De Repente É Amor escrita por Thais


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Amoreeeeeeeeeeeees da Thais,

Deus amado, como eu demorei. Esse colégio me mata e eu quase to sem tempo e quando tenho, to dormindo Ç_Ç... Enfim, fora isso, estou mega happy com os reviews. Vocês me inspiram demais! Continuem e eu tentarei postar mais rápido se tiver 1 ou 2 recomendações, okay?

Esse capítulo ta um pouco mais feliz (já tava na hora de uma felicidade), porém não tanto. Boa leitura!!



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Enquanto eu estiver aqui, não se preocupe

Na noite passada após uma pequena encenação de Clove, o hospital confirmou que estava tudo bem para eu passar uma noite aqui. Pensei que ficaria em outro quarto. Afinal, não é muito coerente deixar Clove com um estranho.

O sofá do quarto não era o que eu poderia dizer de confortável. Mas a dor que senti no meu quadril foi recompensada quando virei minha cabeça para direita e observei os primeiros raios de sol tocar sua pele. Soltei todo meu fôlego e sorri ao ver que ela agora dormia tranquilamente.

A noite anterior havia sido um tanto quanto turbulenta. Clove acordada em intervalos quase que sincronizados. Ela gritava pedindo por ajuda. As palavras eram desconectadas e entendi algo como: escada, olhos azuis, praia, sangue e Ca. Essa ultima palavra ela não conseguia terminar. Quando a gritava, era como se sua garganta tranca-se e a proibi-se de falar. Era nesse momento que Clove abria os olhos e me fitava com pavor e fraqueza.

Inspirei o cheiro do travesseiro dela. Era crueldade me dar justo isso para deitar a cabeça, eu sei. Mas eu gostava. Gosto de acordar e saber que a primeira coisa que vou sentir é seu cheiro inebriante de maçã e margaridas. E sim, isso era monstruoso já que ela estava praticamente ao meu lado e eu não podia a abraçar.

[...]

Bati meus pés contra o chão xadrez da cozinha. Não gostava muito do cheiro de comida de hospital, nunca fui um grande fã. Mas a comida do hospital de L.A era algo definitivamente gostoso.

O café da manhã de Clove seria simples. Um capuccino médio de chocolate – eu implorei para ir comprar um na lanchonete daqui –, duas torradas integrais, um copo de suco natural e uma metade de pêra. Ela estava totalmente proibida de comer frituras ou tomar refrigerantes.

Subitamente me lembrei que fora assim com minha mãe. Ela odiava quando eu vinha aqui, no mesmo hospital, comendo batata fritas e tomando refrigerante. Durante um período é assim, uma dieta chata e restrita. Porém, a ideia de furtar alguns chocolates e dar para Clove ilegalmente me parecia um quanto tanto legal.

– Não ache que você vai trazer comidas ilícitas para a Evans, certo Cato? – Cashmere colocou sobre minhas mãos a bandeja.

– Juro que não pensei nisso. Eu sou um bom partido, doutora.

– Hum, sei... – ela abriu as portas para que nós dois pudéssemos passar. Com passos pequenos, fomos até o elevador. Antes de entrar, Cashmere me chamou. – Mais tarde Finnick vai falar com vocês. Se não for pedir muito...

– O que?

– Finnick é meio... Meio extrovertido e charmoso. Então não se incomode se ele chamar Clove por nominhos.

– Está bem. Eu estou sempre de olho de qualquer forma. – pisquei para ela, apertando o número nove do painel do elevador.

Olhei para trás e o grande espelho fez com que eu reparasse em meu estado físico pela primeira vez naquelas semanas.

Meus olhos não estavam tão fundos do que antes. O brilho do azul já havia voltado à tona. Meu cabelo estava um erro. Uma grande bagunça de emaranhados fios loiros. A barba estava um pouco maior que o comum. Suspirei e segui meu caminho até o quarto 125, abrindo a porta com meu pé, vi Clove sentada na cama, com as mãos sobre os ouvidos.

Deixei a bandeja sobre uma mesinha ao lado da cama e caminhei até ela. – Hey Clove. Sou eu, Cato. E o inesperado para aquele momento aconteceu. Clove me abraçou forte como se de alguma maneira quisesse se fundir em mim. Suas lágrimas cortaram a barreira da minha camisa pólo e molharam meu peito. O soluço que sai de dentro de sua garganta era horrível e fazia meu estômago revirar. Não chore, não grite. A voz de Cashmere soava como um lema em minha mente. Alisei o cabelo de Clove e me sentei junto a ela na cama. Coloquei minha perna direta em cima do colchão e ergui as pernas de Clove, fazendo-o deitar em meu colo.

– Está tudo bem, Clove. Eu estou aqui, certo?

– Certo – disse ela, fungando o nariz enquanto aos poucos as lágrimas cessavam. – Você está aqui.

– Teve mais algum sonho ruim?

– Sim. Eu não sei o que era, mas... é...ah... olhos azuis – Clove balançou a cabeça, apontando para meus olhos. – É como o seu. Eu não sei o que fazer.

– Fique calma. Eu disse que estaria aqui e estou. Enquanto eu estiver aqui, não se preocupe. – puxei a bandeja com o café da manha para junto de nós.

Clove pegou as torradas ainda com as mãos tremulas. Sorri, a incentivando a comer. – Você quer um disso daqui? – perguntou ela. – Eu não quero.

– Okay.

Tomamos café um pouco rápido, o que foi totalmente diferente do nosso primeiro café da manhã juntos. Clove comia o resto com certa urgência, como se a comida fosse acabar a qualquer instante. Quanto terminou de comer, pediu para que eu a contasse como havia sido minha empolgante noite no sofá de espuma amarelo do quarto.

– Ele não é muito confortável, isso é nítido. Mas fora isso, eu dormir muito bem. – falei.

– Isso é bom. Não ficaria feliz em saber que você tem dor aqui. – disse ela, cutucando minhas costas.

Ajudei Clove a terminar o copo de leite e a se ajeitar melhor na cama. Não demorou mais que cinco minutos e o deslumbrante Finnick Odair estava exalando seu charme por todo interior do quarto.

– Clove, querida. Como vai? – disse ele, deixando um beijo estalado na testa da morena.

– Não faça isso, por favor. Eu acho que estou bem.

– Você parece ser uma adorável garota.

– E eu acho que você veio aqui para falar sobre a saúde dela, doutor. – o comentário fez com que Finnick se virasse para mim, exibindo as covinhas ao sorrir.

– Claro, claro. Eu só vim dar uma pequena passada e saber como você está. Amanha com mais tempo, verei como vamos começar.

Encaminhei Finnick até a porta com um clima não muito afetuoso. Cashmere me deixou claro como o comportamento dele “funcionava”, mesmo assim, preferia que ele chamasse Clove apenas de Clove.

– Dá pra ver o quanto você se importa com ela – disse Finnick, se apoiando na porta. – Esse é meu jeito de tratar todas as pacientes e eu inclusive incluo os pacientes, Cato. Além do mais, sou casado.

Ele saiu andando corredor adentro e ao longe pude ver como Finnick encantava a população feminina do hospital. Ela deixava seu charme com por onde passava, com aquelas covinhas em cada lado do seu rosto másculo.

Me encostei na parede. Olhei para a direita e Clove ainda comia um pedaço de sua pêra. A minha esquerda, Annie mexia na aliança em sua mão esquerda. Ela o seguia a pulinhos, dando suspiros cheios de paixão. Gargalhei alto o suficiente para chamar a atenção de uma mulher que passava em frente do quarto.

– Cato Waters, não? – perguntou ela.

– Certo. Eu mesmo.

– Isso é a nossa nova cadeira de rodas – a cadeira parecia ser como as outras, mas o diferencial é que além de ser mais segura, tinha uns botões que sei lá eu pra que servia. – Ela é elétrica. Porém, no caso de Clove, você vai guiá-la. Cashmere pediu para que você não corra com ela, está certo mocinho?

Cedi passagem para que a mulher de cabelos loiros passasse por mim. – Eu acho que não sei seu nome...

– Effie. Effie Trinket. Setor de ortopedia, mas sempre ajudando os pacientes em casos como este e o prazer é todo meu – Effie falou rapidamente, me estendendo a mão. Ela se virou para Clove. – Clove, eu sou Effie. Cato e eu vamos colocar você nessa cadeira, está bem?

Clove assentiu com a cabeça. – Eu vou para casa?

– Ainda não, anjinho. Só vai dar uma volta pelo hospital, conhecer o local... Eu posso fazer um acordo com você?

– Ah... O que é isso?

– É o seguinte, você não pode deixar Cato andar muito rápido com você. É simples, não é?

Clove olhou para mim com aquele olhar de o que diabos ela está falando? Pisquei para ela e sussurrei: nosso segredo. Ela maneou a cabeça e sorriu para Effie.

– Cato, preciso de sua ajuda.

Colocamos a duas pernas de Clove para fora do edredom de bolinhas azuis e em seus pés um par de pantufas de sapo. Aquilo era muito esquisito e se a Clove de antes estivesse aqui agora, me socaria até eu tirar isso de seus pés. Peguei Clove em meus braços e a coloquei na cadeira. Effie ajeitou um dos cintos e me deu uma pequena aula de “como se comportar nos corredores do hospital em que uma cantora famosa – que ela não se lembra o nome – foi internada.”

Empurrei a cadeira pelo corredor do 15º andar e quando avistei que não havia mais ninguém do que Clove e eu, aumentei a velocidade.– Cato! Ela disse para não ir rápido.

– Ela nem está aqui. Além do mais, é o nosso segredo.

– Nosso segredo. – repetiu Clove, jogando os braços para o lado.


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