Descobri que Vossa alteza, a rainha, havia descoberto sobre a traição de seu irmão e por isso forjou a morte do próprio filho para proteger meu amado Naruto e o meu senhor, a sua excelentíssima pessoa.

Ela foi uma mulher incrível e sabia que não havia escapatória para ela, por isso confiou seu querido bebê a única pessoa que confiava. Uma antiga amiga. A médica de minha família. E essa médica cuidou de seu filho com sua própria vida meu Czar.

O seu filho nunca morreu, mas ficou no silêncio de nossa amada pátria para que um dia ele pudesse assumir o trono. Esse era o desejo de sua esposa. Que seu filho se salvasse. E mesmo que seus algozes tenham descoberto o plano, decidiram que o meu amado poderia ser uma ultima cartada.

E ele ainda é um trunfo.

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Lady Hinata entrara furtivamente no palácio e agora encarava desnorteada a linda e imensa pintura no centro da grande sala. Seu olhar parecia perdido, suas mãos tremiam, seu rosto suava e seu corpo estava estático em pleno choque ao encarar a pintura.

A linda obra de arte era imensa, cobria todo o centro do salão e a delicada menina de cabelos de noite e olhos de luar podia ver a grande quantidade de pessoas que passavam e olhavam tristemente para a obra. Plebeus, nobres, clérigos todos prestavam o devido respeito a aqueles retratados no quadro. Esse tinha uma moldura feita de ouro branco divinamente detalhada como uma corrente que segurava em união todo o conjunto da obra de arte. Esse conjunto era composto pelas três pessoas retratadas nessa:

O Czar: um belo homem de sorriso fácil e contagiante com expressão séria e justa, cabelos loiros brilhantes como os raios de sol que banhavam a pátria com justiça, amor e bondade, olhos de um azul infinito que exalavam transparência e benignidade, doçura e compaixão, rosto forte com traços destemidos e corajosos, cuja força parecia ser transmitida apenas pelo levantar de seu queixo bem desenhado. Era a figura máxima que representava todo o Caráter da nação.

A segunda figura era uma mulher. Namikase Uzumaki Kushina. A mesma mulher que apenas poucos minutos atrás invadira seu pequeno quarto e lhe revelara que ainda estava viva. Seus longos cabelos vermelhos como o sangue circundavam toda a parte inferior da obra como se esses cabelos mantivessem a todos os representados em eterna união, como que revelando exatamente o que tanto aquela linda mulher lutava pra fazer. Seu sorriso doce e gentil, os olhos que pareciam brilhar de felicidade e um rosto quase angelical davam a pintura um sentimento de ternura e uma força infindável. Ela se tornara a grande defensora de toda a nação, era uma mãe cheia de amor para todos aqueles que lhe tinham como rainha, mas também era a leoa selvagem que lutaria com todas as suas forças por aqueles que ela tanto ama.

Em seus braços estava a terceira figura: O lindo bebê com os olhos, sorriso e cabelos do pai brincava distraidamente com os cabelos da mãe. O olhar despreocupado no rosto se transformava em um símbolo de esperança. Herdara os traços fortes e determinação de sua mãe e a bondade e justiça dos traços do pai. Ele era o centro do quadro. Tornava-se o eterno símbolo do amor que estaria como centro de toda a nação, a esperança, a justiça, a certeza de um futuro melhor cheio da bondade que toda a pátria estaria banhada e circundada para se tornar um lugar melhor.

Uma lágrima caiu dos olhos da Lady do anoitecer. Aquele era o destino de seu amado marido? Uma vida feliz com seus pais, o herdeiro do trono, recebendo tudo do bom e do melhor, destinado a grandes feitos e com a responsabilidade de todo um país em suas mãos, mas também com todo o amor e a submissão desses? E tudo lhe fora tirado por pura e simples ganância...

Limpando a lagrima que escorria por seu delicado rosto a menina se retirou sutilmente do castelo deixando para trás a pintura que lhe revelava a verdade sobre o passado do anjo guerreiro que passara a amar e dedicar sua proteção pelo resto de sua vida.

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A bela Lady voltou a entrar em seu quarto de intensa simplicidade e encontrou a mulher, que antes vira retratada no quadro, brincando no chão com seu amado filho. Tenten encontrava-se sentada na cama olhando com um sorriso gentil a brincadeira entre neto e avó. Os dois no chão pareciam imerso em seus próprios mundos a ponto de não perceberem a chegada da dama de cabelos de noite e olhos de luar e isso permitiu que a jovem senhora pudesse apreciar melhor a cena.

—Hinata, você voltou! —Tenten cumprimentou chamando a atenção dos outros ocupantes da sala.

A jovem assentiu ainda sem saber o que falar.

—Eu, agora, poderia saber quem é a senhora? —Tenten perguntou respeitosamente, embora de maneira informal a mulher de longos cabelos vermelhos intensos.

Lady Kushina lhe sorrira de maneira doce.

— Sinto em dizer-lhe minha jovem, mas será mais seguro que você não saiba. —Ela respondeu exalando ternura e gentileza embora despojasse convicção e inquestionabilidade em sua resposta.

Tenten olhou-lhe curiosa e com um uma leve irritabilidade, mas não questionou a senhora. Logo seu olhar virou-se para Hinata exigindo respostas.

—Desculpe-me, cara amiga, mas esse é um segredo grande demais que poria sua vida em grande risco. Tudo que posso lhe dizer é que ela está intimamente ligada ao passado do meu marido. — Lady Hinata revelou-lhe com tristeza.

A menina de cabelos castanhos assentiu em compreensão e mesmo um pouco magoada pela falta de informações decidiu-se em não mais questionar. Sabia que a prima de seu futuro marido, confiava nela, porém não gostaria que nada de mal lhe acontecesse.

—Então Hinata, ainda precisa de minha ajuda, ou eu posso ir? Tenho algumas coisas pendentes de meu casamento para resolver... —A menina se levantava enquanto recolhia sua bolsa e a capa que fora gentilmente colocada ao seu lado na cama da dona do quarto.

—Muito obrigada Tenten. Você não sabe o quanto gostaria de agradecer por tudo que tem feito por mim e por meu filho desde o dia em que nos conhecemos... —Lady Hinata proferiu em agradecimento.

Tenten lhe sorriu amigável e docemente respondeu antes de lhe abraçar e se retirar.

—Isso era tudo o que eu faria por uma irmã querida. Estou disposta em ir até onde for possível pela minha nova família!

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As duas mulheres se encaravam. Uma convicta e a outra constrangida.

—Desculpe-me pela maneira rude, milady! —Lady Hinata fora a primeira a proferir algumas palavras no meio dos olhares conflitivos.

A mulher mais velha riu em divertimento.

—Não se preocupe minha querida nora. Você fez exatamente o que eu faria! —Respondeu de maneira simples e extremamente formal.

A menina assentiu ainda envergonhada. Olhou de relance para seu pequeno filho que ainda brincava no chão com os brinquedos simples que Lord Neji lhe trouxera em sua última visita.

Kushina suspirou também olhando para a criança.

—Quando descobri que meu menino Naruto havia se casado, de maneira nenhuma pude imaginar que ele também havia tido um filho. E olhe para mim hoje: Uma avó! —A mulher comentou com um sorriso brincando nos lábios.

Hinata sorriu levemente também e voltando seu olhar para a mulher não pode mais esconder sua curiosidade.

—Como conseguiu me encontrar, Kushina-sama? Isso é preocupante. Se a senhora conseguiu me encontrar, aqueles que tentaram contra a mim e ao meu filho também poderão... —A dama da noite parecia não só curiosa como amedrontada. Resistia ao forte impulso que tinha de pegar seu filho, abraça-lo contra si e sair correndo dali.

A senhora de cabelos vermelhos apenas lhe sorriu maternalmente.

—Não se preocupe minha Nora, porém receio que tenhamos que ir embora daqui imediatamente. Sem deixar rastros ou pistas. —A mulher falou seriamente.

Hinata assentiu e esperou o prosseguir da história.

—Antes de lhe explicar tudo preciso contar o que realmente aconteceu naquela noite... — A mulher começou com um olhar perdido e logo as lembranças invadiram sua mente...

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Aproximadamente 20 anos antes...

A mulher com intensos cabelos vermelhos andava calmamente pelos corredores do palácio, sua face de anjo tinha um olhar de pura vida e intensa felicidade. Havia acabado de chegar de uma longa viajem a fronteira do país e estava ansiosa por encontrar os dois homens de sua vida. Seu olhar distraído passeou suavemente pelo grande quadro que seu marido mandara pintar e a pouco tempo havia ficado pronto e fora colocado no centro da grande sala central do castelo. Seus dois amados seres de cabelos de sol sorriam como que para ela daquela tão perfeita pintura. Seu coração acelerou-se apenas em pensar que seu amado marido estava apenas a poucos passos de si.

Ela hesitou quando faltava apenas o último passo para que ela adentrasse o local onde seu marido e filho deveriam estar.

Essa hesitação poderia ter lhe custado ou salvado sua vida, pois não era seu marido na sala, mas sim seu irmão, era seu querido e inestimável irmão que conversava com o mais ferrenho inimigo de seu país.

—Lord Madara. Tem certeza de que precisará realmente da morte do menino? Eu preferia que não atentassem a vida de meu sobrinho. Não seria mais fácil livrar-se de meu cunhado? — Perguntou o jovem de cabelos tão vermelhos quanto o da mulher que estava fora da sala.

Lady Kushina arregalou os olhos em puro e legítimo horror.

—Não. Atentar contra a vida do Czar poderia levantar grandes revoltas por parte do povo, da nobreza, da burguesia e do clero, uma vez que ele é intensamente querido pela população, poderia por em risco o seu poder quando subisse ao trono, dando ilegitimidade ao seu poder, meu caro. Atentar contra o menino, seria quebrar o grande símbolo de esperança e de renovação da nação. Nós tiraríamos do povo o grande símbolo do novo. — Explicou o homem de cabelos negros e voz ameaçadora. Por um minuto Kushina tremeu. Sentia seu corpo prendendo-se ao chão devido ao choque e seu pulmão exigir mais ar do que ela poderia dispor-se a abastece-lo, o medo exalava por seus poros e logo a rainha estava imersa em seus sentimentos de incredulidade, traição, dor, angustia e medo.

—Então não seria melhor matar os dois então, o Czar e o grã-príncipe? Com o Czar fora do caminho será fácil subir ao trono... —O homem de cabelos ruivos voltou a questionar.

— Seria fácil vós, milord, ser retirado dele também. A morte do Czar destacar-se-ia mais do que a morte do menino, acarretando no que acabei de lhe explicar. Vós subestimais demais os sentimentos humanos, precisamos usá-los a nosso favor. A morte do menino não estruíra apenas um símbolo da nação, destruiria o próprio Czar fazendo-o se corroer com a morte do filho destruindo ele mesmo a vossa imagem. Aí sim, o tiraremos do caminho. — Lord Madara respondeu-lhe novamente.

—Não está superestimando os sentimentos das pessoas? —O irmão da rainha questionou ainda com desconfiança.

—Não... Já fiz isso antes... Como acha que consegui meu poder?

Agora...

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—Eu quase fui pega ouvindo. Corri imediatamente dali procurando por meu marido, porém ele estava numa importante reunião e não pode me encontrar. Entrei em desespero precisava salvar meu filho e meu amado marido, mas para isso precisava estar viva e precisava virar o jogo a meu favor. Foi por isso que deixei meu filho com a ama do castelo e observei a movimentação do lado de fora do quarto de Naruto e quando eles foram para matar o meu bebê, entrei junto na sala e atirei a nós dois pela janela ,não sem antes deixar o nosso sangue espalhado pela pequena saleta e meu vestido, que fora rasgado durante a luta, em muitos farrapos espalhados em meio as manchas de sangue, mas eu conseguira me jogar no fosso do castelo. E nadei até o outro lado, me enfiando no meio da floresta e esperando por minha cara amiga Tsunade. Eu realmente sangrei demais, mas consegui um vidro de um remédio que estudei junto de Tsunade e pouco antes dela chegar, percebi que ela estava sendo seguida. Sem alternativas, tomei o remédio e quando ela chegou perto de mim, pedi que ela cuidasse do meu bebê e que nunca contasse sobre seu passado que os culpados tinham olhos em todos os lugares e que poderiam usar como trunfo no futuro contra o meu marido. E logo eu perdi os sentidos. Quando acordei estava embaixo da terra, mas minha cabeça estava descoberta e acho que isso salvou minha vida mais uma vez e a insinuação que tinha dado a Tsunade parece ter poupado a vida de meu filho também. — Kushina tinha lágrimas nos olhos quando terminou de narrar os fatos. Sua expressão parecia pesar e a dor deveria ser tão grande que ela segurava fortemente o vestido no lugar onde deveria estar seu coração, era como se ela tentasse apartar a dor que sentia naquele lugar.

Lady Hinata olhava para ela surpresa, incrédula e admirada. A boa rainha havia pensado rápido e forjado propositalmente a própria morte, além de ter conseguido preservar a vida do próprio filho.

— Mas... E quanto ao Czar? Como você descobriu sobre mim? —Lady Hinata sentia um bolo na garganta e por isso tentava inutilmente faze-lo sumir, mas mesmo assim conseguiu falar com a voz embargada.

A bela Lady de cabelos vermelhos como o mais puro sangue relaxou sua postura antes de prosseguir com suas explicações.

—Quando eu acordei, decidi seguir de perto as pessoas que tentaram matar meu filho e tirar meu marido do trono. Eles eram uma organização, e o trono não era sua real ambição, era o nosso poderio militar e também da nossa imensa fortuna. Lembrando que nosso país faz fronteira com diversos outros e tem uma infinidade de aliados, sendo assim nossa pátria é o lugar perfeito para se começar uma guerra. Sabendo disso, eles criaram uma espécie de aliança que planejava dominar através da força, outros lugares e países, mas para isso precisariam de força e de soldados, além da localização perfeita. Meu irmão havia concordado com a ambição em troca do trono do país e logo se aliou a essa poderosa organização. Enquanto estive escondida, consegui conquistar uma série de aliados para me ajudar, não apenas a descobri informações, mas também para vigiar aqueles que amo. Tenho contatos no castelo, na casa de Tsunade e até na organização deles, mas só entro em contato com eles ou eles comigo quando é urgentemente necessário. É nessas horas que ser mulher é estrategicamente perfeito. Meu marido havia me ensinado estratégia quando éramos mais novos e ele ainda era o herdeiro. E sendo mulher e passando despercebida consegui ficar invisível, mas você conseguiu me surpreender, minha querida. Mesmo não conhecendo seu inimigo conseguiu se esconder de forma a proteger os dois, algo onde falhei. Como eu a achei? Simples, como te disse tenho vários informantes e em uma das minhas visitas ao meu informante dentro da organização escutei que Obito havia sido designado na tarefa de acabar com você e ao seu filho. Assim que pude visitei meu outro informante. Esse me havia dito que seus primos haviam sido mortos no incidente, mas que era estranho que não haviam encontrado seu corpo ou o do bebê, ele me confidenciou, adicionando a parte que ninguém, exceto ele, sabia disso. Logo comecei a cogitar a hipótese de você estar viva e depois de muito procurar descobri a pista de você estar aqui e vim imediatamente. Não se preocupe, eu cobri seus rastros, mas é melhor nos prevenirmos e irmos para o meu esconderijo. —A bela Lady esclarecia tudo muito rapidamente gesticulando e levantando-se no final de sua sentença para que ambas começassem a se mover.

Lady Hinata apenas se levantou com ela e se pôs a ajuntar suas coisas.

Ambas pegavam as coisas e guardavam dentro de algumas malas rapidamente. Sabiam que não tinham tempo a perder.

—Por que demorou, então tanto tempo, milady para aparecer? Por que até agora não se revelou e os destruiu se você consegue entrar e sair e recolher as informações? —Lady Hinata estava confusa. Ambas as sobrancelhas se juntavam no auto da cabeça numa clara expressão de dúvida. A bela lady de cabelos vermelhos lhe lançou um sorriso como o de alguém que sabe tudo antes de sentenciar.

—Devo dizer que nós duas estando mortas somos as melhores para derrotá-los e finalmente vamos ter o momento perfeito. Esperei por esse momento por muito tempo. O momento em que todos os membros vão estar aqui para realizar o projeto final de matar meu marido. Esse encontro acontecerá daqui a exatos seis meses e nós vamos estar prontas pra ele. Vamos, porque o nosso plano começa agora!