Seeking Shelter escrita por MrsHepburn, loliveira


Capítulo 25
A Luz e a Caixa


Notas iniciais do capítulo

esse tá meio triste mas a única coisa que eu tenho a dizer sobre ele é: DE NADA.
HE HE HE



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–Ela quer que eu testemunhe. -Conto para o meu irmão e à Ashley, cortando uma flor do caule. A primavera está aí, cobrindo todos os jardins de flores e dando um trabalho para nós, que temos que cuidar do jardim que Ashley colocou na nossa varanda. -Ela quer que eu testemunhe contra Louis Stratt. Porque eu fui uma vítima também, segundo ela. -Quando conto para eles a conversa com Ingrid, faço questão de deixar minha voz neutra, para que eles não vejam o quanto eu estou apavorada. Eles não precisam saber disso. Conto como se estivesse contando sobre a chuva, e espero pelo que eles vão dizer.

–Mas... você estava drogada naquela noite. Isso não te deixa em descrédito? -Ashley questiona, hesitante.

–É. Tem isso.

–Você quer? -Meu irmão pergunta, largando as luvas que ele usa pra mexer na terra. Paramos o nosso trabalho e sentamos no chão da varanda, iluminada pelo poste da rua. Lá embaixo, os carros passam em alta velocidade.

–Eu não sei. O que você acha que eu deveria fazer? -É um peso retirado, perguntar isso. Mas a resposta dele não ajuda muito.

–Acho que você tem que ir, se quiser.

–E se eu não quiser?

–Então não precisa.

–Mas e se for importante pra Jill? -Não quis que minha voz parecesse tão indecisa, mas é assim que sai. E é assim que eu estou: apavorada e indecisa. Não sei porque estou apavorada, mas isso é o que está causando minha indecisão. Estou dividida entre fugir pra bem longe e lidar com isso, pelo bem da Jill.

–Carter, faça o que você achar certo.

–Posso dar minha opinião? -A voz de Ashley continua incerta, entretanto, agora é mais firme. Faço que sim, com um movimento de cabeça. -Acho que isso vai te ajudar, ajudar sua mente. Mesmo você não percebendo, tenho certeza que o que quase aconteceu com você te assusta um pouco. Então se o cara for mandado pra cadeira, o que deveria, -Ela adiciona. -talvez você consiga um pouco de paz de espírito.

Paz de espírito. Lembro da conversa que tive com Jill e engulo seco.

–Estou um pouco assustada. -Cedo.

–Isso não é crime. -Connor murmura, me confortando.

–Eu sei, eu sei. É só que... e se eu ficar pior? -Não especifico exatamente como o meu pior seria, porque não tenho ideia, mas todo mundo consegue imaginar. Isso faz os dois pensarem. É evidente que eles estão tão divididos quanto eu, mesmo que a situação não se aplique a eles.

–Você tem que decidir se vale a pena ou não. -Meu irmão diz, por fim.

–Eu sei que você quer ajudar a Jill, mas ninguém quer ver você mal de novo. -Ashley comenta, delicadamente. Ela aperta meu ombro, mostrando apoio. -Pense bastante nisso e quando estiver pronta, dê a resposta pra ela.

–Tenho que dar resposta até quarta feira.

–Então esteja pronta até quarta feira. -Meu irmão sorri, assumindo seu tom de voz idiota e eu reviro os olhos.

–Mudando de assunto, como está o casamento? -Indago, procurando um tema mais leve.

–Bem, eu fui ver alguns vestidos e o seu irmão conversou com um padre para ele realizar a cerimônia na praia.

–Onde eu entro na história?

–Você vai ser dama de honra, Carter. Fuja disso enquanto pode. -Connor brinca e Ashley o lança um olhar feio.

–Engraçado. -Responde, ácida.

–Eu estou brincando! -Meu irmão responde, na defensiva, e então Ashley sorri e os dois se beijam, me dando um motivo pra sair dali.

No sábado, eu faço o teste do SAT. Saio da sala tremendo de nervosa, apesar de não ter nada a perder por causa disso. Para me tranquilizar, lembro da conversa com a mãe de Ashley, e a maneira com que minha mãe reagiria se ela estivesse aqui. Não seria grande coisa e minha vida não estaria acabada, mas pensar nisso é como pensar em uma grande porta se abrindo para possibilidades que no momento, são inviáveis.

Outra questão aparece, e é a do dinheiro. Eu não tenho como pagar a faculdade. Connor trabalha em uma oficina e eu trabalho para pagar minha própria escola, e nosso modo de vida não é tão bom quanto costumava ser. O seguro ainda vem, mas não dá pra depender disso. Quando perguntei para Connor sobre isso, depois dos SATs, ele respondeu que "a gente vai dar um jeito", despreocupado desse jeito. Não é algo típico dele, mas por ser tão incomum me faz ter alguma certeza nisso tudo.

Quando a semana começa, segunda feira, todo mundo está um caco. Meu pai sempre me aconselhava a nunca ceder ao nervosismo dos outros, já que eu de nervosa já tenho o bastante, mas é inevitável não ficar ansiosa quando Carlo chama os alunos e tenta terminar os toques finais da coreografia as pressas porque falta um mês para a apresentação. Todo mundo acompanha sem reclamar dessa vez, até o Babaca, pois todo mundo está sentindo o tempo se esgotando e a expectativa de fazer uma boa apresentação. A maioria dos alunos nunca participou das regionais antes, apenas alguns são veteranos. Praticamente todo mundo está sendo consumido pela ansiedade e trabalhar cada vez mais de certa forma ajuda a ter certeza de que nada vai dar errado.

Vejo Jill no refeitório, nos corredores, mas não no ensaio de música. Quero perguntar como ela está, se ela ao menos sabe que a mãe me pediu para testemunhar a seu favor, mas ela foge, como se soubesse o que eu perguntaria.

Ainda não sei o que responder para Ingrid.

Mas, na terça a noite, eu tenho minha resposta. Connor me pede pra dar uma volta, porque ele vai chamar alguns amigos e Ashley também e os dois acham que eu ficaria excluída, então eu concordo prontamente. Pego meu casaco, botas e celular e saio de casa uma hora antes de eles chegarem. Estou andando nas ruas, com um pouco de medo por ser noite, mas faço questão de ir para a parte movimentada da cidade por causa disso. Começo a pensar muito, muito mesmo no que dizer para Ingrid e desisto, pegando meu celular e ligando para Jill, na esperança de que alguma conversa com ela me mostre o caminho certo.

–Alô? -Ela atende, mas sua voz parece... gelatina. -Aaaaaaalô? -Ela solta uma risada. Escuto risadas lá atrás e gente conversando.

–Jill, aqui é a Carter. -Comunico, lentamente e desconfiada.

–Eu sei, boba.

–Você está bem? -Paro na frente de um restaurante pra falar em paz. -Jill?

–Tô bem. -Ela não está bem.

Ela está bêbada. E está em um bar.

–Jill, onde você está?

–Não posso te falar, você vai contar pra minha mãe! Que nem contou sobre o meu segredo e fodeu com a minha vida!

–Jillian.

–Agora você até soa como ela! -Ela parece genuinamente furiosa, o que me assusta e me dá vontade de chorar.

–Jill, sério, eu só quero conversar com você. Jill... Jill! -A ligação cai, ou em outras palavras, ela desliga na minha cara. Fico parada por uns cinco segundos, sem saber o que fazer, depois eu ligo para Max. Vai pra caixa de mensagens.

–Max, me liga agora. Eu não sei se você está com a banda ou não mas a Jill está bêbada e eu não sei onde achá-la. Então... só me liga... por favor. Rápido. -Desligo e olho para os lados, procurando uma solução, mas a verdade é que meu coração está virando areia. É como se ele fosse um vidro despedaçado tantas vezes que vira a areia da praia.

Dois minutos depois, o nome de Max aparece na tela do meu celular. Suspirando de alívio, eu atendo.

–Graças a Deus.

–Como você sabe?

–Eu liguei pra ela, e ela me pareceu bêbada. Pelo que eu ouvi, ela está em um bar. Eu não sei o que fazer, Max.

–Calma. Onde você está? -Dou meu endereço, roendo as unhas.

–Sua mãe deixou ela sair?

–Duvido muito. Ela foi dormir na casa de uma amiga.

–Merda.

–Espera um segundinho. -Ele diz, depois se afasta do telefone, falando com alguém. -Não se mexe, estou entrando no carro. Você tem aquele aplicativo no seu celular que rastreia o iPhone de outra pessoa?

–Tenho.

–Então começa a rastrear o celular dela. -Não sei porque não pensei nisso antes. -E se precisar de uma senha, é a data de aniversário dela, você sabe?

–Sei.

–E não liga pra minha mãe. A gente lida com isso depois. Obrigado por me ligar. -Eu não consigo responder, porque tenho medo de abrir a boca e começar a soluçar. Minha respiração fica forte. -Você tá chorando?

–Não. Você vai demorar?

–Faltam duas quadras.

–Tá bom. -Digo, quase com medo de desligar. Mas faço isso e começo a rastrear o celular dela, buscando pelo número. Assim que o aplicativo pede a senha, digito os números e o resultado aparece, em um mapa estilo Google Maps.

Ela está em um bar. Quase sinto a dor de cabeça me atingindo.

No Samson. Já fui nesse um dia. Merda.

Quando Max chega, eu entro no carro sem dizer uma palavra e mostro o mapa do aplicativo para ele. Ele olha pra mim primeiro, tentando detectar pânico e quando acha, desvia a atenção para o celular.

–Samson, rua quinze... -Ele me devolve o celular e arranca com o carro. -O que ela te disse?

–Eu perguntei onde ela estava. Ela disse que não podia contar e disse outras coisas mal educadas. -Ele olha de relance para mim nessa parte. -Então desligou na minha cara. Você consegue ir mais rápido? -Pergunto, levando minha unha até a boca, sem ligar pra isso ser nojento ou não.

–Esse é o limite.

–Do carro ou da velocidade permitida? -Comento, meio ácida, sem querer.

–Nem começa. -Max retruca, usando o mesmo tom.

–Desculpa. Eu só estou nervosa. -Ele não diz mais nada. Vai mais rápido e é o primeiro a se mexer quando um sinal fica verde, até que dez minutos depois, a gente para na frente do bar.

Como é menor que um clube, é mais fácil entrar, já que eles não pedem identidade. Corro para lá com Max e ele segura minha mão pra não nos perdermos quando desviamos de um grupo de gente jogando sinuca. Do outro lado, estão vendo um jogo de futebol. O fato de só haver homens mais velhos me perturba um pouco. Max solta minha mão e aponta para o bar. Atrás de uma fila de gente, sentada na bancada. O cara do lado dela se aproxima, e ela toca seu braço, flertando como se fizesse isso todos os dias, parecendo confiante. Por um instante, é como se isso não estivesse acontecendo conosco. É uma visão de fora, e por esse instante, Max e eu só ficamos parados, olhando com puro horror.

Depois, corremos até lá. Jill, quando nos vê, arregala os olhos e parece furiosa, enquanto a amiga está amedrontada.

–N-não conta isso p-p-ro meu pai. Jill...

–O que vocês estão fazendo aqui? Mamãe sabe que você está num barrrrrrr? -Ela aponta um dedo para Max, sorrindo bêbada. Ele puxa seu pulso.

–Ei, cara. Cuidado com a moça.

–Vai se foder, idiota.

–Quanto vocês beberam? -Pergunto pra amiga. -E qual seu nome? -Ela está a beira das lágrimas de pânico.

–M-mag. Tomamos uísque e c-c-cosmos.

–Eu paguei pela bebida delas. Relaxem que elas não vão sair sem pagar. -Puxo o cara pelo colarinho da camisa, pegando-o de surpresa.

–Você drogou elas?

–Não.

–Você sabia que elas tem quinze anos? -Observo o desespero o atingir.

–Mas eu vi as identidades! O barman também! -Max puxa a identidade da bolsa de Jill. Nessa hora, eu vejo o que ela está usando: um vestido preto minusculo e saltos altos. Meus olhos ardem.

–O que você foi fazer, Jill? -Sussurro e Max me encara.

–Identidade falsa. -Ele irradia ódio. -Aqui diz que elas tem vinte e um. -Solto a camiseta do cara e pego a bolsa delas. Ignorando os gritinhos, empurro elas para fora, sem mais uma palavra. Mag, a amiga, chora desesperada enquanto Jill tem mais um ataque de fúria.

–ME LARGA! EU PENSEI QUE VOCÊS FOSSEM LEGAIS. Pensem que você -ela aponta para mim. -ia entender, já que era você -aponta de novo -que fazia isso toda hora. Agora quer me julgar por ser como você, sua... sua hipócrita.

–Cala a boca, Jill. -Max retruca, cansado. -Só cala a boca. -Paramos na esquina. Me viro para Mag.

–Se acalme, por favor.

–Meu estômago... -Jill reclama.

–Se quer vomitar, vomita agora, porque eu não vou deixar você vomitar no meu carro. -Max responde. Cinco segundos depois, ela vomita líquido e eu deixo o seu irmão cuidar disso enquanto olho para Mag. Acredito que ela esteja sóbria, ou pelo menos, mais do que Jill.

–Como vocês foram parar ali?

–A J-Jill me convenceu a vir, e-ela disse que viria com ou sem mim, m-mas...

–Respire fundo.

–Não conta pro meu pai. E-ele ia me matar.

–Devia ter pensado nisso antes de vir. -Rebato, mas pelo seu bem, digo que não vou falar nada. Ela entra no carro, no banco do passageiro e eu vou atrás, com Jill. A sua raiva parece ter passado um pouco, agora ela parece a garota de quinze anos frágil que conheci. Um tempo depois, ela já está dormindo no meu ombro. Max deixa a menina em casa primeiro, depois faz o caminho até a sua casa. O caminho todo eu tento não ceder ao nó na garganta, mas não é tão fácil. Solto uma fungada às vezes e sinto o olhar de Max pelo retrovisor, porém me recuso a olhar pra ele. Jill murmura algo dormindo e em pouco tempo, paramos na frente na sua casa. Ajudo Max a tirar ela do carro e carregar para dentro, deixando ela no quarto.

–Não tem ninguém em casa?

–A essa hora, está todo mundo dormindo. -Apenas assinto. Caminho até a porta, desesperada pra ficar sozinha e poder chorar pelo que acabou de acontecer. -Eu te levo pra casa.

–Não, obrigada. Eu vou caminhando. Preciso... arejar a cabeça. -Um código para chorar. Não sei se ele percebe.

–Vou junto.

–Por que?

–Porque eu também preciso. -Ele tranca a porta, me impossibilitando de tentar persuadi-lo a ficar. A gente anda um tempo em silêncio, e eu tento esconder minhas lágrimas. Pra falar a verdade, não sei nem porque eu estou chorando, mas não consigo parar. Parece fisicamente doloroso e impossível.

O choro se torna alto e eu sou obrigada a parar de andar pra tomar fôlego, então Max se manifesta. Ele me abraça, me apertando muito forte, mas que ao mesmo tempo me devolve a respiração e eu passo meus braços no seu pescoço, soluçando. Choro tudo. É como se eu estivesse contando para ele todas as coisas que eu ainda não descobri sobre como estou me sentindo e passando para ele através das minhas lágrimas. Abraçar ele é como abraçar um travesseiro: macio e quieto. Ele não fala muita coisa. Ele não fala nada. Porque não há espaço para conversa entre nós. Passados muitos minutos, ele lentamente vai me soltando, mas segura minha mão e senta no banquinho mais próximo e mais iluminado. Com a luz do poste, consigo perceber que ele também estava chorando. Abro a boca, tentando falar alguma coisa.

–Por que está chorando, querida? -Ele pergunta delicadamente e eu quero morrer. Sei que disse isso do modo que disse para não me fazer chorar mais, mas isso desencadeia mais soluços, e eu percebo o motivo do choro.

A conexão entre a antiga Carter a nova Jill. É o que me assusta mais. A semelhança entre essas duas meninas de quinze anos, perdidas no momento.

E o fato de Max ter me chamado de querida, que fode completamente meu emocional.

–É como assistir um flashback. -Sua expressão é de alguém que foi torturado quando percebe o que eu quis dizer. -E eu não posso fazer nada pra impedir. Porque você não se recupera disso. O coração nunca se recupera da merda, Max. E eu estou com medo que ela nunca mais volte a ser quem era antes. -Tento respirar fundo repetidas vezes. -Como o coração volta a funcionar depois de uma coisa dessas? -Em parte, pergunto por minha causa. -Eu não sei como dá pra ser a mesma pessoa depois de uma coisa dessas. É como ter seu coração partido repetidamente, todos os dias. E vai chegar uma hora que ele vai cansar. E o que vai ser da Jill quando o coração dela parar de acreditar nas qualidades boas que ela tem? -O que vai ser de mim?

–Quer ouvir minha teoria? -Max pergunta, com a voz rouca. Faço que sim. -Tenho pensado nisso ultimamente. Imagina que nós sejamos luz e nosso coração seja uma caixa. A caixa não reflete a luz, então por dentro, é completa escuridão. Então imagine que alguém, ou alguma coisa, partiu sua caixa. Apenas uma rachadura ou partiu em duas metades. Conseguiu visualizar?

–Consegui. -Fungo.

–Legal. Então a pessoa parte sua caixa. E dói, porque a partir a caixa é como quebrar um dedo. Mas então você percebe uma coisa. Com a sua caixa partida, a luz das pessoas e a sua vão podem entrar nela. Não vai ser a caixa perfeita, porque ela está partida, mas a luz finalmente consegue entrar. E a luz não é significa apenas nosso corpo, mas nosso amor, nossos sentimentos.

–O único modo de conseguirmos amar alguém e sermos felizes é tendo o coração partido? -Pergunto, pra ter certeza que eu peguei a mensagem.

–Basicamente. Acho que isso está acontecendo com a Jill. Ia acontecer mais cedo ou mais tarde, porque a vida exige que nosso coração passe por algo assim pra que a luz possa fazer sua mágica. E eu só rezo para que ela seja forte o suficiente pra perceber isso e tirar algo bom disso enquanto está na fase de reconhecer o coração partido. Você me falou que eu não posso controlar tudo e é verdade. Não posso controlar como a Jill vai reagir, mas... eu vou tentar mostrar o caminho certo. -De repente, uma imagem de Max com uma placa enorme, com uma seta desenhada e escrito "Caminho certo" aparece na minha mente e eu não consigo evitar um sorriso. -Então, não se preocupe. Não precisa se desesperar por ela, porque pra isso já existe minha família toda. -Meu sorriso fica maior. Antes que eu possa responder, meu celular toca.

–Oi, mana.

–Oi, Connor.

–Hmmm, aconteceu alguma coisa?

–Longa história. Eles já foram embora?

–Já.

–Então já posso voltar?

–Por favor. A gente estava ficando meio preocupado com você.

–Tá bom. Já estou indo. -Levando do banquinho e seco meus olhos, piscando várias vezes. -Tenho que ir. -Falo pra Max. Ele se levanta e me segue até o condomínio. Chegando na porta, eu dou um abraço de urso nele, um verdadeiro, que raramente eu dou.

–Você ainda é o cara mais incrível do planeta. -Eu brinco, mas não sei se ele ri. Me desvencilho dele, que está com uma cara de choque. -E diz para a sua mãe que eu vou testemunhar.

–Ela pediu isso pra você?

–Pediu.

–...Tá bom. -Ele parece meio perdido, como se estivesse em uma festa que não foi convidado.

–SOBE LOGO! -Connor grita da sacada. -OI, MAX! -Max acena. E eu entro em casa, sonolenta.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?