Letting You Go escrita por Lana


Capítulo 5
Aceitação.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A última fase do luto é a aceitação. Nessa fase percebe-se e vivencia-se uma aceitação do rumo que as coisas tomaram. As emoções não estão mais tão à flor da pele quanto antes e a pessoa passa a se prontificar a enfrentar a situação com consciência de suas limitações, mas também de suas possibilidades. Elas conversam de maneira melhor sobre outros com o assunto, planejam estratégias para lidar com a questão e percebem que não é o fim do mundo e que aquilo pode ser superado. Pode servir como aprendizagem e torna-los pessoas melhores.

Emmett voltou ao hospital sete dias depois, com o manuscrito de Rosalie em mãos. Ele encontrou-a em pé, com uma calça jeans e um suéter, totalmente diferente das roupas usadas antes. Bella estava saindo do quarto quando ele chegou.

– Olá Emmett! – Bella disse com um sorriso animado. – Tchau Emmett! – disse após passar por ele e saiu.

– Olá Bella. – ele disse para o vento e revirou os olhos. Rosalie sorriu.

– Olá Emm. – ela falou também animada voltando-se para cama.

– Oi. Que animação é essa? – ele perguntou intrigado. – Tanto você quanto a Bella.

– Lembra que no outro dia eu disse que estava tendo umas ideias?

– Lembro. – ele disse cauteloso. Ela riu.

– Então, é isso. Eu decidi ir para casa.

– Então, você decidiu sair do hospital? – ele perguntou a encarando.

– Sim. Eu decidi passar um tempo em casa, já que meus pais estão viajando e eu não apresentei nenhuma mudança grande. – ela deu de ombros. – O que já deveria ter acontecido. Mas vou ter uma enfermeira por lá, em todo caso. E aparelhos, segundo o Edward, apesar de não ser necessário mesmo. Como se eu estivesse ligada a algo aqui. – ela revirou os olhos, sem deixar de sorrir. – Carlisle disse que estava tudo bem se eu tivesse um acompanhamento de perto e que iria tentar dar uma passada lá para me ver quando pudesse. Não conte a ninguém, mas acho que ele se apegou a mim. – ela disse a ultima frase como se fosse um segredo e ambos riram. – Eu estou me sentindo muito bem, na verdade. É revigorante.

– Grande mudança de cenário, huh?

– Se tudo isso for me acompanhar, não sei realmente se será. – ela sorriu apontando algumas máquinas. – Mas sim, uma mudança de cenário. Vou aproveitar e tentar sair um pouco. Ir a alguns dos meus lugares preferidos antes de... Você sabe. – ela disse quando notou a expressão dele. Emmett não era fã da palavra morte.

– Claro. E quais são seus lugares favoritos? – ele perguntou para não focar no tema morte.

– Eu não posso te contar. – ela disse franzindo os lábios, recostando-se na cama e o encarando.

– Por que não? – ele franziu as sobrancelhas.

– Porque eu vou mostrá-los a você. – ela respondeu.

– Está me chamando para um encontro? – ele perguntou com a voz num tom de brincadeira e uma sobrancelha erguida. Ela riu.

– Só se você me levar para assistir meu filme preferido. – ela impôs a condição com um sorriso.

– Então temos um acordo, senhorita. – ele sorriu de volta.

– Venha, me ajude com as coisas. – ela pediu. – Não quero ter que esperar pelo Edward e a Bella foi chamá-lo.

– Tudo bem. – ele prontamente se dispôs a ajudá-la, pegando a mala grande enquanto ela pegava uma bolsa de lado.

A animação de Rosalie era palpável, afinal, depois de meses naquele hospital, finalmente sairia, poderia respirar outros ares e ver outras pessoas. Apesar de ter se habituado e aprendido a conviver no lugar, não pretendia passar o resto da vida lá, por menor que fosse. Edward que resmungasse o quanto quisesse, ela estava cansada daquilo e se sentia bem como há muito tempo não se sentia. Talvez fosse apenas por alguns dias, mas iria aproveitá-los. Acabaram por encontrar Edward e Bella no saguão, indo em direção ao quarto dela. Depois de Edward e Emmett se cumprimentarem, eles seguiram em direção ao estacionamento onde estava o carro de Edward. Colocaram todas as malas e Bella e Edward entraram no carro.

– Quer ir lá pra casa? – Rosalie perguntou. – Já que nossa visita habitual não pôde ocorrer.

– Claro. Afinal, tenho uma crítica literária a dar. – Emmett piscou com um sorriso. Ela sorriu, hesitante.

– É... Sobre isso, não seja muito duro comigo, tudo bem? – ela pediu. – Pelo menos não ria na minha cara!

– Prometo ser gentil. Vou pegar o carro e seguir vocês. – ele disse, então deu um beijo terno na testa dela e se virou, indo em direção a seu carro.

Rosalie entrou no carro em seguida e Edward a encarou pelo retrovisor.

– Eu não me lembro bem, mas você não tinha dito que não gostava dele? – perguntou reprimindo um sorriso.

– Edward, estou muito feliz para discutir com você, tudo bem? – ela falou sorrindo. – Cale a boca e dirija.

O trajeto até a casa dos Hale não durou muito tempo e logo o carro passava pelos grandes portões de ferro. Edward estacionou na garagem e ajudou Rosalie com a bagagem, Emmett aparecendo pouco tempo depois. Os quatro entraram juntos e Rosalie correu se jogando numa grande poltrona vermelha que ocupava um espaço no canto da sala.

– Olá querida. – ela disse para a poltrona. – Senti sua falta. Não se preocupe, ficarei com você por longas horas a partir de hoje!

Emmett olhou a cena e sorriu. Edward deu a mala de Rosalie a uma empregada que subiu em direção ao quarto da patroa depois de cumprimentar a loura com um sorriso e um “seja bem vinda”.

– Bela casa. – Emmett comentou.

– Obrigada. – Rose disse. – Sente-se, fique a vontade.

– Olha só, Edward e eu vamos ter que dar uma saída, mas voltamos logo para jantarmos todos juntos, está bem? Emmett, se sinta convidado. – a morena falou com um sorriso.

– Vamos? – Edward perguntou sem entender. Bella revirou os olhos.

– Vamos. – ela disse. – Até mais, vocês. – Edward a seguiu, só então entendendo o que a morena queria dizer. Rosalie sorriu meio constrangida.

– Por favor, ignore-os. – ela pediu enquanto ele se encaminhava para o sofá. – Mas então, faça logo sua crítica para que eu possa parar de me sentir ansiosa. – Emmett riu.

– Bem, o livro na verdade é muito bom. – ele disse. – Não sabia que você escrevia suspense. Quando falou que tinha escrito um livro achei que seria de romance, aquele tipo de coisa água com açúcar, mas na verdade, é muito bom.

– Sério? – ela perguntou com um sorriso se espalhando. – Você realmente o acha bom?

– Claro. – o homem concordou.

– Ah, obrigada! – ela disse animada. – Você é a primeira crítica que tenho, então, bom, não sei se é bom de verdade, sem querer desmerecer sua capacidade literária, – ele riu para mostrar que não se sentia ofendido. – mas é bom saber que você gostou.

– Não há de quê. Eu realmente gostei. – ele disse. – Por que não publica?

– Bom, por que você não me leva para jantar antes? – ela falou. – Normalmente amaciamos as pessoas antes de pedir uma coisa dessas. – ela confidenciou e ele riu.

– Você vai jantar com seu irmão e sua amiga hoje. – ele a lembrou.

– E com você, se bem me lembro a Bella te convidou. E eu não quis dizer hoje. – ela revirou os olhos. – Estou livre amanhã. E depois também. Na verdade, minha agenda social está vazia, acabei de voltar de umas férias prolongadas, sabe. – ela balançou a mão como se fosse uma informação típica e ele sorriu.

– Tudo bem. – ele disse vencido. – Que tal jantarmos amanhã?

– Está perfeito pra mim. – ela sorriu.

Eles passaram o resto da tarde conversando e quando Bella e Edward voltaram todos jantaram juntos. Emmett estava com um ar muito melhor do que na semana anterior e aquilo animou Rosalie ainda mais. Ele conversava com Bella e Edward com facilidade e a noite foi agradável. Era bom ver que ele estava superando a perda, seguindo em frente. Ela se perguntou se ele ficaria triste quando ela morresse. E percebeu que provavelmente sim. Talvez não tanto quanto com a morte de Alice, mas ele ficaria mal. Não era justo ela causar aquilo a ele, mas que alternativa tinha quando ela já se envolvera tanto? E ele também, ela percebeu, quando ele pegou sua mão que estava em baixo da mesa, brincando aleatoriamente com seus dedos.

Talvez não houvesse mais volta, o dano fora feito, era algo irremediável. Ele se apegara a ela, ele estava num momento frágil e ela estava lá por ele. Rosalie não queria mudar o curso das coisas agora, não queria se afastar de Emmett e nem sabia se poderia fazer aquilo.

Na noite seguinte, Emmett chegou à casa dos Hale as oito, horário que tinha combinado com Rosalie. Edward não estava lá, então a empregada o atendeu e pediu que o esperasse na sala enquanto ia chamar a patroa. Não demorou muito e Rosalie apareceu no topo da escada.

Emmett nunca a tinha visto naquele tipo de roupa antes. Sempre havia sido em roupas de hospital ou casacos grossos. Então quando ela desceu as escadas em sua direção, ele não conseguiu tirar os olhos dela. Ela era maravilhosa. O vestido tinha o mesmo tom de vermelho que o batom que ela usava. Os saltos altos a deixavam quase da mesma altura que ele.

– Olá. – ela disse com um sorriso quando enfim o alcançou.

– Oi... Você está tão diferente, está linda. – ele disse a encarando de um jeito meio bobo. Ela riu.

– Eu sei, é difícil de acreditar que debaixo de todas aquelas roupas e coisas ainda vive uma mulher.

– Isso não foi o que eu quis dizer. – ele disse meio constrangido.

– Eu sei, relaxe. – ela revirou os olhos e sorriu. – Vamos jantar porque eu estou faminta. – disse puxando-o pela mão.

– Você dá as ordens, senhor. – ele disse com a voz séria e sorriram. Depois de acomodados no carro Emmett deu a partida.

– Para onde você está me levando? – Rosalie perguntou depois de olhar as ruas pelas quais passava.

– Você vai saber em um segundo. – ele prometeu. Após alguns minutos de viagem ele parou em frente a um estabelecimento com aparência aconchegante e com uma placa de neon na frente.

– Sério? Numa pizzaria? – ela perguntou o encarando.

– Você não gostou? – ele perguntou meio arrependido, se perguntando se aquilo tinha sido uma boa ideia. Afinal, ela estava vestida como se fosse a um restaurante. Talvez ela não tivesse gostado e ele deveria falar que a parada era apenas uma brincadeira, mas então um grande sorriso se espalhou pelo rosto de Rosalie.

– Você está brincando? Eu amei! Melhor encontro desde sempre e olhe que acabamos de sair da minha casa! – ela disse animada pulando para fora do carro.

A noite transcorreu de maneira agradável e Rosalie estava animada por finalmente ter uma vida social de novo. Ela e Emmett conversaram apenas sobre coisas boas, sem temas pesados para que nenhum dos dois ficasse aborrecido. Depois de comer eles caminharam por algumas ruas iluminadas por postes e observaram o movimento das pessoas que passavam por lá. Adolescentes indo e vindo em grupos e casais que entravam e saiam dos estabelecimentos.

Ao levá-la para casa aquela noite, eles se beijaram pela primeira vez. Foi algo espontâneo, sutil e aconchegante, tal como adormecer. Rosalie não percebera que esperava por aquele momento por muito tempo, até que ele enfim aconteceu.

– Obrigada pela noite, Emm. – ela disse depois com um sorriso. – Eu me diverti muito.

– Eu também. – ele respondeu. As covinhas apareciam em suas bochechas. – Acho que está na hora de eu ir.

– Tudo bem. – ele pegou a mão dela e beijou e ela sorriu, se lembrando de filmes antigos. – Boa noite. – disse chegando mais perto, sua mão puxando rosto do homem delicadamente para mais perto do seu para dar mais um beijo. As mãos grandes de Emmett a seguravam pela cintura e ela sorriu antes de se separarem, depois se virou para seguir até a porta.

Emmett ficou a observando caminhar até lá e entrar, e só então entrou em seu carro e foi para casa. A noite tinha sido mais agradável do que ele imaginara e terminara de maneira melhor do que esperara. Como havia percebido antes, Rosalie era tudo que poderia querer em alguém. Era divertida, inteligente, educada, bonita. Não faltava nada a ela.

Talvez só um pouco mais de saúde ou tempo de vida. Não que ele de fato tivesse se lembrado desse ponto naquele momento.

Depois daquela noite, eles ficaram cada vez mais próximos. Durante as semanas seguintes Rosalie levou-o a todos os seus lugares preferidos. Sendo um morador de Houston há algum tempo, Emmett conhecia a maioria dos lugares, mas a companhia de Rosalie os tornava ainda mais interessantes. Ela levou-o ao Jardim Japonês, no Hermann Park, seu lugar preferido da cidade – se surpreendendo ao saber que ele jamais estivera lá – e ao Houston Tunnel System. Levou-o ao Distrito dos Museus, onde foram ao Rothko e ao The Menil Collection. Passaram também pela Galeria de Arte da Universidade de Rice e pelo Museum of Fine Arts. Rosalie era uma admiradora de museus, hábito que adquirira com o falecido avô, e ela se sentia segura em lugares como aqueles. Também o levou a lugares menos conhecidos, que não faziam tanto sucesso, mas que eram mais que agradáveis. Tinha histórias em todos eles e contava algumas a Emmett, que ouvia com atenção e, quando tinha, também partilhava as suas.

Depois, eles começaram a sair mais à noite. Ela levou-o ao Uchi, um restaurante com a melhor comida japonesa que Rosalie já provara. Ele, por sua vez, levara-a ao Americas River Oaks, seu restaurante favorito. Foram ao Nordstrom Café Bistro e ao Millet Outdoor Theatre certa noite. Chegaram a se arriscar no Little Woodrow e no Sawyer Park, embora preferissem os restaurantes com um ambiente mais calmo e íntimo.

Cada vez que saiam juntos ou passavam um tempo ao lado um do outro eles descobriam coisas novas sobre a vida um do outro. Eles se tornavam cada vez mais próximos. Emmett contava à Rosalie tudo que ela lhe perguntava, e ela fazia bastantes perguntas. Em contra partida, também falava muito de sua vida. Porém, enquanto Emmett se focava sempre no futuro, Rose parecia não partilhar desse desfrute, preferindo falar de suas memórias – as mais antigas e as que criava agora, com ele, Bella e Edward.

Naquele dia estavam velejando em um veleiro do pai de Emmett pela Baía de Galveston. Tinham partido bem cedo e estavam agora ancorados em frente ao Moody Gardens. Estavam sentados um ao lado do outro, observando o mar e ocasionais golfinhos que passavam perto o suficiente.

– Esse lugar é lindo. – Rosalie comentou suspirando e se recostando melhor em Emmett.

– Que bom que você gostou. – ele disse com um sorriso. Ela levou uma das mãos até a covinha mais próxima e passou o dedo ali, sorrindo também.

– Sabe, eu adoro suas covinhas. Acho que são as coisas mais legais em você.

– Está me ofendendo desse jeito. – ele disse com uma voz fingida. Ela sorriu.

– Tudo bem, talvez não a mais legal, mas certamente uma das. Se você não as tivesse, não seria tão bonito assim. – ele sorriu novamente, sem conseguir se conter.

– Bom, sorte sua então que eu as tenha.

– É verdade. – ela concordou virando-se para olhar o mar novamente. – Acho que tive uma revelação hoje.

– Que revelação?

– Acho que estou apaixonada por você. – disse sem o encarar. Ele não disse nada e ela por fim se virou para ver sua reação. Ele a encarava e puxou o rosto dela levemente para mais perto do seu.

– Você acha? – ele perguntou chegando cada vez mais perto, até beijá-la de um jeito inicialmente calmo, mas cada vez mais abrasador. Quando se separaram, ela olhou-o de forma conspiradora.

– Tudo bem, talvez eu tenha certeza. Não sei, acho que preciso de mais incentivo para descobrir. – falou sorrindo e Emmett riu

– Darei quanto incentivo você precisar. – ele prometeu voltando a beijá-la.

– Estou feliz por ter te conhecido. – ela disse depois de um tempo. Os braços de Emmett estavam ao redor dela e ele passava uma das mãos pelo cabelo louro que brilhava sob o sol.

– Com quem você acha que... – ele começou a falar, inseguro de tocar no assunto, com medo da dor, mas continuou. – Se minha irmã não tivesse falecido, com quem você acha que estaria agora?

– Com você. – ela respondeu. – Se não tivéssemos nos encontrado no hospital, acho que nos encontraríamos em algum outro lugar. Como eu disse uma vez, eu acredito cada um de nós tem uma missão. E acho que a minha é você. – ela confessou como se fosse um segredo e eles sorriram.

– Eu não sei se já falei isso, mas se já falei, deixe-me repetir: obrigada por ficar comigo, Rose. Sei que eu não era a melhor companhia há alguns meses, mas ainda assim você me aguentou em todos os dias difíceis.

– Não tem que agradecer por isso. Foi bom para mim ter você por perto. – ela deu de ombros.

– Tenho sim. – ele a contradisse. – Não sei se teria passado por tudo isso de uma maneira assim se não a tivesse do meu lado. Você foi mais que necessária, de um jeito que eu não queria admitir a mim mesmo no começo porque me assustava. Porque eu estou apaixonado por você também e me assusta a ideia de poder te perder. Mas ver você tão bem, tão cheia de vida... Faz-me ter esperança.

Na noite seguinte Rosalie teve uma crise de dor, seguida depois por uma tosse horrível e repleta de sangue. Emmett não presenciara, mas ficara sabendo quando fora a casa dela. Ao chegar lá, ela já estava relativamente melhor, porém ainda fraca. Ele a encontrou deitada na cama, a enfermeira do lado dando um remédio e saindo após a chegada dele. Emmett ficou perturbado e Rosalie o acalmou, dizendo que não havia sido nada grave e que às vezes aquele acesso de tosse era comum, então estaria bem melhor na manhã seguinte. Emmett não acreditou muito na história, mas não pôde fazer nada. Ofereceu-se para ficar com ela pela noite, mas ela recusou veementemente, mandando-o para casa. Odiaria que ele a visse, caso a crise voltasse, o que receava que acontecesse, apesar de ter omitido isso do grandão. Por fim, Emmett saiu e o resto da noite de Rosalie foi conturbada, entre horríveis acessos de tosse, dores insistentes e curtos intervalos de sono. Após dois dias, porém, ela estava se sentindo ótima novamente e apesar das advertências e recomendações de Edward e Carlisle, – que a via quase todos os dias desde que ela fora para casa – ela resolveu sair da cama e tornar a se aventurar pela cidade.

Na semana seguinte eles saíram de novo. Ela se sentia ótima e Emmett não contara a ela aonde eles iriam aquela noite por mais que ela tivesse insistido. Rosalie estava vendada e ele a guiava com suas mãos.

– Emmett, onde nós estamos? – ela perguntou sussurrando.

– Você vai saber já já. – ele respondeu no mesmo tom.

– Mas eu não vejo nada desde que você me botou no carro! – ela disse ainda sussurrando. Ele riu.

– Por que você está sussurrando? – ele perguntou em seu tom normal.

– Eu não sei. – ela riu também e voltou a seu tom usual. – Porque estamos no escuro, eu acho.

– Não estamos no escuro. – ele a contradisse. – Cuidado com os degraus. – alertou.

– Bem, eu estou no escuro!

– Seja mais paciente, está bem? – pediu ele. – Estamos quase lá.

Quando finalmente eles chegaram, ele a fez caminhar por uma entrada estreita e a fez se sentar. Rosalie ouvia uma música conhecida soar e virou a cabeça quando ouviu Emmett sentar-se a seu lado.

– Posso tirar a venda agora? – pediu ela, sussurrando de novo. Ele sorriu e viu as luzes se apagarem, sobrando apenas umas fracas luzes que normalmente ajudavam as pessoas a se guiar. Tirou a venda dos olhos dela e então Rosalie olhou ao redor. Estavam em uma sala de cinema e na grande tela a sua frente seu filme preferido rodava. Ela sorriu e olhou para Emmett. – Como você conseguiu isso? Esse filme não está em cartaz há séculos! – disse animada.

– Bem, eu tenho meus contatos. – ele disse com um tom engraçado e ela riu.

– Você tem mesmo bons contatos. Primeiro um veleiro, agora um cinema... O que mais você não está me contando? – ele riu e ela puxou-o para um abraço. – Obrigado, Emm. – ela disse ainda abraçada a ele. Ele respirou fundo e a apertou em seus braços. Ela parecia tão frágil ali, tão pequena.

– Pegue. – ele disse quando se separaram dando a ela um saco grande de pipoca e doces que estavam em uma poltrona na fileira em frente à deles. Ela sorriu e agradeceu.

Rosalie assistia ao filme como se fosse a primeira vez e Emmett passou o tempo todo a observando, a luz da tela refletindo-se em rosto branco, o sorriso que persistia em seu rosto por causa do filme, o jeito que seus olhos brilhavam e ela sorria mais ainda quando via suas cenas favoritas. Ela era linda. Tão jovem, deveria ter tanta vida pela frente. Emmett queria que aquele momento pudesse durar para sempre. Depois de um tempo, ela se recostou nele, enquanto ele passava um de seus braços ao redor dela.

Depois de algum tempo em silêncio, Rose virou seu rosto para Emmett e sussurrou em seu ouvido.

– Nós estamos sozinhos aqui?

– Estamos. – ele confirmou com a voz baixa.

– Ótimo. – ela disse com um sorriso enquanto ele se virava para ela.

Com delicadeza, ela puxou o rosto dele para o seu e o beijou. De início, um beijo calmo, ambos testando-se. Emmett passou um de seus braços pela cintura dela a puxando para mais perto enquanto sua mão livre estava em sua nuca. Rosalie se agarrava a ele com ambos os braços, como se o soltar fosse o que menos quisesse no mundo. Quando seus lábios se separaram, ambos precisando de mais, Rosalie sentou-se no colo de Emmett e voltou a beijá-lo. Nenhum deles era um jovem inexperiente e ambos desejavam aquilo há um tempo, então sem muita hesitação ou pensarem de fato naquilo, começaram a despir um ao outro e seus beijos tornaram-se mais intensos e íntimos.

Ela não era mais a mulher que um dia já fora, que fazia a cabeça de tantos homens virarem ao passar. A doença havia tirado muito dela. Estava mais magra, o corpo que antes abalava os homens era agora uma imagem totalmente diferente da antiga, mas ele a tratou como se fosse a mais bela mulher que ele já tocara e aquilo fez com que ela se sentisse conectada a ele de forma que jamais se sentira com qualquer outro homem. Ela se deu, de corpo e alma, querendo agradá-lo, querendo que ele soubesse o quanto ela estava agradecida por aquele momento, principalmente por ele.

Nenhum deles viu quando o filme acabou.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Como estão vocês?
E aí, o que acharam do capítulo? Espero que tenham gostado. Vou ressaltar que, não estou colocando tanto em vista diálogos e afins, porque essa fanfic não é exatamente sobre como o amor deles se desenrola, mas sobre a perda. Entretanto, é essencial que o laço que se forma entre eles seja forte e intenso, e embora eu não escreva tantos diálogos sobre isso, espero que vocês entendam. Aliás, tudo está rolando rapidinho porque a fanfic é bem curtinho, acho que no máximo uns dez capítulos.
Bom, mereço reviews? Espero que sim. Bom início de semana à todas vocês, beijo grande!