Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 13
Capítulo XIII: Grace


Notas iniciais do capítulo

Notas Iniciais:

Eu adoro esse capítulo. Thalia Atitude!

Espero que vocês também gostem ;)

Enjoy!



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– Confesse, ele é criativo. - Annabeth comentou gargalhando.

Eu teria ficado chocada, mas se tratando de Nico Di Ângelo, surpresa era não se surpreender. E ele tinha conseguido bater todos os recordes de falta de pudor.

Já tinha ido a Angels And Demons algumas vezes e nenhuma delas tinha me deixado tão perplexa. A música, tocava Nirvana, estava absurdamente alta, quase como se estivesse manipulando os batimentos do meu coração.

No andar superior garotas vestidas de freiras faziam um strip-tease incrivelmente bizarro. Os caras gritavam enlouquecidos. Conseguia ouvir Hera gritando na minha mente: Blasfêmia!

Em todos os cantos tinham pessoas fazendo drinks ou casais se beijando descaradamente. Sem contar a garota que vi caída no chão e não consegui distinguir se tinha sido dopada ou estava em coma alcoólico.

– Percy! - Annabeth gritou.

Ela correu e pulou em cima do Jackson quase o derrubando.

Revirei os olhos para os dois e sentei na frente de um bar. O cara que estava preparando bebidas me ofereceu um copo grosso com um líquido colorido, o fundo era vermelho e depois criava tentáculos em tom salmão, por fim a borda era uma mistura de espuma azul.

Franzi as sobrancelhas.

– Hemorragia cerebral alienígena. - o barman gato respondeu limpando outros copos - É uma mistura de licor de pêssego Peach Schnapps , licor irlandês Bailey’s Irish Cream, Curaçao Blue e xarope de romã.

– É seguro? - perguntei me prevenindo de que não causaria uma hemorragia cerebral em mim.

O garçom sorriu.

– Costumam dizer que é melhor deixar um SMS de despedida para amigos e família e recitar seu epitáfio. - respondeu rindo.

Apesar do número de bebidas alcoólicas estranhas, do nome esquisito e da péssima aparência do drink decidi me aventurar. Não havia mico para se pagar bêbada que fosse pior do que qualquer coisa que tivesse me acontecido nos últimos dias. Ressaca? Por que não?

Sorri.

Peguei o meu telefone e mandei uma mensagem engraçadinha para o Jason, que provavelmente estaria se enrolando com alguma garota do colégio.

" Tão bêbada que poderia dançar loucamente, participar de um bate cabeça, ter uma concussão e, consequentemente, uma hemorragia cerebral. Morta aos dezessete. Para sempre jovem"

Jason respondeu que eu deveria parar de me drogar e disse que o quarto box do banheiro masculino não deveria ser aberto nos próximos quarenta minutos.

Como se eu usasse o banheiro masculino.

– Para todas as vitimas de exposição na internet, chacota e bullying virtual! - bradei e bebi a hemorragia cerebral de um aliem.

Era pior do que aparentava, a hemorragia cerebral alienígena era extremamente forte por conta das inúmeras camas de bebidas alcoólicas. A última camada era a mais doce, então deduzi que fosse o xarope de romã.

Não queria imaginar o teor alcoólico.

Reconheci algumas das pessoas que estavam no racha aquele dia e outras que frequentavam o colégio. As pessoas com quem Nico Di Ângelo conversava, como Percy, Connor, Leo, Clarice, Frank entre outros.

E o próprio Nico.

Ele estava cercado por umas quatro garotas, no mínimo, todas usando apenas lingerie e com botas que mais pareciam instrumentos de tortura. Nico estaria sexy se não estivesse cercado por stripes, se o cigarro que tragava de jeito irritante e devorador não houvesse sido acendido por uma das stripes, se o fato dele estar sem camisa vestindo apenas jeans fosse porque alguma das dançarinas tivessem tirado a camisa dele e se o copo de conhaque que estava segurando não tivesse uma marca de batom vermelho sangue.

Me surpreendi por não ter ficado decepcionada ou irritada. Só espantada em como era natural ele estar daquela maneira e com o cabelo molhado de conhaque.

Ele virou-se para mim.

– Grace. - falou colocando o copo de conhaque sobre o balcão - Sua presença é imensamente desejável.

Di Ângelo estava falando de modo difícil? Deveria estar mais chapado do que eu tinha calculado.

– Me surpreende você conseguir andar. - disse imaginando quanto tempo tínhamos até ele entrar em coma alcoólico.

Ele gargalhou, puxando o isqueiro Zippo dos jeans e acendendo outro cigarro, tragou e soltou a fumaça de uma maneira que conseguia ficar sensual nele e inconveniente nos outros.

– Esqueci de lhe dizer aquele dia, que quando alguém presta um serviço não é educado sair sem agradecer. - me controlei para não demonstrar o quão atônita estava - Porém, se quiser se juntar a festa, fique a vontade. - ele apontou na direção das dançarinas rindo para ele.

Realmente eu tinha ficado mais pálida do que Annabeth quando reconheceu Atena dirigindo vulgarmente a Ferrari nas ruas escuras do Tennessee. Como ele tinha a ousadia de falar aquilo?

Lembrei do quão ele tinha sido formidável e engraçado na noite do bar, ele até tinha feito algumas comparações engraçadas. E agora estava agindo como um perfeito imbecil, arrogante e cretino. Bipolaridade era a única solução.

Ele querer passar noitadas com duas, quatro, doze garotas era problema dele. O que eu tinha com isso? Agora ele ofender a minha moral me comparando com as vagabundas de merda com quem ele saia, isso sim era da minha conta.

Fixei os olhos nele ameaçadoramente.

Aquele cretino saia andando vestindo apenas jeans, com o cabelo colado no rosto molhado de álcool e fumando como se fosse superior a tudo e a todos.

Ele mantinha o meu olhar no mesmo nível.

Fiz a coisa mais insensata possível.

Abri o zíper lateral do vestido e deixei que ele caísse no chão, ficando apenas com a lingerie preta, meia calça e as compridas botas de couro. Senti as pessoas pararem de dançar e olharem para mim. Alguns conhecidos comentando coisas como: - Sabia que a história da tatuagem era verdade.

Nico não parecia mais superior, pelo contrário, parecia perdido e tentando decidir para onde deveria olhar.

Rasguei o embrulho do que deveria ser como um presente de trégua para ele e vesti calmamente a camiseta branca dos Beatles, parecida com a que tínhamos disputado no jardim de infância. Ela ficou quase como um vestido, um pouco transparente por estar usando roupas íntimas pretas.

– Você não merece e fica melhor em mim. - falei.

Definitivamente uma roda estava formando a nosso entorno.

O cigarro estava quase caindo da boca de Di Ângelo. E eu cheguei o mais perto possível dele pegando o cigarro, dando uma tragada longa e soltando a fumaça nele. Conseguia sentir a respiração acelerada dele e ele tentando voltar do choque. Ri. Joguei a guimba dentro do copo de conhaque que ele segurava e abri espaço entre as pessoas, ficando o mais longe possível de Nico Di Ângelo.

Ouvi o copo cair e estilhaçar no chão.

Consegui ver algumas pessoas comentando, como Leo e Travis, enquanto me afastava xingando ele de todos os nomes impróprios que conhecia.

– Quem esse cretino pensa que é? - resmunguei arrancando um copo com whisky da mão de um cara desconhecido e indo na direção da porta.

Foda-se que ele poderia ser mais atraente do que as demais pessoas, ele continuava sendo o mesmo babaca problemático de sempre.

Passei por Annabeth e Percy se pegando contra uma pilastra.

– Tha... Thalia!? - Percy, que era quem estava no meu campo de visão murmurou entre ofegadas longas, fazendo Annabeth virar-se para mim.

A loira olhou para minhas roupas.

– Céus! Qual foi dessa vez? - ela perguntou separando-se de Percy, que diferente do maldito dia do racha, não ficou nervoso, parecia curioso - Você não sair na rua assim, vai? Saíram estupradores até do esgoto.

Ignorei-a.

– Thalia! - ela gritou, com Percy tentando me alcançar entre a multidão de pessoas dançando.

Virei o copo de whisky em um gole só, talvez a hemorragia cerebral alienígena e a excitação do momento estivessem contribuindo com meu alcoolismo.

Entre os adolescentes bêbados dançando eu vi a porta de saída da Angels And Demons e atravessei a gigantesca porta dupla vinho chegando a rua mal iluminada e repleta de carros luxuosos.

– Grace!

Droga.

Teria continuado andando sem virar para trás se ele não houvesse me puxado pelo braço me fazendo parar e virar na direção dele. Nico Di Ângelo, de jeans escuros e rasgados e o cabelo grudando álcool.

Realmente o efeito do álcool estava me afetando, sentia como se pudesse soca-lo em todos os lugares.

– Ninguém pega meus cigarros, Grace. - ele resmungou.

Se ele aparentava estar irado eu estava tendo um colapso nervoso. Precisava de espaço para descontar a minha raiva, fosse com força física, fosse com força verbal.

Olhar para as orbes escuras dele tornava impossível distinguir o que estava pensando.

– Ninguém me humilha, Di Ângelo. - retruquei.

Nico desceu os olhos em mim. Me arrependi do showzinho que tinha dado, a camisa tornava meu corpo exageradamente aparente, através do tecido conseguia distinguir desde os detalhes do sutiã até onde terminava a meia calça escura.

Estava cansada da dominação que ele exercia, avaliei-o na mesma cara de pau com que ele estava me olhando. Sem camisa dava para notar os músculos nele, embora fosse magro, e os jeans mostravam a barra da marca Box da cueca. O cabelo nojento estava caindo no olho em diversas pontas e a boca dele estava molhada de conhaque.

Por que aparência sensual para personalidades difíceis?

O cretino era lindo. E estava na hora de admitir que talvez ele só fosse tão sexy porque era exatamente daquela maneira, errado, alcoólico, fumante, arrogante, canalha e convencido.

Nico puxou meu cabelo me atirando contra a parede exterior da boate. Não sabia o que estava mais próximo do meu corpo, a parede ou ele, prensada. Lancei um olhar falso e ameaçador que ele sustentou sem dificuldade, chegando mais perto e me beijando. Suspirei notar que estava com muita pouca roupa e ele sem camisa e respondi ao beijo quente e excitante.

 


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Notas finais do capítulo

O titulo do capítulo é "Grace" porque a Thalia é quem dá showzinho e faz "Graça", piadinha ruim, eu sei.

Hemorragia Cerebral Alienígena realmente existe!

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