Inimigos Coloridos escrita por Harry Jackson Everdeen


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Thalia foi para sua aula, ainda atônica com o gesto de Luke. Eles já tinham se beijado, até de língua, mas todas as vezes foram no jogo da garrafa que seus amigos faziam vez ou outra em alguma festa. Mas nunca fora de livre e espontânea vontade do Castellan demonstrar carinho, muito mais um beijo. Pare de exagerar, pensou a Grace, Nem foi um beijo de verdade.

– Senhorita Grace. Quer fazer o favor de se sentar. – disse a professora de matemática.

A morena ficou pensando tanto no havia acontecido, que nem percebeu que tinha chegado em sua sala. E pior, estava de frente para a turma toda, onde todos se encontravam sentados e escondiam risinhos da distração da garota. Ela bufou e seguiu até uma carteira vazia no fundo da sala. Lá, ficou pensando no que ela e Luke fariam naquela noite.

...

Só a tonta da Grace para atrapalhar mesmo. Nico estava pensando no que havia acontecido no armário do zelador e em como Drew ficou brava quando o moreno a ignorou e ficou batendo boca com Thalia. Depois que a Grace se fora, Drew deu um tapa no braço de Nico e falou o quão ele era idiota e que ele não deveria confiar nela. Falou que Thalia nunca tinha pedido desculpas na vida e que aquilo tinha sido só encenação. Falou também que se quisesse a Grace, era só ir correndo atrás dela, por que ela não iria mais dar trela para ele.

Correr atrás da Grace? Piada do ano.

Ela me pediu desculpas, pensou. Talvez Thalia estivesse brava, mas tinha sinceridade no pedido de desculpas dela. Ela me pediu desculpas.

O moreno logo afastou esses pensamentos e tentou elaborar algo para se desculpar com Drew. Não queria que ela ficasse assim com ele por causa de uma punk.

O resto do dia foi um tédio total, e Nico só pensando no que fazer para que Drew não ficasse daquele jeito, enquanto Thalia pensava no que Luke faria.

...

Acabou o dia de escola para Thalia.

Oh professores chatos. Ficam falando e falando, que droga. Ainda mais com o pensamento no lugar desconhecido que iria com Luke, ainda tinha que ter as aulas com professores mongos. Aquilo parecia uma eternidade. Quando bateu o sinal, gritou:

– Glória aos deuses! – atraindo atenção de muitos.

– Você vai para minha casa hoje de noite, Thalia? – perguntou Annabeth. Toda a quarta elas faziam um encontro da turma na casa de alguém, e naquele dia era na de Annabeth.

– Não dá, loira. Vou sair. – respondeu já se retirando. Não queria falar que sairia com Luke.

Ela pegou seu carro para ir para casa, tinha que decidir que roupa usaria para essa saída com o Castellan. Entrou em casa as pressas, embora a morena não seja dessas coisas de ficar vendo roupa, procurou a roupa que melhor se encaixava com sua personalidade e com um pequeno toque de sensualidade.

Colocou uma camisa do Rolling Stones preta que caia para um lado, um short curto pré-rasgado, colocou um daqueles tênis salto que era preto com vermelho sangue e também algumas pulseiras pretas. Ela estava realmente sexy, mas do jeito dela.

Ficou esperando Luke, haviam marcado às 8 que ela a buscaria,e o loiro chegou 10 minutos depois. Ele bateu na porta e a Grace abriu, se deparando com um homem lindamente lindo. Luke usava uma calça jeans preta, uma camiseta gola v num tom de rosa bem clara que tinha alguma coisa escrita em preto, que obviamente Thalia ignorou por completo. Qual é? Quem prestaria atenção no escrito da camiseta, enquanto um deus grego a vestia? Thalia esperava que o loiro lhe dissesse algo, como Vamos? Mas este só comia a garota com os olhos.

– E então? – disse a morena enquanto pegava sua bolsa de mão. Luke acordou do transe, mas não desviou os olhos nas coxas da Thalia.

– Você tá incrível! – exclamou Luke e isso fez com que Thalia sorrisse.

– Vamos, Castellan. – falou dando risada, percebendo que o loiro não para de olhar suas pernas.

Luke balançou a cabeça e olhou para a garota dando um sorriso e o mesmo foi puxado pela gola por Thalia, que o conduzia até o elevador. Chegaram ao carro do Castellan, uma Bmw x6 preta, e foram para o lugar desconhecido para terem um, acho que posso dizer, encontro.

...

Acabou o dia de escola para Nico.

O moreno, depois de muito pensar no que fazer para ficar de boa com Drew, finalmente havia achado a solução. Levaria ela até um bar muito caro. A Tanaka gostava de coisas caras. Assim que o sinal bateu (Aleluia) foi procurar a morena e a encontrou na frente de seu carro.

– Espera, Drew. – ela se virou relutante e olhou para o moreno com tédio.

– O que foi? – perguntou enquanto olhava as unhas.

– Quer sair comigo hoje? – respondeu incerto com outra pergunta. Ela iria responder um sonoro não, mas logo ele completou. – No restaurante Olympus. Que tal?

Logo, a cara carrancuda dela se tornou em uma cara maliciosa. Passou suas mãos pelo abdômen do di Angelo, depois pelo peitoral e as depositou em seu pescoço.

– Não recusaria por nada. – respondeu, dando uma mordida no lábio inferior dele. – Não precisa me pegar. Esteja lá às oito. – entrou no carro e deu a partida, deixando Nico com um sorriso satisfeito no rosto.

Correu para pegar o metrô e chegou bem a tempo, um segundo e a porta fecharia. Depois de alguns minutos chegou à sua rua e foi em direção do seu prédio e, como sempre faz, deu bom dia a César e se dirigiu ao elevador. Entrou as pressas e procurou uma roupa bem bonita.

Tomou um banho demorado, até mesmo para uma garota. Se vestiu, passou perfume e depois foi para a sala assistir um pouco de TV. O moreno nem prestava atenção no que passava, queria que desse logo oito horas. Quando finalmente deu sete e quarenta, pegou a chave do carro de Bianca, já que esta tinha saído com Austin, o vizinho ruivo, para algum lugar, Talvez um motel, pensou Nico.

Entrou no carro e partiu para o restaurante Olympus, que não era muito longe. Passou pelas portas duplas e o lugar era incrível. Havia sofás no lado esquerdo e do lado direito muitas mesinhas que iam de duas a quatro pessoas, só no meio que havia mesas maiores. Tudo era em tons de vermelho e bege. O moreno foi até o bar, que ficava do lado esquerdo junto dos sofás e pediu uma bebida. Estava esperando Drew, e ela estava atrasada, quando ouviu novamente as portas duplas se abrirem e deu uma olhada para ver se era a Tanaka.

Sim, era a Tanaka, que andou de nariz arrebitado até o di Angelo, este que só olhava para uma pessoa que se encontrava atrás da morena. Ela está linda, pensou Nico. O di Angelo não tirava os olhos de Thalia Grace, que estava muito sexy, daquele jeito que Nico gostava. A morena de olhos azuis logo reparou nele, mas desviou o olhar rapidamente.

– Meus deuses! – exclamou o moreno sem piscar uma única vez. Mal ele percebeu que Drew já se encontrava em sua frente, agarrando seu pescoço e o beijando. Nico não sentiu absolutamente nada com esse beijo, a única coisa que sentia era enjoo. Não enjoo do beijo (Drew beijava bem), mas o seu perfume era enjoativo e doce demais.

– Eu sei que estou parecendo uma deusa grega! – exclama a morena que, realmente, estava muito linda. Não tanto quanto Thalia, mas estava muito linda.

Em silêncio, Nico guiou Drew até uma mesa, mas sempre dava uma espiada na Grace. Só depois de ter se sentado, o moreno reparou na presença de Luke. Uma massa de raiva subiu e provavelmente ele deve ter ficado com um olhar de assassino, porque Drew perguntou:

– Que cara é essa, Niquito? – perguntou e depois voltou a olhar o cardápio.

– Não é nada. – o moreno respondeu se voltando para o cardápio, mas ora ou outra, olhava para a mesa dos dois.

Estava com muita raiva... mas do quê? Ele não era de guardar rancor, então não estava mais bravo com Thalia. Não tinha motivo para ter raiva de Luke porque este se mostrara um ótimo amigo. Estava com raiva de quê afinal?

Não. A palavra não era raiva.

Era ciúmes.

Nico di Angelo estava com ciúmes de Thalia Grace. Na verdade, não era bem ciúmes, estava mais para atração física. Não queria que Luke fosse tão próximo assim da garota de olhos azuis. Não queria que nenhum garoto fosse tão próximo.

– Pare com isso, Nico. – repreendeu-se. Era para ser somente um pensamento, mas saiu por sua boca. A morena em sua frente olhava para ele com uma cara confusa.

– Parar com o quê, Niquito? Nem começamos nada. – disse. Nico percebeu um duplo sentido na frase, mas logo deixou quieto e balançou a mão em sinal de descaso como resposta.

Pediram a comida para um garçom e Drew fez questão de pedir a comida mais cara, afinal quem pagaria era Nico mesmo. Já o moreno nem sequer prestou atenção em seu pedido, estava na realidade prestando atenção em uma outra mesa, não tão distante, daquele mesmo salão.

...

Um restaurante muito chique. Thalia gostou da surpresa, mas achou meio clichê. Estava tudo indo bem, até que... ela e Castellan mal saíram do carro e logo de cara se depararam com Drew Tanaka. Nem tão de cara porque Drew estava de costas, na frente deles. Thalia pensou em quem chamaria Drew para um jantar romântico, e logo que as portas duplas se abriram, viu quem era. Ouve uma sincronia de olhares entre a morena e Nico, mas logo Thalia rompeu essa sincronia. Fingiu não ter visto o di Angelo.

– Vamos pegar uma mesa logo. – pediu a morena a Luke. Não queria ficar no alcance da visão do moreno de olhos negros.

Andaram lentamente até a mesa e a Grace sentia que alguém a olhava sem parar. Quando sentou, deu uma espiada na mesa de Nico, e não foi surpresa vê-lo olhando diretamente para ela, sem piscar ao menos uma única vez. E, novamente, Thalia rompeu a sincronia de olhares.

Para a infelicidade da morena, a mesa do di Angelo e da Tanaka era separada por uma outra mesa e depois a sua. Estava, mesmo assim, longe, pois estavam em uma linha em diagonal, digamos. Então, se encontrava a mesa de Nico, depois em diagonal, uma outra mesa de um casal de idosos, e depois a de Thalia. A morena só parou de pensar nisso, quando os cardápios, trazidos por um garçom muito gato, chegaram.

Quando o garçom entregou o cardápio à Thalia, deu uma piscadela, que a Grace retribui com um risinho cínico e deu um tchauzinho com os dedos. O garçom, se virou e foi, pisando pesado no carpete vermelho que percorria por todo o salão.

Ao ver essa cena, Nico, que observara tudo de seu lugar, deu um sorriso muito satisfeito. O sorriso simplesmente brotou em seus lábios e Drew percebeu esse gesto. Então, a morena olhou na direção em que Nico olhava e seu rosto tomou uma expressão de pura fúria. Sem pestanejar, levantou-se rapidamente e começou gritar aos quatro ventos, enquanto se dirigia às portas duplas.

– Eu mereço! Eu mereço! – gritava. Nico a segui tentando para-la e também percebeu o olhar de todos sobre eles.

– O que isso, Drew? Por que deu esse chilique? – o moreno a segurou pelo braço, sem força, a alguns passos das portas.

– Chilique?! – berrou – Eu aceitei o seu convite de vir até aqui e você fica olhando para outra garota! – gritou ainda mais enquanto apontava frenéticamente para Thalia.

O moreno ficou com um pouco envergonhado por ser flagrado olhando para a Grace. Mas logo voltou-se para Drew e disse com uma gargalhada forçada:

– Eu? Olhando a Grace? – e ria alto – Linda, você entendeu errado.

– Errado?! Você estava babando por ela. – disse – Agora, eu não sei o porquê, afinal, ela está ridícula. – agora a Tanaka olhava diretamente para a morena de olhos azuis.

Aquilo foi a gota d’água. Não só para Nico, que discordava completamente, mas também para Thalia, que levantou-se rapidamente e se encaminhou para eles.

– Olha aqui, sua filha da mãe... – Thalia apontava o dedo indicador na cara de Drew. – Eu até entendo você brigar com o energúmeno aqui, mas não dirija a palavra à mim, entendeu vadiazinha de merda? Eu não tenho nada a ver com essa história.

– Você vai deixar ela falar assim de mim, Nico? – perguntou Drew, incrédula.

Essa garota é bipolar ou o quê?, pensou Nico. Uma hora esta falando barbaridades e na outra quer que ele a ajude. Infelizmente, o que Thalia disse tinha sido pesado demais. Nico estava prestes a defender Drew, quando um segurança(novamente um segurança) chegou e expulsou Thalia, Nico e Drew do recinto.

– Ótimo! – exclamou Thalia –Agora não vou terminar o meu jantar, e a culpa é sua Tanaka. – e lá vamos nós de novo.

– Minha não, sua punk maldita! A culpa é toda a sua por me chamar de vadiazinha! – explodiu.

– Eu só disse a verdade. – respondeu Thalia, tirando uma com a cara de Drew. – Quer saber? É por isso que você e o Nico combinam. Vocês não aguentam a verdade.

– Eu não vou ficar ouvindo seus desaforos, Grace. – falou Drew – Tenho mais o que fazer. E foi andando. Mas parou rapidamente por conta de um comentário.

– É. Vai lá rodar a bolsinha na esquina. – falou Thalia, olhando as unhas e pensando em um jeito de tentar voltar para o restaurante, afinal, Luke ainda estava lá.

Ao escutar tais palavras, Drew avançou em Thalia, que estava distraída. Puxou seu cabelo com muita força e a Grace não deixou barato. Deu-lhe um tapa na face tão forte que ficou a marca dos cinco dedos.elas estavam prestes a começar uma luta de UFC, quando Nico pegou Drew, segurando seus braços, e Luke, que saiu no momento em que Thalia levou o puxão, pegou a sua morena do mesmo jeito.

– Me larga, Nico! – a Tanaka gritava a plenos pulmões. – Deixa eu acabar com essa desgraçada!

– Parem vocês duas! – gritou Luke, que segurava com muita força a morena de olhos azuis, que se debatia sem parar. – Vamos embora, Thalia. – falou mais baixo.

A morena parou de se debater e foi andando na frente até o carro de Luke. O loiro estava indo na direção do di Angelo, que havia soltado a outra morena. As duas já estavam em seu devido carro, e Nico estava prestes a abrir a porta, mas alguém o impediu. Luke chegou próximo ao ouvido do moreno (para que ninguém mais ouvisse) e disse as seguintes palavras:

– Da próxima vez que você ficar secando a minha Thalia, você vai se ver comigo, Fantasminha. – e saiu.

Nico ficou atordoado. O que tinha dado em Luke? Umas horas atrás estavam fazendo graça juntos e agora ele vinha ameaçar? Será que era só de momento ou o Castellan era um falso de quinta categoria? Perguntas rodeavam a cabeça de Nico, e o moreno ficou vendo o carro preto sumir na esquina.


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