Metamorfose escrita por debora_carvalho


Capítulo 10
Escolhas




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Metamorfose

 

Escolhas

 

 

O próximo mês passou e fomos convocados pelos Quileutes como estava previsto e junto aos outros lobos Sue proclamou nossa sentença:

 

- Vocês estão livres de quaisquer punições, porem a entrada em La Push continua proibida com as mesmas exceções e novas condições: Perola terá que permanecer humana, caso o contrario o Conselho voltará a se reunir e tomara as devidas providencias.

- Obrigada! – Me joguei nos braços de Sue que não esperava meu abraço, então me juntei a minha família aliviada por ter conseguido encontrar um meio de não machucar ninguém.

 

Reneesme e Jacob me abraçaram – ele não estava mais bravo comigo, minha prima o convenceu disso – Em minha direção estava Seth á 2m longe de nós, ele estava serio e nada convidativo aos meus olhos.

 

- O que houve com Seth? – Jake o encarou por minha pergunta.

 

 

- Não ligue pra ele! Seth tem richa com vampiros desde que Irina apareceu depois dos Volture.

 

 

- Irina? – Fiz uma careta estranhando o nome.

 

 

- Sim! Irina faz parte do Clã Denali do Alasca, ela contou aos Volture sobre mim falando que sou imortal. – Reneesme se agarrou a Jake.

 

 

- A verdade é que Irina todos os Cullen e se aproveitou dos sentimentos de Seth para se vingar da morte de Laurent.

 

 

- O que aconteceu com ela?

 

 

- Seth á matou antes que ela me matasse. – Jacob respondeu.

 

 

- E por que o conflito não acabou se no passado se ajudaram?

 

 

- Por conta disso nos mantemos afastados, apenas vigiando para que nada aconteça.

 

 

- Eu só não entendo por que Seth está tão indiferente comigo!

 

 

- Não ligue pra ele Perola! – Jake tentou me explicar. – Depois de Irina ele pensou que o imprint nunca fosse acontecer... Ele não quer que o inevitável aconteça.

 

 

- E o que seria?

 

 

- Vocês dois... Juntos... Como eu e Nessie! O imprint apenas acontece quando um lobo encontra sua alma- gêmea. – Tive que rir de Jake que por sinal não entendeu o meu humor e nem achou graça.

 

 

- Jake é impossível! Não posso ficar com Seth eu não o amo!

 

 

- Perola é inevitável! Os Quileutes querem que você continue humana porque sabem que vocês vão se entender...

 

 

- Não vou ficar com ele! Não acredito nesse “imprint”... Eu nem ao menos estou apaixonada por ele.

 

 

- Nem ele por você! – Jake defendeu o amigo por causa do meu desprezo. – Ele também não queria que fosse você e pode ter certeza que ele vai fingir que nada aconteceu até chegar a hora que não vai dar mais...

 

 

- Jake isso não é possível comigo... Meu coração não pede que seja ele.

 

 

- Perola um dia você entendera! – Jake encerrou o assunto tentando não me assustar. Eu não aceitaria Seth porque eles diziam que eu deveria... Meu coração não pedia por esse lobo carrancudo com fantasmas do passado. Preferi esquecer essa historia antes que me irritasse.

 

 

 
 
A chuva molhava meu rosto com toda a sua força assim como o vento batia sem qualquer suavidade, o frio não cortava a minha pele mais do que o medo e a melancolia.
Eu não sabia o que estava acontecendo, mas era como se alguém tivesse morrido e a dor estivesse cravada em meu peito. Ele apareceu do nada como se quisesse me tirar de um abismo. Sua face era angelical e terna, corri até ele e antes que pudesse fugir o apertei contra mim e pude senti-lo afagar meus cabelos encostando sua face em minha cabeça.
Ele era tudo o que eu pedia para minha subta dor. Voltei á encará-lo e dessa vez não tive medo.

 

- Fique comigo!

 

- vai ficar tudo bem!

 

- Me prometa que não vai embora!

 

- Prometo que ficarei! – Ele era sereno e me transmitia a confiança que eu tanto precisava.

 

- Eu te amo! – Sussurrei tentando aproximar meu rosto do dele... Mas acabou.

 
 
 

Me arranquei da cama irritada com esses sonhos, os ponteiros do relógio marcava três da madrugada, me levantei da cama e abri as portas de vidro da sacada. O tempo estava seco e não chovia – estranho – me imaginar num filme de terror seria bônus diante da minha atual vida: vivia entre vampiros vegetarianos, ser algo que eu ainda tinha dificuldades pra explicar, beber sangue e o pior deles: Estar apaixonada... Por um “alguém” que eu não esperava. Escutei o som do piano sendo tocado, abri a porta do quarto e lentamente vi

Edward na sala mostrando sua arte e como conseguia ser perfeito em tudo.

 

Seu momento de reflexão acabou escorreguei e caí sentada na escada. Edward se levantou do piano e veio me socorrer, nunca senti tanta dor em minha vida:

 

- Como consegue ser tão desastrada?

 

- Eu ainda sou humana!

 

- Certo! Deixe-me ajudá-la!

 

- Não! – O pausei fazendo sinal com a mão. – Você sabe do que sou capaz.

 

- Deixe de ser boba...

 

- Edward não me obrigue á virar o Hulk!

 

- Ainda sim consigo ser forte! – Edward riu e me pegou no colo antes que eu pudesse reclamar, me perdi em seus olhos e por um momento que nos encaramos, pude sentir seu hálito gelado soprar sobre minha face.

 

- Pronto... Pode me por no chão!

 

- Claro! – Edward fez como pedi e voltou ao piano. Eu o segui e fiz minhas perguntas.

 

- Onde estão todos?

 

- Caçando! Voltei mais cedo, me perdoe se á acordei!

 

- Não se preocupe! Não foi o piano que me acordou! – Edward tocava o piano como se eu não estivesse mais ali, era lindo como suas mãos deslizavam pelas teclas em suas belas melodias. – Você toca piano há muito tempo?

 

- Há algum tempo! – Ele me fitou sem se dispersar do piano. – Sabe tocar?

 

- Eu arrisco!

 

- Me mostre! – Me sentei ao seu lado, passei minhas mãos pálidas pelas teclas do piano em seguida comecei a acertar algumas notas.

 

- Debussy! – Edward afirmou. – Clair de Lune!

 

- Linda! – Sempre senti que essa musica era complicada de se tocar então arrisquei outra, estava com vergonha mas cantarolei sua letra aos poucos até que cheguei em voz alta. Ele apressiava com atenção minha melancólica e romântica musica. As palavras diziam assim:

 

 

(Good Enought – Evanescence)

 
 
 
 
 Sob seu feitiço outra vez
Eu não consigo dizer não á você
Deseje meu coração e ele estará sangrando em suas mãos
Eu não posso dizer não á você
 
Não poderia ter te deixado me irritar tão docemente
Agora não consigo escapar desse sonho
Não posso respirar... Mas me sinto...
 
Boa o bastante
Me sinto boa o bastante... Para você!
 
 
Beba dessa doce decadência
Eu não consigo dizer não á você!
Sei que me perdi completamente, mas não me importo...
Eu não posso dizer não á você.
 
Não deveria ter deixado que me conquistasse completamente
Agora não posso acordar deste sonho
Não é possível acreditar que me sinto...
 
Boa o bastante
Me sinto boa o bastante
Tem sito um longo tempo tão próximo, mas me sinto bem
 
 
Ainda espero que a chuva caia...
Que despeje a realidade sobre mim
Porque não posso me apegar á uma coisa tão boa o bastante
Eu sou boa o bastante pra você me amar também...
 
 
Portanto, tome cuidado com o que me pede
Porque não posso... dizer não!  

 

 

  

 

Terminei de tocar e recebi seu sorriso torto que fazia as borboletas no meu estomago dançarem.

 

- Parabéns! É uma excelente pianista, quem lhe ensinou?

 

- Meu pai... Quero dizer: Mike! Ele me ensinou e aprendi rápido.

 

- Você era feliz... Com Mike? – Sua voz era tão doce e relaxante que me deixava sem graça.

 

- Sim! – Confirmei. – Eu era mais apegada com ele... As vezes me pergunto se ele conseguiu se virar sozinho. – Sem que ele percebesse uma lagrima caiu dos meus olhos, Edward passou o polegar por elas sem qualquer medo de se machucar. Falar da minha antiga vida era difícil e me deixava deprimida. – Edward eu sei que já me contaram, mas quero que me responda uma pergunta: O que fez Rosálie e Emmett me deixarem quando eu era bebê?

- Perola acho que não devo falar sobre isso! – Edward se levantou me dando as costas indo até a porta. Me levantei do banco do piano e fui em sua direção em passos lentos.

 

- Por favor, Edward... Me diz... O que eles temiam?... – Edward se virou de frente para mim com a expressão seria sussurrando:

 

 

- Antes que nascesse os Volture queriam te usar para destruir os lobos e qualquer coisa que os ameaçassem... Eles a criaram com a capacidade de exterminar uma legião de lobisomens e vampiros sozinha... Eles queriam destruir á todos nós com sua ajuda. Rosálie não sabia dos planos deles e insistiu com Emmett para que fizessem a inseminação sem que soubéssemos. Ela não aceitou o aborto e com a gestação acelerada você teria nascido na segunda semana e estava matando Rosálie, Carlisle a induziu ao coma até que você nascesse. Foram quarenta dias tentando segurá-la para que não sugasse toda vida que existia em Rosálie. Nós pensamos que estivesse morta e os Volture fingiram que acreditaram em nós... Então Rosálie decidiu que você deveria viver entre os humanos antes que fosse tirada dela.

 

 

- É por isso que me odeia tanto? - Me aproximei aos poucos dele, eu ainda tinha medo de encará-lo, era como se eu fosse submissa á ele e de certa forma eu estava me tornando.

 

 

- Perola eu não odeio você. – Edward deu dois passos se aproximando de mim, seu rosto era melancólico e tão lindo que fez meu coração pular. – O que odeio é que sei o que se passa dentro de sua mente e que se eu quisesse arrancar seu coração você o faria por mim de bom grado... – Ele admitiu o que eu estava escondendo de todos, era tão terrível ouvir dele o que eu sentia por ele. – E odeio isso tudo em você porque é o que tenho almejado por tanto tempo... – Meu corpo tremeu e tive que respirar, contar até dez e assimilar cada palavras de sua boca. Eu estava em cima do muro, do mesmo jeito que era maravilhoso ouvir todas aquelas palavras era sacrilégio diante de todos. – Foi isso que conseguiu ver quando toquei em você...

 

 

- Edward...

 

 

- Perola eu fiz escolhas quando tirei Bella de Jacob... Eu... Tirei os poucos anos de dignidade que ela teria e muito mais...

 

 

- Edward só sou eu... – Eu não queria que ele se afastasse de mim por conta daquelas conversas idiotas eu preferiria não respirar se o perdesse de toda a minha essência. – Me dê um minuto... – Estávamos á poucos cm um do outro e a temperatura de seu corpo me contagiava sem ao menos ser tocada. Ele olhava meu rosto inseguro, mas certo do que queria fazer tanto quanto eu.

 

 

Seus dedos colocaram minhas longas mechas atrás da orelha e com as pontas dos dedos foi passando por meu rosto sem medo de que eu o machucasse, me segurou por minha face e aos poucos seu hálito frio soprava enquanto hesitava, Edward estava por um fio de me tocar da forma que eu desejava, até que pausou com a chegada de um rosto assustado, nos afastamos no mesmo segundo quando ouvimos sua voz:

 

 

- Não posso acreditar no que fariam? – Alice estava indignada. – Eu vi o que fariam.

 

 

- Não fizemos! – Edward enrijeceu mas estava cheio de culpa assim como eu.

 

 

- Teriam feito se eu não tivesse chegado.

 

 

- Não! – Exclamamos juntos. Estávamos mentindo para nós mesmos.

 

 

- Edward como pôde se esquecer por um minuto dos votos que fez com Bella? – Alice dizia em sua voz de fada que agora estava cruel e acusadora. – E você Perola? Foi graças a Bella que você está viva! Como teria coragem de traí-la dessa forma? De trair nossa família? –

 

As lagrimas rolaram por meu rosto, o remorso e a vergonha tomaram conta de mim como em Edward e não havia nada que justificasse o que eu estava sentindo.

 

 

Lhes dei as costas e voltei pro meu quarto, tranquei a porta me sentei no chão encostando minhas costas na cama e deixei que todas aquelas sensações tomarem conta de mim, chorei por cada segundo que nutri esse sentimento e por sentir o de Edward também. Passei duas horas grogue de tanto chorar e de acumular minha culpa com a dele. Alguém bateu na porta dizendo:

 

 

- Perola precisamos conversar! – Eu estava tão absorvida que nem ao menos respondi. Em meio segundo vi Alice em minha sacada. Sua expressão era a mais calma e tranqüila possível. – Não pode fugir o tempo todo! – A voz dela estava fraca aos meus ouvidos.

 

 

- Alice não fizemos nada... – Respondi mais fraca que o som da sua voz.

 

 

- Sei que não fizeram! – Alice me tirou do chão e me colocou deitada na cama. – Eu e Edward tivemos uma conversa... Quando vi o que aconteceria voltei da caçada. – Ela cobriu meu corpo com o edredom enquanto me via chorar.

 

 

- Eu me apaixonei Alice... – Foi o Maximo que minhas cordas vocais me deixaram soltar.

 

 

- Sei que sim! – Ela se deitou ao meu lado observando meu rosto tristonho. – Edward está tão confuso e se sentindo mal quanto você, mas saiba que Edward ama Bella e jurou isso á todos nós.

 

 

- Não quero magoar Bella... Eu nunca seria capaz. – Meus lábios sussurravam com desespero para que eu me livrasse desse peso. – Eu só não queria fechar meus olhos e encontrar o rosto dele toda vez que eu adormecesse.

 

 

- Perola, não faça escolhas erradas porque seu coração anseia por elas... Ele é tão enganoso quanto qualquer coisa que conheça.

 

 

- Alice, eu vou lutar pra que isso acabe... Por Bella, por todos nós...

 

 

- E por você! – Alice encerrou nossa conversa me aliviando de uma carga que eu não deveria carregar. Eu desejava Edward com todo o meu coração... Mas ele nunca seria meu. 


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