Panem Et Circenses escrita por Cacau54, Nita Yamanaka


Capítulo 6
Capítulo 5: Perdidos.


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui é a Cacau. Mil desculpas pela demora, mas a minha vida estava muito corrida e esse capítulo tinha ficado determinado de ser postado por mim e eu simplesmente esqueci desse detalhe super importante, a Nita estava a ponto de arrancar meu fígado. Me desculpem mesmo!! Obrigada pelos reviews do capítulo anterior *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/424782/chapter/6

Com uma das mãos sobre as costelas direitas, Ino caminhava em busca de uma das muitas saídas daquela enorme arena. Os mórbidos e nebulosos olhos verdes do filho do Kazekage não se descolavam de sua cabeça. Não conseguia compreender porque é que ele havia soltando-a no último ataque. Aquilo certamente a perturbaria por toda à noite... Talvez a lua fosse uma boa companheira e lhe auxiliasse naquela tarefa.

Jamais tinha topado com alguém tão complexo. Como ele suportava aquela extrema dor na mente? Como conseguia manter aquela face tão silenciosa, tão retraída, tendo que aguentar uma forte dor em sua cabeça? Ele estaria doente? Não... Era em sua mente. Algo o atormentava e o feria todos os dias. Irritadiço, agressivo, isolado... Tudo que pensara a seu respeito antes de enfrentá-lo, não passava de meros detalhes.

Desde muito pequena fora curiosa, mas, aquela era uma perigosa curiosidade. Ele era perigoso... Porém, parecia que o perigo apenas atiçava-a saber de uma vez por todas, quem era aquele rapaz de cabelos tão vermelhos como o próprio sangue. Sangue... Seus olhos haviam ficado vidrados quando ela conseguiu o acertar com as kunais. Ele nunca teria visto o próprio sangue antes?

Ainda possuía aquela misteriosa garota. Era mesmo de Konoha? Nunca tinha a visto em local algum, nunca tinha visto aqueles intrigantes fios róseos... Ela parecia surgir junto com o ar, ou com as sombras. Sasuke havia sido derrotado por ela. Muito forte e tinha uma incrível artimanha: ter outra personalidade. Talvez somente as técnicas secretas dos Yamanaka fossem capazes de prender a mente dela. Impressionante, tinha mesmo de admitir. No entanto, ela lhe soara um pouco arrogante.

Agora só precisaria ver seu pai... Contar a ele que havia vencido! Verificar se aquelas imprestáveis enfermeiras estavam cuidando dele adequadamente. Fechando os olhos, a loira suspirou, parecia que estava caminhando em um labirinto. Todas aquelas passagens, todas aquelas colunas, não estava conseguindo achar uma saída. Todavia, alguma daquelas passagens tinha de dar fora da arena!

Olhando ao seu redor, Ino avistou uma porta aberta, onde podia ver a luz do sol adentrando e o típico solo gramíneo de Konoha ao fundo. Finalmente! Já estava pensando que havia mesmo se perdido. Apressando os passos, ela caminhou até a abertura. “Havia mesmo tantas árvores assim no caminho para esse lugar?” perguntou-se Ino, arqueando a sobrancelha. Virando-se novamente, ela caminhou até o piso da arena. Porém, o piso não estava mais lá. Havia apenas grama.

– O quê? – perguntou-se a loira, confusa.

Uma forte brisa quase desfizera seu rabo alto, trazendo a iminente constatação: Um genjutsu. Só poderia ser. Estava perdida.

XXX

A passos arrastados Haruno Sakura andava lentamente por um dos corredores de saída da arena, praguejava mentalmente contra o velho Hokage por ser capaz de fazê-los lutar quase até a morte por um objetivo estúpido. Ela havia demorado algum tempo para armazenar chakra suficiente para curar seus ferimentos mais profundos, porém não o suficiente para curar os mais superficiais e por isso ela sabia que sua aparência não estava das melhores. Ao lembrar-se daquele fato Sakura fechou as mãos em punho ainda mais irritada, seu objetivo em aparecer com aquela capa cobrindo-se com o capuz era justamente manter sua identidade anônima, continuar sendo um fantasma, porém nem mesmo aquilo ela conseguiu.

De maneira sutil olhou para os lados sabia que estava sendo observada, seus instintos lhe diziam isso, mas não conseguia identificar nenhuma assinatura de chakra por perto e por um instante divagou se sua sanidade estava normal, porém esse pensamento logo lhe saiu da cabeça, Sakura sabia que não podia confiar em ninguém e estava mais do que farta em saber que todas as paredes de Konoha possuíam ouvidos. Por um instante a hipótese de ser o Uchiha lhe ocorreu e no segundo seguinte ela acabou por descarta-la, sabia que não havia sentido algum aquele moreno arrogante ficar seguindo-a e também sabia que apesar de ser orgulhoso ele iria procurar curar aquele braço.

Uma coisa não conseguia deixar a mente da Haruno, a profundidade nos olhos negros de Sasuke surpreendeu à rosada. Ela nunca havia chegado perto do mesmo e sendo assim nunca pudera observar com mais clareza suas feições, principalmente os olhos marcantes do Clã Uchiha. Para ela ele ser o único remanescente da família era um completo desperdício, afinal por mais talentoso que fosse ainda assim era arrogante, egocêntrico e um completo orgulhoso. A rosada nunca havia parado para pensar em como ele se sentiu durante todos esses anos após o massacre da sua família, entretanto em vários momentos da luta ela conseguiu perceber que aquela era a forma que ele havia encontrado de descontar a raiva e a frustração. Era realmente um desperdício, tudo que destino planejou para aquele Clã.

Quando deu por si não estava mais no corredor e muito menos nos arredores da arena, uma coisa que não era nenhum pouco normal da rosada, ela sempre estivera atenta pelos caminhos que percorria e para onde estava indo, porém ao prestar atenção ao seu redor percebeu que tudo não passava de árvores gigantescas. Com um movimento leve de cabeça, arriscou olhar para trás e como ela temia já não havia mais um caminho para voltar, Sakura estava decididamente perdida na floresta em que nenhuma outra pessoa fora capaz de sair.

Como eu vim parar aqui? Esse fora o pensamento que ecoou pela cabeça da Haruno, mesmo sem se deixar levar pelo desespero acabou ficando preocupada com a situação.

XXX

Com o orgulho arrastando pelo chão onde passava Sasuke continuava a andar em direção a uma das muitas saídas existentes na arena, por onde andava conseguia ouvir os cochichos de vários habitantes que falavam sobre a luta e a vergonhosa perda do Uchiha, alguns até mesmo indiscretos chegavam a apontar-lhe o dedo. Como se perder para uma garota já não fosse suficientemente perturbador para o moreno, todos haviam resolvido tripudiar um pouco em cima do ego excepcionalmente elevado do garoto.

Afastando-se para um local mais afastado, onde não havia muitas pessoas enxeridas, Sasuke rumou de maneira lenta e quase arrastada, parecia-lhe que o ferimento em seu braço havia atingido também sua coluna e danificado os músculos de sua perna, mas o moreno sabia que aqueles ferimentos secundários foram causados por outros golpes altamente potentes daquela garota misteriosa. Porém o que mais estava lhe doendo além do ego ferido era na verdade seu braço, não poderia deixar aquele ferimento infeccionar e muito menos chegar ao ponto de inflamar, não era nenhum perito em medicina, entretanto qualquer leigo ao colocar os olhos naquele local saberia o destino final caso não fosse curado.

O Uchiha arriscou uma nova e mais detalhada conferida em seu braço, podendo assim observar detalhes que antes não fora capaz. O sangue escorrendo pelo ferimento era o que mais lhe preocupava, não era nada bom perder aquela quantidade de sangue de uma vez e o moreno poderia jurar para si mesmo que conseguia ver, em alguns lugares do ferimento, a anatomia de seu osso. Sasuke trincou o maxilar irritado com aquele fato, a garota além de persistente tinha também que talhar-lhe o braço? Era o que se passava na cabeça do moreno.

Todavia, ele não poderia negar para si mesmo um fato mais do que incontestável, aquela tal de Haruno Sakura era bonita. Nunca fora vista uma garota com cabelos róseos como flores e os olhos tão verdes quanto esmeraldas. Uchiha Sasuke sempre esteve preocupado demais com outros assuntos do que com garotas miseráveis da vila, sempre esteve certo de seus objetivos de vida e nunca ficara interessado por nenhuma das habitantes de Konoha. Porém aquela rosada não saia de sua cabeça, além da mesma ser um completo mistério para todos, ela havia conseguido acabar com boa parte do braço dele.

Sasuke sabia que ela conseguiu fazer aquilo, atingi-lo daquela maneira apenas porque ele mesmo acabou distraindo-se, não que fosse admitir para alguém, mas ficou encantado e curioso com aqueles olhos estranhamente verdes e brilhantes, determinados e destemidos que ao mesmo tempo guardavam segredos tão profundos que nem mesmo ele, Uchiha Sasuke, conseguiria descobrir. Estava odiando-se, devia admitir, nenhuma garota havia conseguido fazê-lo ficar tão vidrado a ponto de ser atingido, mas aquilo ocorrer no momento da luta deixava o moreno com o sangue fervendo.

Desviando o olhar de seu braço para o ambiente ao seu redor, Sasuke acabara por perceber uma grande mudança, onde antes havia um corredor com paredes e pessoas por todos os lados, passara a ser apenas um grande amontoado de árvores que dificultava a devida observação do território. Uma sensação ruim passou pelo corpo do moreno, sabia que era impossível perder-se de uma maneira tão ridícula como aquela e sabia também que de alguma maneira, alguém estava por trás daquilo.

XXX

Com lentas passadas, Hinata buscava por uma saída da arena. Cabisbaixa, sentia seus finos fios de cabelos azulados tocarem-lhe o rosto. Não havia conseguido. Tinha utilizado o golpe que tanto praticara e aperfeiçoara, no entanto, não havia levado a vitória consigo. “Otou-san... Talvez o Neji-nissan seja mesmo o melhor...” não evitou aquele pensamento. Todavia, a Hyuuga parou logo após, fazendo o som de suas sandálias sob o eco entre as pilastras parar. O que estava pensando? Como poderia pensar aquilo? Ela tinha sim capacidade para governar o clã de maneira justa e coerente! Estava há um tempo treinando arduamente para alcançar aquela meta. Não poderia perder novamente a esperança... Havia prometido a si mesma, após a morte de sua mãe, que daria sempre seu máximo, que não permitiria a velha Hinata receosa lhe assumir outra vez a cabeça. Respirando fundo, Hinata cerrou os punhos de leve e prosseguiu com sua caminhada.

Em breve encontraria a saída daquela arena... Preferia voltar sozinha para o clã. Sentia-se confusa. Ainda havia um pouco de insegurança dentro de si, tinha de admitir. Entretanto, ele era o responsável por sua insegurança. Por que havia ajudando-a a se levantar depois de tudo? Ele havia feito um pequeno deboche com relação a sua aparência delicada. Porém, havia sido cavalheiro o suficiente para estender-lhe a mão ao fim da luta. Quem era ele? Como poderia agir ao mesmo tempo como um legítimo cavalheiro e portar-se como um shinobi recém saído da academia? Com a face de Naruto em sua mente, Hinata continuava a caminhar no automático, lentamente.

Aquela curiosa vestimenta alaranjada e preta... A qual clã ele pertencia? Nunca havia o visto pelas ruas de Konoha. Também, tinha de admitir que não saía o suficiente para conhecer bem Konoha. Ele provavelmente deveria morar em um ponto afastado da cidade... E se já o conhecia, seria apenas de vista. Mas, tinha a impressão de que já havia visto aqueles cabelos loiros e aquela pele bronzeada antes... Ele era muito semelhante ao falecido quarto Hokage, realmente. Porém, o sorriso que ele lhe dera ao final da batalha, não condizia com a seriedade que falavam do antigo Hokage. Ou melhor, pouco falava-se do quarto Hokage. Danzou era o único assunto na vila, certamente. Sua notável tirania afetava a todos mas ninguém aparentava ter coragem suficiente de enfrentá-lo. Ele era tão corajoso... Algo em si lhe dizia que se todos fossem como ele, a vila não estaria como lamentavelmente se estava.

Colocando uma pequena mecha dos cabelos azulados atrás da orelha, Hinata ainda tinha os olhos perolados distraídos. Ficara impressionada também com a batalha do filho do Kazekage. Ele era de fato de se temer qualquer aproximação. Os olhos verdes dele eram apagados como a morte. Sem dúvidas, a moça dos longos cabelos loiros que trabalhava na floricultura tivera muita sorte no ato final. Ele poderia tê-la matado com um simples estalar de dedos. Seu poder parecia estar próximo ao de Sasuke, a quem jurava que venceria a última batalha. A derrota do Uchiha havia deixando-a com os lábios entreabertos em surpresa. Quem era aquela garota de cabelos rosados? O que mais lhe chamara atenção fora à capa usada pela tal Haruno Sakura. Uma capa negra como se a misturasse junto à penumbra da noite. Completamente misteriosa e de um poder absurdo... Sasuke, alguém que sempre notara uma postura orgulhosa e imponente, deveria estar mais do que furioso. Ela havia anulado seu sharingan! Aquela luta nunca mais seria apagada da mente de todos. Todavia, se uma garota desconhecida havia superado Uchiha Sasuke, ela deveria espelhar-se e tentar fazer o mesmo. Iria provar a seu pai que era uma herdeira digna de governar os Hyuuga.

Emitindo um suspiro, Hinata saiu de seus devaneios. Céus, onde estava?! Muito proveitoso, havia se perdido! Frustrada, a Hyuuga seguiu em frente, no entanto, em pouco tempo animou-se. Uma saída! Ao fim do corredor que estava já podia avistar uma abertura, que exibia grama e a luz do sol. Tinha encontrado uma saída paralela, agora tudo ficaria menos complexo! Em breve chegaria ao centro de Konoha e depois era só seguir o caminho que dava ao Distrito Hyuuga. Correndo, Hinata foi até a abertura, ultrapassando-a afoita. Tudo que mais desejava era chegar em casa.

Porém, o leve sorriso que ocupava seus lábios foi logo desfeito. Assustada, Hinata se virou, constatando que a abertura que ligava à arena havia sumido. Uma floresta densa... Onde estava? Não havia uma floresta como aquela em Konoha! Agora, sim, estava totalmente perdida.

XXX

“Isto não é real...” repetia Gaara a si mesmo em sua mente. Não. Não. Não. Ele não havia sido derrotado por uma loira de outra vila diante dos olhos de seu pai. Seu pai... Somente de imaginar a face de seu pai naquele momento, já sentia uma forte pontada na cabeça. Não compreendia como não conseguira finalizar seu golpe letal... Aquele que nunca falhava... Ainda por cima, gotas de seu próprio sangue escorriam por alguns arranhados em sua pele. A ardência era pavorosa. A coloração de seu sangue, nauseante. Sempre apreciara ver o sangue alheio, senti-lo vacilar perante o medo que seu poder causava nas pessoas. Ou teria sido forçado a apreciar? O fato era que aqueles malditos arranhões estavam queimando fogo, fazendo-lhe tremer. Maldita Yamanaka. Maldita loira. Malditos olhos azuis... Aqueles olhos! Eles eram o único culpado por ter sucumbido! Mas iria sugar todo o brilho e a esperança contida neles. O mundo nunca fora um lugar para esperança... Para lutar pelo outro. O outro poderia enfiar-lhe uma adaga no meio das costas a qualquer instante. Mundo de interesse. Mundo de culpa. Este era o verdadeiro mundo em que por alguma insana razão, haviam sido colocados...

Laços eram inúteis, apenas serviam para propagar a dor e confundir. Revolta, cansaço, incredibilidade, era tudo que o ruivo poderia sentir naquele instante. Caminhando em busca de uma saída daquela vasta arena, ele podia ouvir seus próprios passos. Estava sozinho, como de pleno costume. No entanto, por hoje, tudo que queria era ficar só. Queria a alva face dela de sua mente. Melhor, gostaria de matá-la. Entretanto, algo em si batia fortemente para não cessar o maldito brilho que emanava dos olhos dela. O brilho que o fizera ter pela primeira vez... Algo semelhante à piedade.

Respirando fundo, Gaara virou em mais um fim de corredor. Não fazia ideia de onde estaria a saída, porém, sempre tivera um ótimo senso de direção, e sua areia saberia guiá-lo caso por ventura se perdesse. Ela tinha alguém a proteger... Porquê? Porque arriscar sua vida por outra pessoa? Definitivamente não conseguia entender. Ninguém nunca se arriscara por si, pelo contrário, todos pareciam querer libertar-se de sua presença. Um incômodo, algo a ser tolerado... Talvez não passasse disso. Erguendo levemente o rosto, Gaara encarou finalmente uma pequena abertura a sua frente.

Interrogativo, o ruivo sentiu sua areia se agitar. Conseguia ver árvores, uma baixa grama e a luz do sol, no entanto, sua areia estava agitada. Será que deveria mesmo seguir em frente? Mais uma pontada em sua cabeça. Precisava sair dali o quanto antes! Precisava livrar-se do cheiro de seu próprio sangue!! Tinha que apagar aquela loira da mente o mais urgente possível!!! Dando mais algumas passadas a frente, o Sabaku cerrou os punhos, decididos. Sua areia estava agitada devido ao seu estado, tinha que voltar ao estado normal. Estava sentindo em demasia... Ele não deveria sentir tanto.

Pisando sobre a grama, o ruivo prosseguiu, no entanto, sua areia agitara-se mais e mais. Virando a cabeça de relance, Gaara entreabriu os lábios em um misto de irritação e confusão. Como poderia ter caído em um genjutsu tão fácil?! Realmente, aquela vinda a Konoha era mesmo uma perda de tempo. Uma irritante perda de tempo.

Sendo quem fosse o criador daquela ilusão, estava morto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem mesmo a demora e o próximo capítulo não demorará tanto a ser postado, assim eu espero. Os reviews logo serão respondidos! E ai, o que acharam? Bejuuus