Perto Demais Para Te Amar escrita por Jenny


Capítulo 16
Capítulo 16 - A primeira vez


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu peço desculpa por ficar muito tempo sem postar um capítulo, mas eu tenho motivos. Fiquei quinze dias com dengue, logo em seguida peguei gripe. Quando voltei a escrever, meu pai ficou internado. Não tinha cabeça para escrever. Assim que meu pai voltou, semanas de prova. Traduzindo: não conseguia escrever.
Mas o que importa é que eu voltei. E prometo continuar escrevendo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/420163/chapter/16

– Minha irmã teve um pressentimento – disse Scott encarando os olhos do lobisomem.

Derek ficou sem entender o que o rapaz dizia, mas, ao mesmo tempo, ele já queria pular da janela de seu apartamento e começar o novo plano. Ele sabia que a parte suja ia sobrar para ele. Claro que quando a vida de uma pessoa estava em jogo, Derek não ia se preocupar em fazer o trabalho sujo. Na verdade, ele nunca se importa em sujar as mãos.

– O que você quer que eu faça? – disse Derek – Obrigue a Jennifer a aceitar morrer?

– Isso! – exclamou Scott com certa esperança.

– Boa sorte cara. Eu posso tentar, mas não espere sucesso na primeira tentativa.

– Você quer que eu vá com você?

– Não! – disse o lobisomem já pensando no que queria do mais novo – Eu tenho algo para você...

–-------------------//-----------------------

Eu sei que é errado ligar no meio da madrugada para seu amigo, mas Scott não me deixou outra escolha, uma vez que ele saiu atrás do Derek me deixando sozinha em casa. Não sou medrosa, mas depois de tudo até o Incrível Hulk ficaria com medo. E outra, era para o Stiles que eu estava ligando, ele não ia me ignorar.

– Jenny, pelo amor de Deus, você sabe que horas são? – Stiles atendeu com seu jeito rabugento de quando era acordado. Eu conhecia muito bem, pois era sempre eu que o acordava.

– Stiles, eu estou sozinha aqui em casa, e eu realmente estou com medo.

Eu disse, mas ele não me respondeu nada. Eu conseguia escutar a respiração acelerada dele, como se ele se decidia se queria vir ou não. Ou pior, se era certo ou não.

– Stiles... – eu quase não conseguia terminar de falar -... Por mim.

– Em cinco minutos eu chego – finalmente ele respondeu – Eu prometo.

– Obrigada. Eu vou ficar te esperando.

Não demorou muito e Stiles já estava do lado de fora gritando meu nome. Eu corri para abrir a porta, onde encontrei meu melhor amigo sorrindo e rindo ao mesmo tempo.

– O que foi? – eu disse o cutucando na barriga.

– Nada – ele disse ainda parado do lado de fora – Eu estou um pouco nervoso.

– Eu também estou...

Nunca vi o Stiles tão nervoso como naquele momento. Seus olhos ficaram me observando, acho que para ter certeza que aquilo tudo era real. Eu também duvidei, mas depois de tudo que nós tínhamos acabo de viver, me parecia justo um momento só nosso.

– O que você quer fazer? – eu disse quebrando o gelo.

– O que você quiser...

–----------------//-----------------

Derek estacionou na frente de uma casa caindo aos pedaços quase no final da cidade. A rua estava deserta, sendo o ruído das folhas o único barulho naquela rua. Nenhuma pessoa ciente daquelas condições moraria naquele fim de mundo. Era um ótimo lugar para uma fugitiva morar, por isso Jennifer morava lá.

O lobisomem saiu de seu carro e ficou encarando a porta da casa. Como ele iria convencer Jennifer de tal plano? Não seria uma missão fácil, mas ele não era o tipo de pessoa que desistia fácil. Ele pensou em apertar a campainha, mas isso era muito normal. Era mil vezes melhor invadir a casa e mostrar quem manda.

– Vai logo Derek – gritou Jennifer que observava tudo da janela do andar de cima – Eu não tenho a noite toda... Ainda tenho que montar minha cama nova. Você acredita que eu ainda não tive tempo?

– Eu acredito – disse Derek um pouco assustado – Se a senhorita quiser, eu posso lhe ajudar.

– Eu adoraria. Agora, chega de enrolação e sobe aqui logo.

O lobisomem a obedeceu e entrou na casa reparando em cada detalhe. Por dentro até que a casa era bonitinha, ele pensou. Tudo tinha um toque rústico, deixando o ambiente mais sombrio. E o andar de cima também tinha esse aspecto, menos o quarto que Jennifer o esperava. Tudo era branco, com alguns detalhes azulados, mas nada muito escuro. Era como se fosse o céu no meio de toda a destruição.

A moça logo percebeu que Derek estava paralisado observando tudo sem piscar.

– Eu gosto desse lugar – ela disse quebrando o gelo – Eu me refiro ao quarto, não a essa casa. Ele me lembra a minha primeira casa. Eu tinha vinte e três anos e tinha acabado de conhecer o Chris.

– Eu não sei o que dizer – Derek disse se sentando ao lado da garota.

– Não precisa dizer nada.

Os dois se encararam por vários segundos e depois Derek começou a montar a cama. Com calor, o lobisomem tirou a jaqueta, ficando com uma regata que mostrava seus músculos muito bem definidos. Jennifer tentou não ficar olhando, ou pelo menos não babar, mas ela simplesmente não conseguiu. O jeito era puxar algum assunto.

– E você? – ela disse – Já se apaixonou por alguém?

– Toda vez que eu me apaixono alguém sai ferido. É quase uma maldição.

– Bom, eu vivo numa maldição. Acho que pior que isso não fica.

– Você não entende – Derek já tinha terminado seu trabalho, quando ele começou a falar – Eu não quero me apaixonar de novo. Não quero causar mais mágoas, seja em outras pessoas ou em mim mesmo. A primeira mulher que eu amei meu tio a matou. E a segunda, brincou com meus sentimentos, me deixando de um jeito que eu nunca pensei que fosse ficar.

– O amor é um campo de batalha. Uns ganham, outros perdem. E tem aqueles, que assim como eu e você, não nascem para a batalha. Não nascem para o amor.

Por mais dura e fria que Jennifer estava sendo, Derek sabia que ela tinha razão.

– Eu sei por que você está aqui – ela continuou – Eu tive o mesmo sonho que a garota. Eu aceito Derek. Para acabar com tudo isso, eu aceito. Mas, eu só lhe peço duas coisas; que eu possa me despedir da minha filha e que minha última noite seja inesquecível.

– Eu não posso te ajudar no primeiro desejo, mas eu te garanto, sua noite será inesquecível – disse o lobisomem jogando Jennifer na cama.

Ele subiu lentamente e começou a beijar cada parte do corpo da garota. Sua pele era fria, como de um defunto, mas ele não se importou, afinal ele não era nenhum príncipe encantado. Seus lábios tocaram pela primeira vez nos lábios dela, de uma maneira selvagem. Entre os beijos, ele pode sentir os dedos da garota acariciando suas costas. Ele abriu o primeiro botão da camisa dela e parou.

– Continue Derek – Jennifer disse recuperando o ar – Eu não tenho medo de você.

Ele suspirou e a encheu de beijos. Sem dúvidas, aquela noite seria inesquecível.

–---------------//------------------

Scott seguiu as ordens de Derek e foi atrás do pai de sua namorada. Ele tinha o direito de saber o que estava acontecendo. Não só ele, mas Alisson também.

– Sr. Argent – disse Scott ao ser atendido no meio da madrugada – Acho que nós precisamos conversar. Derek lhe disse que Jennifer está viva, e eu estou aqui para explicar tudo.

Chris o encarou com raiva. Seus olhos estavam tão cansados que no meio da conversa ele poderia adormecer e deixar o rapaz falando sozinho.

– Entre garoto – ele finalmente disse – Eu vou preparar um pouco de chá para nós.

O rapaz ficou sentado na mesma posição, sem piscar, enquanto o mais velho encheu um bule até transbordar. Ele acendeu a boca esquerda do fogão, mas percebeu uma falha, e com medo de causar qualquer acidente, acendeu a boca direita, que funcionou normalmente. Abandonou o bule no fogo e voltou para a sala.

– Por que nós precisamos conversar? – Chris foi frio ao fazer essa pergunta.

– Onde está a Alisson? – Scott suava, pois, de alguma maneira, Chris o intimidava.

– Dormindo na casa de alguma menina... Acho que Lydia. Você a conhece?

– Sim, nós estudamos juntos. Mas isso não vem ao caso. Derek me mandou aqui.

– Se for sobre a Jennifer, eu não acredito. Ele está tentando me distrair para conseguir se vingar de uma mentira.

– Jennifer está viva!

– Prove! – Chris disse se levantando.No fundo, o barulho da água fervendo ficava cada vez mais nítido. A cabeça de Scott estava quase explodindo– Acho que nosso chá ficou pronto.

– Infelizmente, eu tenho algo a fazer – disse Scott se levantando e se dirigindo a porta – Eu preciso lhe provar que Jennifer está viva.

–-------------//---------------

A luz do luar batia nas costas nuas de Jennifer, que se vestia enquanto Derek a observava. Se não fosse pela cicatriz que cortava verticalmente suas costas, Jennifer seria perfeita, pensou Derek. Ele quase perguntou a origem da cicatriz, mas achou o momento inapropriado.

– Derek, você deve ir embora – a moça disse entre lágrimas – Eu preciso ficar sozinha.

– Mas eu não quero ir – ele disse beijando a nuca da moça – Eu quero ficar aqui com você.

– Era isso que eu temia. Derek, isso não é real. Eu não sou real. Meu destino é morrer para que haja paz nessa cidade. Eu nunca deveria ter voltado.

– Você tem razão, você não deveria ter voltado – ele disse já terminando de se vestir – Você não precisa ter medo de mim, mas sim de você mesma. Peter a transformou num monstro.

– Assim como você. Ora Derek, você já se olhou no espelho? Nada que você faz dá certo. Seria um aviso?

Derek não conseguiu respondê-la. Ele podia já ter sido um monstro, mas pela primeira vez em anos, ele não se sentia desse modo.

– Não Jennifer – ele falou – É ai que você e meu tio erram. Eu não sou um monstro. São as pessoas ao me redor que fazem com que eu me transforme em monstro.

– Veremos... Agora, se você permitir, eu vou dormir. Amanhã, o dia tende a ser cansativo. Adeus Derek.

– Adeus Jennifer. Foi uma honra conhecê-la.

– Eu digo o mesmo.

Os lábios dela tocaram pela última vez os dele, antes dele se retirar daquela casa.

–---------------//------------------

Scott estava quase chegando à casa de Lydia quando avistou um homem robusto perseguindo uma jovem, por volta de dezoito anos, que gritava por socorro. Sem pensar duas vezes, ele correu em direção à garota. Mas, cada vez que ele se aproximava de duas coisas ele tinha certeza; primeiro: aquilo não era humano; e segundo: ele conhecia muito bem aqueles olhos.

– Peter! – Scott gritou ao avançar no lobisomem. Nesse momento, o garoto já tinha se transformado. Agora ele já conseguia controlar e usar sua força ao seu favor – Eu não vou permitir que você machuque mais ninguém.

– Coitado – Peter disse arremessando o garoto contra uma lata de lixo – Quem você pensa que é para me deter? Só mais uma alma, e ninguém vai conseguir-me para. NINGUÉM!

– Para seu azar, você ainda é um mísero lobisomem.

O jeito que Scott acertou Peter era digno de um alpha. Suas garras rasgaram a camiseta azulada que cobria o peitoral do mais velho. O mais jovem não parou até deixar o outro jogado no chão implorando por misericórdia. Sem piedade, Scott cuspiu sobre o corpo estendido no chão e foi socorrer a jovem, que chorava e ao mesmo tempo não piscava para não perder um momento da luta.

– Quem é você? – disse a jovem.

– Eu ainda não sei te responder, mas de uma coisa eu tenho certeza, eu estou preste a descobrir... – disse Scott recuperando o fôlego.

Quando ele voltou para o corpo, ele já não estava mais lá. Peter fugira.

– Preciso chegar até a casa da Lydia - pensou Scott.

–-------------//------------------

Não sei se era o fato de estar sozinha num quarto com Stiles, mas eu estava nervosa. E ele também. Nunca tive intimidade com alguém, mas esse não era o fato que me deixava mais nervosa. O problema é que era o Stiles. Antes de isso tudo ter acontecido, eu o considerava como um irmão. Só de pensar em o que poderia acontecer nos próximos minutos, eu já ficava nervosa.

– Stiles, se você pudesse ter alguma coisa, o que você teria? – eu perguntei. Saber o desejo mais profundo de uma pessoa me deixava mais conectada a ela.

– Eu já tenho exatamente o que eu sempre quis – ele sussurrou no meu ouvido – Você.

Nós nos beijamos, enquanto ele pousava minha cabeça no travesseiro. Nossa como nós estávamos nervosos. Ele, gentilmente, abriu o primeiro botão da minha camiseta. Nossos olhares se encontraram e ficaram paralisados por um tempo.

– Stiles, eu quero que você saiba que...

Ele não permitiu que eu terminasse a frase. Nossos lábios se encontraram novamente, dessa vez nada foi dito para estragar. Eu tirei sua camiseta, eu fiquei o encarando. Quase comecei a rir, só de imaginar que aquilo estava acontecendo, mas eu não consegui fazer outra coisa a não ser o encher de beijos.

–... Eu te amo – eu finalmente disse.

– Eu te amo mais, minha pequena.

Aquela seria a melhor noite da minha vida. E a melhor parte, é que eu estava compartilhando com meu melhor amigo. Meu amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perto Demais Para Te Amar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.