Entre Dois Mundos escrita por Malu


Capítulo 16
Volta às aulas


Notas iniciais do capítulo

Gente, mais uma vez eu peço desculpas pela demora, está realmente difícil eu escrever, estudo em colégio técnico, tempo integral e estou no último ano, tá meio tensa a coisa aqui. Mas estou me esforçando, vocês acreditem ou não. Mil desculpas mesmo, espero que vocês possam me perdoar. Boa leitura!



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Saímos dos Estados Unidos na manhã seguinte, não tive nem tempo de me despedir do Godric. Fiquei um pouco chateada com meu pai, se ele tivesse avisado eu teria falado com meu amigo. Algo dentro de mim dizia que tinha algo a ver com o acampamento, mas eu esperava que não.

Passamos a virada do ano só nós dois, olhando a neve pela janela do apartamento. Dois dias depois voltei para Hogwarts. O castelo continuava o mesmo. Nem todo mundo havia voltado ainda, só uma garota além de mim retornara. Era a Emily, uma garota alta, de cabelos pretos lisos até a cintura, pele bem branca. Parecia ser mais velha, mas tinha a mesma idade que eu. Assim como as outras, não falava comigo, mas as vezes percebi ela me olhando.

Grim, meu único amigo na escola, havia passado as férias lá também. Ele não sabia que eu tinha voltado, não nos encontráramos ainda. Não tinha saído do meu quarto, estava colocando meus pensamentos em ordem, totalmente desligada do mundo ao meu redor. Tanto que só percebi a garota sentada na sua cama, ao lado da minha, e me olhando quando ela começou a tossir.

– Quer algo? - depois de tanto tempo sendo ignorada, eu havia parado de tentar ser gentil.

– Como você está? Parece tensa… - ela aparentava estar tentando ser gentil, o que me surpreendeu. Era a primeira pessoa além do Grim que fazia isso.

– Estou sim, obrigada por perguntar. Agora, me responda uma coisa, o que mudou nas férias para você vir falar comigo?

– Me desculpe por isso. Não sei se o mesmo acontece com as outras garotas, comigo é assim. Até queria falar contigo, mas algo me impedia, além de que eu achava que você ia me ignorar.

– Eu ia te ignorar? Depois de todas as vezes que vocês me ignoraram? Pensamento estranho, não acha?

– Pra você pode parecer, mas é assim que eu me sinto. E a Bia disse que você a ignorou no trem e ficou muito chateada com isso. Por isso fiquei com medo de você me ignorar também. E você, as vezes, parecia querer ficar sozinha.

– Por que será que é difícil para mim acreditar?

– Eu até te entendo, eu acho. Mas é a verdade. Me desculpe se quiser. Acho que fiz minha parte. Até mais! - ela levantou e saiu, me deixando com isso na cabeça. Como toda vez que estava cheia de pensamentos, fui para o corujal.

– Sophie! - ouvi o Grim me chamando, mas fingi que não e continuei andando. Cheguei ao corujal em poucos minutos. Não tinha percebido que ele viera atrás de mim, só notei sua presença quando o garoto segurou meu braço. - Sophie! Quanto tempo faz que voltou?

– Cheguei hoje. Como foram as férias?

– Boas, apesar de um pouco solitárias. E as suas?

– Foram boas, fui para os Estados Unidos com meu pai. Conheci um garoto legal lá.

– Que bom! Mas o que te traz aqui?

– Nada, vim ver as corujas, sabe que gosto delas...

– Depois de mais ou menos três meses sendo seu amigo, já deu pra aprender que você vem pra cá quando acontece algo.

– Não aconteceu nada... Só estou pensando.

– E eu posso saber em quê?

– A Emily, uma garota do meu dormitório, veio falar comigo hoje.

– Que legal! E o que vocês conversaram?

–Ela veio me perguntar se eu estava bem. E depois pediu desculpas por não falar comigo, disse que achava que eu iria ignorá-la. Mas não quero falar sobre isso.

– Tudo bem. Sophie, você gosta de mitologia grega?

– Gosto, até ganhei um livro do meu pai. Por quê?

–Só por curiosidade. Sonhei com você nessas férias...

– E como era?

– Não era muito nítido, não lembro muito bem. Mas você estava em um lugar que parecia um refeitório. Estava na frente de um grupo de crianças e adolescentes, divididos em doze mesas principais e mais outras menores espalhadas. De repente, uma coruja flamejante começou a brilhar sobre a sua cabeça, como um holograma. Quando isso aconteceu, as pessoas de uma das mesas se levantaram e começaram a aplaudir. O mais engraçado é que eles se pareciam com você.

– Que estranho… Esse refeitório… Parecia com um refeitório de acampamento de férias?

– Talvez sim. Por quê?

– Porque eu fui convidada para um acampamento nas férias. Mas meu pai não me deixou ir. Ele ficou meio tenso depois disso.

– Que estranho…

– Mais estranho ainda é você ter sonhado com isso. E não é a primeira vez que você sonha comigo, não é?

– Verdade, já sonhei com você antes… E com coisas desconhecidas que depois se tornaram conhecidas.

– Estou meio com medo, sabia?

– Eu também, um pouco. Mas você está com medo de mim ou da situação?

– Mais da situação do que de você, mas acho que dos dois. Não é normal alguém ter sonhos com situações quase reais que te envolvem, sem nem saber o contexto real por trás disso.

– Sua frase não fez muito sentido, mas eu entendi. Também estou um pouco assustado comigo mesmo. Não é só com você que isso acontece…

– Menos mal. - eu tentei descontrair um pouco, mas só piorei o estado do meu amigo. - Pelo menos em relação a mim. Mas como são esses sonhos?

– São sonhos normais, que eu nunca entendo na hora, porque muitas vezes eu não participo dele, apenas observo. Mas depois eu descubro algo e ele passa a fazer sentido. Isto é, se outra pessoa tivesse sonhado. Mas as vezes tem relação comigo mesmo, como quando sonhei com o castelo. Anos depois eu o conheci.

– Então você é um nascido-trouxa?

– Não sei, acho que não. Não sei.

– Como assim?

– Eu sou órfão. Mas vamos mudar de assunto, não gosto muito de falar disso.

– Tudo bem, me desculpe. Mas esses sonhos são frequentes?

– Não muito. Mas desde que a gente começou a se falar eles têm aumentado.

– Se quiser eu paro de falar contigo, se for ajudar a parar de ter esses sonhos…

– É claro que não! Não vou deixar de ser teu amigo por um motivo tão bobo…

– Obrigada… - respondi, sentindo meu rosto corar. Havia falado aquilo apenas por educação, na verdade não queria parar de falar com ele por nada. Era o único amigo que eu tinha, apesar de brigarmos as vezes. Eu achava isso estranho, considerando que ele era mais velho e tinha os amigos dele de antes de eu entrar.

– Posso perguntar o que está pensando?

– Estava me perguntando por que você é meu amigo…

– Porque você é legal, diferente, esperta… Não sei. Por que você é minha amiga?

– Não sei. Porque você é gentil, falou comigo, foi legal… O único, aliás.

– Quer dizer que se outras pessoas falassem com você, não seria tão minha amiga?

– Não sei. Acho que não tem nada a ver. Talvez isso tenha aproximado mais a gente. Eu realmente não sei. Só sei que você é um excelente amigo! - disse, saindo do corujal.

– Você também, pequenina. - disse ele, vindo atrás de mim e bagunçando meu cabelo. Realmente havíamos nos tornado grande amigos.


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Notas finais do capítulo

Bem, obrigada por lerem e não desistirem de mim. Comentem o que acharam, por favor, isso é muito importante e ajuda. E, caso estejam gostando, recomendem e favoritem, por favor! Vou tentar melhorar, prometo. Um beijo e até a próxima! ^^