Nebbia escrita por Lady


Capítulo 9
Epilogo.


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao fim.
Ah, estou tão emocionada ;-;
Nunca imaginei que conseguiria concluir essa história, ainda mais por haver tão poucos leitores... Mas ainda sim eu consegui, e graças a todos os que comentaram *O*
Enfim, Boa leitura.



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Sexta-feira, 08 de Novembro de 2008.

Localização: Arredores da Mansão Vongola.

Nota: Eu sei que deve ter sido difícil segurar suas lágrimas e dizer adeus com um sorriso no rosto.

Os passos eram sutis enquanto caminhava entre as lapides. A grama sob seus pés, úmida devido à chuva recente, apenas o guiava para o local do tumulo que tanto buscava.

Parou, logo quando se viu onde desejava. Ajoelhou-se, depositando o buque de raras rosas arroxeadas aos pés da estatua de anjo que se erguia majestosa. Não tardou em juntas às mãos frente ao corpo em uma muda oração a pessoa que era homenageada por aquele simplório tumulo, afinal não havia ninguém sete palmos abaixo da terra.

Ao fim da prece o castanho permitiu-se fitar as letras em dourado na lapide enquanto o silencio vinha de forma dolorosa.

Ouviu passos se aproximando, e em poucos segundos já podia sentir a presença de Mukuro ao seu lado. O azulado manteve-se em silencio, e Tsunayoshi sabia muito bem o porquê disso.

Ele se lembrava e talvez jamais fosse esquecer.

Um mês atrás ele devia ter sido morto por Chrome, há quase um mês ela deveria ter o matado para punir seus companheiros, e Guardiões. Ele só não entendia por que ela não o fizera. Nem o porquê de ela ter morrido.

Sim, ela morreu em seus braços. Morreu agonizando por algo que ele, apesar de não entender, Mukuro entendia e via, e ficara desesperado, desconsolado, por ver que não conseguia ajudá-la. Aos braços de Tsunayoshi, a Dokuro faleceu utilizando seu ultimo fôlego para lhe sussurrar palavras – mas mesmas que hoje estavam gravadas na lapide -, e logo após o corpo estilhaçou-se e desfez-se numa nevoa fria que retornou ao ínfimo céu sob eles.

– Tsunayoshi. – murmurou o Guardião, fitando as letras douradas do pequeno trecho gravado na lapide. – Você quer saber por que a Nagi morreu? – questionou recebendo um aceno afirmativo, mesmo que um tanto hesitante, como resposta. – Ela... Havia lhe matado para nos ensinar uma lição. – o azulado abaixou o olhar, mal notando que as orbes castanho-douradas do Don se arregalaram em demasia. – Ela ficou presa em Vindicare, e o Nono reassumiu a Vongola. – o homem sorriu nostálgico. – De alguma forma a Vongola estava suportando tudo... Mas um ano depois de tudo Nagi colocou um plano em ação. Nessa mesma data, daqui a um ano, Kyoya havia arrancado meu olho direito como parte desse plano. E quarenta e cinco dia depois pudemos ver o epilogo de tudo o que ela fez... Claro que antes disso eu já havia entendido o que ela planejava, só que... Só que já era tarde demais... – e a surpresa do Sawada tornou-se maior quando viu o Rokudo chorando. Era a segunda vez que presenciara tal ato, mas ainda sim não conseguia deixar de se surpreender.

Complacente, depositou a mão sobre o ombro do Guardião. Mesmo que pouco, desejava passar algum conforto e alguma confiança ao mesmo.

O azulado fungou antes de dar continuidade.

– O objetivo dela era voltar a esse tempo, ao exato momento em que lhe mataria. E nessa volta temporal manter as memórias de todos os que estavam presentes no ritual. – comentou após buscar secar as lágrimas. – Ela queria que todos aprendessem que a Vongola não é nada sem... Você. – não custou para o castanho corar levemente diante daquelas palavras. – E ela tinha razão depois de tudo. – e pensar que um dia o homem que jurou destruir a máfia estava ali afirmando que a maior organização mafiosa do mundo não é nada sem um dame como Boss.

Piscou, relembrando que, um dia após o falecimento da metade feminina da Nevoa, Dino o ligara desesperado e implorando por desculpas – o que Tsunayoshi não entendeu exatamente -, e segundos após Enma e Uni praticamente invadiram seu escritório – ambos chorando como crianças desconsoladas – fato que deixou o Don completamente desnorteado enquanto alguns de seus guardiões apenas riam. E depois ainda houve uma estranha e notória visita de Bermuda junto de Jagger, ato que surpreendeu até mesmo Reborn.

Mas o mais estranha fora quando Byakuran aparecera sorridente, e até oferecendo marshmallows a Tsunayoshi, isso sem antes dizer que, caso o Don quisesse, ele seria muito bem-vindo a mansão Gesso – e também não tardou em acrescentar que adoraria punir seus Guardiões caso fosse necessário.

E quando tudo havia se acalmado, fora à vez de seu avô ligar, alegando ter saudades de uma visita dele. Definitivamente fora um dia estranho, mas... Isso tudo queria dizer que eles sentiam saudades dele...?

Piscou, desconcertado diante de tudo o que ouvira. É claro que ele havia notado que, de um tempo para cá, muitas coisas haviam mudado, ainda mais com referencia aos seus queridos Guardiões e amigos. E no momento em que virara-se para agradecer a Mukuro, o mesmo já havia partido.

Suspirou, num misto de alegria e tristeza. E mesmo sabendo que fizera tanta falta assim para seus amigos, mesmo sabendo que Chrome sacrificara tanto por si; ele ainda sim preferia que a Dokuro estivesse ali no seu lugar, respirando e chorando; e estando ao lado de Mukuro.

Devagar ergueu-se, levando o olhar para fitar o céu acinzentado. Podia sentir que em breve uma tempestade viria.

Tornou a suspirar, baixando o olhar. E fora neste simples ato que ele a viu.

Estava longe, mas mesmo isso o impediu de identificá-la. De pé, entre um grande carvalho e um mausoléu antigo, ao fim do cemitério, ela o fitava com um sorriso tímido. Era quase possível ver as lágrimas que escorriam brilhantes por sua pele pálida, fantasmagórica. Mas nem de longe isso retirava alguma beleza da moça.

Ela lhe acenou, antes de fechar os olhos e desaparecer numa simples neblina que fora soprada pelo vento.

Mas mesmo o fato de que ela não estava mais ali faria com que o Don se esquecesse da bela figura doce da Dokuro.

Tsuna sorriu, um sorriso triste e vacilante, que demonstrada toda a dor que dispunha no seu coração por aquela perda.

E nisso a brisa soprou em seus ouvidos singelas palavras na voz melódica de Chrome. As mesmas palavras que agora jaziam gravadas no mármore da lapide da moça.

“Acredite no impossível.”

~Fim~


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer de coração a todos que comentaram e favoritaram. Aos acompanhamentos e a linda recomendação da minha flor do campo