Echo. escrita por nekokill3r


Capítulo 16
Capítulo 16.


Notas iniciais do capítulo

Oi, minha gente! Decidi postar o capítulo agora antes que comece a chover e acabe a energia. Simplesmente odeio esse tempo de fim de ano que só faz chover e chover, e relampiar...
Mas, enfim, boa leitura, me desculpem se tiver qualquer erro e espero que gostem!



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Desde ontem, eu e Tenten estamos grudadas –– e quando digo isto, é no sentido “ela liga pra mim ou manda uma mensagem só para contar alguma coisa bonitinha que viu na rua”. E apesar de grande maioria das coisas serem idiotas e eu quase nunca ter um assunto, estou gostando disso. Acho que com tudo o que aconteceu, acabei confiando nela mais do que pensava. Mas ela me lembra Ino, que também me lembra sobre ontem e igualmente ela ter me ligado hoje cedo. Eu não atendi, é óbvio. Só que confesso que fiquei com muita vontade de fazer isso... Odeio ser tão curiosa desse jeito; se eu não fosse, talvez não ficaria magoada com grande maioria das coisas que acabo descobrindo.

Deus do céu, hoje é quinta! Eu mal posso acreditar que agora só falta um dia para eu finalmente ir para a fazenda com Naruto, e eu ainda não consigo entender como está demorando tanto assim para passar. E não, eu não duvido que está sendo lento assim só porquê vou sair.

Hoje, na escola, eu vi Naruto conversando de novo com a professora Kurenai e isso ainda soa muito estranho para mim, porquê ele estava fazendo os mesmos gestos que ontem, e tudo o que acabei conseguindo ouvir ele dizer foi:

–– Não deixe que ninguém saiba que estamos as colocando aqui. É crucial que isso seja segredo.

E então Kurenai concordou e os dois foram cada um para um lugar diferente. Eu simplesmente necessito descobrir o que ninguém pode saber! Fiquei a madrugada toda pensando nisso e não duvido que estejam colocando câmeras sem a ordem de Tsunade. E se for? O que exatamente eles esperam gravar? Eu e Hinata? Bem, à esse ponto do campeonato, não duvido que ela encontra seja lá o que for e destrua apenas para salvar a própria imagem. E pensando em tudo nisso, eu me pergunto como pode uma pessoa fazer uma coisa dessas e ainda estar feliz. Sim, antigamente eu já vi muitas garotas sofrerem na mão de Ino, e eu costumava rir do que acontecia com elas, que saíam chorando, e agora tudo está acontecendo comigo, e sou eu quem sai chorando e Hinata quem ri. E sei bem o motivo: ciúme. Ciúme de Naruto comigo. Acho que ela pensa que antes de eu aparecer, tudo estava ótimo –– e eu confesso que antes de ir para aquela escola, tudo estava mesmo ótimo.

Hoje Gaara não quis sair comigo, e eu estranhei de verdade isso, contando com o fato de que ele faz de tudo para fugir de casa. Será que ele resolveu as coisas com o pai? Ah, não. Isso é meio que impossível. Mas a notícia boa é que Kankurou resolver vir para cá e já está trazendo as tintas junto para pintarmos as marionetes. Eu não sei se estou psicologicamente pronta para abrir a porta daquele cômodo quando ele chegar, só que é pelo Sasori. E eu sei apenas de uma coisa: ele ficaria feliz em vê-las pintadinhas de novo.

–– O que é que eu vou fazer o dia todo?! –– minha mãe pergunta deitada no sofá e olho para ela.

Até a minha mãe pediu demissão do trabalho, mas o motivo foi os tal garotos que vem aqui em casa quando ela não está. E agora estou me perguntando como vamos nos virar, porquê o meu pai está infurnado no porão desde cedo –– ainda não falei com ele –– escrevendo um livro, e a minha mãe também vai e se demite. Eu realmente preciso tomar vergonha na cara e ir procurar um trabalho para mim. Não vou agüentar esses dois o dia todo discutindo ou querendo me encherem de abraços e essas coisas.

–– Você pode ficar aqui e me amar. –– brinco e sorrio quando vejo a cara que ela faz.

Mas a minha mãe leva a brincadeira a sério e corre para fazer cócegas em mim. Estou rindo tão alto agora que meu pai ouviu e veio lá de baixo correndo para perguntar o que era, então ele viu o que era e se misturou também. Sou salva pela campainha e mando os dois descerem para o porão, e mesmo resmungando e perguntando porquê não podia ficar, minha mãe foi.

–– Oi! –– cumprimento quando abro a porta para Kankurou e ele quase cai com tudo por causa do tapete. Sorte que não. –– Veio da sua casa a pé e trazendo tudo isso sozinho?

–– Sim. –– ele responde ofegante, colocando tudo em cima do sofá e se vira para me lançar um sorriso. –– Cadê o meu irmãozinho? Ele disse que viria para cá.

–– Disse?! Pois ele me disse que ficaria em casa! Deus do céu! –– Começo a me preocupar, fecho a porta com toda a força e quase vou para o chão também com o tapete. Estou tão desesperada e tremendo que mal consigo ligar para Gaara.

–– Não precisa ficar assim. Ele sabe se cuidar. E outra, tenho certeza de que não vai fazer nada de errado. Não agora. –– Kankurou diz subindo as escadas com muito cuidado, e eu estou com medo de ele cair para trás, por isso subo atrás.

–– Como assim? –– pergunto e ele para, assim como a minha respiração, por achar que estava caindo.

–– Gaara não é muito de conversar com sentimentos, não com a família. Mas ele me disse que gosta muito de você, e, bem, eu percebi uma diferença nele depois que vocês começaram a namorar. Foi quase como se... ele se sentisse feliz de novo, e não tão culpado o tempo todo. E é por isso que eu tenho tanta certeza de que ele não vai fazer nada de errado por agora. –– Kankurou diz e fico apenas o olhando, e percebendo isso, ele recomeçou a subir as escadas e eu fui atrás de novo.

–– Eu também gosto do Gaara, mas... Às vezes eu tenho a impressão de que ele quer me dar um tiro. –– comento e ele começa a rir.

–– Normal. –– Kankurou diz em meio a risadas. –– Mas é muito fácil o agradar e conquistar sua confiança.

–– E o que eu posso fazer? –– pergunto mais curiosa até mais do que sobre o assunto de Naruto e Kurenai.

–– Não vire as costas para ele, e vá, simplesmente, embora. –– ele responde e fico um pouco surpreendida com isso. Achei de verdade que eu teria que escrever na cara “eu gosto de você!”. –– Com o tempo, vai perceber que quando você precisar, Gaara sempre vai estar aí se precisar... E é com cansaço de vê-lo sofrer tanto pelo nosso pai que te peço que, por favor, nunca deixe ele sozinho.

E é exatamente isso que eu estou odiando! As pessoas estão falando para que eu não o deixe sozinho, e não o deixe sozinho, e bem, eu não irei mesmo fazer isso. Mas quando eu resolver esses meus sentimentos pelo Naruto, provavelmente não vamos mais ficar juntos, assim como aconteceu com Kiba. Só que com tudo isso, eu apenas sinto mais vontade de ficar perto do Gaara; digamos que ele também faz com que eu me sinta feliz. Que coisa. Eu não conseguiria mesmo deixá-lo sozinho, de qualquer forma.

–– Eu nunca vou fazer isso. Prometo. –– digo e Kankurou parece mais aliviado.

Então olho para a porta atrás de mim, e é hora para abri-la. Demoro um tempo para fazer isso, e quando o faço, me arrependo amargamente; as marionetes de Sasori estão, praticamente, evaporando porquê nenhum de nós teve coragem de vir aqui ver como elas estavam. E me arrependo por isso também. Eu poderia ter feito pelo menos uma visita alguma vez, mesmo que só por alguns segundos, mas poderia ter feito. Até mesmo Kankurou fica impressionado com o estado delas. Entramos no cômodo e ele liga a luz, mesmo que eu já esteja andando aqui dentro. Encaro cada uma daquelas marionetes que eu mesma vi o meu irmão construir enquanto tentava ouvir música e me dar atenção... Solto um suspiro e acho uma que nunca pensei ainda existir. Sou eu! Sasori me prometeu que faria uma minha, mas ele sequer conseguiu “colocar” os dedos em mim, e apenas sei disso pelo cabelo rosa.

–– Vamos começar? –– Kankurou pergunta e quase grito de susto.

–– Podemos começar com essa? Por favor! –– imploro, praticamente, pegando eu mesma e tomando o maior cuidado para que ela não desmonte.

–– Podemos sim. Você sabe apertar as peças? –– ele pergunta de novo e mesmo não fazendo ideia de como poderia ser aquilo, concordo com a cabeça. –– Tome aqui, então. E cuidado com os dedos. –– Ele continua e pego o braço da maiorionete e o olho confusa, porquê ela não tem nenhum dedo... –– Não os dela, os seus!

–– Ah, sim! –– digo morrendo de vergonha e pegando a ferramenta que ele me passa.

Tudo bem, agora eu apenas preciso ficar de costas para Kankurou e fingir que estou fazendo um ótimo trabalho enquanto penso em como isto funciona. Ele disse para apertar as peças, mas por onde que eu começo?! Tem tantas... Decido que vou na do braço, que é a que está soltando. Aperto a ferramenta na minha mão direita e chego mais perto... Nesse momento, o meu celular vibra e eu a jogo no chão com um grito, assustando Kankurou que quase derruba tudo o que estava fazendo.

–– Desculpe. –– peço o olhando e pegando meu celular. –– Só um minuto. –– Saio ofegante e fecho a porta, o atendendo logo em seguida. –– Oi?

–– Olá, como vai você? –– pergunta a voz que eu acho mais idiota nesse instante.

–– Onde você está? –– pergunto de volta e Gaara ri. É aí que eu perco a paciência. –– E está rindo do que? Você diz para mim que vai ficar em casa, e depois diz algo totalmente diferente para o seu irmão! Eu realmente fiquei preocupada.

–– Oh, me desculpe! –– ele diz e percebo que ainda está de brincadeira comigo. –– Eu estou aqui na sorveteria na companhia da minha nova namorada.

Sinto minhas sobrancelhas se erguerem de surpresa e depois voltarem para baixo em tristeza. Como assim, nova namorada? Ele só pode estar de brincadeira comigo. Só pode.

–– Oi, queridinha! –– cumprimenta uma voz feminina rindo, e mesmo assim, consigo identificar perfeitamente a voz de Tenten.

–– Pelo amor de Deus, o que você está fazendo aí? –– pergunto tentando não parecer que estou brava e triste ao mesmo tempo.

–– É brincadeira, Sakura! Não leve a sério, mesmo. Eu estava passando por aqui e o seu namorado se ofereceu para me pagar um sorvete e eu aceitei. Apenas isso. Juro. –– ela diz e percebo que não estou conseguindo acreditar.

–– Ouviu, não é? Então não me venha dar bronca à noite. –– Gaara diz dessa vez.

–– Como assim? Vamos sair hoje? –– pergunto nem um pouco interessada na resposta.

–– Não, eu que irei aí na sua casa. Vai ser rápido, é só para você poder matar a saudade. –– ele diz todo convencido e cerro os dentes com impaciência.

–– Eu não estou com saudades de você, seu estúpido. –– cuspo as palavras fora e ele recomeça a rir.

–– Com certeza não. –– Gaara diz e por último sussurra bem baixinho como se não quisesse que Tenten também ouvisse: –– Mas acredite, eu estou com saudades de você, baixinha. Até mais tarde.

E então eu desligo quase jogando o meu celular escada à baixo. Eu não acredito que ainda não consigo acreditar no que Tenten disse... Eu não duvido mesmo que ela esteja o roubando de mim, porquê primeiro queria que ele fosse conosco para o shopping e ontem quase faltou ajoelhar tentando fazer ele ir escolher o tal sapato que eu espero que estrague um dia antes da festa, e agora isso! Simplesmente me recuso a aceitar que estou com ciúmes do Gaara, e que também estou com saudades. Deus do céu, ele consegue acabar com a minha paciência com menos de dois minutos de conversa! Volto para o cômodo fingindo que não aconteceu nada, e Kankurou é daqueles que não fica se metendo na vida dos outros –– coisa que tenho que admitir que gostei nele ––, então, apenas seguimos o nosso serviço.

Passei a tarde toda fazendo, refazendo, concertando e pintando marionetes. No final, não resisti e acabei perguntando para Kankurou como é que se arrumava as peças e me senti idiota quando ele explicou e mostrou o quanto era algo simples e fácil. Sinceramente, gostei do resultado. Aproveitando as tintas, tivemos a ideia de pintar as paredes e acredite, o lugar está parecendo outro. O resultado foi incrível! Mas com isso, nós dois ficamos todos sujos. O ajudei a se lavar na cozinha, só que depois de todo esse trabalho, nos deitamos no chão para descansar um pouco e a tinta meio que secou e ficou pregrada, se tornando ainda mais difícil a tirar. Quando ele vai embora, corro para o banho antes que meus pais venham me fazer milhões de perguntas, e também porquê Gaara disse que logo vai estar chegando. Não quero ele dentro de casa, não enquanto minha mãe estiver aqui também, então tive a ideia de que vamos nos encontrar em uma praça abandonada que tem aqui perto de casa, e não a que costumamos ir. Eu gosto de lá e Gaara concordou –– até porquê o ameacei de novo.

–– Você não vai sair com isso, vai?! –– meu pai pergunta espantado quando me vê usando uma touca antiga que eu amo. Ele está assim porquê sempre odiou tocas e bonés, nem eu sei o porquê.

–– Vou sim. –– respondo e chego bem perto dele antes de falar baixo embora só esteja nós dois na sala: –– Eu vou sair com o Gaara, não irei demorar nada. Acho que não vai passar de uma hora. Não estou com muita paciência com ele hoje.

–– Porquê não? –– ele pergunta e percebo a burrice que fiz em dizer isso. Agora vou ter que explicar tudo direitinho ou não saio de casa.

–– Ele estava em uma sorveteria com a minha “amiga”, Tenten. E ontem ela insistiu muito que eu levasse ele junto para o shopping... Ah, pai, eu estou desconfiada mesmo! –– confesso e a minha voz saiu quase como se eu estivesse prestes a chorar.

–– Bem, você deveria confiar um pouco mais nele, não acha? –– ele diz de volta e já sei que o assunto “eu com ciúmes de Gaara” não é uma coisa que o meu pai sabe dominar.

–– Mas acontece que eu não confio de jeito nenhum quando o assunto é esse, pai! E depois disso, fiquei com um medo idiota de que ele arrumasse alguma garota melhor que eu por aí... –– confesso de novo o que pensei que guardaria apenas para mim. Meu pai vai falar algo, mas o interrompo. –– E se ele estiver com a Tenten mesmo? Pai, se visse ela, perceberia o quanto ela é uma garota melhor que eu e ela...

–– Ela não é nada melhor que você. Tenha mais confiança em si mesma, fia! –– ele diz e sou obrigada a começar a rir disso. –– Gaara não está com essa aí que você disse. Ele não seria bobo de trocar uma garota como você.

–– Obrigada. Agora deixa eu ir porquê ele chegou. –– digo me levantando e ele me puxa de leve pelo braço, beijando a minha testa logo em seguida. Acabo ficando um pouco sem graça com isso. –– Até mais tarde. –– É tudo o que eu digo depois que ele diz o típico “eu amo você”.

Quando saio e vejo Gaara todo feliz, sinto vontade de voltar. Seguimos sem nos beijar ou dizer alguma coisa, e prefiro que seja assim mesmo. Ao chegarmos, ele me faz sentar atrás de uma árvore e aqui está muito escuro. E é claro que ele tinha que ter uma ideia idiota de iluminar o lugar com a lanterna do celular, dizendo que assim nos sentiríamos como se estivéssemos em uma floresta. Mas tudo o que eu sinto são esses bichinhos de luz bobos que estão voando na minha cara.

–– Você está chateada comigo ainda, não é? –– ele pergunta e o olho com raiva.

–– E você ainda me pergunta isso? Imagine receber uma ligação do seu namorado, e descobrir que ele está com outra garota... Como que você se sentiria? –– digo abrindo os braços e sequer sei o porquê que fiz isso agora.

–– Foi exatamente como a sua amiguinha lá disse, Sakura! Não teve nada. –– ele diz e fico o olhando desconfiada. –– Tá, ela tentou me beijar. –– Viro o rosto por não conseguir mais olhar nos olhos dele neste instante. –– Mas depois começou meio que a chorar e dizer que era errado, porquê estaria traindo a sua confiança.

–– Ah, eu tenho certeza de que ela está arrependida pelo o que fez. –– digo tentando engolir o choro. Vai ser estúpido chorar por algo tão fútil assim. –– Enfim, era só isso que queria falar comigo?

–– “Só”? Sakura, eu estava com vontade de ver você... –– ele diz e tenho vontade de pular e o abraçar, mas o meu orgulho continua dizendo para eu ficar aqui e continuar o encarando. –– Mudando de assunto, o meu irmão e você arrumaram as marionetes?

–– Uhum. E ainda pintamos o cômodo. Ficou perfeito. –– respondo tudo pontualmente e percebo que estou sendo cruel demais por ele. –– A questão é que, Gaara, eu tenho... –– paro de falar quando sinto alguma coisa se mexer dentro do meu ouvido esquerdo.

Me levanto no mesmo instante, rezando para que não seja o que estou pensando. E é! Entrou uma maldita mariposa no meu ouvido! Eu não acredito... Isso já tinha acontecido comigo uma vez, quando eu estava voltando da escola e eu nunca mais vou chorar como fiz daquela vez. Demorou séculos para que eu andasse pela rua sem fones de ouvido, e agora vem um bichinho desse e estraga tudo! Gaara está tentando fazer eu ficar quieta, mas não tem como.

–– Sakura, calma! –– ele diz e mesmo estando escuro, olho bem para ele.

–– Tem um maldito bicho dentro do meu ouvido, e você quer mesmo que eu fique calma?! –– pergunto quase gritando e respiro fundo. –– Meu Deus! Gaara, faz alguma coisa!

–– O que, por exemplo? –– ele pergunta desesperado assim como eu.

–– Me leva para um hospital pra poder tirar isso daqui! –– respondo e é o que fazemos, quase correndo.

A única sorte é que o hospital não ficava tão longe, e com isso dentro do meu ouvido conseguindo toda a minha atenção, quase não percebi quando tínhamos chegado. Fui obrigada a ficar quase uma hora sentada com Gaara do lado de dentro, apertando sua mão toda vez que o bicho se mexia dentro do meu ouvido e ele me olhava preocupado. Ele ficava dizendo coisas como “Logo vão te chamar”, “Não se preocupe, vai passar” o tempo todo e eu até acreditei no começo, mas não está sendo fácil fazer isso mais. E então, para a minha felicidade, eu sou chamada e me levando antes que Gaara, correndo para dentro do consultório que nem uma louca.

–– Fique calma agora. –– Gaara diz segurando a minha mão, e não estou preocupada com mais nada além do o porquê desse médico demorar tanto assim para fazer uma simples lavagem.

Aí ele aparece com aquela siringa enorme cheia de água e olho bem para Gaara, que está tentando sorrir para mim. Sinto a água inundar o meu ouvido esquerdo e quando não sinto mais nada se mexer por lá, suspiro aliviada e sorrio.

–– Muito obrigada. –– agradeço para o médico que também sorriu para mim.

Estamos indo embora agora, mas claro, eu peguei alguns algodões e coloquei nos meus ouvidos para não correr o risco de isso acontecer de novo por hoje. Provavelmente amanhã recomeçarei a andar de cima à baixo de fone, tirando somente quando tenho certeza de que está tudo seguro. Falei para o meu pai que não ia demorar, mas Gaara quis parar em um daqueles lugares onde tem aquelas pistas de skates, que agora não tem ninguém.

–– Me desculpe por ter sido tão idiota com você agorinha... –– digo, e o meu orgulho todo vai embora. –– Mas você tem noção de como eu me senti?! E para melhorar, estou com medo de que você encontre uma garota melhor que eu por aí!

Ele primeiro fica parado apenas olhando para mim, então se aproxima e encosta sua testa na minha, continuando de olhos abertos assim como eu.

–– Eu nunca encontrarei uma garota melhor que você, porquê elas não existem. Você é a melhor, baixinha. –– ele sussurra embora esteja um silêncio admirável.

–– Bem, não foi o que pareceu! –– retruco e quero me afastar dele, só me recuso ao mesmo tempo fazer isso.

Nada. Eu esperava pelo menos alguma coisa, mas agora parece que Gaara está até cochilando aqui encostado em mim. Ontem eu comprei o tal curativo e ele ainda está o usando, e acredite, em vez de ficar feito, a coisa acabou fazendo ele ficar ainda mais bonito e fofo! Como que pode uma coisa dessas?

–– Mô. –– ele chama e respiro fundo porquê já vem a melação.

–– O que você quer? –– pergunto levantando uma sobrancelha.

–– Você. –– ele responde fazendo um bico muito ridículo que é capaz de tirar uma risada minha.

–– Seu estúpido! –– digo ainda rindo.

Gaara coloca os braços em volta do meu pescoço e começa a movê-los como se estivesse dançando comigo. E isso só está o tornando ainda mais e mais bonito e fofo.


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