O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 5
Capítulo 5 A luz e a escuridão


Notas iniciais do capítulo

Como estou emocionada de postar esse capítulo, penso que o primeiro encontro seja o mais marcante não? Também acho que vocês ficarão com um pouco de gostinho de quero mais... espero que sim



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Eu tentei fugir o máximo que pude das conversas de Alice sobre família e amor o resto do caminho, sempre desviava perguntando algo que me levava a mais uma linda história de família. Os Cullen eram realmente fantásticos e conseguia perceber a quase adoração de Jean por eles. Eles eram apaixonantes realmente. Quando chegamos eu não estava me sentindo cansada, conferi as ligações do meu celular e tinham várias mensagens de Jacob que ignorei sem ler. Precisava de um novo número.

- O hotel fica perto de onde será os ensaios. – Jean informou enquanto estávamos fazendo nossos registros no hotel, Alice tinha um apartamento em Paris. Ela me convidou para ficar lá, só que eu não queria. Precisa de um pouco de paz.

- Nos vemos amanhã?

- As dez da manhã na Sinfônica.

- Muito bem.

Fui para o meu quarto, mas estava agitada. Comi rapidamente ansiosa demais para começar meus trabalhos, o que eles queriam era algo inédito demais até para mim, eu queria me sair bem nessa temporada como em nenhuma outra. Ela seria muito longa e abrangeria muitos países, ou seja, muita expectativa. Eu precisava tocar, tudo em mim queria fazer isso. Voltei para o salão do Hotel certa que poderia ter alguma informação de onde poderia pelo menos numa loja tocar.

- Onde posso encontrar um piano? Sabe algum lugar...

- Você é a pianista não?

- Sim, Isabella.

Omiti o meu sobrenome, já tinha que assinar Black e não queria falar aquilo mais.

- Preparamos uma sala para os ensaios.

Estranhei, mas Jean sempre foi muito cuidadoso em me manter perto do piano.

- Obrigada.

Ela chamou um rapaz e ele veio me levar. Eu então olhei atentamente o hotel, tinha um estilo clássico bonitos, seu teto de mármore e folhas de ouro adornado com pinturas angelicais. Era magnífico e o tapete vermelho conseguia destacar tudo que estava ao nosso redor. Lustres de todos os tamanhos adornavam seus ambientes. Quando passei pelo restaurante achei ele amplo e as mesas bem dispostas davam vontade de nos sentarmos e comermos qualquer coisa que estivesse a disposição.

O rapaz parou em frente a uma porta dupla enfeitada e depois abriu sem entrar.

- Tenha um bom dia senhora.

- Obrigada. – respondi num francês fraco e desajeitado.

Assim que entrei eu vi os dois pianos de calda no centro da sala, ela não era algo enorme e estava climatizada. As janelas fechadas e com cortinas grossas azuis cobrindo elas. Olhei para o teto para admirar mais uma vez as pinturas que estavam lá e me aproximei do piano, do que achei que gostaria tocar. Ele era um piano de calda imponente, passei a mão nele como sempre fazia quando via um piano pela primeira vez, era o hábito de tocar nele antes de realmente abri-lo. O seu preto estava reluzente e parecia tão forte como o primeiro piano que conheci. A visão do menino veio a mente e fiquei tão feliz por essa lembrança estar ali brindando meu novo começo.

Sentei e abri sua tampa, tirei o protetor vermelho da tela e vi suas teclas brancas me chamando para uma valsa. Eu fechei os olhos e toquei uma valsa imaginando as mulheres dançando ao redor do piano, vestidos rodando com os passos da músicas e toda a alegria de um salão antigo de baile. Estava em outro mundo quando tocava e essa sala dava uma acústica interessante ao piano. Eu mudei de música, era uma composição minha agora. Não abri os olhos em nenhum momento. Estava certa de que eu e o piano éramos um só. E enquanto a música dava seus acordes mais ousados eu ouvi uma nota que não toquei, um acompanhamento que não tinha feito. Abri os olhos e vi o homem olhando para as teclas e tocando junto comigo.

Eu não parei de tocar porque queria continuar ouvindo o que ele fazia enquanto tocava a minha composição. Ele dava um toque na música que eu nunca havia pensando, era uma música triste, notas graves em determinado momento a faziam pesada. Ele dava o toque suave e quase esperançoso. A mistura me encantou e eu repetia a música querendo um pouco mais desse encontro, dessa palavras de esperança que surgiam ao som do piano dele.

Quando ele levantou a cabeça e me olhou, sorriu. Naquela hora parei de tocar e tampa caiu com o movimento bruto que fiz e só ouvimos o som da tampa forte pela sala. Ele se levantou com uma expressão preocupada e veio na minha direção rápido.

- Você está bem? Machucou a mão?

Sim, minhas mãos. Elas estavam perto do meu peito como se quisessem pegar meu coração e conter suas batidas rápidas. Era ele. O menino. Meu Deus esse sorriso eu reconheceria nem que fosse um senhor de idade, era quase único.

- É você. – eu disse.

Ele sorriu mais uma vez para mim.

- Edward Cullen, sim, sou eu. O outro pianista.

Não era isso que eu queria dizer, mas deveria. Eu lembrava e ele não. Precisava me recompor dessa notícia que era só minha. Sorri para ele.

- Prazer, Isabella, mas me chama só de Bella. É mais rápido.

- Americanos e suas abreviações. – outro sorriso - Nesse caso, eu gostei.

- Como sabe que sou americana?

- Pelo sotaque e também Jean comenta sempre que vai para EUA que a pianista mais bonita vive lá.

Eu sentia que faltava algo naquela frase, algo que ele não me diria nem sob tortura, mas de qualquer forma isso não vinha ao caso agora. Eu não era de ficar perguntando as coisas que sentia que as pessoas não queriam me contar.

- Linda música, acordes bem feitos. Estrutura clássica, mas ao mesmo tempo... tinha um toque pessoal.

- Sim, fiz há um tempo atrás quando estava em Nova York. Como conseguiu acompanhar?

- Em toda dor há luz Isabella. – eu me surpreendi com aquilo.

- Você era a luz.

- E você a escuridão.

- A luz e a escuridão.... – meu Deus como era perfeita essa descrição. – Podemos continuar... eu queria ouvir mais uma vez...

- Claro. Você tem certeza que está bem?

- Sim, sente-se por favor, vamos.

Edward sorriu da minha animação e depois sentou-se no piano. Fez um gesto para que eu começasse e então eu toquei, toquei querendo ouvir ele, mas Edward só entrava no meio da música. Enquanto eu tocava ele fechava os olhos e sentia a música, quando entrei na segunda parte ele tocou seguro do que estava fazendo sem ao menos me olhar para perguntar algo. O meu piano e o dele se comunicavam, um falando de dor e o outro de alegria. A luz e a escuridão juntas nas teclas de nossos pianos. Foi magnífico e repetimos a façanha mais de uma vez, quando estava satisfeita eu parei sorri para a linda música que havíamos feito.

- Brilhante. – ele disse animado. – Podemos gravar num estúdio o que acha?

- Seria perfeito! Ficou tão linda.

- Você é linda.

Eu o olhei e corei.

- Obrigada Edward.

- Vamos almoçar? Tenho certeza que depois dessa maratona precisamos repor as energias.

- Claro...

- Vai precisar pegar sua bolsa no quarto não?

- Não vamos comer no hotel?

Ele me sorriu.

- Isabella estamos em Paris, vamos ficar trancados nesses restaurantes podendo explorar um pouco a cidade? De maneira nenhuma! Quero te apresentar Paris de uma maneira que tenho certeza que em vinte viagens a cidade você nunca viu.

- Sem pontos turísticos então? – falei achando graça de sua frase.

- Definitivamente não sou fã de pontos turísticos. – ele falou animado. – Espero você na entrada do hotel, vou providenciar um carro. O que aluguei não me agradou.

- Está em Paris há muito tempo?

- Poucos dias, mas ficaremos mais não é mesmo?

- Muito mais.

Respondi pensando nos ensaios que teríamos.


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Notas finais do capítulo

Meninas vou dizer uma coisa sobre esse Edward, ele é apaixonadamente VIVO. Tudo com ele será uma aventura e ele será um mar agitado na vida monótona de nossa Bella. Vamos entender melhor conforme os capítulos forem sendo postados.
Sexta eu volto ok?
Comentem se der!