Mesmo tendo a chance de parar de trabalhar, Sam se recusou a parar, afinal de contas teria que ficar no restaurante do mesmo jeito, já que Freddie ainda estava comendo e pelo o que ela notara, comia lentamente e ainda assim tinha tempo de ficar a olhando.

O relógio marcava dez horas, e Sam já estava arrumando as coisas para fechar o restaurante, ainda havia poucas pessoas terminando de comer e Freddie estava incluso entre essas pessoas.

Os cozinheiros já estavam lavando as panelas e pratos para deixar tudo organizado para o dia seguinte. Jonah estava limpando as mesas e Sam guardava todo o dinheiro que havia ganhado no dia.

_Ei Sam - Jonah a cutucou.

_O que?

_O moreno idiota já foi embora.

_Ainda vai chamar ele assim?

_Não tenho culpa se me acostumei com esse apelido - Sam revirou os olhos - Você não tem nada mais para fazer hoje por aqui, então vai atrás dele, aposto que ele não esta muito longe.

_E o que você quer que eu faça?

_Sei lá, o que vier na sua cabeça... Só não quero me casar e ainda ter que escutar você reclamando que a vida foi injusta com você. Vocês tiverem oportunidades, o problema é que nunca souberam aproveitar, que tipo de pessoa tem uma oportunidade dessas? Conhecer quando criança... Reencontrar na adolescência e agora quando á estão adultos.

_Só não sei se a gente pode dar certo, a gente já tem uma vida completa.

_Completa não... Nem se casaram.

_Como sabe que ele não é casado?

_Ele não teria vindo sozinho.

[...]

Freddie havia acabado de sair do restaurante, confessava que comera bem devagarzinho para poder olhar para Sam, já que ficara anos sem a ver. Achou que teria outra oportunidade de conversar com ela, mas agora tudo o que poderia fazer era esperar seu telefone tocar, o que ele ainda achava que seria uma coisa meio difícil de acontecer.

Preferiu ir caminhando para o hotel que estava hospedado, afinal seu carro ficara lá, e gostava de andar para pensar na vida. Estava virando a esquina quando sentiu uma gotinha de água caindo sobre ele.

_Droga! - resmungou - Está chovendo.

Começou a acelerar um pouco mais o passo e a chuva só ia aumentando.

_Freddie! - escutou alguém o gritar - Freddie! - por fim, reconhecera aquela voz. Era Sam. Logo sorriu quando percebeu isso e voltou, vendo ela parada no meio do quarteirão, procurando por ele.

[...]

Jonah avisara a ela que estava chovendo, mas como era teimoso nem pegara o guarda-chuva e agora era tarde demais para voltar ao restaurante e pegar, já que custara muito ela ir atrás do moreno.

Estava parada no meio do quarteirão a procura dele, mas aquela chuva só tornava mais difícil de procurar a ele, já que as gotas da chuva atrapalhavam sua visão, a deixando embaçada.

_Sam! - ouviu ele a chamar.

Então tudo se clareou a sua frente, e conseguiu enxergá-lo a poucos metros de distancia dela, com aquele sorriso que ela amava, o sorriso que a fazia sorrir e que ela tanto sentira falta.

Por um ato impulso, ela saiu correndo em direção a ele e assim que estava perto o suficiente, o abraçou com toda a força que possuía, e Freddie retribuiu o abraçou com a mesma intensidade que recebera.

_Não me deixei novamente - Sam sussurrou, sentindo lágrimas em seus olhos.

_Não iria fazer isso. Não vou cometer o mesmo erro novamente.

Sam se afastou dele.

_E então...

_Prazer... Meu nome é Freddie - deu um sorriso e Sam soube exatamente o que ele queria fazer.

_Não precisa exagerar, odiaria ter que esquecer tudo o que já passamos.

_Quem disse que a gente iria esquecer de tudo isso? Só estou tentando começar da melhor forma de como deveria ter sido. Se soubesse que te reencontraria nunca teria me envolvido com Carly.

Sam se aproximou dele e viu o colar que havia lhe dado, quando ele foi embora.

_Foi o que eu sempre tive de você - disse ele - Nunca vou tirar, apesar que apenas preciso olhar para o céu e ver as estrelas para me lembrar de você.

_Você ainda lembra - a loira sorriu, abaixando a cabeça, se lembrando daquele dia.

_Eu só consegui perceber uma coisa agora.

_O que?

_Meu destino nunca me pertenceu... Você sempre foi dona dele - ele deu uma pausa - Está livre amanhã a noite?

_Acho que sim, Jonah está dando uma de dono do meu restaurante.

_Então, você aceita sair comigo?

_Onde a gente pode ir, você conhece essa cidade melhor do que eu.

_Venha até meu restaurante amanhã e a gente pode ir ao parque, tem uma coisa que quero te mostrar, tenho certeza que vai adorar, como eu adorei... Foi a primeira coisa que achei quando me mudei.

_Se for assim, vou ter o prazer de ir com você.

Os dois ficaram apenas se entreolhando. Freddie pegou nas mão e a puxou para mais perto, a esse ponto a chuva ia diminuindo, porém eles não se importavam com isso.

Sam soltou suas mãos das dele e o abraçou pelo pescoço se aproximando dele até encostar seus lábios nos dele. Ele a abraçou pela cintura e retribuiu o beijo, porém quanto mais se beijavam, mas o beijo ia se intensificando. O beijo era um misto de saudade e tudo o que eles sentiram durante anos, foi como se a partir de agora, eles fossem ficar juntos para sempre e ninguém iria separá-los.

Mas isso era verdade, o destino deles estavam ligados e por mais que se separassem, sempre iriam se reencontrar e passasse o tempo que for nunca se esqueceriam um do outro. Eles já passaram por isso, mas só enxergaram agora, que já estavam experientes o bastante para perceberem que não podiam mais fugir. O destino deles não era ficar separados.

Esse simples beijo acendia algo neles que era difícil de ser encontrado e que eles nunca sentiram por nenhuma outra pessoa. Pois os lábios e os corpos dele se encaixavam perfeitamente, eles eram como quebra-cabeças.

Assim que o ar ficou escasso, eles se separam, mas ainda se encaravam.

_Eu te amo - Sam disse.

_Também te amo.

Sim, o destino deles estava traçado.