Continuação de Midnight Sun escrita por htinha2502


Capítulo 4
Capítulo 14 - Revelações


Notas iniciais do capítulo

O Cap. da Campina ba parte preferida de muitos.. então não deixe de comentar !!!



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Bella andava apressada, deixei que ela passasse minha frente. Ela passou pelas últimas samambaias, e eu parei quando ela entrou no sol intenso da clareira. A luz batia em seu rosto entorpecido e maravilhado, enquanto ela analisava a beleza diante dela.

Ela virou-se em um sobressalto e encontrou meu olhar enquanto eu ainda estava protegido pelas sombras. Evidentemente ela podia notar minha resistência.

Bella avançou um passo sorrindo timidamente, me impulsionando a continuar. Ela movimentou as mãos me chamando para se juntar a ela e deu outro passo. Eu acenei para que ela parasse. Não queria pressioná-la, não queria que a nossa proximidade pudesse assustá-la. Dar a ela um espaço ,uma liberdade, parecia o certo pra mim.


Eu suspirei profundamente fitando-a, enquanto dava um longo passo em direção à realidade de quem eu era.

A luz encheu minha pele exposta com numerosas facetas brilhantes, eu sabia como eu parecia agora. O lampejo em minha pele era a razão pelo qual nos escondíamos. Não havia como um humano ver aquilo, eles perceberiam que éramos diferentes.
Bella me olhava intensamente. Era mais difícil do que nunca interpretá-la.
O que eu sabia é que ela continuava ali, como se não pudesse se mover. Ela não fugiu, ela não gritou, ela não falou nada. Eu também não falei. As palavras falhavam agora, tornando-as desnecessárias. Naquele momento estar na presença dela bastou.

Eu caminhei até o meio do campo sob o foco de luz, me deitei na grama verde e fechei os olhos, apenas sentindo a radiação do calor do sol pelo meu corpo descoberto. Eu também podia sentir o calor vindo de Bella, que estava bem próxima,sentada ao meu lado. O vento espalhava seu cheiro diretamente para mim.
Eu ouvia o ruído da brisa agitando seu cabelo, o chacoalhar da relva em meu rosto, a batida periódica de seu pulso...sua respiração....Soava como o ritmo suave de uma canção desconhecida, orquestrando o espetáculo que eu prestigiava naquele momento.
Se encaixava perfeitamente na melodia que surgia em meus lábios semi abertos,

-  sua canção de ninar.

- você falou alguma coisa? – Bella disse, sua voz soou rouca.

Eu abri meus olhos.

- É uma canção que não sai da minha cabeça.

Seus olhos brilharam.

- Eu também quero escutar.....

Eu sorri. Sempre tão comprometedora...

- Hmmm......depois.

- Depois..... –ela repetiu, suspirando.

Eu fechei os olhos. Aquilo saiu agradavelmente de meus lábios, a minha cobiça e esperança de ter bella depois, e depois... todos os dias de sua curta vida.

Eu podia sentir a pequena tepidez em meu rosto no sol, mas uma sensação nova me surpreendeu.

Uma onda intensa de calor que se concentrou nas costas da minha mão me deixava completamente ciente de bella passeando timidamente com um dedo em minha pele faiscante, a fria lembrança de quem eu era. Eu abri os olhos, procurando por algum traço de medo em seu rosto, enquanto ela descobria minha pele fria e sem vida. Mas não achei nada.

Eu reprimi um sorriso.

-
Eu não assusto você? – perguntei fazendo com que soasse descontraidamente, apesar de estar desesperado para saber. Como ela poderia não estar assustada?

-
Não mais do que de costume. –Ela respondeu.

Um largo sorriso se estendeu pelo meu rosto. Ela sentia medo como eu imaginava, mas não parecia ser forte o suficiente para faze-la se afastar.
E realmente não era, porque enquanto eu estava ali deitado, ela estendia agora toda sua mão para acariciar a forma do meu braço com a ponta de seus dedos.

Seu toque era gentil, mas o contato era fogo através de meu sistema. Sentimentos tão poderosos me dominavam naquele instante.

Eu fechei os meus olhos, me preparando para o desafio.

Eu não me atrevi abrir os olhos, não me atrevi respirar. Eu me concentrei em não deixar que o quente formigamento se tornasse um desejo devastador.

Um conflito se formava. Eu podia sentir seu medo em seus dedos trêmulos, mas eu não queria pará-la. Aquilo era tudo o que eu sempre quis, enquanto eu sempre imaginei se bella queria me tocar... agora ela estava muito mais do que apenas desejando. Eu podia sentir um prazer desconhecido em cada movimento. Eu pensei na analogia, o peso de seu dedo era como flocos de neve, tão fraco em sua humanidade, mas tão fenomenal em sua improbabilidade.

-Importa-se? –Ela murmurou .

-
Não. – Eu assegurei, mantendo meus olhos fechados. – Nem imagina como é.

Eu suspirei e ela continuou.

Por onde seus dedos passavam, deixavam uma estranha dormência, mandavam a mesma corrente elétrica pelo meu corpo. Com a outra mão, bella delicadamente fez um movimento como se quisesse virar a palma da minha mão, como se quisesse tê-la mais perto.
Sua intrepidez me sobressaltou e, em um reflexo, sem que minha consciência mandasse a permissão para o meu corpo, eu virei minha mão novamente abrindo os olhos. Ela congelou no lugar, com uma respiração entrecortada.

-
Desculpe. – Eu falei ,fechando os olhos. – É muito fácil ser eu mesmo com você.

Isso não a fez parar, ela ousadamente e delicadamente levantou a palma da minha mão ,que brilhava incessantemente, para cima. Enquanto ela observava a textura da minha pele, a curiosidade ardia tanto quando a queimação em minha garganta.
Era perturbador não poder alcançar o insondável labirinto de sua mente. Eu olhei para ela tentando desvendar em seus olhos minha pergunta nunca respondida.

-Diga o que está pensando. – Eu disse em um sussurro. – Não saber ainda é estranho para mim.

-
Sabe de uma coisa, todos nós nos sentimos assim o tempo todo.

-É uma vida difícil. – Sua frase desviava do ponto principal.... – Mas você não me contou.

-
Eu é que queria poder saber o que você está pensando....- Ela hesitou. Eu quase podia ouvir a censura, o martelar em sua mente editando seus verdadeiros pensamentos.

-E?...

-
E queria acreditar que você é real. E queria não ter medo.

Aquilo cutucou a tristeza escondida dentro de mim. A realidade que insistia em se postar entre nós me fazendo sentir estranhamente impotente. A vulnerabilidade que arriscava a vida de bella quando ela estava comigo, tão inumano como eu era. A diferença tão bizarramente nítida, enquanto ela ainda tocava a palma da minha mão fria e sem vida. Eu não queria isso para ela.

-
Não quero que sinta medo. – Eu lamentei, quase que para mim mesmo.

- Bom, não me refiro exatamente ao medo, embora isso certamente dê o que pensar.

O que? O que ela pensava? Qual era o enigma afinal que eu não conseguia desvendar? Eu levantei meu corpo para tentar ler em seus olhos, era impossível esconder a intensidade que eu sentia.

- Do que tem medo, então? – minha voz não saiu mais do que um sussurro.

Eu não estava preparado para o que se seguiu.

Bella inconscientemente aproximou seu rosto do meu. Ela abriu sua boca e inalou profundamente, respirando meu cheiro como se estivesse faminta, com a mesma ânsia que eu sempre senti por ela. A pulsação em seu pescoço era quente, rápida e alta em meus ouvidos ,espalhando rapidamente o sangue pela superfície de sua pele... potencializando seu cheiro, me deixando tonto.

Um vermelho delicioso e desejoso surgia por baixo das maçãs de seu rosto, reivindicando a minha atenção.

O aroma do sangue quente em seu pescoço fez minha cabeça girar e inevitavelmente eu imaginei que gosto teria. Minha boca instantaneamente se encheu de água, um desejo oprimido começava a ganhar força.

Eu pude sentir o monstro lentamente tomando conta e empurrando cada pedaço de humanidade para longe.

Minha mente já estava pintando a imagem perfeita, naquele segundo só havia uma coisa que eu queria e o meu desejo só estava à poucos centímentros de mim.

Eu me arranquei para bem longe dela .

Eu estava horrorizado, atônito e fascinado. Surpeendido por ter ido tão longe sem que eu pudesse me dar conta, surpreendido por ter estado tão perto dela de uma forma que eu nuca estive antes.
Pânico e excitação percorria todo o meu corpo, enquanto eu lutava para conter meus instintos, o veneno fluía em minha garganta seca. A distância pouco adiantou, seu cheiro saturava o ar que eu respirava, e ele estava em todo lugar... no ar quente, nos lugares onde ela tocou, em minha roupa. Eu parei de respirar.

- Desculpe... Edward. –Ela murmurou.

Eu não me sentia pronto, ainda não era seguro sair dali.

-
Me dê um minuto. –Eu falei alto o bastante para que ela me escutasse apesar da distância, desconfortável por ainda estar sem respirar.

Eu fiquei imóvel escondido sobre a sombra da árvore,enquanto me concentrava em controlar a urgência em meu corpo. Eu procurei focar meus olhos naquele rosto que me encarava assustado e aterrorizado, me lembrando que não valeria a pena ser o monstro que me assombrava. Me lembrando de como tudo mudou desde que ela invadiu minha vida, e eu não trocaria isso por nada.

Enquanto os segundos se passavam, eu pude sentir o controle voltando lentamente para minhas mãos.

Eu caminhei lentamente de volta para o meio da campina, dando um passo após o outro, procurando não assustá-la com movimentos súbitos.

Por questão de segurança, eu sentei à distância, longe de Bella.

Não me atrevi tirar meus olhos dos dela. Eu inalei uma grande quantidade de ar para os meus pulmões. O cheiro era doce, e maravilhoso, deixei que ele me tomasse. Eu queria ver se era seguro continuar ali diante dela, ou se deveria ir embora. Eu respirei outra vez.

Eu havia vencido afinal. Eu sentia o monstro dominado. Não havia sumido, mas estava firmemente amordaçado. Bella havia se aproximado o bastante para que eu sentisse seu hálito quente em meus lábios, o doce aroma que vinha de sua pele....e eu fui forte o suficiente para me controlar
.

Eu sorri com o meu feito e ao mesmo tempo me preocupei com bella que ainda estava em choque à minha frente.

-Lamento muito. – Eu me lamentava por ter me afastado dela, tê-la assustado.- Você entenderia se eu dissesse que fui apenas humano?

Bella balançou a cabeça afirmativamente. O som acelerado de seu coração reverberava em meus ouvidos.

Eu ri da minha própria incoerência.

Eu não me sentia humano de forma alguma. Bella sim era apenas uma humana, seduzida pelas armas que tínhamos para atrair nossas presas. Apenas acreditava na mentira camuflada. Ela ainda não me conhecia realmente,eu senti uma necessidade de que ela me conhecesse. Eu já podia sentir a máscara caindo por terra.

-
Sou o melhor predador do mundo, não sou?- eu disse sarcasticamente. - Tudo em mim convida você... Minha voz, meu rosto, até meu cheiro. Como se eu precisasse disso!

Eu saltei do meu lugar e disparei contornando a campina, de volta para a árvore que havia me escondido, enquanto bella ainda girava seu corpo à minha procura.

-
Como se pudesse ser mais rápida do que eu. – Eu gargalhei com essa impossibilidade.

Segurei a árvore com uma das mãos, e com apenas um movimento eu a arranquei pela raiz e lancei com força para longe, até que ela se chocasse em outra árvore, que tremeu com o impacto.

Eu voltei a poucos centímetros diante ela, agora imóvel.

-
Como se pudesse lutar comigo. – Eu disse, encarando intensamente seus olhos.

Seu corpo agiu corretamente dessa vez...... Seu medo transpareceu através de seu rosto e seus olhos arregalados. Seus olhos me encaravam como se estivessem implorando, indefesa. Lá estava ele....aquele olhar que me perseguia, como se fosse um espelho revelando meu lado selvagem.

Eu odiava o medo que eu a infligia.

-Não tenha medo. –Eu murmurei serenamente. Eu queria que ela visse através de tudo isso, que ela confiasse que eu não faria mal à ela. – Eu prometo... nunca machucar você.

Bella ainda estava paralisada, sentada , quase encolhida.

-
Não tenha medo. –Eu repeti. Lentamente, procurando não assustá-la novamente, eu diminuí o espaço entre nós, sentando à sua frente. Não na mesma distância que da última vez, mas de forma que ela pudesse ler minha sinceridade através dos meus olhos.

Perdoe-me, por favor- minha voz saiu mais fraca do que eu queria –Eu posso me controlar. Você me pegou de guarda baixa. Mas agora estou me comportando melhor.

Bella me encarava, como se estivesse se decidindo se podia ou não confiar em minhas palavras.

-
Hoje não estou com sede, é sério. – Eu disse deliberadamente.

Ela soltou o ar em um riso trêmulo, saindo de seu estupor. Seus olhos se prenderam ao chão.

-
Você está bem? – Eu perguntei sinceramente, pousando vagarosamente minha mão na dela. Não havia nada que eu pudesse comparar à sensação do seu calor em minha pele.

Seus olhos inseguros percorreram nossas mãos, e em seguida encontraram os meus.

Ela reprimiu um suspiro, e voltou novamente seus olhos para as mãos.

Com a outra mão livre, Bella passeou pelas costas da minha mão com a ponta dos dedos. Se fosse possível, eu diria que meu coração estaria acelerado.
Ela voltou os seus olhos para mim... uma elevação surgia no canto de seus lábios, revelando um sorriso ingênuo e adorável. Como se ela estivesse me dizendo que nada importava além daquele ponto onde havíamos parado.

Eu retribuí largamente seu sorriso.

-Então onde estávamos mesmo, antes de eu ser tão rude? –Perguntei sugestivamente.

-Sinceramente, não me lembro. –Ela disse balançando a cabeça.

Eu ri , ri de mim mesmo... porque eu me lembrava muito bem da hora em que eu cortei o que ela estava prestes a dizer, o que eu estava tão desesperadamente curioso para saber.

-
Acho que estávamos falando sobre por que você tinha medo, além do motivo óbvio.

-
Ah, sim.

Eu esperei que ela continuasse, mas ela não continuou...

-E então?

Ela desviou os olhos para suas mãos... era o que ela fazia quando queria esconder alguma coisa de mim. Seus dedos deslizavam sobre a minha pele fria... cada segundo era como se passasse em câmera lenta para mim .... a espera era uma tortura. Qualquer hora o silêncio em sua mente ira me enlouquecer...

- Eu me frustro com tanta facilidade. – Eu murmurei, suspirando.

Bella me fitou, um brilho novo surgia em seus olhos, alguma coisa ela encontrou em meu rosto ou em minhas palavras que a impulsionou.

-
Eu estava com medo... – Ela hesitou um pouco, olhando novamente para minha mão, e continuou - ....porque,bom,por motivos óbvios, não posso ficar com você. E tenho medo de que goste de ficar com você, muito mais do que deveria.

-
Sim.- Eu concordei tristemente. Era desconfortável ter que dizer isso em voz alta, o egoísmo me atrapalhava de pensar com a razão. – É de fato motivo para ter medo. Querer ficar comigo. Não é nada bom para você.

Eu me senti tão deploravelmente fraco e covarde quanto Mike Newton ou qualquer outro dos amigos de Bella. Era indelicado da minha parte querer que ela tomasse as iniciativas, jogar as responsabilidades em suas mãos . "Fuja agora bella....você tem que ir embora". Na verdade, eu é que era o responsável... eu é que devia ter feito a coisa certa desde o início.....

-
Eu devia ter me afastado há muito tempo. – Era doloroso só de falar. Eu suspirei. – Devia ir embora agora. Mas não sei se posso.

-Não quero que vá embora. – Ela murmurou tristemente, constrangida.

Eu vislumbrei seu rosto... havia uma beleza peculiar em bella hoje. Enquanto ela olhava para baixo ,sentada sob o tapete verde, o vento jogava seu cabelo liso para o lado e suas bochechas tingiam um tom rosado pelo sol. Ela era adorável.

Eu não queria prender a sua vida por minha culpa... Não queria fazê-la sofrer, como ela estava naquele momento.....

-
É exatamente este o motivo para que eu vá. –Bella me olhou sobressaltada. –Mas não se preocupe –Eu disse rapidamente, tentando confortá-la de seu choque súbito. –Sou essencialmente uma criatura egoísta. Quero demais sua companhia para fazer o que deveria.

- Fico feliz por isso.

Ela não sabia a insanidade que ela estava dizendo....Eu olhei fixamente para seus olhos.

-Não fique! – E afastei minha mão de seu toque. Minha mão formigava em protesto.

A realidade é que Bella não parecia perceber o que estava nas entrelinhas...

-
Não é só a sua companhia que eu anseio! –Eu a lembrei- Jamais se esqueça disso . Jamais se esqueça de que sou mais perigoso para você do que para qualquer outra pessoa.

E realmente eu era. O fato de eu ser perigoso para qualquer humano era algo evidente, o aroma do sangue quente era um apelo contra a sede. Mas o apelo do sangue de bella era muito mais potente e distinto para mim do que para qualquer outro vampiro.

-Não acho que entenda exatamente o que quer dizer... – Ela disse, interrompendo meus pensamentos. - Pelo menos essa última parte.

Eu sorri, vendo a curiosidade em seus olhos.

-
Como posso explicar? – eu disse pensativamente, enquanto ela ajeitava o corpo e arregalava os olhos, com expectativa -E sem assustar você de novo.... Hmmm.

Inconscientemente minha mão gélida procurou se aquecer novamente nas mãos dela, ela segurou com veemência.

Era um deleite a sensação que eu experimentava cada vez que eu tocava sua pele. O contato quente quase me fazia sentir humano denovo.

-
É incrivelmente agradável, o calor. –Eu respirei profundamente.

Eu me distraí,e minha mente trabalhou para tentar lembrar do que eu estava falando... Os olhos “abertos demais” de bella me fizeram lembrar. Como eu ia explicar para ela esse meu lado tão deplorável? Seria difícil para um humano compreender os instintos selvagens da nossa espécie ou a queimação que sempre me acompanhava quando eu estava perto dela. Obviamente eu não ia dizer à ela que o sangue dela deveria ter um sabor tão delicioso quanto o cheiro, que eu o desejava com voracidade e nunca havia sentido nada parecido em toda minha vida. Eu queria explicar de forma mais leve para ela, uma comparação simples que a fizesse chegar, pelo menos um pouco, próximo a minha realidade. Não consegui pensar em muita coisa para comparar....

-
Sabe como todo mundo gosta de sabores diferentes? – Eu comecei calmamente- Algumas pessoas adoram sorvete de chocolate, outras preferem o morango?

Ela concordou e eu senti vergonha por estar comparando ela com coisas de comer!

-Desculpe pela analogia com comida... - Eu falei com sinceridade- Não consegui pensar em outra forma de explicar.

Eu reprimi um suspiro e continuei minha explicação.

Eu imaginei a cena e a observei, suas mãos ainda seguravam as minhas.

-Talvez esta não seja a comparação correta. - As palavras saíram como um pensamento em voz alta.

Enquanto eu olhava para ela eu sentia o aroma que se potencializava com sua proximidade, parecendo uma avalanche querendo destruir todo o autocontrole que eu ,com tanto cuidado, havia conquistado.
A dor que mais parecia um incêndio em minha garganta latejava clamando por um alívio que não chegava. Eu percebi que essa comparação estava longe de ser fidedigna. O que eu negava ia muito além das minhas forças,muito mais difícil de resistir.
A comparação pedia algo mais forte. De repente um dependente químico parecia ser algo um pouco mais próximo , a abstinência para um humano dependente químico parecia algo mais apropriado para a explicação.

- Talvez seja mais fácil rejeitar o conhaque. Talvez eu deva fazer de nosso alcoólatra um viciado em heroína.

Ela ponderou.

-
Então o que está dizendo é que sou seu tipo preferido de heroína?
Eu ri de sua síntese. Resumia bem toda essa loucura.Ela era a minha pior tentação, ela era a melhor coisa que apareceu em minha vida...ou existência. Que amor contraditório e poderoso era esse?

-Sim- eu respondi, ainda rindo- você é exatamente meu tipo preferido de heroína.

-Isso acontece com freqüência?

Eu vaguei os olhos sem foco enquanto pensava sobre isso.
Eu não acreditava ser algo freqüente, em todos esses anos bella foi a primeira que despertou isso em mim, algo que eu nem pensava ser possível sentir. Me lembrei dos meses atrás quando tudo parecia um pesadelo,eu estava ansioso por um conselho, procurando saber se alguém mais havia passado por uma experiência como a que eu estava passando.

-Falei com meus irmãos sobre isso.- Eu respondi trazendo à lembranças à tona- Para Jasper, todos vocês são a mesma coisa. Ele é o mais novo em nossa família. É uma luta para ele se privar de tudo isso. Não teve tempo para desenvolver a sensibilidade às diferenças de cheiro, de sabor.

Epa! Eu olhei para ela de relançe, preocupado se a havia ofendido novamente. Parecia algo difícil de evitar.

-Desculpe.- Eu lamentei.

-
Não ligo. - Ela disse piscando e balançando a cabeça.-Por favor, não se preocupe em me ofender, nem em me assustar, o que for. Esse é o seu jeito de pensar. Posso entender isso, ou pelo menos posso tentar. Só explique como puder.

Era um pedido difícil. A última coisa que eu queria era assustá-la ou insultá-la de alguma forma... Eu estava tentando ser sincero mas estava percebendo que honestidade e brandeza não conseguiam caminhar juntos quando se tratava de mim.

Eu respirei profundamente ,apesar de não querer continuar... ela queria saber e era difícil negar isso a ela.

-
Então Jasper não tem certeza se já se deparou com alguém que fosse tão...- ........ apelativa? perfumada? tentadora?........"Não! Mais leve Edward!" Eu hesitei - atraente como você é para mim. O que me faz pensar que não.Emmett está na estrada a mais tempo, por assim dizer, e ele me compreendeu . Disse que foram duas vezes, para ele, uma mais forte do que a outra.

-E para você? - Ela perguntou à queima-roupa.

-Nunca.

O silêncio que se seguiu fez com que a palavra ecoasse em nossos ouvidos.

-O que Emmett fez?

Era a pergunta que eu não queria que ela fizesse, era óbvio que ela o faria. Meu corpo enrrijeceu enquanto eu apenas pensava na resposta que eu não daria à ela. Aquilo era muito mais do que eu poderia permitir falar. Eu desviei o rosto temendo que a verdade escapasse através de meus olhos. Falhei.

-
Acho que sei. -Ela disse para si mesma, a voz fraca mas um pouco alarmada..

Eu olhei de volta para ela igualmente alarmado. É claro que ela sabia, ela sempre foi tão perceptiva...
Era compreenssível que ela estivesse alarmada. O que mais restava para ela ? Se toda aquela força não foi suficiente para frear o apetite inscaciável de Emmett. No entanto não era de todo culpa dele.... nunca foi fácil dar as costas à própria natureza.

-
Até o mais forte de nós cai do galho, não é? - Eu disse como se estivesse me desculpando por Emmett.

A voz de bella subiu uma oitava, ainda assim soando com insegurança:

-
O que está pedindo? Minha permissão? -ela arfou -Quer dizer, não há esperança então?

-Não, não! - eu disse imediatamente, apesar de estar momentaneamente sem fala. O que eu poderia falar? - É claro que há esperança! Quer dizer, é claro que eu não ia... - "matá-la"? Eu hesitei,um leve tremor percorreu meu corpo diante dessa palavra . Olhei dentro dos seus olhos... É claro que eu não ia matá-la... Como eu poderia matar a pessoa que eu amava? - É diferente para nós. Emmett...topou com estranhos por acaso.Foi há muito tempo e ele não tinha tanta...prática, tanto cuidado, quanto tem agora.

Bella hesitou enquanto eu sustentava seus olhos, louco por saber o que ela poderia estar pensando.

-
Então, se tivéssemos nos encontrado... hâ, em uma beco escuro ou coisa parecida...- ela disse, mas sua voz falhou .

Minha mente girou com todas as lembranças passando como um filme em minha cabeça. Bella não me entendeu bem... no momento em que eu a encontrei não havia muitas esperanças para ela. Seu destino estava traçado no momento em que ela cruzou a porta daquela sala de aula.

Eu senti aquela necessidade de ser sincero, de que ela me conhecesse, derrepente compreendesse um pouco do que eu sentia.
Eu queria que ela visse as coisas um pouco através dos meus olhos.

-Juntei todas as minhas forças para não pular naquela sala cheia de crianças e..... - novamente eu não pude terminar a frase...a assustariam. Eu não poderia dizer a ela todas as atrocidades que passaram pela minha mente no momento em que senti pela primeira vez o seu cheiro. Eu estava envergonhado demais para encará-la nos olhos. -Quando você passou por mim, eu podia ter estragado tudo o que Carlisle construiu para nós, naquele exato momento. Se não tivesse renegado minha sede pelos últimos anos, por tantos anos, não teria sido capaz de me refrear.

Eu franzi a testa relembrando aquele primeiro dia na aula de biologia. A luta que eu travava,todo meu esforço para não atacá-la. Eu olhei para ela. Como sempre aquela curiosidade de saber o que ela pensou, provavelmente achou que eu tivesse algum problema...

-
Deve ter pensado que eu estava possuído.

-
Eu não entendi o motivo. Como podia me odiar com tanta rapidez... -Eu achei um pouco de graça que ela pensasse que eu a odiava. De certa forma ela estava certa... naquele momento eu odiei o que ela causou em mim.

-Para mim, foi como se você fosse uma espécie de demônio, conjurado de meu inferno pessoal para me arruinar. A fragrância que vinha de sua pele... Pensei que me enlouqueceria naquele primeiro dia. Naquela hora que passou, pensei em cem maneiras diferentes de atrair você da sala comigo, ficar sozinho com você.E combati cada uma delas, pensando em minha família, o que eu faria a eles. Tive que fugir, sair dali antes que pudesse pronunciar as palavras que a fariam me seguir...

Ela parou parecendo pensar sobre isso. Eu olhei para ela intensamente, ela também não desviou os olhos. Na minha mente eu podia ver a cena claramente. Uma palavra....e bella estaria me seguindo para nunca mais voltar.

-
Você teria vindo.- eu afirmei.

-
Sem dúvida nenhuma.- ela respondeu sem hesitar, presa em meus olhos.

Eu olhei para suas mãos.
Apesar de imaginar sua resposta certeira não deixou de causar uma raiva em mim. Eu continuei:

-E depois, enquanto eu tentava reorganizar meu horário numa tentativa insensata de evitá-la, você estava ali... Naquela sala quente e apertada, o cheiro era enlouquecedor. Foi por muito pouco que não a peguei ali mesmo. Só havia outro ser humano frágil na sala... Era tão fácil lidar com aquilo.

Eu parei enquanto via seu corpo estremecer em resposta à minha perspectiva de tudo aquilo. Finalmente uma resposta que se esperaria de qualquer ser humano diante de um perigo real. Bella tremeu denovo em seu lugar.
Eu no entando estava aliviado, porque ela estava ali, e eu podia ter aquelas cenas apenas como uma memória.

-
Mas resisti. Não sei como. E me obriguei a não esperar por você, não segui-la da escola. Lá fora, quando não podia mais sentir seu cheiro, era mais fácil pensar com clareza, tomar a decisão certa. Deixei os outros perto de casa... Eu estava envergonhado demais para dizer a eles como eu era fraco, eles só souberam que alguma coisa estava errada... E depois fui procurar Carlisle,no hospital, para lhe dizer que eu iria embora.

Bella me olhou surpresa.

-
Troquei de carro com ele... Ele tinha o tanque cheio e eu não queria parar. Não ousei ir para casa e enfrentar Esme. Ela teria feito uma cena e não me deixaria ir. Teria tentado me convencer de que não era necessário... Mas na manhã seguinte eu estava no Alasca.

Não sei se bella percebeu que minha voz saiu mais fraca, era ridículo que eu fugisse dela. Mas se não fosse aquilo seria o pior.

-Passei dois dias lá, com alguns velhos conhecidos... Mas estava com saudade de casa. Odiava saber que tinha aborrecido Esme, e o reto deles, minha família adotiva. No ar puro das montanhas era difícil acreditar que você era tão irresistível. Convenci a mim mesmo de que estava fraco para fugir. Eu havia lidado com a tentação antes,não desta magnitude, nem perto disso, mas foi forte. Quem era você, uma garotinha insignificante, para me tirar do lugar em que eu queria estar? - eu disse sorrindo. -Então voltei...

Meus olhos fitaram o vazio. As palavras saíam como uma correnteza.... rápidas, urgentes.

-
Tomei precauções, caçando, alimentando-me mais do que de costume antes de ver você de novo. Tinha certeza de que era forte o bastante para tratá-la como a qualquer outro ser humano. Fui arrogante com relação a isso. Foi uma complicação inquestionável que eu não pudesse simplesmente ler seus pensamentos para saber qual seria sua reação a mim. Não estava acostumado a ter que chegar a medidas tão tortuosas, ouvindo suas palavras na mente de Jéssica... que não é muito original, e era irritante ter que condescender com isso. E depois eu não podia saber se você realmente foi sincera no que disse. Era tudo extremamente irritante.

É claro que aquilo era apenas um resumo vago...eu não havia mencionado tudo. A raiva de mim mesmo por não conseguir tirá-la da cabeça, por deixar que ela dominasse completamente o meu mundo.

No início era mesmo irritante como de repente tudo passou a girar em torno dela, de seus movimentos, de seus pensamentos silenciosos. Como eu tinha que medir cada palavra, como eu tentava juntar os pedacinhos para entender um pouco de sua personalidade tão incomum. Era frustrante.

Eu não queria admitir, mas àquela altura eu estava muito mais do que apenas curioso, eu estava interessado em tudo o que ela fazia sem perceber o que aquilo significava, sem perceber que na verdade eu já a amava.

-
Eu queria que você esquecesse meu comportamento naquele primeiro dia, se possível, então tentei falar com você como faria com qualquer outra pessoa. Na verdade eu estava ansioso, esperando decifrar parte de seus pensamentos. Mas você era interessante demais. Eu me vi presa de suas expressões... E de vez e quando você agitava o ar com a mão ou seu cabelo, e o cheiro me tomava de novo... É claro que depois você estava quase dominada pela paixão diante de meus olhos. Mais tarde, pensei em uma desculpa perfeita para eu ter agido naquele momento...Porque se eu não tivesse salvado você,se seu sangue fosse derramado na minha frente, não acho que eu poderia deixar de expor o que nós somos.Mas eu só pensei nessa desculpa depois. Na hora, só no que eu pensava era: “Ela não” .

Fechei os olhos tentando afastar os sentimentos que eram tão vívidos quanto as memórias em minha mente.
O som da van deslizando descontroladamente na esquina da rua, avançando justamente em direção à Bella (aquela foi sua segunda porção de má sorte depois que ela chegou em Forks....); e o medo enquanto eu corri para mudar o rumo de sua existência... porque era isso que eu havia feito naquele exato momento, quando eu parei a van do Tyler e a peguei pelos braços descobrindo perigosamente as linhas do seu corpo flácido e morno contra o meu. Tão preocupado com ela... sem tempo para me preocupar em como eu arrisquei tudo.

-No hospital?

Eu até me assustei um pouco ao ouvir a voz rouca de bella... já tinha feito um discurso enorme e era a primeira vez que ela falava alguma coisa espontaneamente.

-Eu fiquei horrorizado. Não conseguia acreditar que afinal havia nos colocado em risco, havia colocado a mim mesmo em seu poder... Justo você. Como se eu precisasse de outro motivo para matá-la. - enrijeci com a menção da palavra que me escapou, bella reagiu igual.
- Mas teve o efeito contrário. - Eu continuei rapidamente. -Eu briguei com Rosalie, Emmett e Jasper quando eles sugeriram que estava na hora... A pior briga que tivemos na vida. Carlisle ficou do meu lado, e Alice. - Bom... eu preferi não comentar que Alice não estava exatamente do meu lado... estava no lado de sua mais nova "futura melhor amiga". -Esme me disse para eu fazer o que precisasse fazer para ficar.

Hesitei me lembrando de como Carlisle e Esme fariam qualquer coisa por mim....

-Por todo o dia seguinte, ouvi a mente de todos que falaram com você, chocado por você ter mantido sua palavra. Eu não a entendia. Mas sabia que não podia me envolver mais com você. Fiz o máximo que pude para ficar o mais longe possível. E todo o dia o perfume de sua pele, de seu hálito, de seu cabelo... me atingiam com a mesma intensidade do primeiro dia.

Eu fitei longamente seu rosto, observando seus olhos serenos enquanto ela ainda permanecia ali sozinha diante de mim como se nada muito "incomum" estivesse acontecendo..... Feliz? Eu até poderia dizer... Surpreendentemente ela parecia mesmo querer estar ali comigo.

-E por tudo isso eu teria feito melhor se tivesse mesmo exposto a nós todos naquele primeiro momento, do que se agora, aqui... sem testemunhas nem nada que me impeça... eu viesse a machucar você.

-Por quê? - ela perguntou.

Eu hesitei. Qual parte eu não havia sido claro...? Ela não percebeu ainda o que eu sentia sobre ela?
Havia um motivo pra que tivéssemos chegado até aqui. Havia um nome agora para querer existir.

-
Isabella. – Eu mencionei seu nome demoradamente pela primeira vez. E então, em um gesto muito humano, eu toquei seu cabelo sentindo a textura leve e aveludada. Não me importei com a queimação, ela era até bem vinda. - Bella... eu não poderia conviver comigo mesmo se a ferisse. Você não sabe como isso me torturou. - Tentei evitar a lembrança das visões de Alice mas foi inevitável.....- Pensar em você, imóvel, lívida, fria... Nunca vê-la corar de novo, nunca mais ver esse lampejo de intuição em seus olhos quando você vê através de meus pretextos... Seria insuportável. - Olhei nos seus olhos falando sinceramente, para que ela entendesse de uma vez por todas-- Você é, agora, a coisa mais importante do mundo para mim. A mais importante de toda a minha vida.

Ela abaixou seu rosto repentinamente ruborizado. Eu ainda a fitava, avaliando suas reações enquanto ela processava.

-Já sabe como me sinto, é claro. Eu estou aqui... O que, numa tradução grosseira, significa que eu preferiria estar morta a ficar longe de você. - Senti meus músculos vacilarem com a força desvairada de sua confissão. - Sou uma idiota.

Eu mordi os lábios reprimindo uma risada. De fato não era uma atitude das mais brilhantes.

-Você é mesmo uma idiota. - Eu disse falhando completamente em segurar o riso.

Ela encontrou meus olhos e riu também . Tudo bem....ela não era a única parada no meio na floresta, e a situação era mesmo cômica para não dizer trágica . Nós dois ficamos ali, o eco das nossas risadas se perdendo na clareira.

Não era uma coisa que se pudesse entender.
Eu- O vampiro caçador, o predador mais perigoso. Bella - a presa humana, frágil e deliciosamente vulnerável.
E eu estava apaixonado por ela.... Parecia mais uma daquelas “histórias impossíveis” para se contar...

-E então o leão se apaixonou pelo cordeiro...

Ela abaixou os olhos, um arrepio percorrendo seus braços.

-Que cordeiro imbecil. -Ela se culpou.

-Que leão masoquista e doentio. - Murmurei.

Eu desviei meus olhos sem querer que ela percebesse como eu sofria e me martirizava teimando em tê-la por perto mesmo sabendo que aquilo não era certo, mas eu preferia me machucar mil vezes a ficar longe dela. Era uma causa perdida. Por que as coisas tinham que ser sempre complicadas?

-Por quê...?- Bella murmurou como se pudesse ouvir meus pensamentos.

Eu sorri.

-Sim?

-Diga por que fugiu de mim antes.

Franzi o cenho, sem entender nada.

-Você não sabe por quê? – Perguntei incrédulo. O rubor surgindo no contorno de suas bochechas.

-Não,quer dizer, exatamente o que eu fiz de errado? Não vou poder abaixar a guarda, está vendo, então é melhor eu começar a aprender o que não devo fazer. Isto, por exemplo - ela acariciou as costas da minha mão novamente -, parece não fazer mal nenhum.

Eu sorri. Desde quando tocar a mão de alguém que se gosta era um erro? Ela foi apenas humana, e eu a criatura excêntrica. Qualquer um poderia dizer que seu toque era inocente, mas para mim era perigosamente o precursor de desejos poderosos.

-Você não fez nada de errado, Bella. A culpa foi minha. – Eu assegurei para tirar a carga dela.

- Mas eu quero ajudar, se puder, a não dificultar ainda mais as coisas para você. – Ela insistiu ainda preocupada.

-Bom... – Não havia nada que ela pudesse fazer para diminuir a fragrância de sua pele... igualmente não havia nada que ela pudesse fazer para diminuir a força dos meus instintos, as necessidades que me atormentavam... Mas resolvi dizer apenas para que ela entendesse melhor meu comportamento.
- Foi o modo como você se aproximou. A maioria dos humanos se intimida conosco por instinto, são repelidos por nossa estranheza... Eu não esperava que você chegasse tão perto. E o cheiro de seu pescoço ...

Eu parei para olhá-la sem saber se aquilo foi demais. Distraído...havia me esquecido de tomar cuidado com as palavras.

-Tudo bem, então. – Ela disse com uma determinação muito pouco convincente, erguendo as mãos para o queixo e fazendo cara de séria - Nenhum pescoço exposto.

Achei graça.

-Não, é sério - eu quis convencê-la - ,foi mais a surpresa do que qualquer outra coisa.

Em um ato de coragem eu estendi lentamente minha mão livre para tocar a parte de sua pele onde se concentrava a maior quantidade de calor. Bella congelou paralisada.
Todo meu braço se aqueceu imediatamente, a sensação era boa .

Eu podia ouvir seu coração pulsando alto e frenético, como se quisesse saltar para fora.

-Está vendo. – Eu disse para acalmá-la. - Perfeitamente bem.

Em todos esses anos eu não me lembrava de uma vez em que desejei tocar alguém, pelo contrário, sempre criei um muro invisível entre eu e as pessoas. Eu era bom nisso. Mesmo aquelas com uma beleza fora do comum aos olhos humanos, como Tanya que sempre se mostrou abertamente interessada, nunca despertou nada em mim. Com Bella era diferente. Eu a queria de todas as maneiras. Tocá-la era quase uma necessidade, tão proeminente quanto a sede.
Era tão difícil resistir a isso... Eu queria sentir a textura lisa, macia de sua pele.

Enquanto eu a olhava e tocava a base de seu pescoço, o sangue rapidamente se espalhou pintando a parte externa de sua pele com a cor que eu mais gostava.

-
O rubor em seu rosto é lindo. –Minha boca expulsou as palavras antes que eu pudesse censurá-las, estava completamente fascinado.
Eu queria sentir a temperatura na ponta dos meus dedos.
Peguei a sua mão imóvel que ainda cobria um pouco o queixo e gentilmente afastei do caminho. Ela caiu sem força alguma em seu colo.
Então lentamente eu acariciei as chamas que eram a maçã de seu rosto .

Nunca pensei que seria possível tocá-la daquela forma e sentir que era seguro, mas eu sabia que tudo era diferente hoje. Depois de passar o dia “respirando Bella” eu estava começando a me acostumar com aquilo. Melhor, eu conseguia lidar com aquilo. O cheiro queimava em minha garganta, mas já não era devastador como da primeira vez. Todos os desejos haviam sido estimulados e eu os dominei.

Alice tinha razão afinal, tudo o que eu precisava era de uma boa medida de alto-controle e de esforço pessoal. Outra chave poderosa: estar familiarizado com o cheiro.

A idéia surgiu em uma fração de segundos.

Sentir o calor de sua pele em meus dedos já não era o suficiente... agora eu queria saber como seria senti-lo em meu rosto. Eu era uma criatura insaciável.

Não hesitei.

Com todo o cuidado eu segurei seu rosto como se segurasse a coisa mais importante do mundo.

-Fique completamente parada. – eu sussurrei a centímetros dela.

Bem devagar para não assustá-la e sempre olhando fixamente para os seus olhos, eu me aproximei mais até delicadamente pousar meu rosto na base do seu pescoço.
Ela era quente e perfumada.
O calor impregnou minha pele fria de forma inexplicável, desconhecida, prazerosa.

Eu comecei a respirar lenta e profundamente, deixando que seu cheiro invadisse cada partícula em meus pulmões. Seu cheiro era ainda mais incrível, um aroma floral totalmente peculiar, doce, perfeito, saboroso.

Eu estava gostando de explorá-la.

Sentia que meu controle era quase palpável. Todas as células do meu corpo estavam em alerta máxima e eu estava totalmente focado para saber que era seguro.

Seu sangue pulsava para mim por baixo de sua pele e eu podia senti-lo em meu rosto.

Eu sabia onde eu queria chegar.

Lentamente minhas mãos escorregaram pela lateral do seu pescoço.

Senti Bella tremer com meu toque e imediatamente parei de respirar. Mas minhas mãos não se detiveram e continuaram movendo-se lentamente pelo contorno de seus ombros, parando ali.

Virei meu rosto explorando sua clavícula, e inclinei meu rosto até estar recostado em seu peito onde eu podia ouvir a fonte mais pulsante de todo seu corpo, seu coração.

-Ah

Maravilhoso.

Sem dúvida o mais poderoso calor que já havia sentido.

Seu coração pulsava forte, vívido, vibrante. O monstro adormecido dava seu sinal de vida contando cada batida acelerada de sua pulsação, lembrando da promessa do que seu sangue faria para apagar a queimação. Mas eu o calei.

Procurei aquietar os pensamentos e aproveitei a sensação.

 

TERMINAREI AMANHÃ . BEIJOO PESSOAS :)

 


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Notas finais do capítulo

Comente :)



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