Reflexos do Amor escrita por Débora Falcão


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Atenção, acrescentei algumas coisas ao capítulo 1. Favor ver se o capítulo 1 que você leu está completo. Depois, leia este.



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Eu não admitia meus sentimentos. Tentava me enganar, dizendo que não sentia nada por aquele estranho, mas não adiantava. Era mais forte que eu. Talvez as pessoas me culpem pelos acontecimentos. Talvez eu seja realmente culpada, não sei. O que importa agora é que já aconteceu. Não adianta voltar atrás.

Eu o via praticamente todos os dias, e da mesma maneira: rodeado por garotas. Eu sentia ciúmes, inveja. Queria estar no lugar delas. Ísis notava. Eu queria que ele me visse da mesma maneira, se interessasse por mim. Ignorava-o, evitava-o, tentava não estar nos mesmos lugares que ele, tudo para ver se me notava. Afinal, todas as garotas davam atenção a ele. Ele já estava acostumado a isso. Talvez se ele encontrasse em mim alguém que não desse tanto valor assim, ele tentaria me conquistar essa atenção. Talvez se sentisse incomodado pelo simples fato de uma garota o ignorar, como se não passasse de uma parede.

Ísis me aconselhava o contrário. Mas ela não conhecia as minhas razões. Queria aproximar-me dele através da distância. Mas ela não apostava nisso. Eu sim.

Um dia, surpreendi-o olhando para mim. Fingi que não notei e saí de seu campo de observação, só para fazer um teste. Queria ter certeza que era para mim que ele estava olhando. Saí do lugar onde estava, falei com Fred e fiquei encostada em uma pilastra, de costas para ele. Na mesma hora, Ele saiu de seu lugar, falou com Fred e passou por mim, indo para o outro lado do corredor. Gelei. Será que foi por minha causa? Não sei. O que sei é que temos um amigo em comum: Fred.

--**--**--

Sábado, fim das aulas. Tinha sido um dia estressante, com prova nos três primeiros horários e aula nos dois últimos. Havíamos trocado de sala por causa da perna de um colega. Ele não podia subir escada e ficamos na sala do 2º ano A. A sala dele, do moreno que nem o nome eu sabia. Ao sairmos, vi quando Ísis foi falar com Fred. Cheguei próximo para ouvir a conversa.

"Fred, tu joga vôlei com um menino dessa sala?"

"Sei quem é."

"Qual é o nome dele?"

"Por que 'cê quer saber?"

"É uma amiga minha que quer e pediu pra eu não dizer o nome dela. Sabe o nome ou não?"

"É Ângelo."

"Valeu."

Saímos juntas, nos despedimos. Entrei no carro do meu pai, que já estava à minha espera. Ângelo. O nome não tinha nada a ver com o dono, que de anjo não tinha nada, muito pelo contrário. Ísis, mais romântica, defendia a teoria de que por fora ele era assim, mas por dentro era diferente, possuía um coração de manteiga. Eu não acreditava muito nessa possibilidade. Resolvi continuar jogando o meu jogo.

Segunda-feira. Acordo mais animada. Me arrumo, olho o meu reflexo no espelho. Novamente ele. Deve ter sido por isso que o livro aconselhava colocar o papel lá, local que eu veria a todo tempo, me lembrando de algo que deveria me alegrar, afinal, foi eu quem procurei de espontânea vontade. Me alegrava, de certo modo. Para mim, era o homem perfeito descrito naquelas linhas. Personalidade definida e jovem, carinhoso, mãos másculas para me acariciar e proteger ao mesmo tempo. Dedos ágeis [?] de quem conhece música e toca muito bem um violão. Sua voz encantadora enchendo os meus ouvidos para me fazer dormir. Seus beijos doces, suas palavras de amor. Tudo isso ali no papel. Olhava no espelho, e em vez de meu reflexo, via seu rosto. Meu amor, onde estás?

Um estalo me acorda desse sonho. Corro pro colégio, ainda ouvindo a canção tão bem cantada pela voz de meu amado:

"Dorme amor,
Estarei ao teu lado
Te amando sempre
como nunca amei ninguém."

Meu coração batendo forte, ainda pela emoção que acabara de sentir. Entrei na escola. Lá estava ele. Ângelo, sim, o anjo cafajeste. Começaria mais uma semana de lutas interiores. Essas, as mais difíceis de se travar.

E o tempo foi passando, dessa maneira. Amava o homem do espelho e desejava Ângelo. Um beijo que fosse, um abraço. Era o que eu queria. Houve um tempo que pensei que ia enlouquecer. Nada acontecia. Ele não me queria, nem olhava pra mim. Acho que nem imaginava o turbilhão de pensamentos que me invadia toda vez que ele passava por mim. Eu fui ficando cada vez mais triste. Até que um dia, tudo mudou.


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Notas finais do capítulo

Bem, gente, a partir do próximo capítulo, começa a ficção da história. Espero que gostem. Lembre-se: eu era meio "avoada" assim mesmo. rsrs Reviews?