Another Hogwarts escrita por Sorrow Queen, Ciba, Rafeullas, brubs


Capítulo 57
I knew you were trouble


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeeee
Desculpa, desculpa, desculpa...
Eu sei que eu demorei muito pra postar, mas não foi culpa minha. Tinha muita coisa pra fazer e também a preguiça é minha melhor amiga. Mas eu consegui.
Antes de tudo, eu vou contar uma histórinha pra vocês. Eu tava no metrô na Vila Mariana e tinha uma moça na minha frente subindo a escada rolante com duas criancinhas, um menino e uma menina. Ai o menino suibiu a escada correndo e a mãe gritou "Devagar, Hermes. Você vai cair." Eu fiquei olhando a mulher e fui lá perguntar se o nome dele era Hermes mesmo. A moça falou que sim e disse que a irmã se chamava Cleo, mas na verdade ela queria Claópatra. Eu fiquei chocada com aquilo. Ai ela disse que eles tinham esses nomes por que a madrinha dos dois adorava mitologia grega, romana e egípcia. Quase abracei aquelas crianças e sai correndo.
Enfim... Essa foi minha histórinha legal pra vocês.
Aproveitem o cap e me desculpem pela demora.
P.S.: Não é culpa minha o que vocês vão ler a seguir. Faz parte do enredo e tem que ser assim.



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Pov Emily

Banheiro, banheiro, banheiro... Banheiro!

Achei o maldito cômodo e entrei correndo. Nem vi a purpurizada e a Mãe Dinah na pia. Simplesmente fui correndo pra dentro da cabine. Não sei de onde sai tanta comida pra essa criança me fazer vomitar!

– Tá tudo bem, Em? – Ouço a voz de Thalia e rapidamente limpo a boca, mas olho novamente para o vaso sanitário, percebendo que além de restos digeridos tem um pouco de sangue. Tá bem tem muito sangue! Afastei-me do vaso e respondi rapidamente Thalia, saindo apressada.

– Tá tudo sim, não fique preocupada. Tenho que ir agora... Ei, por que tu tá rosa? Ah, depois vocês me contam! – Sai correndo que nem o Raymond e fui até a enfermaria.

– Madame PomPom, eu preciso das suas mandingas da medicina!

– O que foi, Emily? Eu já disse que os vômitos são normais, ainda mais por causa da tal poção de crescimento e...

– Não é isso. – Cortei a velha legal. – Dessa vez eu vomitei... Sangue.

Madame Ponfrey me encarou meio séria meio surpresa e pediu que eu me sentasse. Ocupei uma das camas da enfermaria e Madame PomPom me entregou um potinho com um liquido roxo brilhante.

– Tome isso, querida.

– O que é?

– É pra eu ter certeza de uma coisa. Agora tome.

Assenti meio relutante e peguei o potinho. O líquido, além de ter a cor, tinha um agradável cheiro de uva. Levei o potinho aos lábios e tomei o líquido. Não era ruim, tinha gosto de suco de uva aguado. Madame PomPom me olhou esperançosa e eu fiquei um tantinho assim desconfortável, por que a senhora estava quase calada á minha pessoa. Depois de alguns segundos eu sinto uma imensa vontade de fazer xixi.

– Hum... Madame Ponfrey, será que eu posso... – Nem terminei de falar. Velha desgraça.

– Ir ao banheiro? Claro, querida, vai lá.

Levantei-me rapidamente e fui até a portinha de madeira. Fiz minhas necessidades tudo bonitinho e até olhei pra ver se não tinha nada anormal.

Assim que abri a porta, a enfermeira me olhou cheia de expectativa.

– E então?

– O que?

– Alguma coisa... Anormal?

– Na verdade não. – Respondi, recebendo um olhar triste dela.

Madame Ponfrey se afastou e ficou ao lado da maca onde eu estava com a cabeça a baixa. Estranhei um pouco e fui até ela. Recebi um sinal para me sentar e obedeci. Ela então começou:

– O líquido que eu te dei era uma poção. Se a sua urina saísse fora do normal, significava que o bebê estava lá, são e salvo, progredindo com o desenvolvimento.

– Mas ela saiu normal... – Falei, temendo suas próximas palavras.

– Significa que o bebê está... – Ela deixou a frase morrer no ar e me encarou, a expressão triste. – Sinto muito, querida. Você perdeu o bebê.

– Mas...

.. Tinha acabado de perder minha filha. Que nem havia nascido. Era devastador. Senti um bolo se formando em minha garganta e minha visão ficou embaçada. Seria muito estranho não sentir mais aquela coisinha dentro de mim. Não sentir mais o constante mal estar. E seria mais estranho ainda contar isso ao ex-papai. Esfreguei os olhos, tentando secar as lágrimas e limpei a garganta me levantando.

– Eu... Eu tenho que ir. – Falei para Madame Ponfrey. – Obrigada. – Ela levantou a cabeça, me encarando surpresa, mas abriu um sorriso delicado. – Por tudo, mesmo.

Rapidamente sai de lá e corri em direção á casa da grifinória. A vontade de chorar era forte, mas eu não faria isso na frente daquele povo todo. Dei sorte de encontrar Neville saindo de lá com Simas e Thomas.

– Por favor! Eu só preciso falar cinco minutinhos com Fred. Eu entro, falo e saiu. Prometo! – Pedi. Os três se entreolharam por um tempo, mas no fim, concordaram em abrir pra mim.

Neville ainda pediu que eu tapasse os ouvidos pra não ouvir a senha. Obedeci, embora eu tivesse conseguido ouvir, mas esqueci dois minutos depois. Passei pelo Salão Comunal e nem vi que Anne estava lá com Isaac. Os dois discutiam, mas como passei rápido só ouvi: “Só de pensar que você ainda tinha dúvidas.” e “Você nem ia me contar, ia deixar sua namorada bobona saber por último” e a resposta de Issac: “Mas eu não tenho dúvidas, só quero um tempo pra pensar.” Não ouvi mais nada. Subi que nem um relâmpago pelas escadas até chegar ao corredor do dormitório masculino. Não dei nem três passos, quando o outro gêmeo passou ao meu lado junto com o mais novo ruivo.

– Emily?! – Jorge praticamente gritou meu nome. – O-O que está fazendo aqui?

– Vim ver o Fred. – Disse passando por ele, mas o outro segurou meu braço. – Rony...

– E-Ele não está ai. – Falou gaguejando. – Ele... Foi treinar quadribol.

– Mentira. A Lufa-Lufa reservou o Campo. – Como se estivesse confirmando que Rony estava mentindo, ouvimos a risada de Fred dentro de um dos Dormitórios.

Soltei-me de Rony e fui até o cômodo, me arrependendo até o último segundo. Antes de empurrar a porta, ouvi a risada de Fred, mas seguida por outra. Uma risada feminina. Aproximei-me da porta e pude ouvir melhor.

E a Emily? – A voz feminina disse. – Essa história do bebê vai complicar a gente, ruivo.

– Emily, acho melhor você voltar mais tarde... – Jorge puxou meu ombro, mas afastei sua mão com um tapa.

Mai uma vez, pude ouvir a risada de Fred. – Não se preocupe. O ano está acabando e logo nós saímos de Hogwarts. Ela pode ficar com o bebê, eu não quero aquela coisa agora.

Coisa?

Meus punhos se cerraram e eu empurrei com força a porta. Vendo Fred encostado na parede, sem camisa, com Angelina Johnson á sua frente, de roupa íntima. O ruivo ficou surpreso e empurrou a vaca pra longe dele.

–SEU DESGRAÇADO! – Praticamente rosnei pra Fred, enquanto ele recuava. –EU AQUI, PREOCUPADA COM VOCÊ, ACHANDO QUE IA FICAR ARRAZADO AO SABER QUE EU PERDI A PORCARIA DA SUA FILHA! – Nem media minhas palavras, simplesmente saia. – VOCÊ É UM MERDA! UM BOSTA! UM FILHO DA MÃE! - Lágrimas embaçaram minha visão, mas não permiti que uma sequer caísse. Ele não merecia nada de mim.

– Emily, eu... – Fred tentou me segurar enquanto ameaçava bater nele, mas puxei meus braços e recuei, apontando um dedo em sua direção. Jorge e Rony também se colocaram entre mim e o desgraçado.

– NUNCA MAI, WEASLEY! Nunca mais fale comigo, nem me olhe ou pense em mim! Você é um idiota! – Uma única lágrima rolou por minha bochecha esquerda, mas fiz questão de seca-la. – Eu te odeio!

Virei-me e pude ver Rony me olhando assustado e Jorge, com um olhar de pena. Apenas passei por eles, batendo nos ombros do Weasley mais novo. Hesitei por um momento.

– Quem é que brinca com quem agora, Rony? – Nem vi qual foi sua reação dele, só sai dali o mais rápido possível.

Ninguém estava no Salão Comunal, então sai e corri pelos corredores. As lágrimas começaram bem nessa hora. Como eu era burra! Deixar-me enganar desse jeito! Rowena deve estra se revirando na tumba só de saber quão burra eu fui. Sequei as lágrimas com as costas das mãos, mas foi inútil. Quando consegui enxergar alguma coisa, esbarrei em um ser de azul. Nem vi quem era, só sei que ouvi a voz de Thalia.

– Em, o que aconteceu?

Forcei o olhar e o primeiro que vi foi Ray, com quem eu havia trombado, depois vi Thalia, Anne, Isaac, Elena, Jason e sei lá mais quem. O bonde é muito grande. Abri a boca pra falar, mas ao invés de palavras saíram mais lágrimas. Porcaria! Odeio chorar na frente das pessoas!

– Ei, ei, calma! – Disse Ray. Ele e Thalia, que estavam mais próximos seguraram meus ombros. – O que houve?

– Eu... A Madame PomPom... Perdi o bebê... O Fred é um bosta... Eu quero morrer! – Eu sou ótima pra explicar as coisas, mas Thalia entendeu.

– Ok ok. Já entendi. Anne? Elena? Vou precisar de vocês. Sai encosto! – Ela bateu na mão de Ray para que ele parasse de me segurar.

O moreno simplesmente sorriu de canto e murmurou um “conversamos depois” pra mim, antes de se afastar com Jason e Isaac.

Thalia me puxou pelo pulso até a Torre de Astronomia e, quando viu que não tinha ninguém lá, sentou no chão. Elena e Anne também sentaram. Sentei-me contra a parede e apoiei a cabeça nela. As três me olharam ansiosas e preocupadas ao mesmo tempo. Respirei fundo e comecei.

– Eu fui pra Madame Ponfrey mais cedo por que tinha alguma coisa errada. Ela me deu um coiso lá com gosto de suco de uva aguado que me deu vontade de fazer xixi. Se o xixi saísse normal, é por que não tinha mais criança. Se saísse anormal, com sangue ou alguma coisa assim, é por que o bebê tá bem.

– E? – Incentivou Elena.

– Saiu normal. – Uma lágrima rolou por meu rosto, mas sequei-a rapidamente. – Eu perdi a porcaria da criança!

– Não fala assim. – Pediu Anne.

– Falo sim. – Bufei de raiva e continuei. – Falo por que quando eu fui contar para o desgraçado do pai, ele estava trepando com a puta da Angelina Johnson!

– Angelina Johnson? – Perguntou Anne.

– É.

– Não!

– Sim.

– Não!

– Sim! – Bufei de raiva de novo e encostei a cabeça na parede. – Eu não acredito que fui tão estúpida! Ele chamou o bebê de coisa, disse que “não queria aquela coisa agora”. Tá, eu também não queria, mas ele quase me espancou quando disse que ia abortar.

– Que absurdo! – Murmurou Elena.

– Não é?

Bufei mais uma vez e engoli o choro. Mais nenhuma porcaria de lágrima iria cair por causa daquele bosta. Agora que não tenho mais aquela criança, não tenho mais por que ficar com ele. A partir de agora, Emily Carter não é mais submissa de Fred Weasley.

Limpei o rosto e arrumei o cabelo. Pedi licença pras meninas dizendo que ia para o meu dormitório tomar um banho e dormir um pouco. Elas não discutiram e me acompanharam até lá. Entrei no Salão Comunal e ouvi vozes indesejáveis.

– Eu quero falar com ela. – Era Fred bosta gritando.

– Você vai falar com a minha mão na sua fuça se não sair daqui agora! – Era Silas? Jesus, ele deixou de ser fêmea brava pra ser macho alfa!

– Cara, cala a boca. Cadê a Emily? Ela vai ter que me ouvir, ela tá grávida da minha filha. Cadê ela?

– Correção... Eu estava grávida da sua filha. Agora, meu útero está desocupado e nenhum ser vai ocupa-lo por um bom tempo.

O ruivo me fuzilou com os olhos verdes transbordando.

– Você abortou? – Falou entre os dentes.

– Não. – Respondi seca. – Eu perdi a porcaria da sua filha.

Ele me olhou em choque, mas logo se recuperou. – Se era porcaria, por que não abortou antes?

– Por que você não quis. Preferiu me deixar com aquele fardo que só sabe me fazer vomitar as tripas enquanto se esfregava com a puta da Angelina.

– Não fale dela assim.

– Eu falo como eu quiser! Ela é uma puta mesmo. Uma desgraçada assim como você, seu merda! Carreguei aquela porcaria por três meses sem conseguir dormir ou comer sem vomitar ou chorar. E quando eu a perdi e precisei de você, onde você estava, Weasley? Se engolindo com aquela puta!

– Chega, Emily! Ela não é puta, é mais mulher do que você. Não foi ela que deu pro meu irmão e pra toda população masculina de Hogwarts. Foi você. Você é a puta.

Meus punhos cerraram e se Raymond não tivesse aparecido dos além e feito, eu mesma teria feito.

Assim que o punho do moreno atingiu certeiro a boca do ruivo, ele cambaleou pra trás, com a mão apertando a área atingida.

– Puta é a sua vó! – Disse, fazendo Fred recuar.

Fred saiu do Salão Comunal e Ray me puxou pra sentar no sofá. Silas se certificou de que eu estava bem e contou que Fred invadira o Salão Comunal me procurando. Assim que disse, saiu atrás da Zoey. Raymond se sentou do meu lado no sofá e me encarou.

– Eu... Sei já o que aconteceu.

Senti vergonha. Raymond era meu amigo desde sempre. Ele saber era como um irmão saber. Afundei o rosto nas mãos e neguei.

– Eu... Eu me sinto tão estúpida! Tão... Tão usada! Rowena deve estar se revirando no túmulo neste exato momento.

– Ei, ei, para com isso! Não é sua culpa. Fred é um cretino que te manipulou, e você, por ser tão inocente, caiu na dele.

Acabei sorrindo com seu comentário e levante a cabeça. Ray me olhava com um sorriso bobo no rosto, os olhos mais alegres que os de Thalia quando falam do Jared.

– Viu? Já esta sorrindo! Quer dizer que já esta melhor! – O jeito como ele disse aquilo me fez rir que nem uma criança.

– Você é o melhor, querido! – O abracei e ele não recuou. O que era um milagre, já que ele nunca aceita meus abraços.

– Querido é o seu pai! – Resmungou sorrindo.

– Também, mas você é mais!

Raymond riu com gosto e nós conversamos um pouco, na intenção de me distrair. Ele me contou que havia falado com os pais e que seu irmão mais novo, Sam, viria para Hogwarts no próximo ano. Eu surtei. Sam era a criança mais fofa desse mundo! Sou apaixonada por aquele menino desde que conheço Ray. Ele me contou também que a situação com Thalia estava cada vez pior e que o Mason era uma pedra no sapato dele.

Conversamos mais algum tempo até ele dizer que estava com sono e ir dormir. Surpreendi-me ao ver que já era noite. Completamente sem sono, fui pro meu dormitório e tomei um banho gelado. Nenhuma das minhas amigas estava no quarto, então sai, coloquei uma roupa simples e fui para a Torre de Astronomia.

Subi as escadas e quase tive um treco quando uma varinha foi apontada para minha cabeça. Graças a Merlin, era só o Malfoy em seus passeios noturnos.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntou me fitando com os olhos claros que até eram bonitinhos.

– Vim refrescar a cabeça. – Falei, empurrando sua varinha com o dedo indicador. – Refletir sobre... Alguns assuntos.

– Sei. – Ele se afastou e foi até a grade.

O segui cautelosamente e me apoiei á uma distancia segura do Sonserino. Nunca fui muito com a cara do Malfoy, ele era todo arrogante e mesquinho. Mas até que era bonito. Os cabelos loiros não estavam sebosos de gel e ele usava uma calça jeans normal com a blusa da Sonserina meio amarrotada.

– E você? – Perguntei fazendo-o me olhar. – O que faz aqui á essa hora?

Ele hesitou e depois bufou frustrado. – Vim refletir também. Colocar as ideias no lugar e decidir o que quero da vida.

– Entendi. – Murmurei. A noite estava frio, o céu completamente escuro com algumas poucas estrelas brilhando e sem nenhuma nuvem. Uma brisa gelada soprava, fazendo meus pelos se arrepiarem, mas era um frio bom.

Rapidamente, meus pensamentos flutuaram até os acontecimentos de hoje. A perda da minha filha. A traição de Fred. A conversa com as meninas. Fred favelado gritando com meus amigos. Ray me defendendo. Sorri ao me lembrar do soco certeiro em Fred. Era bom poder lembrar-me de momentos que me deixaram feliz. No final, são só esses momentos que você guarda.

Minha atenção foi atraída para o loiro de olhos cinza, me encarando persistentemente.

– Emily?

– Sim?

– Acho que sei de um jeito pra te ajudar.


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Notas finais do capítulo

reviews ou xingamentos?