Gray ON

Eu estava na frente de todos. Parecia mesmo que eu ia vencer facilmente a prova quando Laxus liga para mim pelas cartas de Kana.

“Gray? Está me ouvindo?”

Eu não parei de correr, só diminui a velocidade e peguei a cartinha.

– Tinha que ligar agora?! Eu estou para chegar em Magnólia! Mas uns cinco minutos!

Ouvi Laxus bufando.

“Makarov disse que é proibido usar magia em Magnólia. Só para dizer isso ‘senhor sabidão’. Vai pelas suas pernas assim que chegar na cidade! Sayonara!”

Ele desligou e eu guardei a carta. O que o Mestre estava pensando? Ele muda as regras do jogo no meio do jogo! Falta só alguém jogar com ele o xadrez que o próprio inventou para poder ganhar! O esquema é mais ou menos esse.

Lembrei que eu estava proibido de usar Magia e havia acabado de chegar na cidade. Parei com minha “ponte” de gelo em cima dos telhados e desci novamente ao chão para a corrida de verdade. O ruim é que eu estava na estação. Fica longe da guilda.

Gray OFF

Narradora ON

Gray não viu, mas Lyon estava na mesma altura que ele, só não na mesma rua.

Lissana fora muito esperta e pegou um atalho chegando em Magnólia antes de todos. Mas ela só estava alguns metros dos dois.

Já Wendy estava um pouco atrás, pois além de ter saído depois do seu ponto de batalha em Clóvis, ela era a menor dos participantes!

– Vamos Wendy, força nessas pernas!

Ela respirou fundo e correu o mais rápido que podia! Wendy estava vendo Gray. Ela tentou ser silenciosa para que ele não acelerasse e ela o perdesse de vista.

Na guilda...

– Onde eles se meteram? Era para eles recepcionarem os competidores com Laxus e Gildarts! – Makarov estava histérico. Não era seu normal.

– Acho que sei onde Natsu e Lucy estão... – Erza mandou um olhar um tanto estranho. Seus pensamentos estavam além de sua pessoa.

– Acho que não. Talvez eles se gostem. Mas duvido que um daqueles dois vá se declarar! – Mira disse adivinhando os pensamentos da ruiva-escarlate.

– Chega! Erza e Mira, quero que recebam eles na entrada.

– Claro Mestre – As duas disseram juntas.

Os quatro foram para o lado de fora e perceberam que estavam sozinhos. Simplesmente eles e uma faixa escrita: CHEGADA.

– Vocês não acham estranho o vovô proibir os outros de virem ver os vencedores? – Laxus perguntou.

– Também acabei de perceber que somos todos os magos de Classe S. Tirando o estranho do Mysthogan. – Gildarts acrescentou.

– Sim. O Mysthogan. – Erza disse pensando em outro azulado.

– Ele me explicou que vamos apenas recebê-los. Eles vão se arrumar e vamos festejar anunciando-os na guilda. Lucy iria estar no nosso lugar, por que ela deu sua casa para as meninas tomarem um banho assim que chegarem. Mas por precaução... – Mira disse e logo levantou um molho de chaves com um chaveiro cor de rosa.

– Aposto que ela está no quarto dela com o Natsu. Quem quer ir ver? – Gildarts levantou a mão e falou.

– Esquece seu mulherengo pervertido! – Erza deu um tapa na cara dele já esquecendo o que havia dito minutos atrás sobre eles dois.

Ficaram em silencio e começaram a ouvir uns gritos.

“Eu vou acabar com você!”. Ou então “Esquece que eu ganho!!”. E depois vozes femininas, “Estou quase lá!”. E outra, “Eu vou te ultrapassar!”

Ficaram atentos de onde vinham as vozes.

Na corrida...

Gray, Lyon, Lissana e Wendy estavam praticamente na mesma linha. Na mesma rua. E correndo a mesma velocidade.

– Gomen ne, Lissana-San! – Wendy gritou depois de passar da albina. A garota azulada empurrou um barril seco que encontrara e fez com que Lissana tropeçasse e caísse no chão.

– Eu venço de você, seu idiota! – Gray empurrou Lyon.

– Pode esquecer! – Lyon o empurrou de volta.

Os dois ficaram se xingando e empurrando. Esquecendo o que estavam fazendo. Após diminuírem o ritmo, foram se dar conta que Wendy já havia passado deles.

No portão da guilda...

– Eles estão chegando! – Exclamou Mira pulando de alegria.

Os quatro se afastaram da faixa de chegada e esperaram.

Assim que os competidores viram a faixa, os portões da guilda fechados, e os magos Classe S, apressaram o passo e foram chegando mais perto. Mais perto. Mais pertinho...

***

Lucy ON

Qual o problema dele?! Natsu estava me seguindo! Ele ainda acha que eu não percebi. Faz tanto barulho!

Parei de repente, fechei os olhos e disse:

– Pode sair, Natsu!

Ele saiu de trás de um barril ainda cheio de bebida e deu um daqueles seus sorrisos contagiantes.

Eu fiquei corada, minhas bochechas esquentaram e eu sorri de volta.

– Porque estava me seguindo? Posso saber? – Pergunto eu muito curiosa.

– Eu vi você saindo de fininho e pensei em saber aonde você ia. Onde está indo tão longe, Lucy? – Perguntou ele animado.

Eu pensei e me lembrei para que local eu estava indo.

– Eu não sei. Comecei a seguir uma voz familiar. Não lembro de quem era, mas eu quis saber! Por isso vim. Ultimamente senti uma magia forte por perto. – Expliquei.

– Eu também. Mas eu não senti cheiro diferente! Se alguém estivesse por aqui, eu sentiria o cheiro. Não deve ser nada. Vem! Vamos voltar para a guilda! Os participantes devem estar chegando... – Ele sorriu de novo e estendeu a mão para mim.

Meu coração parou. A quanto tempo eu não segurava a mão dele? Muito! Então eu segurei-a firme e ele sorriu.

– Nunca mais saia assim sem ME avisar, ouviu senhorita Heartfillia? – Brincou ele me puxando enquanto andava.

– Claro senhor Dragneel. Nunca mais vou sumir! – Respondi rindo.

Ele olhou para mim e eu olhei para ele. Natsu parou de andar e eu também.

Olhamos um para o outro e nos aproximamos. Eu disse:

– Natsu, eu...

Ele não respondeu, só se aproximou. Nossos lábios estavam muito próximos, quando ouvimos uma voz gritando por nós bem abaixo dos nossos narizes.

– Natsu, Lucy! O que vocês estão... – Happy gritou puxando minha saia para chamar minha atenção.

Nos separamos rapidamente dando um salto enorme para trás e caindo no chão.

– Há há há! Eles se gosssssstam! – Exclamou Happy rindo.

Perdi a paciência.

Lucy OFF

Natsu ON

Bem, a situação estava tensa até ouvirmos o Happy.

Eu estava puxando a cintura da Lucy para ela não matar o Happy. O que eu faço com esses dois?

– Seu Neko azul irritante! Pare com isso! – Lucy gritava tentando bater nele.

– Para Lucy! Pare Happy! – Tentei acalma-los.

– Tire esse monstro loiro de cima de mim Natsu! – Happy se debateu.

Eu tive que parar aquilo. Puxei a Lucy com toda a força, sem machucá-la.

Lucy caiu por cima de meu peito, de costas. Eu bati a cabeça e amorteci a queda da garota.

– Natsu! Você tá legal?! - Ela virou-se e sentou ao meu lado.

Droga! Minha cabeça doía. Tinha um galo enorme.

– Faça respiração boca a boca, Lucy! Acho que ele ficará melhor. – Happy riu de novo.

Eu não pude conter a risada. Lucy ficou vermelha e gritou com o Happy avisando que a boca e a cabeça são cantos diferentes. Para acalma-la, eu me levantei.

– Estou bem. Podem ficar tranquilos. Vamos voltar?

Ela sorriu aliviada e voltou ao meu lado. Fomos andando e o Happy voando acima de nós. Uma hora eu não aguentei e puxei a cintura de Lucy a fazendo chegar mais perto. Ela nem tentou se livrar de mim.