A Protegida escrita por bella-hyuuga


Capítulo 1
Capítulo I- O Colar


Notas iniciais do capítulo

Outra fanfic de minha autoria. Espero que gostem!^^



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A chuva caía incessante na pequena cidade de Sweet Hope.

  O céu encoberto e negro, combinava com o momento pelo qual eu vivenciava agora.

  A morte de uma pessoa. É muito mais que um simples escurecer de um céu. Na verdade, é a morte de um pedaço do seu coração. E quanto mais importante essa pessoa for; Maior é o pedaço a ser morto.

  Bom, se eu me ligar nessa afirmação. Então posso dizer que metade do meu coração, está morrendo com ela. Minha avó.

  Estava paralisada, olhando para aquele corpo imóvel e desfalecido, que se encontrava dentro do caixão.

  Minhas lágrimas desciam de meus olhos e percorriam uma trajetória pelas minhas bochechas rosadas. Não acreditava que ela havia me deixado. Depois de tantas promessas que fizemos uma para a outra. Ela havia me abandonado, assim. Morrendo de uma forma infeliz e sofrida?! Não era assim que devia terminar. Pelo menos não desse jeito.

  Chiyo Hyuuga. Era uma mulher doce e muito carinhosa. Lembro-me de sempre que ia para a casa dela; Era como se uma alegria desenfreada, se apossasse de meu corpo. Uma das coisas que eu gostava nela era o seu jeito mágico e misterioso de encarar as coisas. Ela sempre me dizia para acreditar nas coisas em que nós não vemos; Pois, apesar de nós não os enxergamos, eles nos enxergam. Sempre sentia um arrepio ao ouvir aquelas palavras.

  Outra coisa que me encantava em minha avó, era o seu dom de contar histórias incríveis. As que mais me encantavam, eram os seus romances sobrenaturais. Em que eu a pedia que trocasse o nome da personagem principal que ela inventava, e colocasse o meu. Pois eu sempre me imaginava no lugar das protagonistas.

  Mas, apesar de tudo isso. Uma coisa nela, sempre me deixava curiosa. Era o fato de às vezes ela desaparecer no meio da noite escura e só voltar no início da manhã, completamente suja e exausta. Sempre lhe perguntava o motivo disso, mas ela sempre respondia:

“-Um dia você compreenderá meu eterno motivo. E talvez. Mas, só talvez. Você também irá compartilhar de mesmo motivo e participará das coisas que ele lhe proporciona.”

  Ela tinha essa mania de falar em enigmas. E essa era uma das coisas, que eu não gostava nela.

  Com meus dedos trêmulos, toquei-lhe a face branca e sem vida. Acaricie-lhe carinhosamente no rosto e chorei. Chorei as lágrimas que eu havia guardado, no dia em que havia recebido a notícia de sua morte. Não era nada fácil, suportar a sua perda. Encostei meu rosto em seu peito e segurei fortemente em sua roupa. Meu pai veio em meu amparo e colocou suas mãos em meus ombros de uma forma tranqüilizadora:

-Hinata, precisamos fechar o caixão. Logo, logo; A chuva cairá e tornará mais difícil o enterro... -Começou meu pai, mas o interrompi.

-NÃO! EU PRECISO FICAR MAIS UM TEMPO COM ELA. –Gritei a plenos pulmões.

  Os convidados olharam pra mim com um sentimento de pena nos olhos. E aquilo me irritava. Não precisava que ninguém sentisse pena de mim, e sim, que trouxessem minha amada avó de volta:

-Filha, eu sei que você está sofrendo com a morte de sua avó. Mas, ela precisa descansar em paz. -Ele acariciou meus ombros e me tranqüilizei um pouco.

-Papai!-Olhei para ele com os olhos marejados e soltei a roupa de minha avó. Abracei-o fortemente e limpei minhas lágrimas em sua roupa preta.

-Calma filha! Essa dor vai passar. – O senti afagar meus cabelos. - Podem levar!-Disse ele para uns homens de preto, que se encontravam no fundo do salão. Que ao ouvirem seu pedido, saíram de suas posições e tamparam o caixão de madeira polida.

  Os homens ergueram o caixão e começaram a levá-lo para fora do salão:

“Pronto!”-Eu pensei. ”Agora irá começar a pior hora de um enterro. A hora da última despedida.”

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  A chuva começou a cair, quando entramos no cemitério.

  Olhei para o céu negro e senti os chuviscos tocarem o meu rosto. Fazendo o mesmo trajeto, que minhas lágrimas haviam feito antes:

“-Sim! O céu também está chorando com a sua partida, vovó.”-Pensei.

  Estava parada de frente para o imenso buraco, que os coveiros cavaram para deixar minha avó em seu descanso eterno. Os outros convidados estavam envolta do mesmo, chorando e pronunciando frases do tipo “Por que ela?!” ou “Como pôde terminar assim?!”.

  O padre fazia sua prece. Mas, eu sabia que quase ninguém ouvia.

  Apertei fortemente a rosa que eu jogaria pra ela, em minhas mãos. E não me importei ao sentir minha mão ser perfurada pelos espinhos. Pois de alguma forma, aquela dor externa amenizava a minha dor interna. E isso já era o suficiente para mim.

  A prece do padre acabou e o simples caixão polido, desceu para baixo da terra. E enquanto ele descia, as pessoas começaram a jogar flores para ela. Mas nenhuma daquelas flores, era a sua favorita. No entanto, a flor favorita dela estava agora em minhas mãos, perfurando a minha carne.

  Aproximei-me do caixão e joguei a delicada rosa azul ( com seu caule delicadamente tingido de vermelho) em cima dele. Os coveiros começaram a jogar terra no buraco e pensei:

“-Adeus, vovó! Aqui chega o fim de sua história na terra, mas, começa outra história num outro mundo melhor do que esse.”

  Ao pronunciar essas palavras mentalmente. Senti minha visão ficar turva e minhas pernas bambearam. Ouvi meu pai me chamar, mas, não tive forças para respondê-lo. Havia desmaiado.

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Uma semana depois...

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  Estava no banco traseiro do carro, olhando para janela a vasta vegetação, que predominava em Sweet Hope. O clima quente e ameno me trouxe uma pequena sensação de paz que há uma semana não sentia.

  Já havia se passado sete dias, desde a morte de minha avó. E agora, lá estava eu; Mudando-me para a casa dela. A qual, ela havia me deixado de herança, além de tudo o que se encontrava dentro dela. Não me sentia bem em ir para o lugar em que minha amável avó deu seu último suspiro. Mas, algo me fazia ir para lá. Aquela casa provavelmente estaria com o cheiro dela. E eu precisava de alguma coisa muito forte, que me fizesse ficar mais próxima dela.

  A floresta de cerejeiras, que antecedia da casa de minha avó, encontrava-se fechadas. Mas, não entendia o real motivo para isso. Era primavera em Sweet Hope, e naturalmente as cerejeiras deveriam estar abertas para prestigiarem a estação mais colorida do ano:

-Hinata, já chegamos. -Disse meu pai, saindo do carro.

-H... Hai!-Sai do carro também e virei-me para a casa que estava a minha frente.

  Uma onda de nostalgia me invadiu. A casa não havia mudado nada, desde a última vez em que tinha vindo aqui. Ela ainda mantinha aquele ar de antiga casa tradicional de clãs.

  Minha avó sempre me dizia que há oitenta anos, aquela casa era o clã Hyuuga. Uma importante facção da yakuza, que era reconhecida tanto militarmente quanto economicamente. É claro, que isso não passava de mais uma das histórias de vovó. Uma das muitas histórias, que me encantavam infinitamente.

  Fui até o bagageiro do carro e ajudei meu pai a pegar algumas caixas, que continham lá. Levei-as cuidadosamente até a porta de correr e a abri. Exatamente como a fachada da casa, o interior dela, também não havia mudado. A casa repleta de vários corredores continuava organizada como sempre.

  Coloquei na espaçosa sala de estar as caixas que havia pego, e esperei meu pai trazer o restante delas. Ele entrou na casa e fechou a porta:

-Enfim, em casa!-Exclamou meu pai.

-É! Enfim!-Disse um pouco entristecida.

  Pude reparar que ele havia percebido a tristeza em meus olhos, ele soltou um longo suspiro e prosseguiu:

-Hinata, as caixas que estiverem com seu nome, são os seus pertences. Peço que os guarde, enquanto preparo o jantar.

-Hai! Otoo-san. –Respondi e comecei a procurar as caixas que deveriam ter o meu nome.

  Encontrei cinco caixas com os kanjis que formavam meu nome e levei-os um por um, até o quarto que eu usava, quando vinha para cá nas minhas férias. Abri-as e comecei a arrumar os meus pertences em seus devidos lugares.

  Enquanto arrumava, não deixava de pensar nos dias divertidos, em que havia passado naquela casa. Lembrava de que vovó sempre fazia biscoitos com pedacinhos de chocolate para eu comer junto com leite e lembrava-me também das brincadeiras divertidas, das quais vovó participava também.

  Mas, quando a minha mão pousou num antigo porta retrato de plástico. Meus pensamentos mudaram de avó, para mãe. Lá estava minha mãe naquela foto, sorrindo como em todas as fotos em que eu a vejo.

  Asuka Hyuuga. Sinto em não poder explicar nada sobre ela. Nunca a vi e nunca tive nenhum tipo de conversa com ela. Cinco meses após meu nascimento, mamãe desapareceu misteriosamente. O que foi um grande choque para o meu pai, quando soube. Ele nunca desistiu de procurá-la. Nunca mesmo. Até hoje, ele procura alguém que a tenha visto, antes dela desaparecer. Mas, pelo o que o meu pai contava, sobre a minha mãe; Ela era uma pessoa muito carinhosa e doce, que vivia sempre preocupada com os outros:

“-Um pouco parecida comigo!”-Pensei.

  Coloquei o porta retrato, em cima do criado-mudo, que ficava ao lado de minha cama e suspirei pesadamente, ao ver que tinha terminado de arrumar o quarto.

  Imediatamente quando acabei, senti o cheiro de queijo derretido entrar por minhas narinas. Meu estômago roncou e fui em direção a cozinha, onde meu pai retirava do forno um enorme tabuleiro de lasanha:

-Dessa vez você caprichou, Otoo-san!-Respondi serenamente.

-Obrigado. -Ele disse. -Hinata! Antes de você jantar, faz um favor pra mim?!

-C...Claro!

-Poderia levar essas caixas, lá para o porão?!-Dizia ele apontando para as caixas vazias que se encontravam ao lado do fogão.

-Tá legal!-Empilhei as caixas, uma sobre a outra. E saí da cozinha. Mas, sem antes de dar uma última olhada na lasanha.

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  O porão encontrava-se totalmente escuro e desorganizado. Estava tomando muito cuidado para não cair no meio de tanta bagunça. Essa era outra mania de minha avó, a de gostar de deixar cacarecos em casa.

  Caminhei lentamente até uma ponta do grande porão e deixei as caixas lá. Forcei minha visão para que eu conseguisse enxergar alguma coisa e comecei a participar de um campo minado real. Só que ao invés de bombas, havia tralhas e mais tralhas:

“-Ai! Como eu gostaria de uma luz agora.”-Pensei.

  Imediatamente, quando pensei nisso; Vi uma luz vermelha brilhar no canto oposto, do lugar aonde havia colocado as caixas vazias de meu pai. Fui seguindo hipnotizada aquela luz, e quando cheguei perto o suficiente, abri a caixa de onde a luz vinha e olhei por dentro dela.

  Lá, escondido por vários panos de seda vermelhos, estava um colar prateado em formato de coração, com uma estranha caveira em cima.

  Peguei o objeto e analisei demoradamente em meus dedos. Reparei que o pingente podia ser aberto; E o abri. Dentro dele tinha os seguintes dizeres, que os pronunciei em voz alta:

-“Esse colar, é a sua chave para a luz. A chave em que você passará a enxergar as coisas ocultas, que antes se escondiam diante de seus olhos. Isso será a sua proteção e a sua perdição.”

  Quando terminei de ler os dizeres em voz alta. Uma forte rajada de vento passou por mim, fazendo os meus cabelos se arrepiarem. Coloquei os braços como escudos e vi quando o pequeno colar irradiou com toda a força uma luz vermelha esquisita, que quase me cegou. Fechei meus olhos e o vermelho me consumiu completamente.

Fim do capítulo 1

 

 


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Notas finais do capítulo

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Olá! Pronto mais uma fanfic minha.
Quero dizer, mais uma fanfic de romance sobrenatural. Rs
Espero que tenham gostado e deixem preciosos reviews!