Acordei depois de um horrível pesadelo. Fred tinha morrido.

As lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto. Aquele foi o meu pior pesadelo.

E por mais que eu não queira lembrar, eu tenho guardado em minha mente cada cena, uma mais desagradável que a outra. As imagens continuavam a se repetir de novo e de novo, cada vez mais vívidas.

Enxuguei minhas lágrimas, e me sentei na cama.

Fred andava pelos corredores de algum lugar que eu desconhecia, ele segurava sua varinha firmemente. Seus olhos estavam vermelhos e suas roupas sujas, amarrotadas e rasgadas.

O corredor era escuro e as paredes eram vermelhas. Haviam pouquíssimas velas no local.

Então de repente, Voldemort apareceu. Ele tinha um sorriso triunfante em seu rosto. E atrás dele havia uma pilha de corpos.

Eram os Weasley, Harry, Luna, Neville, e todos meus conhecidos.

“Você é o último” Ele disse e depois riu.

“Eu não estou sozinho” Fred respondeu.

“Avada Kedavra” Voldemort gritou.

O corpo do garoto desfaleceu, não havia vida mais. Fred estava morto.

Fechei meus olhos. Foi só um pesadelo. Nada de ruim aconteceu com nenhum deles. Eles estão bem, muito bem.

Levantei da cama e olhei o relógio, já eram 5 da tarde, meus tios já devem ter chegado.

Desci as escadas e dei de cara com minha tia Janet, e minha prima mais nova Louise.

– Minha querida! – Tia Janet gritou – Como tive saudades de você!

– Olá tia – sorri.

Ela veio até mim e me deu um abraço de urso.

Quando era pequena, minha mãe ás vezes tinha de sair, e me deixava na casa de minha tia. Ela era uma pessoa carinhosa e cuidadosa, e uma ótima mãe. Eu considero ela minha segunda mãe.

Quando completei 5 anos, minha tia se mudou para Oxford, e a ultima vez que nos vimos foi no ano passado.

Ela me soltou e foi em direção a cozinha ajudar minha mãe.

– Ah Jane, como Hermione cresceu...

Louise tem 10 anos. Ela era alta de mais para a sua idade, mas era realmente bonita. Seus cabelos eram castanhos claros lisos, e seus olhos azuis escuros. Suas feições eram doces e suaves, suas bochechas eram levemente rosadas. Era um doce de menina.

– Olá Louise – sorri – como vai a escola?

Ela fez uma careta e eu ri.

– Escola é chata – disse – a minha parte preferida é a educação física – sorriu – eu adoro futebol – disse com um brilho nos olhos.

E é ai que as coisas mudam. Na minha família toda – todos mesmo – adoram futebol e esportes, já eu odeio esportes. Eu sou a “ovelha negra” da família.

– E você Mione? Como vai a sua escola? Lá é um internato certo? Lá é legal? Deve ser... eu quero estudar lá quando fizer 11 anos, assim como você! – ela disse.

Engoli em seco.

– Veja bem Louise...

A campainha tocou, cortando a minha fala.

Graças à Merlin, eu realmente não sabia o que falar para ela.

Atendi a porta, meus primos tios e avós chegaram, a festa de natal começa agora.

Todos se cumprimentaram, depois os adultos ficaram conversando, enquanto as crianças brincavam e os adolescentes conversavam. Eram uma total de 17 pessoas.

Meus pais, minha tia Janet e seu marido Jeremy, tia Sally e seu marido Luke, tio Oscar e sua namorada Sandy, e vovó. Minha prima Louise, primo Austin e o caçula da família Chris filhos de Janet, primo Luke e Markus filhos de tia Sally, Amy e Kenny filhos de tio Oscar.

Kenny, Markus e Louise foram brincar, eles tinham 9, 12 e 10 respectivamente.

Amy, Austin, Luke e eu sentamos em uma rodinha na sala para conversar. Eu era mais próxima deles.

– E ai Mione? Como vai a escola – perguntou Amy, entusiasmada.

– Hm bem... Mas e você? Eu soube que arranjou um namorado – desconversei, não poderia dizer as coisas que estavam realmente acontecendo em Hogwarts.

Ela começou a dizer o quanto seu namorado era o garoto mais perfeito de todos, e que o ama de mais.

E eu pensei em Fred. Eu realmente o amava tanto assim? Não.

Eu amava mais do que as palavras poderiam dizer. Eu te amo não é o suficiente.

Mas mesmo eu o amando tanto assim, eu sei que ele não sente o mesmo. Talvez seja melhor eu esquece-lo. Sim... é o que eu vou fazer.

Minha mãe chamou para o jantar. Nós comemos, conversamos e depois trocamos os presentes.

No final da noite eu estava exausta.

Deitei em minha cama e adormeci, pensando em como Fred deveria estar passando o natal.

***

Acordei pela manhã sentindo alguma coisa em cima de mim.

Abri os olhos lentamente, e vi Edwiges em cima de mim. A ave tinha uma pequena caixa branca em seus pés.

– Olá – disse para ela.

A mesma piou alegremente para mim. Acariciei sua cabeça e ela saiu da minha cama.

Peguei a caixa em minhas mãos e a examinei. Era pequena e tinha um laço em cima dela.

Abri-a cuidadosamente. Dentro havia uma pulseira. A correntinha era prata e tinha um pingente transparente em forma de coração.

Peguei a pulseira e a cor do coração rapidamente mudou para laranja claro.

– Wow – sussurrei em surpresa.

Era magia.

Aproximei o cristal para mais perto de meu rosto, e vi gravado dentro dele o meu nome.

Sorri e coloquei a pulseira em cima de minha cama, com muito cuidado.

Peguei a caixinha e vi que tinha um bilhete dentro:

Amor, alegria, tristeza e raiva.

Agora vou saber tudo o que está sentindo.

Feliz natal.

Fred Weasley.

Arregalei os olhos.

Fred me deu isso?

Meu coração começou a bater mais forte. Peguei a pulseira e coloquei em meu pulso, a cor do pingente rapidamente mudou para vermelho.

Talvez eu não deva esquecer Fred.