Beautiful escrita por Woodsday


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, e lembem "You're Beautiful, James Blunt."



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Minha vida é brilhante, meu amor é puro. Eu vi um anjo, disso tenho certeza. Você é linda, é verdade, eu vi seu rosto num lugar lotado, e eu não sei o que fazer. Porque eu nunca ficarei com você.

O destino era uma coisa engraça, engraçada e cruel. No entanto, eu não tinha motivos para sair infeliz desse triste acaso. Eu entrara no mundo 18 anos atrás chorando e sairia dele sorrindo, sabendo definitivamente que minha vida não poderia ter sido melhor. Eu estava sentada sobre a manta fina na nossa campina. Edward estava ao meu lado, estávamos deitados de mãos das, ele me olhava com os olhos verdes insondáveis, eu sempre gostei disso em Edward, o modo como ele estava sempre me surpreendendo, me causando sensações desconhecidas, e o modo como ele reagia as coisas más e boas da vida. O sol estava a pino, porém não fazia nenhum calor insuportável,eu estava de férias permanentes em Montana, meu lugar preferido de todo o mundo. O cheiro típico das flores do lugar invadiam meu nariz, eu fechei os olhos aproveitando a temperatura e a brisa suave que parecia acariciar minha pele.

Há duas semanas eu passara mal, em um restaurante, estávamos comemorando meu aniversário, antes que eu pudesse cortar o bolo ele foi tingido por sangue, sangue vindo do meu nariz, foi uma surpresa eu desmaiar logo em seguida ao ocorrido. Depois de três dias internada sem notícia alguma sobre meu estado, encontrei Charlie e Renné chorando escondidos, eu não podia me levantar, estava ligada ao soro e mais alguns fios, ligados há um monitor, minha solução foi fingir um cochilo, Charlie apertava minha mão com força, causando um leve agravamento do meu mau estar. Não era nenhuma surpresa para mim saber que o que quer que fosse, era realmente grave. E então veio a notícia fatídica. Eu estava com câncer. Um câncer que comprometia mais de 70% dos meu sórgãos.

Em um minuto, eu era uma garota de 19 anos que fazia aniversário e odiava presentes, que odiava a faculdade mas sonhava em curar o mundo, que tinha um namorado incrível e totalmente imbecil, e no outro eu era uma paciente em fase terminal de câncer com somente três meses de vida. Realmente a vida era uma droga. E ainda assim, fora isso, eu não tinha mais do que reclamar, eu tinha vivido o bastante, tinha vivido o que eu queria e o que eu precisava. Havia sido amada, desejada, havia sido importante, eu seria mais do que a garota que tristemente morreu jovem demais. Seria mais do que a Isabella Swan que debatia nas aulas, eu fui muito mais do que isso, e continuaria sendo. Me parecia assustador aceitar a morte assim com tanta facilidade.

Mamãe e Edward estavam histéricos, eles andavam de um lado para o outro do quarto e procuravam soluções, Edward implorou para Carlisle vir me ver, mas o fato do seu pai ser um dos médicos mais famosos dos Estados Unidos não mudou o fato de que eu estava terrivelmente morrendo e de que eles nada podiam fazer para impedir isso. Era simplesmente a realidade, a triste e dolorosa realidade, que uma pessoa, de um determinado lugar, com uma determinada vida e determinados planos, em um determinado dia se encontrava com câncer, um câncer evoluído que a mataria dolorosamente aos poucos por três meses, quatro, se eu quisesse me submeter a uma quimioterapia, o que não era o caso. Edward brigada muito por isso, surtou dizendo que eu devia lutar pela minha vida, lutar por ele e por nós, por meus pais, um drama que eu não fazia questão de ouvir, então Carlisle explicou a ele o quão doloroso isso seria para mim. Disse a ele que eu vomitaria sangue durante noites interruptas, que eu me sentiria tão fraca que mal conseguiria abrir meus olhos ou mastigar qualquer alimento, que meus cabelos castanhos que ele tanto amava cairiam aos poucos até não restar mais nada. Carlisle disse-me que não haviam chances, a quimioterapia não me salvaria, só prolongaria meu sofrimento, e essa era mais uma triste realidade, eu tinha opções, mas nenhuma delas era boa o bastante para mim. Então Edward aceitou aos poucos, e ele foi se acalmando, agradeci por ele deixar afastado seu lado extramente cuidadoso e me tratar normalmente, por mais impossível que parecesse, eu queria que minha vida continuasse exatamente igual, não queria as pessoas cheias de tato para conversar comigo, ou cheias de pena e pesares. Eu não queria anda disso, e ainda que inevitável, eu tentaria evitar até meu fim.

Eu voltei a me focar na realidade, mas logo me perdi, já se passaram dois meses e meio, o médico dizia que o câncer podia atingir meu coração ou meu cérebro a qualquer momento e qualquer um dos dois podia parar, simplesmente. Edward tornara tudo extramente encantador para mim, quando saia da faculdade, íamos para o parque, Edward achava banal que eu ainda continuasse na faculdade com tudo que vinha acontecendo, mas eu precisava de algo firme e sólido como os deveres escolares para me manterem sã. Assim, com muita frequência nós viajamos em seus jatinhos, e fazíamos coisas completamente absurdas após os horários das aulas, era  impossível não me apaixonar ainda mais para ele. Eu tinha criado uma lista sobre os pedidos insistentes de Edward, o primeiro item da lista era ter um cachorro, eu sempre quisera ter um cachorro, e agora Nessie, a Yorkshire caramelo dormia em minha barriga, eu sorri acariciando seu pelo, e Edward passou os dedos suavemente sobre minhas bochechas, eu fechei os olhos sentindo seu toque, guardando na memória todas as sensações que ele me trazia, nem em mil anos eu poderia esquece-lo, nem mesmo depois de morta Edward deixaria de ter meu coração.

— Você é linda. – Sussurrou aproximando seus lábios dos meus, e eu sorri em resposta.

— São seus olhos. – Devolvi unindo nossos lábios e iniciando um beijo lento e cheio de despedidas, todos nossos carinhos vinham sendo assim ultimamente, Edward parecia se controlar para não surtar em minha frente, e eu fazia o mesmo, eu não queria que ele soubesse o quanto eu estava morrendo de medo por dentro. Edward se sentou, puxando para seu colo, como se eu fosse uma criança de cinco anos, e tecnicamente,eu me sentia como uma, completamente cansada e indefesa, eu não aguentava nem um sopro. Passei os braços por seu pescoço, mantendo meus dedos entrelaçados em seus cabelos. Eu sempre amara os cabelos de Edward, a cor, o cheiro e a textura,eram simplesmente perfeitos, eu nunca havia encontrado ninguém como ele em toda a minha vida. E certamente nem encontraria.

— Eu amo tanto você... – Sussurrou novamente, a voz angustiada parecia torturada, eu suspirei me apertando a ele o máximo que minha força permitia. Edward entendeu minha intenção e puxou-me para si cuidadosamente.

— Você é minha vida Edward, toda a minha vida. – Respondi suavemente levando meus dedos até seu rosto, traçando as ruguinhas da testa, a linha da sobrancelha, o nariz, bochechas, lábios. Edward era perfeito, lindo e perfeito. Um babaca quando nos conhecemos, no entanto, eu não me via longe dele, não me arrependia de nenhuma das brigas, dos nossos beijos, amassos escondidos. Eu o amava com todo meu coração. – Obrigada por me amar Edward.

Ele ficou em silêncio por um minuto inteiro, as mãos em minhas costas e os olhos fixos nos meus.

— Obrigada por me ensinar a amar Bella. – Uniu nossos lábios mais uma vez, e eu suspirei lentamente contra sua maciez antes de meus olhos se fecharem a inconsciência me tomar por completo.

Ela poderia ver no meu rosto que eu estava voando alto, e eu não acho que a verei novamente, mas nós compartilhamos um momento que durará até o fim.

Abri os olhos encarando mais uma vez o teto frio e impessoal da sala de hospital, eu olhei para o lado vendo Edward dormir torto em uma poltrona, Charlie e Renné também estavam do lado oposto, haviam balões e cartões com flores. Haviam fios por todo o meu corpo, inclusive um respiratório em meu nariz, eu passei a mão pelo cabelo, e inevitavelmente muitos fios saíram entre meus dedos, tentei espantar o pavor que me acometia e abri os lábios para chamar a atenção de alguém, foi totalmente falho, eu não conseguia encontrar forças para botar para fora minha voz. Alice Cullen colocou a cabeça para dentro do quarto e meu coração se apertou ao ver seus olhos inchados e cheios de lágrimas.

— Oh Bella! Isso é tão injusto! Tanta gente má e logo você tinha que me abandonar assim? – Ela passou os braços por minha cintura soluçando como uma criança pequena, meus olhos se inundaram de lágrimas e eu coloquei a mãos sobre seu cabelo repicado. – E-eu... Ah Bella.. Porque? Porque?!

— Tudo bem. Shhii, tudo bem. Tudo vai ficar bem baixinha. – Sussurrei acariciando sua cabeça.

Alice levantou os olhos. – Nada bem Bella. Nada Bella, não é justo.

— Eu sei. – Sussurrei chorando pela primeira vez em três meses. – Não é.

Alice soluçou mais uma vez e nós nos abraçamos com força, enterrei o rosto em seu cabelo, sentindo o característico cheiro do perfume francês de Alie. Notei que todos no quarto já estavam acordados, Edward me olhava com a expressão torturada, parecia inconsolável, estiquei a mão para ele, mas ele negou saindo em disparada do quarto, respirei fundo e mamãe me olhou com um sorriso acolhedor. Eu entendi, dar tempo a ele. Papai se aproximou da cama, pegando minha mão e segurando-a com força.

— Eu sempre vou te amar Bells.

Eu sorri apesar das lágrimas.

— Eu sei pai, eu também. Não se esqueça disso.

— Não esquecerei princesa. – Sussurrou beijando minha testa, mamãe se manteve aos meus pés, ela parecia tensa, perdida e desorientada, olhava para todos os lados, menos para mim, nós duas sabíamos que estava chegando a hora. Duas batidas soaram na porta, e eu abri um sorriso gigante quando vi Esme e Carlisle parados lá, Esme também tinha chorado e Carlisle tinha um sorriso doce de pesar no rosto, eram boas pessoas, as mais boas que já conheci. Eles entraram no quarto e atrás deles, Emm e Rose junto de Jasper, meus melhores amigas, sorri amplamente para eles, e os três vieram me abraçar, ficamos ali, falando sobre bobagens e assuntos banais, eles tentavam me distrair, ou distrair a si próprios, eu não sabia direito. Mamãe ficou feito uma guarda ao pé da minha cama, então quando Edward voltou, ela exigiu que todos nos deixassem sozinhos, eu o encarei, parecia assustado, perdido, e estava mais descabelado que o normal. Ele lentamente se aproximou da minha cama e se deitou ao meu lado, peguei sua mão, incomodada com os fios que não saiam do lugar.

— Desculpe. – Sussurrou baixinho e eu acariciei sua mão com meu polegar. – Eu não sei o que fazer Bella, você está me deixando, eu não sei como agir, eu... Eu lutei contra a dor todos esses meses, mas não sei o que farei quando você... Você...

— Quando eu morrer. – Ele balançou a cabeça negativamente. – Você sabe que eu irei Edward, quando isso acontecer, eu quero que supere, por favor, não me deixe morrer pensando que você não irá viver sua vida sem mim, por favor, quero que supere, quero que seja feliz.

— Não posso... Não posso sem você Bella.

— Eu não sou todo seu mundo Edward, você é o meu, até meu último suspiro você vai ser todo meu coração, mas eu não serei o seu.

— Você é. – Contestou aos sussurros.

— Não sou. Por favor, prometa.

Ele ficou em silêncio por um minuto inteiro, os olhos fechados e os lábios finos em uma linharígidaclaramente de desaprovação.

— Edward...

— Eu prometo Bella. – Murmurou beijando minha testa carinhosamente, e eu suspirei aliviada. Sim, estava bom para mim, eu precisava que Edward ficasse bem depois de tudo. – Eu te amo tanto Bella.

— Meu coração ficará com você Edward. – Sussurrei contra seu peito. Meus olhos pesaram sob as pálpebras e eu suspirei cansada. Duas batidas na porta me fizeram despertar novamente e mamãe entrou com um sorriso lindo estampado no rosto. Edward se levantou com os olhos inundados e eu o encarei de volta, eu balancei a cabeça e um soluço escapou dele. – Eu amo você. – Disse silenciosamente.

Edward assentiu saindo da sala, e mamãe tomou o lugar dele ao meu lado, nós duas ficamos ali, em um silêncio confortável, ela pegou minha mão segurando-a com firmeza enquanto a outra me fazia um cafuné gostoso.

— Mãe, cuida do Edward. – Eu pedi baixinho depois de um momento.

— Cuidarei querida.

— Eu estou com medo mamãe. – Sussurrei novamente e Renné suspirei me apertando contra si.

— Não tenha querida, eu estou aqui. Estou com você.

— Eu amo você mãe, se cuide ta bem? Por favor.

— Não faz isso Bella. Você não está morrendo, pare com isso.

— Mãe...

— Não Isabella. – Era pra ter saído firme, mas sua voz falhou no final e ela fungou, eu a abracei como podia.

— Você é sem dúvida a melhor mãe do mundo. Eu sempre vou te amar.

— Você é minha vida pequena Isabella.

A vida é uma droga, e aí você morre.

Deve haver um anjo com um sorriso no rosto, porque ela pensou que eu ia ficar com você. Mas é hora de encarar a verdade, eu nunca ficarei com você.


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Notas finais do capítulo

O final ficou uma merda, mas eu não sabia como terminar, a one toda ficou uma merda né? '-' Mas ok, eu pensei em fazer uma fic, mas tenho fics demais não terminadas, pensei em algo sobre contar os 3 meses da Bella, quem sabe mais pra frente eu faça? Sairá melhor que a one, mas enfim. Espero que alguém comente.