Dylan POV

Acordei morrendo de dor de cabeça e sentindo um peso a mais na cama.

–Sophie? –exclamei surpreso assim que abri os olhos e me deparei com aquela figura ruiva dormindo perto de mim.

Ela murmurou alguma coisa, se mexeu um pouco e depois voltou a dormir.

–Ai. –cocei a nuca. Minha cabeça latejava muito e eu não conseguia lembrar de quase nada da noite passada.

Olhei para a garota que dormia calmamente ao meu lado, pude perceber que ela estava com minhas roupas. O que será que fizemos noite passada? Espero que não tenha sido nada grave.

Inconscientemente (eu espero) eu comecei a tocar delicadamente o seu rosto, me divertindo com as reações dela ao sentir meu toque.

–Pare. –ela chutou minha perna.

–Ai. –caí da cama por conta do susto e ela começou a rir- Não ria. –me levantei do chão e me sentei na cama.

Olhei para ela e ela abaixou o olhar e apontou para meu corpo. Encarei-me sem entender nada e pude ver que estava só de cueca, puxei rapidamente o lençol e me enrolei da cintura para baixo.

–Pronto. –deitei de bruços na cama.

–Que horas são? –perguntou sonolenta.

Peguei meu celular e olhei as horas na tela.

–Nove horas. –respondi.

–Meu deus! –gritou e levantou com um pulo.

Ela pegou seu vestido, que misteriosamente estava no chão, e tentou abrir a porta do quarto.

–Belo conjunto. E belas pernas também. –ri.

Ela jogou um sapato em mim e eu desviei habilidosamente.

–Cadê a chave? –pediu (?) para mim.

–Por que eu saberia? –dei de ombros.

–Você a escondeu ontem para que eu não saísse do quarto. –suspirou.

–O que exatamente aconteceu ontem? –perguntei me levantando para procurar a chave.

–Bom... –ela corou.

–Eu não te machuquei, não é? –a segurei pelos ombros.

–Graças a deus não. –se soltou.

–Por que diabos eu não consigo lembrar do que aconteceu ontem? –peguei a chave que estava dentro de uma gaveta.

–Por que será... –ela bateu o pé no chão.

–E pensar que eu tinha você só para mim... –sussurrei.

Ela se engasgou com o próprio ar e começou a tossir.

–O que diabos você pensa que aconteceu ontem? –gritou vermelha de raiva ou de vergonha.

–Bom... nós não... –fiz uns gestos com as mãos e ela pareceu entender do que se tratava.

–É claro que NÃO! –saiu do quarto batendo a porta.

–Justo quando eu pensei que finalmente... –minha voz falhou.

Decidi não pensar naquilo, pelo menos não agora, e fui tomar um banho de agua fria para ver se a dor de cabeça diminua.

(...)

Depois de banhado e devidamente arrumado, fui para a cozinha. Chegando lá, me deparei com a família toda sentada à mesa, e quando eu digo Toda eu quis dizer TODA mesmo.

–Bom dia. –cumprimentei a todos e me sentei.

Alguns responderam e outros estavam muito ocupados comendo e nem prestaram atenção em mim, não que eu me importasse. Sentei ao lado do Noah, que estava ao lado da Sophie.

–Pegue. –ela me entregou alguns comprimidos- Você deve estar com dor de cabeça.

–Obrigada. –falei e ela sorriu para mim, voltando a comer logo em seguida.

O café da manhã foi bem agitado e eu ainda tive que aguentar ouvir o Noah e a Sophie conversando animadamente um com o outro. Tive de lutar contra a dor de cabeça, por que raios eu apostei beber com aquele cara?

–Estamos saindo. –anunciou a ruiva.

–Para onde? –perguntei irritado e curioso.

–Hoje ela passa o dia comigo. –o irmão intrometido dela falou.

Eu olhei para a ruiva e ela suspirou e me deu tchau logo depois, saindo de casa logo em seguida.

–Droga. –levei minhas mãos até meus cabelos e comecei a puxá-los, chegando a arrancar alguns poucos fios.

–Que nervosismo todo é esse? –uma voz bastante conhecida falou e depois o dono da voz brotou ao meu lado.

–Nada não Alicia. –forcei um sorriso, mas parece que ela percebeu.

–Você está com ciúmes do Noah? –sentou no sofá e começou a comer uma maçã.

–Não. É só que... –as palavras não saiam.

–Ah, então está apenas preocupado? –riu.

–É... é isso mesmo. –me sentei.

–Tudo bem. Espere ela voltar e te dizer que não te quer mais e está apaixonada por outro.

Nesse momento, imagens dela invadiram minha cabeça. A verdade é que... eu não queria perde-la, mesmo sendo um namoro de mentira, eu não queria e não deixaria ela sair de meu lado.

–Isso... Não! –me levantei rapidamente e sai correndo de casa à procura da Sophie.

Depois de alguns poucos minutos de corrida, encontrei os dois entrando em um pet shop. Será se ela levou o Noah para “capar”? Menina louca.

Depois de uns vinte minutos os dois saem do pet shop com um cachorro branco com preto e de olhos azuis e mais um monte de sacolas. Segui-os até uma sorveteria que não ficava muito longe dali, as mulheres e os homens não paravam de olhar na direção em que ambos estavam, me deixando nervoso.

Fiquei um bom tempo observando os dois a se divertirem juntos, eles pareciam estar muito felizes, ao contrário de mim. Quando percebi, estava rindo que nem bobo ao observar a ruiva rindo alegremente e se divertindo com o seu suposto irmão. Quando eles foram para casa já estava anoitecendo, então fui correndo na frente e cheguei primeiro.

–E ai? Falou para ela? –a loira me perguntou assim que entrei na sala.

–Falar o que? –eu não estava entendendo nada.

Ela suspirou e veio até mim.

–Você ainda vai perdê-la se continuar assim. –saiu.

–Mas que merda. –cocei minha nuca ainda sem entender nada.

–Chegamos. –a Sophie gritou assim que entrou em casa.

–Ainda bem. –fingi- Por que demoraram tanto?

–Hoje foi tão divertido. –a ruiva jogou suas sacolas em cima de mim.

–Sim, foi mesmo. –o Noah afagou os cabelos ruivos da minha namorada.

–Já sei. –puxei a mão dele da cabeleira ruiva.

–E o que é isso? –a tia da Sophie apontou para o cachorro.

–Meu cachorro. –a ruiva riu e afagou a cabeça do animal, que pareceu gostar do carinho.

–E quem deu? –a mãe da Sophie surgiu de Nárnia e foi alisar o cachorro.

–O Noah me deu. –sorriu e depois se sentou no sofá.

–Ele me lembra alguém... –Alicia disse descendo as escadas.

–É mesmo... –a Sophie pôs a mão no queixo pensativa.

Depois de alguns minutos de puro silencio e tensão, a Yasmin chega correndo e abraça o cachorro que mais se parece com um bicho de pelúcia do que um animal de estimação.

–Dylan! –todos gritaram ao mesmo tempo e se viraram em minha direção.

–Eu?? –gritei e apontei para a bola de pelos.

–Ele até que é bem obediente. –a Sophie riu e afagou meus cabelos.

–Oe. Não me compare com isso. –reclamei.

–Respeito com ele. –o Noah foi passar a mão no cachorro e ele começou a grunhir.

–Dylan vem cá. –eu ia indo até ela, mas o cachorro foi mais rápido.

Todos começaram a rir.

–Tá vendo? Até ele percebe que parece com você. –a Alicia riu.

–Sou contra isso. Dê outro nome para ele. –cruzei os braços.

–Vejamos... Ice! –gritou a ruiva, assustando a todos.

–Mas por que Ice? –perguntei.

–Não sei. Ice. Gelo. Ele é bonito, seus olhos são azuis, ele é... frio... ice. –a ruiva tentou filosofar.

–Qual o sentido disso? –a pequena loira perguntou e todos riram.

O Ice veio até mim e se sentou ao meu lado, olhei para ele e nós ficamos nos encarando por um tempo.

–Acho que podemos nos dar bem. –peguei ele no colo.

–Au! –ele latiu e sorriu (?) para mim.

–Bom gente, é melhor irmos descansar, pois vamos voltar para a América amanhã. –dona Elizabeth informou.

–Tudo bem. –todos se dissiparam em um minuto, indo cada um para seus respectivos quartos.

E eu fiquei com um cachorro e muitas sacolas. E agora José?

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