No outro dia entreguei todos os deveres de Minerva e na aula de Snape ele entregou nossos trabalhos com notas como se tivéssemos feito o N.O.M.s.

– Dei a vocês as notas que teriam recebido se tivessem apresentado esses trabalhos no seu N.O.M.- disse Snape com um sorriso afetado, ao passar pelos alunos devolvendo os deveres.- Isto deverá lhes dar uma ideia realista do que esperar no exame.

Snape foi até a frente da classe e se voltou para a turma.

– O nível geral dos deveres foi abissal. A maioria de vocês não teria passado se fosse um exame real. Espero observar um esforço bem maior no trabalho desta semana sobre as variedades de antídotos para venenos ou terei de começar a distribuir detenções para os tapados que receberem "D".

Olhei minha folha rapidamente e quase saltei da cadeira quando vi um ''E'' bem grande nele, olhei em volta e vi alguns alunos com uma cara meio que tristes e outros bem contentes, como Silene.

– Eu tirei um ''O'' Susie, eu tirei um ''O''.- ela ficou repetindo isso até chegarmos em nossa sala comunal.

Já Rosemary não parecia muito feliz.

– O que ouve Rosemary?.- pergunto.

– O que você tirou?.

– Um ''O''.

– Eu estou em detenção.- ela diz e eu tento fazê-la ficar melhor mas fecho a boca quando Chester se aproxima de nós e pisca em minha direção.

– O que foi isso?.- pergunta Rosemary.

– Um problema.- digo e olho para trás vendo Chester sumir no meio da multidão.

Explico a Rosemary e a Silene o que havia acontecido, elas duas já sabiam que Draco era meu amigo e juraram nunca contar pra ninguém, o problema era que Chester sabia e me fez uma proposta, eu tinha que ajudá-lo a deter os planos dos Comensais da Morte junto com ele, o que era loucura.

– Susie isso é loucura, Chester está louco, será que ele não percebe que você dois podem morrer? Ainda mais agora que descobrimos que não foi só Travers que estão procurando você e que ele não foi o único assassino dos Mckinnon.

– Rosemary tem razão, acho que você deveria tentar convencer a ele de desistir desta loucura.

– Eu já tentei, mas o problema e que ele quer ver todos os Comensais presos em Askaban, o problema e que ele não pensa que Você-Sabe-Quem pode vir atrás de nós.

– Quer saber? Eu vou falar com esse lunático do Chester.- Rosemary sai da sala dando passos duros e eu e Silene nos entreolhamos assustadas.

– Bom eu vou fazer meus deveres com o Carter, até mais Susie.- Silene sai saltitante em direção a biblioteca para se encontrar com o seu amado da Corvinal.

Minha próxima aula era com Umbridge e eu realmente queria faltar a esta aula, na verdade eu ia matar esta aula, literalmente.

Pergunto a Dino se ele viu os gêmeos Weasley.

– Vi eles perto do salão comunal da Corvinal.

– Obrigada Dino.- saio correndo em direção a torre da Corvinal.

Enquanto procurava os gêmeos esbarro em Harry e nós dois viramos a cara um para o outro sem sequer dar uma palavra, aquilo estava me incomodando profundamente e eu sabia que uma boa parte disso era minha culpa fui teimosa e mimada demais.

Encontro os gêmeos conversando com alguns alunos da Lufa-Lufa e da Corvinal, todos do sétimo ano e me sinto uma baixinha perto deles.

– Olha só quem está aqui.- Fred e levanta e passa as mãos sobre meu ombro.- Olá Susie, o que lhe trás aqui neste dia tão belo?.

– Preciso de alguns mata aula, no mínimo dez, não tenho dinheiro aqui mas posso pedir a Lupin.

– E por que esse desespero todo Su?.- pergunta Jorge sorrindo maliciosamente.

– Por que tenho dois tempos com a Dolores e não estou nem um pouco afim de perder horas da minha vida olhando na cara daquela mulher.

– Entre para o clube, todos nós não gostamos dela, você soube que ela virou Alta Inquisidora não é? Ela vai inspecionar todas as aula a partir de hoje e pode apostar que ninguém está livre dela.

– Não importa, nem que eu tenho que tomar uns vinte mata aula eu tomo para ficar longe dela.- todos em minha volta começam a rir.

– Tudo bem Susie você ganhou.- Jorge pega uma caixa e me entrega.- Aqui tem alguns mata aula que você pode ficar, não vamos cobrar nada.

– Não seus tontos, eu pago vocês, afinal tiveram um trabalho danado para fazerem isso.- digo e ele começam a rir.

– Susie você é nossa aprendiz e nossa amiga, temos uma grande admiração por você depois que fez aquilo com os cabelos dos sonserinos, eu e Jorge nunca tentamos isso.

– Bom se é assim, eu agradeço a vocês dois por salvarem minha vida.

– De nada e se precisar de mais alguma coisa é só se lembrar de nós dois.- Fred pisca pra mim e Jorge dá um sorriso.

Quando vou andando escuto um dos meninos da Lufa-Lufa cochichando com Fred e Jorge.

– Aquela não é a filha de Sirius Black?.

– É ela mesma e pode apostar, ela é gente boa mas é chapa quente.- diz Fred e o menino da Lufa-Lufa ri.

– É a nossa baixinha.- quando Jorge fala eu sorrio.

Eu literalmente não sabia como agradecer aos dois mas com certeza eu iria agradecê-los por me salvarem daquela cara de sapo.

Quando o sinal toca e todos saem correndo para irem para suas salas, pego uma bala da caixa de Fred e Jorge e a coloco na boca, mastigo devagar para sentir o gosto e realmente não era um dos melhores, eu tinha vontade de cuspir mas se eu fizesse isso não iria adiantar de nada. Quando finalmente engoli a maldita bala meu nariz começa a coçar e a doer então percebo que ele está sangrando.

– Meu Deus.- digo e olho para o chão, meu nariz começa a sagrar ainda mais.

– Susie?.- olho para trás e vejo Draco, ele arregala os olhos e eu também.

– Não me veja assim.- o empurro mas Draco e mais rápido e me puxa.

– O que aconteceu? Temos que levar você para a ala hospitalar.- Draco pega minha mochila a caixa dos gêmeos e me leva até Madame Pomfrey.

Me sento em uma das macas e vejo que fiz um rastro de sangue pela enfermaria, Draco sai correndo e vai chamar Madame Pomfrey, alguns minutos depois Rosemary e Silene aparecem na sala desesperadas e quando me vêem quase caem para trás.

– Susie? O que aconteceu com você?.

– Eu...- quando ia explicar Draco aparece e Rosemary muda sua cara de preocupada para furiosa.

– Acabei de chamar ela e...

– O que está fazendo aqui sua loira oxigenada?.- Rosemary começa e eu quase solto uma gargalhada.

– Vim ajudar a Black.- responde Draco, seco.

– Ela não precisa da sua ajuda, não importa se são amigos agora, você é...

– Vocês dois parem agora, eu estou tendo uma hemorragia e posso morrer e vocês dois estão discutindo.- digo quase gritando.

Rosemary se vira de costas para Draco e os dois param de discutir, Madame Pomfrey chega com um baldo e um pano molhado, ela parecia assustada com a quantidade de sangue que meu nariz poderia produzir.

– O que ouve com sua nariz querida?.

– Eu não sei, ele começou a sangrar do nada.- menti, Draco sabia sobre a caixa dos gêmeos, ele a escondeu dentro da minha mochila.

– Bom isso parece ser hemorragia, mas uma hemorragia bem grave, a senhorita bateu o rosto em algum lugar?.

– Não, quero dizer, sim eu cai de rosto no chão, mas não pensei que iria fazer um estrago desses.

– Vai ter que ficar um tempo aqui menina, enquanto isso vai colocar gelo e vou lhe dar algumas toalhas, mas a senhora vai ficar de repouso absoluto e por favor preste atenção aos lugares que a senhorita esbarra.

– Tudo bem.

Madame Pomfrey sai da sala e vai atender um menino da Lufa-Lufa com a perna altamente roxa e sangrando, Draco se senta do meu lado esquerdo e Silene e Rosemary me olham serias.

– Por que fez isso Susie?.- pergunta Silene.

– Isso o que?.

– Não se faça de idiota, nós sabemos que você pegou aquele kit mata aula com os gêmeos.- diz Rosemary.

– Não quero ir nas aulas de Umbridge, depois do que ela fez comigo, estou tentando evita-la.

– O que ela fez com você?.- pergunta Silene e mostro as costas de minha mão.

– Conte ao Dumbledore ou a McGonagall.- diz Rosemary.

– Não posso, ainda mais agora que ela é alta inquisidora e vai inspecionar as aulas dos professores.

– Susie você não pode ficar se escondendo pra sempre, nós temos os N.O.M.s e você precisa estudar.- diz Silene.- Posso ajudar você, posso anotar algumas coisas e fazer com que você faça os deveres aqui e depois eu entrego para os professores.

– Obrigada Silene.

– Você não merecia, mas é por você ser nossa amiga e minha prima.- diz Rosemary dando um soco de leve no meu ombro.- Vou pegar suas coisas no dormitório e trazer pra cá tudo bem? E pode me dar a mochila dela por favor?.

Draco dá minha mochila para Rosemary e os dois se encaram, se matando com o olhar, se Silene não tivesse puxado Rosemary pelo braço ela provavelmente iria atacar Draco.

Quando as duas vão embora eu fico agradecendo por ter elas como amigas e por me ajudarem sempre quando preciso.

Draco ficou sentado do meu lado o tempo inteiro, eu não tirei o pano molhado nenhuma vez do meu rosto, meu nariz não parava de sangrar.

– As vezes me pergunto o porque sou tão louco ao ponto de querer ter virado seu amigo.

– É como dizem, quando você fica é difícil sair.- Draco ri.

– Sabe eu acho que o que eu faço é um jogo de interpretar, eu sou legal com você, conto tudo meus problemas e somos amigos, e quando estou com meus ‘’amigos’’ - Draco faz aspas com as mãos quando diz a palavra amigos.- Tenho que ser diferente, ser o que eles querem que eu seja.

– E quando você não está interpretando e sendo você mesmo?.

– É quando estou com você.

A tarde agora estava virando noite e Draco teve que sair quando percebeu que Pansy estava procurando por ele, a noite na ala hospitalar não era tão ruim, tirando o fato de que eu estava sozinha e apenas algumas vezes via Filch resmungando para lá e para cá com sua gata Madame Nora e Rosemary esqueceu de trazer minha mochila então eu ainda estava com minhas vestes da Grifinória ensanguentada.

Escuto passos vindo do corredor e vejo uma sombra, mas quando olho não era ninguém apenas uma mochila flutuante.

UMA MOCHILA FLUTUANTE?.

Me jogo da cama e quase dou de cara no chão, mas levanto rápido e pego minha varinha.

– Quem é você?.

– Eí, se acalma, sou eu.- Harry tira sua capa de invisibilidade e eu deito na cama aliviada por não ser nada além dele.

– O que você quer?.

– Rosemary tinha deixado sua mochila comigo para eu entregar mas tive uns imprevistos, aqui está.- pego minha mochila da mão de Harry rápido não queria encará-lo por muito tempo.

– Obrigada.- digo me sentando na maca.

Harry me encara por alguns minutos ele reluta em ir embora mas acaba voltando e se sentando ao meu lado.

– Olha Susie me desculpa por ter dito aquelas coisas, sinto muito.

– Harry eu...- Harry me interrompe.

– Olha eu não te acho irresponsável e mimada ou teimosa, me desculpa, eu gosto de você, você e Sirius são minha única família então eu sinto muito ter magoado você, sei como é não poder ter o pai o tempo inteiro.- Harry abaixo os olhos e eu o abraço.

– Não tem porque se desculpar, eu que devo desculpas, eu disse coisas loucas, sinto muito.

Eu sorrio e Harry também, ficamos conversando sobre as aulas, ele havia pegado mais duas detenções com Umbridge e Angelina e McGonagall estavam quase o matando por isso e que Hermione e Rony tiveram uma ideia de termos aulas escondidas de Defesa Contra Artes das Travas e Harry seria o professor, ele no inicio não queria muito mas estava ainda indeciso sobre isso e eu o fiquei incentivando a aceitar ser professor, preferia mil vezes ter aula com Harry do que com Dolores.

Quando paramos de falar ficamos quietos e olhando uma para o outros, eu podia sentir o cheiro de Harry o que era engraçado pois era doce.

– Susie, você já beijou?.

– O que?.- olho para Harry assustada e ele parecia sem graça por ter perguntando.- S-Sim, bem, eu, já, beijei, mas, por que a pergunta?.

– N-Nada.- eu e Harry olhamos para lados opostos sem graça.

E quando eu viro novamente Harry estende o braço por cima da minha cabeça e coloca sua capa de invisibilidade sobre nós dois, eu começo a rir e ele também.

– O que está fazendo?.- pergunto sorrindo e tocando no tecido transparente brilhante da capa.

– Não quero que vejam isso.

Harry vai se aproximando de mim, lentamente, minha respiração e a dele estavam muito próximas e quando finalmente selamos nossos lábios fui consumida por um sentimento totalmente novo e eu não sabia ao certo o que significava. Meus dedos se fecharam nos cabelos dele , apertando Harry contra mim, suas mãos foram para a minha cintura involuntariamente e eu não conseguia para de beijá-lo pois era viciante demais. Harry parecia nem parecia que nunca havia beijado.

Foi quando meu nariz começou a sangrar de novo e Harry me olhou assustado, me levantei com raiva e Harry ainda coberto pela capa ria baixo, joguei meu travesseiro nele e ele começou a rir ainda mais alto.

Droga de nariz hemorrágico.

Quando coloquei um pano molhado no nariz Harry me abraçou pela cintura e beijou o topo da minha testa, eu não fazia ideia do que dizer ou o que fazer, Harry parecia feliz por estar ali comigo e eu também estava feliz por ter ele, mas não sabia de qual maneira eu estava feliz.

– Até mais Susie.- Harry me deu um selinho e se cobriu novamente com a capa e indo embora.

Me deitei na maca da ala hospitalar e passei a ponta de meus dedos pela minha boca, eu ainda sentia o gosto do beijo de Harry, eu ainda podia sentir seu cheiro engraçado e doce, eu ainda podia fechar o olhos e imaginar aquela cena, mas eu sabia que o que aconteceu na ala hospitalar, iria permanecer lá.