Uma Tarde De Sol escrita por EnquantoIsso


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Enzo conta o começo da história dele.



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Era uma tarde linda de sol, um parque enorme e várias crianças brincando. Filhos correndo de pais e sim, alguns pais, correndo dos filhos (retardados). Eu estava sentado num banco do parque, admirando a natureza. Admirando o sorriso de cada criança que brincava de pega-pega ou de esconde-esconde. E também estava admirando, a sorte daquelas crianças por ainda serem crianças e não estarem enfurnadas dentro de um quarto com um vídeo game. Percebi ali, que tinha que mudar de vida.

Não queria ser um velho babão. Caramba! Eu tinha a vida toda pela frente e ficar ali sentado, olhando crianças se divertirem, com certeza, não é coisa que se faça até os setenta anos. Eu sei que pareço ter uns noventa anos só pelo drama do começo, mas não. Seja quem for que estiver lendo, prazer, meu nome é Enzo. Tenho vinte e cinco anos, com aparência de quinze e mentalidade de noventa como já disse.

Fui criado pelos meus avós, Dona Bethânia e o Seu Aphonso são seus nomes. Acho que por isso tenho um temperamento meio da época deles. Mas enfim, como eu estava dizendo, minha avó diz que minha mãe simplesmente sumiu no mundo, pois eu fui uma gravidez indesejada e, ela não me quis por ser uma mulher muito de sair para festas (desculpa mãe, mas a senhora é uma vagabunda mesmo). Sabe, não tenho nem uma vontade de conhecê-la. São motivos óbvios... E meu pai, ah! Meu pai... Outro bêbado no mundo.

Minha vida na escola sempre foi ridícula. Aquelas meninas sem peitos desfilando com um decote até a barriga (se eram magras? Não cara...) e os meninos, babando atrás delas. Bom, eu só olhava aquilo e começava a rir. Na verdade, eu revezava entre rir e vomitar. As professoras quase implorando por um minuto de silêncio pela sua morte que iria acontecer se mais um adolescente retardado berrasse. Eu sempre fui quieto, um pouco desastrado, mas quieto. Ser desastrado era desastroso (sério mesmo), certo dia estava chovendo, cheguei à sala de aula, completamente ensopado. E como o chão também estava, consegui escorregar em uma pequena poça de água e sem querer, empurrar um colega meu. Ele era completamente doido, simplesmente pegou uma cadeira e jogou em mim. Só acordei no hospital.

Tirando esse leve acontecimento, minha vida na escola sempre foi normal. Normal? Bom, normal não, mas, o bastante pra eu não sair gritando por aquela porta. Na escola, eu tinha só dois amigos: A Mônica, uma menina ruiva com olhos castanho-claros. Mas escondido atrás de um óculos “fundo de garrafa” e sobrancelhas grossas. E André, um garoto moreno e alto que fazia sucesso com as “gatas”. Principalmente a professora de física, uma velha de oitenta anos, que adorava abrir as pernas para André no meio da aula. O pior era que ele sentava na frente e eu e Mônica sentávamos perto dele. Eu era do lado direito e ela atrás do garanhão. Que vista horrível, meu Deus! Não gosto nem de me lembrar.

Ainda na época do colégio, minha avó jurava que eu era gay. Ela chegou até a me mostrar uma foto de mulher pelada para ver se eu ficava mais animado. Resultado: Meu avô pensou que ela era lésbica. Mas voltando ao assunto, eu era diferente dos outros caras. Não era tarado por uma mulher nua, mas também não fugia de uma... Isso me lembra Vanessa. Uma garota que mexeu comigo e eu poderia jurar, que ela era a mulher da minha vida. Ela era linda, simplesmente uma deusa aos meus olhos. Uma loira de parar o trânsito. Cheguei a tentar algo com ela, com uma técnica infalível de filmes românticos, o resultado foi que minha avó não era lésbica. Vanessa era lésbica. Vi ela se pegando com a professora de matemática atrás de uma árvore. Aquilo simplesmente partiu meu coração.

Depois de ter visto minha professora com o “amor da minha vida”, decidi que eu precisava iniciar minha vida amorosa. Eu era moreno, um óculos enorme e meu cabelo, que parecia estar lambido por uma vaca, era pro lado. Lindo não? Não, eu sei. Depois do “fora” da Vanessa, resolvi mudar a situação. Cheguei à frente do espelho e falei a mim mesmo que eu deveria mudar meu visual. Tirei o óculos e deixei meu cabelo com um topete não muito escandaloso. Eu estava agradável ao meu olhar. Corri para minha avó e falei que eu estava precisando de lentes de contato. Bom, demorou uns meses para as lentes de contato chegar. Tempo suficiente para deixar meu cabelo crescer, eu adotei o visual “Dave Grohl” que estou até hoje.

Ficar com meninas? Isso foi só depois dos dezoito anos. As da minha escola eram demônios em pessoa (tirando a Vanessa) e só gostavam de caras fortes. Eu não tinha vida social na época e nem podia sair. Então ficou pra depois dos dezoito mesmo.

Eu já falei do meu tio Marcos? Não? Pois é, ele mora comigo e meus avós até hoje. Foi ele que apresentou meu pai e minha mãe. Uma noite sozinhos e eu nasci. Mas voltando, meu tio Marcos era um bêbado igual ao meu pai, tanto que são amigos até hoje. Mas tirando a desgraça de ele ter apresentado meu pai a vagabunda, digo minha mãe, ele me proporcionou a melhor noite da minha vida.

UMA NOITE NO PUTEIRO! Digo, uma noite em meninas que adoravam dar. Dar seu amor para o próximo (o próximo que tivesse cartão de crédito ou débito, não importava). Eu cheguei ao cabaré com um pouco de medo, olhando todas aquelas luzes e pensando em sair correndo. Mas quando eu ouvi meu tio falar: “Escolha a que você quiser”, eu virei e o vi. Ah Deus, e quando o vi, olhei a direção em que seus olhos estavam. Cinco meninas, uma mais linda que a outra, prontas para me servir. Tremendo escolhi a que achei mais bonita. Ela me levou para o quarto e fez a noite mais feliz da minha vida. Depois do ocorrido, trocamos idéias e ela deixou um telefone. Até hoje nos falamos.


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