmão, a minha entrou em depressão e então ela me pediu que deixasse o Simon morar um ano com ela.

– Um ano? Jura? Que eu me lembre, o Simon ficou bem mais que isso – digo com escárnio.

– Sim realmente ele ficou, mas isso foi escolha dele e não minha. – Ela admite e por fim o silêncio reina. Cada um com o seu próprio pensamento e ao contrário do que eu pensava, eu não odiei minha mãe por guardar o segredo... E olhando por um lado isso foi bom, mas talvez se fosse de outra forma, eu e o Simon talvez não sentíssemos o que sentimos um pelo outro, isso seria bom certo?

SIMON

Confuso? Sim também me sentia assim. Chocado? Como nunca em toda minha vida. Traído? Não, era como se eu soubesse que fui traído, mas não conseguisse sentir raiva disso, pois no fundo, bem lá no fundo mesmo, eu sabia que esse foi o melhor, tanto para mim, como para todas as pessoas que eu amo.

E se pudesse voltar ao passado, eu não pediria que minha mãe fizesse nada diferente, pois foi o que ela fez que me levou a encontrar a pessoa que eu mais amo, mesmo que da forma errada, mas que eu amo e é por isso que não me sinto traído e magoado, talvez apenas ressentido com os fatos e com a lógica, mas traído jamais.

E eram nessas coisas que eu pensava quando a vi chegar correndo rapidamente.

WALKIRIA

Era como se um peso tivesse saído das minhas costas, e eu me sentia livre. Pela primeira vez em anos eu pude respirar sem saber que não estava escondendo nada, e isso foi muito tranquilizante e relaxante.

Escutei um barulho e vi uma moça vinda em nossa direção.

BIA

Fechei os olhos para tentar pensar nas coisas, e tentar entender a confusão de sentimentos que sentia, quando escutei passos, e me deparei com Margarida. E com apenas duas palavras ela fez com que meu mundo antes preto e branco, voltasse a ter cor.

– Ele acordou – diz nos olhando sorridente.
[...]


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Notas finais do capítulo

BOM espero que gostem........comentem por favor e faça duas autoras felizes