Alec abriu a porta e olhou ao redor, procurando o feiticeiro. Ele não estava em lugar algum. Talvez tivesse se atrasado. Apenas um atraso, nada demais.

Então porque estava tão nervoso?

O caçador de sombras respirou fundo e escolheu uma mesa perto das janelas. A noite já caíra e ele deveria estar se preparando para matar demônios, mas ao invés disso estava ali, esperando Magnus Bane.

Apesar de tudo, ele achava que valia a pena.

– Vai querer pedir, senhor? – perguntou a garçonete.

Depois de pedir um simples café, ficou olhando as pessoas que passavam pelas calçadas, todas parecendo incrivelmente atrasadas para algum compromisso de suma importância. Exceto as crianças. Elas pareciam estar se divertindo, como se estivessem em um parque de diversões.

Meia-hora depois, Alec segurava um café frio e intocado, pensando que talvez ele fosse um idiota. Era lógico que era bom demais pra ser verdade. Por que alguém como Magnus iria se interessar por ele? Era apenas um pirralho caçador de sombras, que nunca havia beijado e que tinha uma queda por Jace Wayland. Poderia ser mais patético? Sim, é claro que sim! Aliás, ele o era!

Piscou, resignado. Não iria se abalar por isso. Magnus Bane não iria atingi-lo assim, ele não iria deixar.

Mas você já foi atingido, seu idiota, sussurrou seu cérebro.

Cale-se, replicou de volta.

Então, o que ele tinha que fazer era manter o resto de dignidade que tinha intacta. Sairia dali de cabeça erguida e iria para o Instituto, então poderia chorar feito um bebê.

Não que ele fosse fazer isso, é lógico. Alec não chorava.

Nem mesmo por alguém como Magnus Bane. Ele era incrível, era verdade. Aqueles olhos felinos e magníficos, os cabelos espetados, os lábios que estavam sempre esticados com um sorriso, às vezes irônico, às vezes divertido, às vezes triste...

De repente, enquanto pensava em Magnus, desesperou-se ao perceber que sua memória estava falhando, a imagem de Magnus sumindo. Os olhos ficando menos luminosos, enquanto a imagem já opaca desaparecia completamente.

E Alec se pegou perguntando-se em que ele estava pensando. Não fazia a mínima ideia!

Aliás, por que ele estava ali, afinal?

Franzindo o cenho, ele bebeu o café, pagou a garçonete e saiu para o frio da noite.

Jace e Izzy deveriam estar lhe esperando.

Jace... Por algum motivo Alec não sentia mais aquela costumeira dor que aparecia quando pensava no rapaz. Era quase como se não sentisse mais nada por ele.

Mas isso era impossível, certo? Você não deixa de amar alguém de repente!

Talvez fosse apenas impressão.

Caminhando em direção ao Instituto e pensando que precisaria estudar sobre feiticeiros aquela noite, Alec nem sequer notou que passou por um de cabelos espetados e olhos felinos, cujo rosto estava riscado pelas lágrimas e as mãos disparavam resquícios de faíscas azuis.

CONTINUA... (LEIAM AS NOTAS FINAIS)