Paranoia escrita por Yasmim Rosa


Capítulo 9
Go and Again


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, voltamos!!! Hahaha
Estamos muito felizes porque andamos recebendo muitos Reviews elogiando a Fic e até mesmo Mensagens Privadas... Isso é muito bom... Obrigada!
Bom, como sabem, essa Fic já tem um Trailer, um Pinterest e agora tem também uma página no Facebook, curtam: https://www.facebook.com/pages/Fanfic-Paranoia/238770769621856
Sem mais delongas.... ai vai o capítulo...
/Yaya



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Violetta permaneceu quieta e silenciosa, apenas apreciando calmamente aquele abraço que tanto a reconfortava. Ele era muito carinhoso com ela, mesmo não a conhecendo direito, afinal, se encontraram há apenas dois dias e ela sentia como se Lucas fosse seu guardião, protetor. Como se já tivessem compartilhado algum tipo de sentimento antes. Apesar disso, sabia que ninguém, exatamente ninguém, ocuparia o lugar daquele que sempre a fazia sorrir; daquele que sempre esteve ao seu lado; daquele que nunca negou um beijo seu, um abraço, uma carícia.

– E essa música, diz exatamente o quê? – Lucas então ousou quebrar o silêncio.

– Bem, ela é simplesmente perfeita. Descreve como realmente nosso amor era, ou melhor, é forte! – Violetta então se desfez do abraço e olhou novamente para o papel em suas mãos.

– Posso vê-la? – Estendeu sua mão até o papel que estava meio úmido por conta das lágrimas da menina.

– Sim! – sua resposta foi curta, porém muito sentimental. Entregou-lhe a carta e deixou que ele a examinasse em paz.

– Realmente é muito linda! – Lucas estava estático, seus olhos estavam pregados no papel. – Sabe quando ela foi feita?

– Não! Lara apenas me disse que é de quando ainda namoravam, creio que faça mais ou menos uns dois anos... – Violetta fechou os olhos com força, fazendo com que as lágrimas presas em suas pálpebras rolassem por sua face.

Lucas compreendia perfeitamente a situação dela, mas se sentia muito intrigado a respeito do seu comportamento. Ela podia parecer uma garota muito fraca e singela por fora, mas por dentro era capaz de qualquer coisa. Violetta conseguia suportar a dor de uma grande perda tão calma e pacientemente que era até irritante em certo ponto. Sim, ela estava em um manicômio, mas não porque tinha algum distúrbio mental, e sim porque sofria por um grande amor. Apenas estava perturbada.

– Lucas... – sua voz saiu muito fraca, ainda chorava.

– Sim? – Virou-se para a garota que permanecia com o semblante aflito.

– Pode me prometer uma coisa? – ainda falava fraca.

– Claro, diga-me!

– Nunca – forçou a garganta fazendo sua voz melhorar –, nunca me deixe... você é muito especial para mim! – falou agora num tom bem mais audível.

Ele não esperava por isso, talvez por qualquer outra coisa, mas não por um pedido desses. Ainda mais quando ela o fitava aflita e desesperada. Ele tinha que ter uma atitude e não ficar parado ali, estático.

– Fica tranquila, não irei te abandonar! – disse calmo, beijando a cabeça de Violetta e a abraçando ternamente novamente.

De longe, alguém que vinha correndo desesperado parou quando os viu e observou aquela cena. Uma pessoa que achava aquilo ridículo: um enfermeiro não podia nem em sonho ter uma relação com um paciente. Ainda mais quando se tratava de Violetta Castillo. Ali não era um lugar para encontros, era um manicômio. Tratou de acabar com aquele momento no mesmo instante, interrompendo-os.

– Violetta! Ah, até que enfim te achei! – Sua respiração estava um pouco acelerada.

– Diego! – Seu peito gelou quando o ouviu atrás de si.

– O que fazem aqui? Deveria estar em seu quarto, já está quase na hora de servirem o seu almoço – disse já mais calmo, repreendendo.

– Não foi culpa dela! Eu que a trouxe aqui, achei que ela precisasse tomar um pouco de ar. – O enfermeiro então se manifestou.

– Ah, então quer dizer que foi você? – O Doutor tinha um semblante de raiva. – Sendo um enfermeiro do Manicômio Shodol Fouver deveria saber mais do que ninguém que é proibida a saída dos pacientes nesse horário!

– Sim, eu sei – respondeu irônico. – Mas mesmo assim a trouxe. Algum problema?

– Não! – Diego pareceu pensar um pouco antes de sua resposta. – Vem, Violetta, tem que entrar! – Então estendeu sua mão para a garota.

– Obrigada pelo passeio! Adorei! – Beijou o rosto do enfermeiro antes de seguir com o Doutor.

Lucas observou de longe Violetta se afastar aos poucos, extasiado com o que acabara de receber da menina.

Violetta andou pisando nas folhas que caíam no chão, completamente secas e sem vida por conta da neve. Diego ainda bufava, com raiva, não acreditava que Lucas tivesse se aproximado de Violetta tão rápido a ponto da mesma se sentir segura com ele. Olhou para ela que estava com a expressão triste e magoada ao mesmo tempo. Seu cabelo solto até os ombros, o vestido simples com uma jaqueta, as sapatilhas amarelas, mas assim que ela flagrou que ele a observava, Diego desviou o olhar.

– Posso saber por que agiu assim Violetta? Você sabe das regras que temos aqui. – Diego disse ainda evitando olhá-la nos olhos.

– Claro que sei, mas não estava feliz naquele quarto – respirou fundo. – E não culpe Lucas, ele não fez nada demais do que tentar me ajudar.

– Poderia ter me avisado que sairia com ele, só não entendo como pôde confiar mais em um enfermeiro qualquer do que em mim.

Violetta bufou e olhou para Diego com raiva. Ele percebendo sua ação a observou e viu nos olhos da garota, marejados com olheiras profundas, uma das dores terríveis que já tinha notado em alguém.

– O que aconteceu com você? – perguntou se aproximando, mas ela recuou dois passos para atrás.

– Deveria perguntar ao Lucas, já que o odeia tanto. – Revirou os olhos e começou a andar, Diego a seguiu indignado. – Acontece que Lucas se preocupa comigo, bem diferente de você, que não liga nem um pouco para os seus pacientes.

– Cale-se, você não sabe nada sobre Lucas, e aposto que nem ele de você.

– E você por acaso sabe alguma coisa sequer de mim? – Suspirou cansada com essa discussão que estavam tendo. – Vou estar no quarto, peça para Lucas me mandar o almoço, não quero te ver assim tão cedo. – Saiu dali sem olhar para trás.

Lucas observava tudo aquilo de longe, um sorriso nasceu em seus lábios ao ver a garota se revoltando com o médico. Normalmente, ninguém sequer dirigia a palavra a ele, mas – como Lucas sabia –, Violetta era diferente, completamente o oposto de outras meninas que ele já conheceu. Andou na intenção de ir atrás de Violetta e trazer o seu almoço, mas assim que Diego o viu repreendeu-o com uma careta.

– Não sei o que trama, Lucas, de fato você é um mistério aqui para todos, mas parece que não para Violetta. Saiba que você não merece a companhia dela.

– E por acaso você merece a companhia dela? – Arqueou uma das sobrancelhas.

Diego ficou sem palavras e Lucas deu um riso baixo, saindo dali em direção à copa para pegar o almoço de Violetta.

Violetta entrou no quarto com desdenho. O quarto de fato não a fazia ficar nem um pouco feliz. Queria Lucas logo ali com ela, consolando-a e entendendo-a, e não agindo como Diego, que achava que era o dono da razão. Sentou-se na cama ainda com a carta na mão, respirou fundo e a guardou na gaveta, então escutou batidas na porta. Logo Lucas entrou com a bandeja do almoço com um sorriso no rosto, um sorriso de tirar o fôlego.

– Desculpe pelo que aconteceu – disse olhando para a garota que o fitava maravilhada e, como por um milagre, feliz.

– Não se preocupe, quero Diego por um tempo bem longe de mim. – Sorriu e olhou para a bandeja em sua mão. – Seria novidade dizer que eu estou com fome?

– Sim, uma das maiores novidades, mas isso me deixa mais do que feliz.

– Por quê?

– Porque isso mostra que nosso passeio lhe fez bem. – Sorriu sincero.

Violetta sorriu envergonhada, havia tempo que alguém não fazia seu coração acelerar apenas com um sorriso, mas assim que pensava nisso Léon vinha à sua cabeça: seus olhos verdes como joias raras, o sorriso perfeito, o cabelo tom de chocolate e o amor que sentia por ela. Lucas não era assim tão diferente, mas também não era igual, com seus olhos tom de chocolate, seus cabelos um pouco mais escuros, e o sorriso parecido com o de Léon. No entanto, ele não sentia nada por ela, apenas pena. Quem não sentiria de alguém boba como ela? Por ter perdido primeiro a mãe e depois o namorado, ele tinha apenas pena, pena da garota louca.

– Foi boa sim, mas você se meteu em confusão por isso – disse baixo evitando seu olhar.

– Talvez, mas Diego é assim mesmo, cheio de regras – bufou fazendo a garota rir. – Não se preocupe com isso, ele é um ''estranho'' mesmo.

A menina se manteve quieta e pegou a bandeja de suas mãos, o que fez seus dedos se tocarem. Violetta ficou totalmente envergonhada e baixou o olhar, pegando a bandeja e se sentando à mesa enquanto a arrumava para comer.

Abriu os potes e a panela que ele havia trazido e colocou um pouco de comida em seu prato. O cheiro não era muito bom, e o gosto muito menos. Comeu expressando uma careta que fez Lucas dar risada. Ele tinha coisas a fazer, mas ver ela ali o impelia a esquecer de tudo, pelo menos por um momento. Sentou-se do seu lado e percebeu que já tinha terminado seu almoço.

– Estava assim tão ruim? – perguntou olhando para o prato.

– Você não faz ideia... Quer um pouco dessa gosma? – perguntou pegando a colher e apontando para sua boca com um pouco da comida.

Lucas abriu a boca enquanto Violetta socava a comida dentro dela. Ele engoliu, fez uma careta nada agradável e Violetta riu ainda mais.

– Quando me falaram que era ruim, eu nunca pensei que fosse assim. – Engoliu em seco. – Isso é uma das piores coisas que eu já comi.

– Então da próxima vez – estreitou os olhos – não me faça comer essa coisa.

– Pode deixar, da próxima vez trago algo melhor. – Sua risada saiu um pouco baixa. – Mas então, vai querer a sobremesa?

– Bem, eu acho que não. Depois desse "maravilhoso" almoço, prefiro ficar sem sobremesa.

– Tudo bem! – Levantou-se e pegou a bandeja. – Tenho que ir, volto mais tarde para os remédios.

Violetta, num impulso desconhecido por ela mesma, levantou-se da cadeira e pulou nos braços do enfermeiro. Não queria que ele fosse. Ali, naquele lugar, era o único que a entendia. Lucas, estranhando o comportamento da paciente, apenas retribuiu o abraço.

– Não demora, por favor! – suplicou ainda em seus braços.

– Não irei demorar. – Soltou-se da menina e beijou seu rosto deixando-a corada.

Violetta voltou para a cama. Sentou-se na beirada e novamente começou a pensar em seu amado, Léon. Era impossível não pensar nele, afinal, ela estava ali por ele. Tudo a fazia se lembrar do passado maravilhoso que tivera com seu amor. O pior era que ela não o via mais, a garota não sabia o porquê de Léon não lhe aparecer. Preferia até mesmo ter continuado em casa trancada em seu quarto, pelo menos o veria. Não ligaria se dissessem que ela estava louca, só importava vê-lo. Sentia saudade daqueles arrepios que o "espírito" lhe causava quando se aproximava, de quando ele lhe tocava.

Não estava mais aguentando aquela tortura, era demais para ela. Precisava senti-lo mais uma vez, pelo menos mais uma vez. Indignação era o que sentia naquele momento, estava indignada por ser tão burra, não deveria ter aceitado que seu pai a levasse para aquele lugar horrível. Então, levantou-se da cama rapidamente e pensou na coisa mais eficaz que poderia fazer. Fugir, fugir daquele manicômio. Talvez assim Léon voltasse para ela, mesmo em espírito.

Não aguentando aquela dor, ficou ali pensando em uma forma de sair o mais rápido possível. Esperou que antes Lucas lhe trouxesse os medicamentos e assim sairia sem ser notada. Logo que ele chegou pôde ficar apenas um pouco com ela, pois Diego o chamou pelos autofalantes. Por um momento, agradeceu por ele ter saído, suspirou e abriu a porta tentando não ser notada por ninguém. Não pegaria sua bolsa e nem nada, sairia despercebida.

Saiu do quarto como se fosse um dia normal, andou pelos corredores escuros e mal iluminados em direção à porta dos fundos. Levou um tempo até conseguir abri-la, mas assim que conseguiu saiu correndo pelo campo com a grama seca e sem vida. Precisava do Léon de todas as maneiras, não importava o que acontecesse, sem ele não poderia viver.

Avistou de longe o portão de ferro, foi correndo em sua direção pronta para fugir, deixar tudo aquilo que odiava para trás. Estava cadeado, mas nem por isso ela desistiu, tentou de todas as formas abri-lo. Nada acontecia e Violetta decidiu pular o portão, mas acabou caindo e se arranhando, logo lágrimas escorreram de seus olhos.

Ainda caída no chão, cobriu a cabeça com os joelhos e se pôs a chorar, intensamente, desejando aliviar a dor que sentia. Gritou com força quando a chuva começou a cair, seu corpo ficava cada vez mais frio e, pensando que as coisas não podiam piorar, ouviu passos se aproximando. Diego estava ali com uma cara de espanto.


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Notas finais do capítulo

Ficou grandinho neh?
E esses momentos Luceletta?E o Diego invocado? O que será que rola na cabeça dele? O que acharam dessa fuga da Violetta... hahaha
Isso ainda vai ter muitas consequências...
Espero que tenham gostado do capítulo...Queremos nossos amados Reviews hein!
Bjs até o próximo capítulo.



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