Inimigos Coloridos escrita por Harry Jackson Everdeen


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Me coube um tempo para escrever outro capítulo.
Espero que gostem.



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- O que você fez, Thalia? – a loira disse preocupada, percebia que do outro lado da linha, alguém começava a chorar.

- Não dá para falar por telefone – disse Thalia em meio aos soluços – Vem para minha casa. Agora.

Annabeth nem teve tempo de responder porque o telefone ficou mudo.Percy percebeu que sua namorada estava preocupada. Ele pegou sua mão e disse como se lesse os pensamentos da loira.

- Eu te levo até lá. – o moreno falou com um meio sorriso no rosto para acalmar a garota.

Eles foram andando depressa até o prédio onde Thalia morava. Entraram no hall que era meio rústico. Havia muitas estatuas de deuses e deusas gregos. O lugar, aos olhos de Annabeth, era incrível, afinal seria arquiteta um dia. Porém ela não estava lá para admirar a decoração, e sim ajudar sua melhor amiga com seu problema, embora ainda não tivesse ideia de qual era a emergência.

O porteiro, John, deu um “olá” a Annabeth, mas percebeu que ela tinha muita pressa, então não ligou quando a mesma simplesmente passou reto. Ela e Percy entraram no elevador e apertaram o botão do último andar. Thalia podia até parecer uma pobrezinha com suas roupas rasgadas e escuras, mas se ela se vestia assim não era por falta de dinheiro. Quando a porta se abriu, Percy cutucou a loirae falou que esperaria por ela no hall e qualquer coisa, ligasse.ela fez que sim, deu um beijo rápido e seguiu para o final do corredor.

Bateu três vezes. Um segundo depois, uma linda morena de olhos azuis  abriu a porta. Está bem. Talvez ela não estivesse tão linda assim. Sues olhos estavam inchados de tanto chorar, suas roupas e seu rosto estavam amassados. Se é que é possível amassar um rosto, mas você me entendeu.

Enfim, ao abrir a porta, Thalia abraçou Annabeth com muita força. A loira retribuiu o abraço da amigo em gesto nobre. Ela realmente estava mal. Thlia chorando, não era de se ver todo o dia. Ela era muito durona, até quando sua mãe faleceu ela foi uma das únicas que reprimiu as lágrimas. Mas agora, nesse estado, ela realmente estava mal. Muito mal.

A loira a soltou e entrou no apartamento, mesmo não sendo convidada, e acho que não precisaria ser formalmente convidada a entrar. A sala do apartamento era ampla, com um imenso sofá, um grande tapete e uma mesinha de centro em cima. Havia uma varanda onde se podia ver quase toda a cidade de Nova York. Perto da porta de entrada, havia outra que levava a cozinha.

As duas garotas foram para o ultimo quarto do corredor imenso, aquele era o de Thalia. O quarto era carregado, com todas as paredes pintadas com um cinza nem tão claro, nem tão escuro. Prateleiras lotadas de CDs de bandas de rock de todos os tipos. Roupas jogadas por todos os lados. A escrivaninha, por incrível que pareça, estava organizada, longe do furacão da bagunça. O computador em seu lado direito e no lado esquerdo, os fones de ouvido e os livros escolares.

Thalia desabou na cama e cobriu o rosto com o travesseiro. Annabeth sentou-se ao seu lado e perguntou com muita calma e carinho.

- Tha. O que aconteceu?

A morena se sentou de frente para a loira. Seus olhos azuis estavam mais inchados, se era possível. A maquiagem preta espalhada por toda sua cara e, de uma forma estranha, realçando ainda mais os olhos elétricos. Seus cabelos repicados com mechas azuis, estava todo desgrenhado. Ela deu um longo suspiro para se acalmar.

- Acontece que... sabe o... ai, é difícil! Vamos Thalia você consegue – disse a si mesma para gerar mais coragem – Sabe o Ethan?

- O que tem ele? – Annabeth colocou a voz um tom mais grave porque sabia que ai tinha coisa.

- Eu sei que eu terminei com ele e tudo mais, só que... eu meio que... ah, sexta-feira passada, eu estava em uma balada, e , você sabe, né? Bebi um pouco e, bem, o Ethan estava lá.

- Thalia, não me diga isso. – disse a amiga massageando as têmporas.

- Mas isso não é o pior – a morena disse, reprimindo um soluço e cobrindo a cara – minha menstruação está atrasada.

Annabeth pulou da cama que começou a andar de um lado para o outro temendo que seu cérebro tivesse captado corretamente.

- Como assim, Thalia Grace? – a esse ponto, Annabeth havia começado a chorar também – Você não vê a gravidade da situação?

- Não me julgue! – Thalia estava chorando tanto quanto Annabeth – Eu sei o que eu fiz e sei que mereço ser repreendida! E foi por isso que chamei você. Talvez com seu bom senso, poderia me ajudar. Achei que fosse me ajudar. – ainda bem que o pai de Thalia, Zeus, não estava em casa, porque a gritaria era de estourar os tímpanos.

Annabeth secou as lágrimas, olhou para amiga sentada na cama. A morena levantou a cabeça até encontras os olhos cinzentos, que agora pareciam nuvens de chuva.

-Você tem razão. – agora a loira dizia calmamente – É lógico que irei ajudar. Tudo o que você precisar, eu estarei a disposição.

Thalia levantou-se e abraçou a loira como se aquela na sua frente fosse seu bote salva-vidas, seu porto seguro. Annabeth e Luke sempre foram seus melhores amigos. Sempre a apoiavam e sempre a defendiam, desde o jardim de infância até agora, no segundo ano do ensino médio.

Elas se separaram e sentaram na abeirada da cama, pois estavam atordoadas demais para se sustentarem. A loira fitava Thalia com aqueles olhos de “eu sinto muito você estar passando por isso”. O silencio começava a ficar constrangedor e um tanto que tenso, então, Annabeth o quebrou.

- Você já fez o teste de gravidez?

- Não – Thalia respondeu vagarosamente como se cada vírgula que dissesse, poderia ativar alguma bomba nuclear – Fiquei com muito medo.

- Você, Thalia Grace, com medo? Isso não se vê diariamente. – amorena soltou um sorriso, e essa era a intenção de Annabeth, mostrar a Thalia que talvez não fosse tão ruim quanto pensavam.

- Eu sei que eu deveria fazer o teste, sei também que deveria ter contado antes. – disse a morena ainda chorando, mas não tanto quanto antes. Ela sabia que sua melhor amiga, Annabeth Chase, iria estar com ela para o que der e vier. Era uma amizade muito linda de se ver.

- Contou para o seu pai? – Thalia fez que não com a cabeça – Você vai ter que contar mais cedo ou mais tarde, Tha.

- Prefiro mais tarde – respondeu Thalia cabisbaixa. Annabeth deu uma risadinha, mas logo desapareceu, porque o assunto era sério e delicado.

- Vamos mudar um pouco de assunto – disse a loira, um pouco mais animada.

- Exato. Chega de falar sobre minha possível gravidez precoce. – secando as lágrimas e se animando um pouco mais, Thalia se levantou.

De repente, a porta de seu quarto foi escancarada violentamente. Do outro lado estava Zeus com o rosto vermelho de tanto ódio, como se fosse explodir.

- Eu ouvi direito, Thalia Grace? – ele berrou.


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Notas finais do capítulo

talvez seja um pouco repetitivo essa história de gravidez, mas foi o assunto mais inpactante que me veio a cabeça.

Tive ajuda de minhas amigas: @noosantiago e @plusjustindemi