Silêncio Vermelho escrita por Ella NH


Capítulo 12
Capítulo 11: O azul da Inteligência


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, eu sei que estou sumida, mas tenho bons motivos: o primeiro, estava enrolada com as atividades da faculdade, e o segundo é a intensa pesquisa que fiz para aprimorar meus conhecimentos para utilizá-los aqui, e em alguns outros projetos que estou trabalhando (um inclusive estou postando pra vocês. A minha mais nova short-fic).
Sem mais delongas, desejo uma boa leitura.
Leiam as notas finais!!!



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A carruagem adentrava pelos portões da cidadela do príncipe Hyuuga.

Tenten segurava nervosamente as mãos de Hinata entre as suas como se tentasse passar-lhe a coragem que parecia escassa na dama ao seu lado. A dama que passara a admirar tão intensamente por sua força, coragem e tenacidade, que abrira mão da própria vida pela família.

Lord Neji não deixou que o gesto de amizade verdadeira passasse despercebido por seus belos olhos de luar. Amava a prima tão intensamente que gostaria de lhe por numa redoma de ouro e protegê-la de todos os perigos e provações que o destino lhe impusera, mas acima do senso de proteção, por amor, sabia que precisava deixá-la lutar suas próprias lutas. Ele sabia que no lado exterior da carruagem Naruto parecia encarar a rochosa estrada em pensamentos direcionados a esposa com seus espelhos da alma banhados em empática aflição. Sinceramente, lord Neji esperava que este sentisse medo pelo derradeiro e inevitável encontro com seu tio – O homem que o expulsou de sua casa e baniu a própria filha por amá-lo – porém seus olhos possuíam apenas a genuína preocupação pela amada esposa.

Lady Kushina ora olhava o caminho, ora abraçava seu neto que dormia escondido entre seu colo e o estreito banco da guia, ora observava o filho. Por ela o apertaria por um período indefinido, jamais deixaria que ele escapasse de seus abraços amorosos, dedicaria todo o amor que não pode dar-lhe todos esses anos, mas ela sabia que sua nação precisava dela, precisava deles, e embora seu coração egoísta lhe implorasse pelo calor do filho, sabia que ele jamais desistiria de salvar seu povo, então como ela poderia lhe abandonar nessa empreitada?

O ilustre cocheiro – que na verdade era o herdeiro do enorme país– e as duas supostas amas – de verdadeira ascendencia real, soberanas de todo o reino concedido pelo nosso Senhor Deus ao Czar – da senhorita Tenten foram recepcionados no palacete do tio de Lord Neji, soberano do ducado do príncipe Hyuuga, assim como esses. Com a ajuda dada com esmero, os três “empregados”, segurando o pequeno embrulho que escondia o neto do próprio Czar, se esgueiraram até a sala de reuniões do dono do palacete a esperar pela presença desse senhor.

Lady Hinata apertava os nós dos dedos da mão e logo sentiu o braço de seu amado marido lhe envolver dando-lhe forças. Ela, agora, precisava enfrentar seu maior medo: Seu pai. Por tanto tempo refletiu, por tanto tempo se martirizou sonhando e retornando ao seu passado tentando desvendar a futura reação do senhor seu pai. Mas agora, com o evento tão eminente, não podia deixar de temer aquele olhar que tanto lhe assombrara na infância, do olhar dos monstros de seus pesadelos infantis. Ergueu seus belos olhos ao gentil olhar de seu amado cavaleiro e foi ali que mergulhou no mais profundo mar de esperança. Ele, afinal de contas, era a sua luz no fim do túnel.

Lady Kushina, que ainda segurava seu adormecido neto em seus braços, apenas olhava encantada o jovem casal, e mesmo não querendo interromper o momento mágico que compartilhavam, precisou tocá-los gentilmente e conduzi-los ao esconderijo que era a estante de livros na parede ao sul da sala –A mesma sala ornamentada que encantara o Uzumaki um dia– porque passos rápidos pareciam ecoar no esterior do local, no corredor que conduzia ao seu local onde, apreensivos, se encontravam.

—Diga-me, meu sobrinho, o que desejas de meu favor para tão veementemente insistirdes em tal reunião. —A voz de Hyuuga Hiashi soava mais como uma imposição do que como pedido delicado que as palavras poderiam formar.

—Senhor, meu tio. Há algo que é imperativo que saibas. É sobre minha querida prima, Senhora Hinata. —O homem mais novo falou solenemente. Seu timbre tênue deixava a frase sombria e, mesmo com firmeza no tom, ele parecia frágil.

Por um momento a sala foi tomada por um silêncio fúnebre. Nem mesmo o respirar das pessoas que ali se encontravam eram ouvidos. E para a surpresa de lady Hinata, o homem mais velho se tornou inseguro em suas palavras.

—O que houve com minha menina? —A voz soou baixa e Hinata segurou um arquejo. Até mesmo Naruto parecia surpreso com aquela pergunta simples. Porém controlando-se e tomando sua esposa em seus braços para que essa não desmaiasse pela surpresa, abraçou-a. Ele não podia ver a conversa entre os dois Hyuugas, porém podia imaginar o olhar do seu sogro. Era o mesmo olhar que vira em seu rosto através dos cristalinos espelhos d’água com que cruzara durante suas andanças quando descobriu que estava sem ela.

— Naruto estava no campo comigo em serviço, porém ele fora chamado com urgência até a sua residência e eu não o vi mais por um tempo, meu senhor. As notícias que me foram passadas foi que houve um incomparável incêndio em sua casa e não sobrou nada, nem mesmo sua esposa e filho. —Lord Neji terminou seu relato suavemente, porém a dor era clara em sua voz, por mais que soubesse a verdade, sentia a dor de sua prima, e vira perigosamente de perto a dor do amigo. Esse viu que seu poderoso tio inclinou-se bruscamente na mesa e agarrando-a pareceu procurar equilíbrio.

—Filho...? Esposa... Morta? —O homem que colocava medo em toda a nobreza do reino, o imponente homem da aristocracia Czarista, se encontrava atordoado, incapacitado, temeroso. No final ele era apenas um homem como outro qualquer, e assim como todos, ele sentia dor, ele podia chorar.

—Essa é a história oficial, meu senhor. Mas há a verdade. —Lord Neji soava soturno.

Lord Hiashi Hyuuga pareceu se recuperar do choque, e mesmo abatido, mesmo com o olhar quebrando em fúria, olhou atentamente o sobrinho tentando desvendar sua expressão.

—Diga-me! —Ordenou sem que houvesse espaço para que o outro refutasse, mesmo essa não sendo a intenção do Hyuuga mais novo.

—Antes, meu senhor, precisa jurar lealdade a esse segredo e acima de tudo com nosso Czar. O que irei lhe contar é o maior segredo de nossa amada Rússia. —Lord Neji pedia solenemente.

A curiosidade parecia tomar conta do olhar de lord Hyuuga Hiashi, porém a dor ainda era bem presente naquele olhar gélido. Sua mente tentava encontrar qualquer ligação entre a morte de sua filha e sua amada Rússia.

—Sabes que serei leal a nossa Rússia mesmo depois de minha morte, meu sobrinho. —A voz do príncipe Hyuuga era carregada se sinceridade, ninguém poderia dizer-lhe o contrário. Entre todos, ele era o aristocrata mais patriota que lord Neji já havia encarado. Perdia somente para o grande amigo que descobrira ser o legítimo herdeiro do trono.

O sorriso de alívio subiu a face séria e rígida, mas o anseio e o temor ainda pesavam nos ombros do corajoso Hyuuga Neji.

—Meu senhor e tio, Hinata não está morta, mas chegou bem perto de encarar o nosso Senhor, Bom Deus, face a face por descobrir o maior segredo de seu marido. —Lord Neji começou a contar, mas ao olhar o furor nascente no olhar do tio tratou de explicar mais especificamente. — Antes que tome esse pensamento, saiba que o segredo era escondido do próprio Naruto, ele nunca soube sobre o seu passado, e quando Hinata juntou algumas peças, ela se tornou ameaça tamanha que precisou ser eliminada, da mesma forma como fora a mãe de Naruto.

O alívio substituiu a dor, o furor substituiu o alívio e a curiosidade ao furor. Os olhos gélidos de Hyuuga Hiashi aqueceram-se em genuína curiosidade.

—E você sabe desse segredo, meu sobrinho? Deveria temer por sua vida?

—Sim meu tio, e pela sua também. Esse segredo é algo que o senhor nunca imaginaria. Nem mesmo eu poderia imaginar tal coisa... Antes de tudo devo informar que recentemente, eu conheci o senhor Czar. Sabe o que pensei quando eu encarei vossa majestade, meu senhor? —Lord Neji tencionou os ombros em ansiedade.

O príncipe Hiashi Hyuuga acenou negativamente, procurando encaixar toda aquela história em partes que seu sobrinho lhe contava. Este suspirou nervosamente antes de admitir e explicar a história.

—Que meu amigo Naruto é imensuravelmente idêntico a vossa majestade, o Czar. —Assim que a frase fora proferida os olhos de luar do poderoso aristocrata se arregalaram.

—Insinuas algum parentesco entre o jovem Uzumaki e o senhor Czar, sobrinho? —A face com esplendorosa incredulidade parecia banhada em concordância. Comparando a lembrança entre os dois rostos, o príncipe não pode discordar com a afirmação do sobrinho.

—Não qualquer tipo de parentesco, meu senhor. Naruto Uzumaki é filho do Senhor Czar. E antes que pergunte meu tio, ele é filho legítimo e herdeiro da coroa. Filho de Uzumaki Kushina, nome de batismo da esposa de nossa majestade, e o próprio Namikase Minato. Namikase Naruto fora escondido sua vida toda para ter sua vida protegida.

A cada palavra o choque na face do mais velho se intensificava e a admiração lhe banhava a expressão. Por isso que o menino lhe fora familiar a vida toda, por isso que seus olhos lhe transmitiam profunda segurança, agora o receio que um dia tivera de libertar a filha e confiá-la no rapaz se mostrava a decisão certa. Ele realmente daria a sua princesinha o futuro que ela merecia, pois sua menina era casada com o herdeiro do trono e não apenas isso, ela lhe dera um filho.

—E por saber que Hinata descobrira o segredo, mandaram matá-la, mas ela escapou, mas teve que forjar a própria morte. Isso deixou Naruto arrasado pelos dois anos que ela esteve escondida se recuperando e tentando impedir o golpe de estado que se arma em nossa amada pátria, meu senhor. —Lord Neji, o cavaleiro continuou, agora mais tranquilo. A pior parte passara.

—Dois anos? Impedir um golpe? —a avidez da pergunta surpreendeu Neji.

—Foi necessário, meu senhor, Por que minha amada prima não estava sozinha em tal derradeira situação. Como comentado pela própria rainha: “Naruto e o pai tem o mesmo gosto para mulheres”, não está de acordo vossa majestade?

Kushina apareceu saindo de traz da estante segurando o menino adormecido e deixando que a sua suave risadinha escapasse pelo cômodo. Atrás dela havia uma lady Hinata e um lord Naruto singelamente corados com tal declaração.

E o príncipe Hyuuga apenas encarava incrédulo tais presenças em sua frente, e ao contrário de qualquer expectativa, assim que se recuperou do choque, abraçou desesperadamente a filha deserdada.

Enquanto isso, em outro lugar do reino, bem distante do reencontro entre pai e filha uma pessoa estava imersa em escuridão.

“7 anos... 7 anos planejando o golpe perfeito naquele país enorme e poderoso para que tudo viesse a ser destruído por uma mulher. Tendo que esperar mais 24 anos para que pudesse começar agir novamente.”

O homem de preto andava pela sala com aquele pensamento se repetindo em sua mente. Ele repassava passo a passo o plano inicial tentando encontrar o que poderia ter dado errado em seu esquema.

A primeira coisa que ele fez foi procurar desestabilizar o poder do Czar, assim a tomada do poder seria a mais ampla possível. Sem reações internas, sem contestação das elites, sem a reclamação do clero... A forma mais simples de conquistar o povo com aquela velha história de “salvação”, assim facilitando o domínio. Foi por isso que compactuou com o irmão da rainha para ter acesso total ao castelo e assim assassinar o herdeiro do trono. Com a afetação do rei, esse deixaria com que seu estado de espirito desestabilizasse seu governo. Seria fácil tomar o poder assim, mas o Czar não era tão frágil quanto ele imaginava... Ele teria que executar outras medidas se quisesse tomar o poder.

A segunda medida foi reunir o maior número de aliados possível para uma futura revolta interna. Com a força militar ao seu lado mesmo que o rei tentasse reagir aquela dominação quando a revolta acontecesse, ele facilmente sufocaria a reação acabando com ela. O Terceiro passo foi plantar a dúvida no governante, o fazer se sentir extremamente vulnerável, desconfiado e paranoico. Assim, qualquer vazamento de informações seria rapidamente levado a ser considerado um boato, e aqueles que não fossem verdadeiros, se tornariam o motivo de preocupação do rei. Com o reforço da segurança, o quarto passo seria apenas uma consequência, seria fácil colocar agentes espiões e reforçar sua própria aliança com aqueles que lhe garantiriam o poder. Sendo assim efetuaria o quinto passo: sugerir uma falsa segurança enquanto o governante está em suas mãos e cada passo é vigiado.

Aí entra a sexta medida... Você precisa fazê-lo acreditar que é dono de suas próprias decisões, mas controlando-o sutilmente para que ele tome as decisões precisamente tomadas por você, guiando-o nas situações. O povo precisa acreditar na insegurança do governante, enquanto o governante acredita que seu controle está seguro.

Depois de tudo isso seria apenas uma questão de aplicar o golpe, porém tudo deu errado quando a rainha interviu e também morreu, devido a tal infortúnio seu irmão desistiu do plano e foi morto pelo risco de contar ao rei seu problema. Só que a rainha conseguiu sobreviver o suficiente para se esconder na floresta e salvar o filho que sobreviveu.

O menino poderia ser uma falha no plano se ele não fosse um excelente plano B. Caso o plano principal desse errado, o usaria para chegar ao poder. Mas o resultado principal foi parcialmente tomado. O governo se tornou parcialmente instável, porém apenas pela perda da família do Czar, ao contrário das estimativas, o Czar não permitiu que sua administração fosse prejudicada. Se fosse o panorama montado anteriormente seria simplesmente necessária uma nova investida que seria um atentado a rainha e assim, a vulnerabilidade do Czar seria a sua instabilidade, porém a rainha também já havia falecido, com isso não havia mais forma de atacar o Czar por seus laços emocionais.

Vendo os resultados políticos infrutíferos, o próximo passo foi a economia, mas a economia interna também era forte, por isso atacar o acesso a fronteira seria a melhor opção: formando um cinturão os produtos internos estariam escassos levando-se a uma crise econômica e civil o que geraria uma revolta interna.

Deu certo por apenas cinco meses, porque o Czar logo que detectou o problema tornou o país autossuficiente. Mais uma tentativa frustrada pelo excelentíssimo esquema de governo. Mas para alguém inteligente, seria fácil virar essa história a seu favor, pois isso poderia trazer um problema com as exportações e importações, um problema de relações diplomáticas. Devido a autossuficiência do país, os seus aliados se veriam ameaçados de uma perda econômica drástica e assim levar a uma guerra na fronteira, prejudicando o reinado. Porém assim que o cinturão foi aberto, os produtos voltaram a ser comercializados, sem uma quebra de aliança ou quebra de apoio diplomático, o fortalecimento dos produtos nacionais, valorizaram o status do produto internacional, os fazendo ser facilmente comercializados principalmente pelas classes econômicas mais privilegiadas. Contando com a quebra econômica por superprodução, uma nova investida foi feita e logo mais uma frustração... Na verdade, o país aumentou sua exportação, o que resultou num acumulo maior de riquezas e um incentivo a um comércio internacional que apenas estreitou mais as relações entre aliados.

Medidas política, econômicas e diplomáticas fortaleceram ainda mais o país, o que apenas em vez de conseguiu comprometer a estabilidade do país, o tornou ainda mais próspero. Parecia que toda a investida era facilmente desmoronada. Não havia dúvida de que o governo Namikaze era realmente fantástico... Mas o homem das sombras não desistiria assim tão fácil. Ainda havia uma última oportunidade. Essa era sua chance, pois se a política externa era forte, nada o impede de comprometer a interna: a nova investida seria burocrática, ele destruiria o reino, ele destruiria o Czar de dentro pra fora, acabando de vez com aquela família que tanto lhe atrapalhara, aquele imenso estorvo no seu caminho para o controle, para o poder.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, tenho uma importante pergunta: Eu estou querendo atualizar a fanfic trocando o nome Hikaru, por Boruto, já que a descrição entre ambos batem e eu estarei aproximando mais com o universo no mangá. Concordam com a atualização?
Bem, obrigada por não desistirem de mim... Um grande beijo e até o próximo!



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