Terça-feira, 15 de Outubro de 2008.

Localização: Arredores da Mansão Vongola.

Nota: A única coisa tão inevitável quanto a Morte é a Vida.

Os passos ecoavam alto enquanto o rapaz de cabelos prateados seguia por entre as arvores densas da floresta.

Há pouco havia derrotado e matado aquele que lhe impedia de chegar aonde seu amado Jyuudaime se encontrava.

Seguia apressadamente sentindo um calafrio subir por sua espinha. Algo lhe dizia que não deveria seguir em frente, mas precisava o fazer.

Estava descontente por ter demorado tanto, talvez seu chefe já houvesse derrotado o inimigo, talvez apenas ele estivesse faltando chegar. É talvez.

Assim apressou ainda mais sua corrida, logo avistando a clareira parcialmente destruída. Não demorou a um sorriso se abrir em sua face, este que logo desfez-se quando viu seu precioso chefe ajoelhado no chão, ofegando bastante.

- Jyuudai--

As palavras engasgaram-se em sua garganta enquanto, de olhos arregalados via Chrome – uma das metades da Névoa – aproximar-se de Tsuna. Quase instantaneamente sua mente gritou perigo quando o homem viu o tridente ensangüentado que esta empunhava.

E logo quando alcançou o local aberto pode ver a mulher parar frente ao seu Céu – este que apenas olhava-a – e erguer uma arma, apontando-a para a cabeça de Tsuna.

Não houve palavras.

Não houve nada.

Exceto o som alto do tiro ecoando pela cabeça de Gokudera Hayato enquanto, de olhos arregalados, fitada o corpo caído e inerte de seu amado chefe morto.

O rosto da jovem não passava de um borrão para o Guardião da Tempestade. De novo e de novo a cena se repetia em sua mente enquanto o rapaz deixava-se cair de joelhos impossibilitado de ter qualquer reação diante do que presenciara.

Por dentre as arvores o restante dos Guardiões surgiam um a um. E nenhum deles entendia, ou mesmo acreditava, no que viam.

Até mesmo Hibari questionava se aquilo era mesmo real e não uma das ridículas ilusões da Névoa. Mas a expressão de Mukuro denunciava a verdade.

Era real.

Ainda parada em pé, a jovem de cabelos azulados ergueu a arma a própria cabeça. Seus lábios tremiam, enquanto as lágrimas imperceptíveis escorriam pelo lado esquerdo da sua face.

Antes mesmo de Chrome poder apertar o gatilho correntes grossas envolveram seus pulsos e puxaram seus braços. O revolver chocou-se friamente contra o chão junto ao tridente ensangüentado, enquanto as figuras sombrias dos Vindice surgiam a partir das chamas da noite.

- Boss... – a voz fraca da jovem mulher murmurou enquanto decaia seu único olho sobre o corpo frio no chão.

E deixando tudo para trás Chrome Dokuro permitiu-se ser levada para Vendicare, de onde nunca poderia escapar.