Panem Et Circenses escrita por Cacau54, Nita Yamanaka


Capítulo 12
Capítulo 11: Obscuro


Notas iniciais do capítulo

Yo!!! Aqui é Nita (sentiram saudades de mim?? :D sem pedradas kkkkkk), espero que gostem do capítulo, agora a fic embarca em uma nova perspectiva. Cacau e eu estamos super empolgadas!! :*



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Seus olhos estavam fechados, seu corpo estranhamente relaxado e sua cabeça absolutamente limpa de qualquer pensamento. Haruno Sakura começou a estranhar a si mesma, mas sabia – nem que fosse ao fundo de seu ser – que precisava de um descanso. Aqueles dias na floresta foram desgastantes, tanto física quanto mentalmente e precisava de algumas boas horas de repouso para voltar ao seu ritmo natural da vida.

Entretanto, pela forma como a assinatura de chakra de Tsunade se aproximava da torre a rosada sabia que seu tempo de calmaria estava acabando. A loira deveria estar furiosamente preocupada e nada do que Sakura pudesse falar a deixaria menos histérica do que o normal.

Minutos mais tarde, Tsunade entrou em uma sala da torre em que fora colocado um sofá para eventuais pausas nos treinamentos, encontrou a Haruno jogada ali, com um braço pra cima da cabeça e o outro para fora do sofá.

_ Onde você estava? — a voz estridente e alta de Tsunade pareceu rasgar os tímpanos de Sakura como facas afiadas.

_ Presa em um genjutsu — a garota respondeu sem abrir os olhos e dera de ombros para o fato, o que irritou ainda mais sua mentora.

_ Você fala com uma naturalidade assustadora — Tsunade disse e esfregou os olhos, estavam cansados, ela não dormia a dias tamanha sua preocupação — Alguma ideia de quem tenha feito isso?

A sala ficou em absoluto silêncio depois daquela pergunta. A Haruno abriu os olhos e ficou encarando o teto por muito tempo, Tsunade já estava acreditando que nenhuma resposta viria da rosada.

_ Não resta a menor dúvida de quem fez isso — fora o que Sakura respondeu, no entanto. — Ele tem razões para querer calar a boca de todos os que estavam dentro daquele genjutsu.

_ E quase conseguiu — a voz arrasada de Tsunade despertou a curiosidade da menina rosada, que se colocou sentada de maneira ereta no sofá.

_ Eu também tenho apreço por você Tsunade-sama, porém não sabia que sua preocupação com a minha segurança era tão grande assim — a curiosidade que as palavras da loira despertaram em Sakura era um perigo e Tsunade mesma sabia disso.

_ Ora — a resposta veio em um tom moderado, como se estivesse segurando para não ser descoberta em alguma coisa — Sou sua mentora Sakura, me preocupo com você.

A Haruno apenas balançou a cabeça concordando, não estava muito convencida, porém naquele momento não possuía forças nem mesmo para entrar em uma discussão para descobrir coisas de seu interesse. Com um rápido “não vou treinar hoje”, ela logo caiu em um sono profundo, rodeado de olhos vermelhos por causa do sharingan e uma floresta escura.

Tsunade ficou guardando a bela garota que dormia, sabia que nada mais seria seguro em Konoha depois que aqueles jovens conseguiram sair da floresta. Tudo seria motivo de desconfiança e ela temia que uma nova guerra começasse e se acontecesse, sabia que Sakura seria uma das pessoas na linha de frente. Isso era motivo suficiente para tirar o sono da loira.

XXX

Naruto estava em seu restaurante favorito, já havia devorado várias tigelas de lamén que conseguia e estava apenas esperando a comida baixar no estômago para que conseguisse ingerir ainda mais de sua refeição favorita. Enquanto esperava foi para frente do restaurante, embaixo de uma sombra e sentou-se ali, colocando os braços atrás da cabeça e pensando na linda morena de olhos perolados.

Começou a cogitar a ideia de ir até o Clã dela, para visitá-la. Não tinha muita informação sobre como o Clã Hyuuga era com estranhos e como de costume o Uzumaki não estava se importando muito com aquilo, não achava que aquele seria diferente de qualquer outro Clã conhecido.

O loiro abriu os olhos quando decidiu não comer mais nada e ir direto ver Hinata, não sabia que impulso era aquele que pareceu tomar conta de seu ser instantaneamente, apenas queria ir. Porém, quando se sentou direito e abriu os olhos deparou-se com o Uchiha, caminhando lentamente pela rua e não conseguiu deixar de segui-lo com os olhos. E ver o moreno andando por Konoha em uma tranquilidade forçada deixou o Uzumaki ainda mais inquieto.

_ Hey, Uchiha! — o loiro gritou indo em direção a Sasuke rapidamente.

O moreno, no entanto, não parou.

_ Você já foi mais educado, Uchiha... — Naruto comentou quando conseguiu alcançar o outro. Vendo que não obteria nenhuma resposta de Sasuke, decidiu continuar falando — Eu sei o que você pretende.

_ Ficou inteligente, Uzumaki? — a voz monótona do moreno fez o sangue de Naruto ferver nas veias.

Uzumaki chegou até mesmo a cogitar a ideia de não tentar mais ajudar o Uchiha, tanto que refreou os passos e deixou-o seguir sozinho. No entanto, lembrou-se do tempo em que eram mais novos, em que seus pais ainda estavam aos seus lados. Os de Sasuke vivos e os dele em Konoha. Lembrou-se das suas mães que eram amigas intimas e que viviam juntas.

E então ele sabia que não podia desistir tão rápido assim.

_ Lembra-se daquele tempo Sasuke? — o loiro falou alto chamando a atenção do Uchiha que parou de caminhar e continuou de costas — Em que éramos amigos.

_ Não houve qualquer momento em que considerei você como amigo — as palavras do moreno foram frias e duras, até mesmo para ele.

_ Pode falar o que quiser — Naruto bufou irritado — Você não vai me convencer disso.

Ambos ficaram quietos por um tempo, o Uchiha estava esperando que viesse um discurso programado para impedi-lo de sair da vila. Porém tudo o que o Uzumaki conseguiu fazer por vários minutos foi encarar o chão sentindo o vento balançar suas vestes e seus cabelos, enquanto lembrava-se do passado.

As brincadeiras de ambos era sempre em competições, sempre precisavam provar que um era melhor que o outro. Mas no final saiam com um sentimento de felicidade por ter um ao outro.

_ Eu entendo essa raiva que você sente — Naruto começou a falar e Sasuke virou um pouco a cabeça, para que pudesse ouvir melhor — Mas no fundo você sabe que não vale a pena sair por ai sozinho atrás de vingança!

_ O que você sabe sobre isso? — mais uma inclinada de cabeça pro lado e Sasuke conseguiu ver Naruto com o canto dos olhos — Seus pais sumiram, mas ainda existe a possibilidade de estarem vivos.

Com essas palavras ele começou a andar novamente, mas antes que desse muitos passos para longe, parou novamente e virou-se totalmente de frente para o loiro.

_ E se tentar me impedir, terei todo o prazer de acabar com você — foram às últimas palavras de Sasuke e então voltou a andar.

Naruto cogitou por um tempo a ideia de ir atrás do outro que um dia fora seu melhor amigo, porém decidiu não interferir mais, pelo menos por hora sabia que era melhor deixar por aquilo mesmo. Em algum segundo momento ele tentaria convencê-lo do contrário.

Não muito longe dali, no telhado de uma casa estava à rosada, observando toda a conversa dos dois. Ela semicerrou os olhos para aquilo tudo, esperando que o Uzumaki fosse atrás de Sasuke e mesmo que precisassem lutar conseguisse mantê-lo em Konoha. Porém o loiro nada fizera e ela percebeu que precisaria tomar uma providência.

O Uzumaki correu para o outro lado e aquilo atiçou a curiosidade da rosada, que começou a segui-lo, ela sabia que o Uchiha não sairia de Konoha naquele momento à luz do dia e então se permitiu seguir o loiro primeiro. Sakura começou a perceber como aquele loiro era animado independente das circunstâncias, todos sabiam da história dele e todos sabiam que era uma situação difícil para ele aguentar, porém lá estava ele correndo e cumprimentando as pessoas, correndo e trombando com outras, correndo e pedindo desculpa pela pressa.

A Haruno se flagrou sorrindo sozinha, por algum motivo gostava de Naruto. Nem mesmo ela conseguia explicar como, porque e quando começou a sentir um afeto tão grande por ele. Entretanto quando percebeu para onde o loiro estava indo não pôde deixar de xingá-lo.

Há alguns metros à frente estavam os muros do Clã Hyuuga e ele estava correndo exatamente para os enormes portões. Sakura não chegaria a tempo nele para impedi-lo de fazer tamanha burrice, então decidiu por apenas observar, pelo menos por um tempo.

_ Hey! — Naruto gritou ao chegar perto do enorme portão de madeira maciça onde havia dois guardas do Clã Hyuuga parados.

_ O que você quer? — o mais corpulento deles perguntou rudemente.

_ Quero falar com a Hina-chan! — a voz alegre do loiro pareceu ecoar pelas paredes do Clã Hyuuga, principalmente porque os dois guardas ficaram chocados com a ousadia do Uzumaki e também porque ele realmente gritou para falar aquilo.

Ambos os guardas começaram a gargalhar e o pobre do loiro estava rindo junto, como se fossem amigos de longa data. A Haruno estava prestes a descer do telhado e puxar o Uzumaki pela garganta até qualquer outro canto de Konoha quando Hyuuga Hiashi atravessou os grandes portões com uma expressão severa, imediatamente seus subordinados pararam de rir.

_ O que está havendo aqui? — sua voz grossa fez com que Naruto fechasse a expressão também e começasse a encarar o chefe do Clã.

_ Esse rapaz quer falar com Hinata-sama — um dos guardas respondeu de maneira respeitosa enquanto curvava a cabeça ao pronunciar as palavras.

_ E quem você pensa que é para querer falar com minha filha? — o Hyuuga mais velho perguntou sem qualquer expressão no rosto.

_ Sou Uzumaki Naruto! — o loiro bateu com o polegar no peito e sorriu simpaticamente, mas aquilo pareceu desagradar ainda mais o chefe do Clã.

_ Você não é do mesmo nível que o Clã Hyuuga — o homem mais velho respondeu de maneira ríspida e o loiro fechou as mãos em punho — Não quero você nem perto dos muros e muito menos das minhas filhas.

_ O QUE? — Naruto falou alto, irritado.

_ O aviso está dado — Hiashi entrou novamente nas fortalezas do Clã.

O Uzumaki até tentou entrar junto, porém fora barrado pelos guardas que o empurraram para longe e já se posicionaram para uma luta, no entanto, pela primeira vez, o loiro resolveu deixar aquilo para outro momento e Sakura que observava ao longe decidiu que o ajudaria, mas em um próximo dia.

XXX

Enfim em casa... Enfim realmente próxima de seu pai. Não poderia deixá-lo novamente, e tinha mais do que plena consciência disso. Essa fora sua maior tortura, seu maior medo. Mas ele estava bem, era o que importava, e mesmo já tendo visto-o logo que colocara os pés em Konoha, sentia que algo ainda não havia chegado. Como se precisasse de mais...

É, levaria alguns dias para que sua mente entrasse em ordem. Não havia mais nada que seu pai, não havia mais nada do que a floricultura e todo o amor do Clã Yamanaka – tragicamente reduzido a duas pessoas e primos distantes. Olhou novamente a lua, e com o ar gélido noturno sob suas pernas, desceu desta. Entretanto, quando pretendia fechá-la reconheceu uma silhueta familiar.

Sozinho, ele caminhava a passos lentos, observando o chão e aparentemente sem rumo. Não retornaria a Suna? Este e outros questionamentos rondaram-lhe enquanto o assistia, mas quando deu-se por si já estava sentada na janela outra vez, chamando-o em alto e bom tom:

_ Sabaku?!

O ruivo parou, olhando para cima apenas alguns segundos depois. Inexpressivo, encarou-a, todavia, para seu azar, alguns pingos de chuva começaram a cair. Droga, sua areia ficaria lamacenta e difícil de controlar caso tentasse voltar a Suna ainda hoje. Estava mesmo mergulhado em uma onda de azar, já que também estava sem um mísero iene consigo e seus irmãos malditos haviam partido mesmo com seu desaparecimento local. Incompetentes. Sentiu a raiva invadir suas veias, mas novamente a voz dela despertara seus devaneios:

_ Está indo para o hotel?! - indagou Ino, sentindo-se na necessidade de saber. Não havia visto ninguém da comitiva da areia.

_ Não tenho para onde ir. - disse o ruivo, ainda não entendendo muito bem porque havia respondido-a.

Mais pingos caíam e, em alguns minutos, a chuva iniciava-se com fervor, chamando a atenção da Yamanaka por ter as pernas molhadas. Encaram-se em silêncio, como se precisassem analisar um a feição do outro, e o colete de Gaara tornava-se encharcado.

_ Não pode ficar nessa chuva, suba! - exclamou Ino, descendo da janela. Não poderia abandoná-lo, mesmo que ele tivesse vencido a pequena batalha particular que tinha ocorrido ainda quando presos no genjutsu.

Gaara considerou as hipóteses que tinha, mas na realidade, não tinha hipótese alguma. Observou os trajes da loira com certo incômodo, ela estava com as pernas totalmente a mostra. Era melhor aguardar a noite em claro, como demasiadas vezes fizera em sua casa. No entanto, o peso em sua cabaça já indicava a mistura que sua areia estava se tornando, e pela primeira vez sentiu-se verdadeiramente com fome.

Pelo visto, ele não aceitaria. Diante dessa conclusão, Ino fechou a primeira parte de sua janela, preparando-se para desejar a ele um “boa noite”, mas o chakra em sua pequena sacada mostrou-lhe o contrário. Abriu a janela...

Com os pés em um quarto de garota; um roxo quarto de garota; jamais imaginou-se em tal situação. E com os verdes sobre os azuis uma vez mais, Ino agradeceu internamente por seu pai não estar ali. Certamente pensaria que ela e o ruivo tinham algo e somente em pensar naquilo sentiu um arrepio em sua espinha. Eles não possuíam uma única opinião em comum.

XXX

A noite já havia caído há algumas horas, o Uchiha estava caminhando lentamente pelas ruas desertas de Konoha rumo ao portão da vila. Ele estava prestes a ser considerado um desertor e aquilo não o assustava nenhum pouco, depois de ver os corpos de seus pais jogados no chão e o rio de sangue envolta de ambos nada mais poderia assustá-lo.

Enquanto marchava até sua estranha liberdade lembrava-se do que o irritante Uzumaki Naruto havia lhe dito mais cedo, aquilo não alterava sua decisão, mas as palavras do loiro estavam impregnadas em sua cabeça como uma música que não saía de jeito nenhum.

Quando, finalmente, chegou aos portões de Konoha esperava que o Uzumaki estivesse por lá, para impedi-lo. Porém, não estava. Sentiu-se até decepcionado por aquilo, pensou que teria que lutar e seria muito interessante ganhar do Naruto naquela altura do campeonato.

Seus pés ficaram totalmente para fora da Vila quando ouviu uma voz feminina que irritantemente ele já conhecia bem demais.

_ Se eu fosse você, eu não faria isso — Haruno Sakura estava sentada no muro da Vila esperando pacientemente o momento em que o Uchiha tentaria sair.

Sasuke apenas virou um pouco a cabeça na direção que veio a voz e encarou a rosada.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??? Curtiram?? :3
Kisses,
Nita.