Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 17
Capítulo XVII: Para Sempre ou Nunca


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Eu não gosto muito do capítulo, mas não tem como não apreciar o Nico! *-*
Capítulo dedicado para a Daughter of Zeus, que escreve ótimas fanfics Thalico me fazendo pirar!For you!
Enjoy!



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Incrivelmente eu conseguia me surpreender com a aparência de Nico Di Ângelo. Ele era bonito e sabia, lê-se - mostrava, isso.

Usava luvas de couro além dos coturnos militares e da típica jaqueta de couro. O cabelo parecia ter sido feito para cair emoldurando o rosto de modo desleixado, os olhos críticos me avaliavam e o sorriso torto e entreaberto surgiu ao encarar minhas roupas.

- Qual é a das roupas? - ele perguntou me abraçando pela cintura enquanto entrávamos na boate.

As luzes brancas piscando em flashes atingiram meus olhos ao mesmo tempo que a música cardíaca meus ouvidos. Pessoas com muita pouca roupa dançavam bêbadas, bares repletos de bebidas se espalhavam ao redor das pistas e, com certeza, não era apenas álcool o motivo de tanta animação para dançar.

- A intenção era te deixar excitado. - brinquei.

Nico riu me entregando um copo o qual nem perguntei o que tinha dentro, tudo o que não me preocupava aquela noite eram caras tentando me embebedar.

- Não sou ingênuo, Grace. - ele deu gole na bebida, que eu acreditava ser tequila, em um ato aparentemente proposital - Quando tentar usar alguém certifique-se a que a pessoa não está com as mesmas intenções.

Sorri.

- Então são as piores possíveis. - respondi e antes que ele prestasse qualquer reação, caminhei na direção do banheiro.

Desde quando eu dava essas respostas espertinhas e com conotações? Esperava seriamente que a convivência com determinadas pessoas não estivesse me afetando como Perseu Jackson afetara Annabeth Chase.

Caminhei com dificuldade entre as pessoas dançando bêbadas. Levei algumas cotoveladas e empurrões antes de alcançar a porta dos sanitários.

- Finalmente ...

Meus os saltaram.

Uma garota estava caída nos azulejos brancos do banheiro, próxima as pias, completamente inconsciente. O corpo estava desajeitado, porém conseguia ver o pulmão dela subindo e descendo, respirando lentamente.

A garota fazia um estilo punk-gótico. O cabelo loiro tinha mechas azuis e finas tranças ao redor da cabeça, os olhos tinham maquiagem forte e a boca pintura vermelho sangue. Usava coturnos compridos, calça de couro colada e apenas uma jaqueta de couro por cima da roupa intima. A jugar as roupas e os traços delicados ela deveria ser de uma família bem abastada.

Como ela conseguira se acabar tanto? Deveria ter misturado bebidas com alto teor alcoólico e ingerido outros tipos de droga.

A porta de um dos boxes se abriu no momento em que eu estava dando meia volta para comunicar os seguranças.

- Fique tranquila. - a garota saiu do boxe e atirou as suas coisas sobre a pia, avaliando como estava a sua aparência  - Uma colega acabou de sair para avisar os seguranças. Eu disse a ela para não misturar tanto, sabe, drogas psicoativas e álcool costumam deixar a gente um pouco perturbado.

Não, não sei.

Essa tinha um estilo parecido com o da menina atirada no chão. Porém o cabelo era escuro e ondulado, preso em um rabo de cavalo alto e olhos eram verde-mar.

Na minha opinião, ela  estava bem indiferente a situação da garota que deveria estar em como alcoólico ou principio de overdose. Abriu a bolsa e começou a retocar o batom cor de rosa-shocking. Não costumo observar as coisas alheias, mas com a bolsa dela escancarada consegui reconhecer, entre a maquiagem e os vários preservativos femininos, balinhas de ecstasy e papéis de dietilamida do ácido lisérgico.

É convivências afetam. Estava usando termos nerds iguais Annabeth costumava fazer!

- Quanto você quer no LSD? - perguntei direta.

Ela sorriu.

Depois que ingeri o pequeno papel colorido com o Patolino desenhado, deixei o banheiro. Não estava me sentindo diferente, pelo contrário, não estava sentindo nenhum tipo de alucinação ou psicose.

Comecei a fazer o caminho de volta, tentando lembrar onde eu tinha visto Nico Di Ângelo pela última vez.

- Grace. - ouvi a voz dele atrás de mim, tinha passado por ele sem perceber.

Estranho. Nico era bem perceptível.

Di Ângelo estava apoiado no bar conversando com uma loira animadamente. Ele disse algo para ela, que olhou indiscretamente na minha direção e revirou os olhos. A garota colocou um papel no bolso dele e saiu.

Provavelmente um número telefônico o qual ele diria que iria ligar e nunca o faria.

- Você demorou. - ele disse me olhando fixamente quando parei ao lado dele. Fiquei imaginando se minhas pupilas estariam anormalmente dilatadas como acontecia em filmes de jovens  drogados. - Está legal?

Estou péssima. Gastei dinheiro com algo que não proporcionou nenhuma sensação.

Não diria isso a ele.

Olhei para as pessoas dançando Sex Pistols animadas. Os punks mais radicais pareciam estar tendo uma convulsão e não dançando. Por que não?

Virei o copo de tequila e puxei Nico para a pista de dança.

As luzes piscando em flashes castigavam meus olhos, a música alta parecia manipular os meus batimentos cardíacos acelerados, os sons e as imagens pareciam ser algo próprio, rastros nos meus olhos e o falso calor e euforia me dominavam.

Não deveria ter usado LSD.

Tentava responder aos estímulos de Nico, mas ao mesmo tempo prestava atenção em tudo e não registrava nada.

- Pensei que você não gostasse de ser usado. - disse.

A mão dele atravessa o tecido da minha saia tocando em regiões bem intimas, não me importava. Estava me sentindo relaxada, eufórica e um pouco perturbada, enquanto provocava-o ao redor da pista de dança.

Nico riu.

- Por você, não ligo.

Ele deveria estar tão chapado quanto eu.

A música agitada acabou e me surpreendi por reconhecer a logo nos primeiros acordes da que começou. O clássico do Alphaville, uma das minhas letras e melodias prediletas.

Di Ângelo fez uma referencia me convidando para dançar.

Teria achado aquela atitude extremamente desnecessária, ridícula até, porém sendo ele quem a estava fazendo ficava cômico.

- Sério? - indaguei.

Ele revirou os olhos.

- Lógico. Não perderia preciosos minutos de perversão com você se não fosse sério.

Gargalhei dando a mão a ele e começando uma dança formal entre os borrões de pessoas dançando despreocupadas. Coloquei a mão no ombro dele e ele na minha cintura, entrelaçamos os dedos da outra mão, algo que nunca tinha feito, não com ele.

Nico cantava os versos da música baixo, me guiando para passos estranhos e improvisados.

Let's dance in style, let's dance for a while

(Vamos dançar com elegância, vamos dançar por um instante)

Heaven can wait we're only watching the skies

(O paraíso pode esperar, estamos apenas observando os céus)

Hoping for the best but expecting the worst

(Desejando o melhor, mas esperando o pior)

Are you going to drop the bomb or not?

(Você vai deixar cair a bomba ou não?)

As pessoas mais próximas pararam para nos olhar e riam.

Não conseguia distinguir seus rostos ou se diziam alguma coisa. Minha visão era atingida por uma forte miopia alucinógena, onde só via borrões e rastros de movimento. A música e as risadas se confundindo em um só som.

Let us die young or let us live forever

(Deixem-nos morrer jovens ou deixem-nos viver eternamente)

We don't have the power but we never say never

(Nós não temos o poder, mas nunca dizemos "nunca)

Sitting in a sandpit, life is a short trip

(Sentando num fosso de areia, a vida é uma viagem curta)

The music's for the sad men

(A música é para os homens tristes)

 Aquela música me fazia ter um orgasmo musical.

Girávamos e rodávamos animados gargalhando. Era curioso vê-lo rindo naturalmente, sem ser sádico, sarcástico e irônico.

Forever young, I want to be forever Young

(Eternamente jovem, eu quero ser eternamente jovem)

Do you really want to live forever?

(Você realmente quer viver eternamente?)

Forever, or never

(Para sempre ou nunca)

Forever young, I want to be forever Young

(Eternamente jovem, eu quero ser eternamente jovem)

Do you really want to live forever?

(Você realmente quer viver eternamente?)

Forever Young

(Eternamente jovem)

Enquanto dançávamos e trocávamos beijos desesperados eu compreendi que a questão não era ser eternamente jovem, e sim ter momentos em que me sentisse eternamente jovem. E Nico Di Ângelo me fazia sentir exatamente assim.


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Notas finais do capítulo

É isso!
Alguém já leu As Peças Infernais?
Deixem comentários, seus divos ;3
Beijos!