Dinho: Vai fugir de mim, marrentinha? Não vai me dizer que tá com medo do rumo que essa conversa pode tomar?

Ela se vira para traz e começa a encara-lo.

Dinho: E então Lia? Vai fugir do assunto?

Lia: Quem foi que disse que eu tô fugindo do assunto?

Dinho: É o que tá parecendo.

Lia: Eu estou apenas tentando evitar mais uma discussão, e além do mais eu tenho um compromisso marcado pra ir agora.

Dinho: E você ainda quer que eu acredite que cê não tá fugindo de mim?

Lia: Era só o que me faltava você insinuando que eu estou mentindo.

Dinho: E não é verdade, Lia. Se você queria mentir poderia pelo menos inventar uma desculpa melhor. Essa de que tem compromisso é muito velha. Alás mas velha ainda é essa de mudar de assunto.

Lia: Eu não tô mudando de assunto.

Dinho: Sério, marrentinha a gente precisa conversar, e tem que ser a agora.

Lia; Eu não tenho nada pra falar com vo...

Nessa mesma hora chega uma enfermeira encarregada de dar remédios aos pacientes. E agora era a vez de Dinho. Lia aproveitou para ir embora e escapar da conversa.

Enfermeira: Desculpa se eu estou interrompendo a conversa de vocês, mais é que agora está na hora de você tomar seu remédio Adriano.

Lia: Não, a senhora não está enterrompendo nada. Eu já estava de saídamesmo, né Dinho?

Dinho: Não Lia es...

Não deu tempo nem de Dinho terminar a frase, Lia já havia atravessado a porta, e a essa hora devera estar bem longe daquele quarto.

[...]

Ao sair do hospital, Lia foi direto pra casa, se trancar no seu quarto e passar várias horas tocando guitarra, para esquecer do mundo que agora se resumia em uma unica palavra: Dinho. Mesmo, tocando ela não conseguiu tirar o garoto de cachinhos da cabeça.

Pensamento on:

Dinho: Lia o que aconteceu você... você ta chorando?

Lia: Não logico que não apenas caiu um grão de areia no meu... no meus olhos. Falou tentando esconder as lagrimas que percorriam o seu rosto.

Dinho: Tá e você acha que eu vou acreditar nesta historia?

Lia; Se você vai ou não acreditar o problema é seu. Alias o que você tá fazendo aqui, deveria estar na barraca dormindo.

Dinho: Olha não adianta falar de mim por que foi você que saiu primeiro.

Lia: Então me faz um favor sai daqui e me deixa em paz eu quero ficar um pouco sozinha, ou você acha que eu vim aqui pra que?

Dinho: Ta bom se você prefere assim. Então eu só saiu daqui quando você me disser o que ta acontecendo.

Pensamento off.

Pensamento on:

Lia: Dinho, cê tá dormindo?

Dinho: Não, por que?

Lia: É só que a gente está aqui sozinhos, e eu pensei que de repente a gente podia... ér ... podia

Dinho: Fala Lia o que a gente podia?

Lia: Acho que eu sei fazer melhor do que dizer

E sem pensar no que Dinho poderia achar ela o beija, no começo ele pensa em se afastar, mas depois de sentir o gosto da boca de Lia, ele desiste e se entrega completamente ao momento...

Pensamento off.

Pensamento on:

Dinho: E então Lia? Vai fugir do assunto?

Lia: Quem foi que disse que eu tô fugindo do assunto?

Dinho: É o que tá parecendo.

Pensamento off.

Pensamento on:

Dinho: Lia, será que a gente podia conversar?

Lia: Sobre?

Dinho fica surpreso com a pergunta da garota, que parecia tão mais fria agora, como se alguma coisa a afingisse.

Dinho: Sobre a gente.

Lia: Ainda não entendi aonde você quer chegar?

Dinho: Como assim? Até um dia atrás...

Lia: Para mim, o passado não interessa, eu tô mais focada no presente, se você não se importa eu não gostaria de falar nesse assunto.

Dinho: Por que?

Lia: Simples, você não queria que eu te deixasse em paz? Em fim, agora cê ta livre eu... eu não vou mais ficar no seu pé.

Pensamento off.

Ela desiste de tentar tocar para afastar seus pensamentos, até por que isso já estava ficando ridículo e inútil.

Lia: Droga! Por que eu não consigo mais parar de pensar em você? Você não faz ideia do quanto eu não queria me importar com você, poder deixar você em paz, mas infelizmente, eu não consigo.

[...]

No hospital, Lia tomava conta de todos os pensamentos de Dinho, que estava em um estado de transe relembrando alguns momentos dos dois. Ele finalmente sai do seus pensamentos com a entrada de uma pessoa no quarto.

Dr. Lorenzo: E aí como você tá? Fiquei sabendo das enfermeiras que você está se recuperando muito bem.

Dinho: Ah! Oi Dr. Lorenzo. Na verdade eu já estou bem melhor.

Dr. Lorenzo: Que bom! Fico feliz por você. Minha folha veio aqui de manhã de ver, ela disse que estuda junto com você no Quadrante.

Dinho: Oi?

Dr. Lorenzo: A Lia.

Dinho: A Lia é sua filha?

Dr. Lorenzo: Sim. Agora você precisa tomar esse remédio aqui.

Dinho: Mas a enfermeira acabou de me dar um remédio.

Fala desconfiado.

Dr. Lorenzo: É que esse é outro, ele serve para acelerar o processo de recuperação.

Dinho: Certo.

Ele toma o remédio...

Meia hora depois, Dinho estava dormindo num sono profundo. Alguém entra no quarto devagar, como estive-se se escondendo, para que ninguém o vi-se entrar no quarto.

Ele entra e fecha a porta, antes dando uma ultima olhada para garantir que o corredor estava realmente vazio. Ele tira do bolso uma especie de canivete do bolso e um pedaço de papel. Ao se aproximar do garoto ele faz um pequeno corte, o que faz sangrar o local. Apos disso, ele suja o papel com o sangue.

Guarda o pedaço de papel no bolso e vai em direção da porta, antes de sair ele se vira de volta para dentro do quarto e diz com o olhar de medo e ao mesmo tempo com um pequeno sorriso no rosto, dando a impressão de satisfação pelo que acaba de fazer.

Pessoa: Finalmente. Agora saberei toda a verdade, e se o que eu desconfio estiver certo, eu precisarei tomar todo o cuidado do mundo.

E sai.

[...]