Um Anjo (quase) Caído escrita por Gaby Molina


Capítulo 8
Capítulo 8 - Uma Serena incomoda muita gente...


Notas iniciais do capítulo

OLÁ OLÁ OLÁ :333 /rumo aos 30 leitores, YAY



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Serena

— Certo, eu a perdi por dois minutos, não é grande coisa — revirei os olhos. — Ela estava conversando com a Audrey, e aí... Puf.

— Puf? Puf?! — Damien ergueu uma sobrancelha. — Heath, você...

— Bom dia — disse aquela voz feminina irritante atrás de mim.

Não era grande coisa. Ela sempre brotava.

— O que você quer? — encarei Serena.

— Oi, eu sou o Damien — Damien acenou.

Ela continuava com os olhos cravados em mim.

— Ele também é um... um... Nefi...

Serena Argent deveria escrever um livro sobre como estragar o dia de alguém.

— Nefilim? — Damien sorriu.

— Exatamente.

Formei com os lábios Cale a boca, por favor.

— Eu disse algo errado?

— Dam, essa aqui é a...

— Irritante, sem compaixão, ingrata, maldita, petulante, mal educada, inconsequente e ríspida? — ele sorriu novamente.

— Não esqueça inconveniente — completei. — É, basicamente. Minha tormenta divina, srta. Serena Argent.

— Que ótima introdução — ela zombou.

— Argent, vamos conversar.

— Eu não quero conversar.

— E eu não ligo.

Arrastei-a até o outro corredor. Encontrei uma porta e a arrastei para dentro.

— Que lugar é esse? — olhei em volta. — É apertado.

— É um armário de limpeza, sabichão. Guarda-se produtos de limpeza aqui dentro. Podemos sair agora?

— Não. Escuta aqui. Por que você disse tudo aquilo para Damien? Era para ser um segredo.

— Bem, você não me disse isso, Einstein.

Eu odiava quando ela tinha razão.

— Bem, não passou pela sua cabeça que não é o tipo de coisa que você pode sair berrando aos quatro ventos?

— Por isso temos que discutir esse assunto no armário de limpeza?! — ela bufou. — Damien não é seu primo, é?

— Não. Ele é um Nefilim cujo serviço é garantir que eu estou cumprindo todas as regras — abri um sorriso amarelo. — Então, muito obrigado.

— Ele vai dedurar você?

— Acho que não. Mas não posso abusar muito.

— Droga.

— Você me quer mesmo no Inferno, não quer?

Serena desviou o olhar.

— Não — confessou. — Mas bem que queria você longe de mim.

— Eu também.

Ela olhou para cima a fim de me fitar com aqueles grandes olhos azuis. Eu nunca tinha percebido, mas era uns quinze centímetros mais alto do que ela. Mesmo assim, a garota olhava para mim como se eu fosse uma criancinha que ela estava prester a derrubar do balanço no playground.

— Você está fazendo um péssimo trabalho.

— Não, você está. Quanto mais besteira você faz, mais eu tenho que ficar em cima de você — fitei-a de volta. — Se você se mantesse na linha, mal nos veríamos.

— Quer que eu fique o dia todo em casa escondida embaixo da cama, com todas as janelas e portas trancadas?

— Na verdade, isso seria ótimo.

Ela bufou em mim. Não acho que quisesse realmente fazê-lo, mas o espaço era apertado demais para que seu hálito de chiclete não voasse em mim.

Foi quando a porta se abriu e ela quase caiu para fora.

— Opa — era Audrey. — Foi mal aí. Só vim buscar um pano, derrubaram água lá na sala. Mas eu estava realmente me perguntando onde você estava, S.

Serena estava em um ponto entre constrangida e irritada, e parecia prestes a me bater. Mas não o fez.

— Se me dá licença — ela me lançou um sorriso amarelo. —, eu vou viver.

Serena

Audrey queria uma explicação. Eu não tinha uma explicação. Poderia ter apenas dito toda a verdade e deixado-a pensar que eu era louca, mas não o fiz.

Não acho que Heath tenha acreditado em mim, mas realmente falei sério quando disse que não queria que ele fosse para o inferno.

Eu não conseguiria odiar alguém a esse ponto.

Então menti. Mais ou menos.

— Não aconteceu nada demais — isso era verdade.

— Então por que vocês estavam em um armário de limpeza, que é basicamente o lugar de pegação num colegial?

— Porque... Hum... Estávamos terminando uma música para a aula de música e não queríamos ser pegos cabulando aula, e a música tem que ser entregue hoje.

— Terminaram?

— Não exatamente.

— Então... Você estava trancada em um armário com Heath Seeler — ela me encarou. — e não tentou nada?

— Por que diabos eu ia tentar alguma coisa?!

— Talvez... Não sei, é apenas uma hipótese, mas talvez porque aquele delinquente americano é um delicioso pedaço de mau caminho.

Ou a estrada inteira, pensei.

— Ele é um babaca — revirei os olhos. — Eu preferiria morrer.

— Ah, é?

— Não diga isso. Agora você está começando a soar como ele. — bufei e saí correndo para a aula de História, onde ia criar alguma história mirabolante para o meu atraso.

* * *

Depois da aula, eu estava voltando para casa a pé quando um carro parou ao meu lado e buzinou. Heath colocou a cabeça para fora da janela do passageiro.

— Entra.

— Aonde vamos?

— Suas voltas felizes para casa já me causaram problemas demais. Cale a boca e entre no carro.

— Tá achando que eu sou o quê? Sua putinha? Vá se ferrar. — continuei andando.

— Sempre elegante, Argent!

Damien riu.

— Essa garota tira você do sério. Adoro ela.

— Cale a boca você também. Tudo bem, Loira! Então vamos seguir você, de carro, a dois quilômetros por hora, até a sua casa.

— Por mim está ótimo — sorri.

E eles realmente fizeram isso. Por dois minutos. Até que Heath soltou um xingamento e saiu do carro. Ele veio até mim e me levantou. Depois me jogou em seu ombro como se eu fosse um saco de farinha.

— Seu sem noção! Me solte! Agora! Ou eu vou gritar!

— Você já está gritando, Argent — ele me jogou no banco de trás e trancou a porta. — Eu não vou te impedir de ser atropelada pela... Digamos... Sexta vez nos últimos três dias.

Damien pisou fundo no acelerador.

— Ah, que ótimo! Meu heroi! Meu anjo reluzente protetor! E você, loiro cagueta ou sei lá o quê, diga ao seu chefe que eu estou me sentindo muito segura sendo tratada como um saco de farinha num sequestro relâmpago! Além do mais, como você sabe dirigir?! Duvido que o sr. Eu Sou Perfeito Olhe Como Minhas Asas Brilham saiba.

— Eu vou matar você! — Heath bateu com as costas de propósito no banco, bufando.

— Você está mais para Shrek do que para Daniel Grigori, sabia disso, seu ogro? E você não pode me matar!

— Pena que não se pode dizer o mesmo sobre o inverso — Damien comentou.

— Damien, cale essa porra de boca angelical — Heath cerrou os dentes.

— Ele não falava tanto palavrão antes de conhecer você, sabia?

— Eu nunca tinha sentido essa necessidade de xingar alguém!

— Sinto-me honrada — pendurei-me entre os dois bancos da frente para fitar Heath. — Então, basicamente, eu posso matar você, mas você não pode me matar? — abri um sorriso maligno. — Interessante.

— Está vendo só?! Ela é psicopata!

— E você é um perseguidor louco com um sério problema de controle de raiva!

— Eu não preciso controlar minha raiva! Eu preciso que você pare de me tirar do sério!

— Eu aprendi a dirigir há alguns dias — comentou Damien, alheio à guerra. — Acho que estou ficando muito bom nis...

Foi quando ele parou bruscamente o carro (onde eles tinham arrumado aquela coisa, de qualquer forma?) porque não tinha visto a lombada.

Voei para frente, mas Heath me segurou. Fitei seus olhos dourados por um minuto.

— Pare de me olhar assim, faz parecer que você tem um coração — ele suspirou, mas não desviou o olhar. — Sério. Você fica tão bonitinha fazendo isso que nem parece o ser arrogante e mesquinho que realmente é.

— Essa é provavelmente a coisa mais legal que você já me disse — sorri levemente. — Ainda acho que você é um ogro.

— Chegamos! — Damien anunciou, animado.

— Você vai ver o ogro.

Ele saiu do carro e me puxou de novo, me jogando de bruços em um de seus ombros largos. Tinha academia no Céu?

Que coisa para se pensar quando um ogro psicótico está carregando você. Ele apertou a campainha da minha casa. Thomas atendeu. Ele arregalou os olhos.

— Olá — Heath abriu um sorriso gentil que nunca havia lançado para mim. Por que será? — Se puder me dar licença, vou carregar a sua irmã maldita até o quarto dela, está bem?

Meu irmão olhou para cima a fim de fitá-lo e, depois de um momento, assentiu.

— E você, calada — ele disparou e subiu as escadas ainda me carregando.

Jogou-me sem cuidado algum em minha cama, de onde eu já tinha conseguido tirar quase todas as penas que ele jogara lá.

— Eu odeio você! — disparei, soando como uma menininha mimada.

Era isso que ele pensava de mim, então tanto fazia.

— Que coincidência — ele abriu um sorriso maníaco e saiu da minha casa (usando a porta! Observem o milagre).

Heath

— Você contou a ela! — Damien disparou na cozinha depois que eu tomei um banho. — Pelo amor de Deus, pare de andar de toalha por aí.

— Não — resmunguei. — Claro que contei a ela, ela ia acabar se matando.

— Ah, e agora que a garota sabe que você vai ser expulso se ela o fizer, não vai mais?

— Ela disse que não queria que eu fosse para o inferno — disse, tomando um pouco de leite direto da caixa.

— Que avanço.

— Isso é um grande elogio no Mundo Mágico da Argent.

— Bom saber.

— Então... Você não está bravo porque eu contei a ela?

— Não estou feliz. Mas, por favor, não faça mais nenhuma idiotice dessas.

— Foi mal. Não consigo pensar direito quando estou perto dela.

— Então não fique perto dela!

Como se fosse tão fácil.

— Não ficarei com certeza, se você quiser que ela morra.

Damien não respondeu. Jamais admitiria que eu tinha razão, não importavam as circunstâncias.

— Ela não é uma bomba relógio, sabe.

— Sei. Ela é uma encrenqueira, só isso — retruquei.


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