Quando Leo acordou ele ainda estava no chalé 3. Deitado na cama. Com Lilah. Os dois apenas cobertos por lençóis.

Ela estava deitada sobre seu peito e acordou no mesmo instante que ele. Ela era incrivelmente bela até acordando. Com os olhos ainda estreitos sorriu para ele. Ajeitou-se na cama e lhe deu um leve beijo depois suspirou deitando-se de bruços.

–Aquilo foi bom – Disse Lilah.

Leo riu.

–Com certeza – Concordou ele ainda risonho – Se você quiser, podemos descobrir coisas boas assim todas as noites.

Ela deu um leve tapa em seu braços esforçando o máximo para não rir.

–Leo! Protestou ela já rindo.

Ele riu novamente e inclinou-se para beijá-la.

Um instante depois, Lilah interrompeu o beijo suavemente.

–Tem mais uma coisa que eu preciso te contar – Disse ela.

–O que?

Ela se recostou na cabeceira da cama, ajeitando as cobertas sobre ela e contou para ele sobre o que pretendia. Que pretendia ir à missão com Clarisse.

–Se você for eu vou também – Afirmou ele.

–Não, - Protestou ela – é perigoso Leo e...

–Esse já é um dos motivos para que eu vá. Não vou deixar você ir só.

–Eu sei me vira bem sozinha, sempre cuidei de mim mesma – Murmurou ela.

–Mas você não está sozinha agora, Lilah – Disse ele acariciando seu rosto – Você tem a mim.

Lilah queria protestar. Queria algum argumente que fosse bom o suficiente contra, mas não sabia o que falar. Não queria que Leo se machucasse por sua causa.

–E quer saber? – Continuou Leo – Você não precisa ir. Seu irmão é o cara mais foda que eu já conheci, porque ele sempre da um jeito de salvar a si e todos. Ele é o grande Percy Jackson, o semideus que derrotou Cronos, Gaia e outros perigos piores; caiu no Tártaro; perdeu a memória e foi parar num acampamento romano e riu da cara do perigo mesmo quando estava super ferrado. Resgatar dois semideuses não é nada comparado ao que ele já fez.

Leo estava certo. Percy já passou por muito maus bocados, ma sempre arranjou um jeito de sair bem.

Percy era o cara.

–Ok, me convenceu, eu vou ficar – Por fim, ela se deu por convencida e sorriu para ele.

–Uhu! Disse ele feliz e voltou a beijá-la.

Mas foram novamente interrompidos quando soou a batida na porta.

–Lilah? Lilah abre a porta – Era a voz de Amélia, uma das semideusas que Lilah fez amizade lá.

Leo e ela interromperam o beijo rapidamente e se entreolharam.

–Fodeu – Sussurrou Leo.

Os dois saltaram da cama ligeiramente se vestido o mais rápido que podiam.

–E agora, o quê que eu faço? Por onde vou sair? Perguntou Leo vestindo a calça; Lila já estava de short, agora estava pondo o sutiã super rapidamente.

–Lilah, abre aqui! Chamou Amélia batendo com mais força na porta.

–Já vou! Gritou ela vestindo a blusa e correndo até o fundo do chalé puxando Leo pela manga da camisa. Ficou na ponta dos pés e deu-lhe um leve beijo enquanto abria uma porta no fundo.

Wow, uma porta-secreta.

–Agora vai, te vejo mais tarde – Disse ela entre os beijos e lhe mordiscou suavemente no lábio.

–Você me deixa louco quando faz isso, sabia? – Disse Leo já do lado de fora.

Ela riu.

–Vai logo- Ela fechou a porta e correu em direção a porta da frente para abri-la para Amélia.

–Pensei que não ia abrir nunca! Praguejou Amélia entrando.

Lilah espiou o lado de fora e viu Leo já entrando no chalé 9 e olhando para ela de lá. Ela deu um sorrisinho e voltou-se para Amélia fechando a porta.

–Eu estava dormindo – Respondeu Lilah.

Para o azar dela, Lilah não era nem um pouco boa em mentir, o máximo que conseguia era dar voltas na mente da pessoa, mas não por muito tempo.

Amélia tinha logos e sedosos cabelos castanhos cacheados; os olhos cor mel e a pele bronzeada. Vestia uma saia de pregas preta, a blusa do acampamento e sapatilhas pretas de boneca. Filha de Afrodite.

Amélia a encarou torcendo uma careta.

–O que foi isso no seu pescoço? Perguntou.

Lilah levou a mão rapidamente ao pescoço. Arregalou os olhos ao lembrar pelo “o que” tinha sido causado.

–Um mosquito me mordeu – Respondeu ela de imediato.

Amélia sorriu ironicamente.

–Me deixa da uma olhada nisso – Disse ela.

–Não! N-não precisa, não foi nada.

Mas seu protesto não adiantou. Amélia tirou a mão dela de cima da marca e afastou os cabelos de Lilah do pescoço para ver melhor.

Ela riu.

–Um mosquito, foi? O nome dele é Leo Valdez? – Ainda rindo, ela tirou o lenço que tinha em seu pescoço e entregou a Lilah – Vai precisar mais do que eu.

Lilah tomou o lenço da mão de Amélia e o prendeu ao redor do pescoço retulante.

–E ai como foi? Perguntou Amélia.

–Como foi o que?

–Não se faça de retardada, Lilah.

Ela franziu o cenho numa cara de interrogação.

Amélia cerrou os olhos.

–Você não entendeu mesmo, não foi?

–Ah, não – Respondeu Lilah.

–Eu sei que você transou com o Leo.

O rosto de Lilah enrubesceu.

–Amélia! Eu não... eu não transei! Protestou ela nervosamente.

Amélia riu tombando a cabeça para trás.

–O Leo não dormiu no chalé dele, você passou a noite toda trancada aqui; também ta com um chupão no pescoço, a cama toda bagunçada, beijou ele no arsenal e ainda por cima, demorou em abrir a porta. O que quer que eu pense?

Lilah revirou os olhos. Não queria que o acampamento todo soubesse que ela e Leo transaram noite passada. O que as pessoas pensariam dela?

Mas foda-se, Eu estou com o Leo e o amo. Não estou nem ai para o que vão pensar. Disse ela a si mesma.

–O.k, - Ela se deu por vencida – é, eu transei com o Leo noite passada. Mas espalhe isso para uma pessoa e eu corto seus cabelos com os dentes! Ameaçou ela.

–A-ha! Eu sabia. Conte-me como foi, foi sua primeira, certo?

Lilah assentiu ainda um tanto vermelha.

–Vocês usaram camisinha, certo?

O rosto de Lilah se encheu de pânico, mas logo ela relaxou.

–Ah não, puta merda... Lilah não deixou que Amélia falasse mais.

–Tudo bem, tudo bem. Eu não posso ter filhos, lembra? Tranquilizou Lilah.

–Não, não ta tudo bem, você acha, não tem certeza. Sabe o quanto deve ser horrível ser mãe na adolescência?

–Que adolescência? Eu faço 20 anos ano que vem! Eu perdi minha adolescência todos esses anos no mar, Amélia.

–Mas você é nova.

–E dai? Eu não posso frequentar a faculdade porque não tenho histórico escolar, minha vida agora é completamente dependente do mar. Eu não tenho escolha, não da pra ter uma vida normal quando se trata de mim.

Lilah mordeu o lábio repreendendo a vontade de gritar ou chorar, ela não gostava que dissessem para ela que poderia ter uma vida normal, porque não poderia.

Amélia se sentiu culpada e a abraçou.

–Ai, desculpa Lilah. Eu fui grossa, mas eu vou te ajudar.

–Como?

–Verás.

–Obrigado, eu acho – Disse Lilah um tanto incerta.

–Agora, vem, vamos para o refeitório – Ela estudou Lilah – Mas antes, me deixa da um jeito em você. Um pouco de maquiagem não faz mal.

–Não precisa.

Amélia deu de ombros.

–Você quem sabe, vamos. Awm, você deve ficar tão linda de mamãe, eu quero ser a madrinha e...

–Amélia! Lilah a encarou.

–Ta, ta bom, parei, vamos.

Lilah calçou um chinelo de dedos e elas saíram.

Lá fora, no caminho para o refeitório, Leo surpreendeu Lilah dando-lhe um leve beijo no rosto.

–Bom dia, flor do dia – Disse ele. Ela não pôde conter um sorriso. Lilah virou o rosto para Leo e deu-lhe um leve beijo nos lábios.

–Awmmmmmm, vocês são tão fofos juntos! Disse Amélia secando os olhos.

Leo e Lilah riram de mãos dadas.

–Essa que eu vou falar, você pode espalhar pro acampamento, - Disse Lilah – Leo e eu estamos namorando.

Mal notaram os olhares tortos e das pessoas para eles, muito menos o burburinho.

Leo hesitou e remechou os bolsos a procura de algo. De um dos bolsos ele retirou uma caixinha que tinha um colar dentro. Era lindo. Era uma corrente de bronze celestial que envolvia uma pedra de água-marinha.

Dessa vez, Lilah pode ouvir o burburinho atrás dela; os filhos de Afrodite tendo o mesmo “ataque” de Amélia. Ela não deu importância. Seus olhos brilharam ao ver o colar.

–É lindo, Leo – Disse encantada.

Leo fez as honras pondo o colar ao redor do seu pescoço e sussurrou:

–Comecei a fazer no dia que você chegou tava pronto há semanas, mas resolvi esperar, sei lá.

–Pra quê ser tão perfeito?

–Para estar no mesmo nível que você.

Ninguém nunca tinha sido carinhoso desse jeito com Lilah. Percy era carinhoso com ela, mas não era o carinho de irmão que ela estava falando, era do amor entre duas pessoas.

–Entenda Leo Valdez. Eu amo você – E ela o beijou, ali, na frente de todos, sem se quer se importar com os outros. Houve ovações dos outros campistas ali, até algumas palmas e filhos de Afrodite tendo “ataques”.

Ela nunca se sentiu tão feliz.