Caminhando Lado a Lado. escrita por Scream Queen


Capítulo 1
Primeiro dia, namorada falsa, atormentador novo.


Notas iniciais do capítulo

Para os conhecidos que lerem, qualquer semelhança é mera coincidência. Aos desconhecidos, espero que gostem.



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Elena acordou sonolenta com o despertador tocando “Love Story – Taylor Swift”. Havia sonhado que ainda estava de férias, quem dera fosse de verdade.

– Primeiro dia de volta à “selva”... – Ela murmurou enquanto se sentava na cama.

Levantou-se e foi até a janela, abriu-a com uma exclamação e cobriu os olhos. A droga dos olhos claros não ajudavam em nada. Eram muito sensíveis à luz da manhã depois de tanto tempo no escuro.

Quando se acostumou com a claridade, deu uma olhada na rua. Ela morava em um condomínio, e raramente havia algo novo para se ver, era entediante. Mas hoje havia algo no mínimo, interessante.

Talvez fosse curiosa demais às vezes, mas isso nunca foi pecado, foi? Ela se assustou ao ouvir a risada escandalosa vinda da casa ao lado. Se debruçou a janela para ver o que fizera o idiota de seu vizinho rir, ela se deparou com um táxi partindo em frente a casa, e Leo fazendo uma estúpida luta de mentira com um rapaz um pouco mais alto que ele.

O garoto era loiro, e dignamente de inveja, magro. Usava óculos escuros, moletom cinza com bolsos e zíper, jeans azuis escuros. Aparentemente, o típico garoto popular que faz menininhas desmaiarem.

Os garotos se abraçaram e se encaminharam para a casa lado a lado. No meio do jardim Leo notou Elena e gritou:

– Perdeu alguma coisa Lena?! – Rindo eles continuaram a andar, Elena corada por ser descoberta. Os dois conversavam, aparentemente, a julgar pelos gestos nada discretos de Leo, sobre a garota. Quando a mesma virou-se de costas, o outro garoto a chamou:

– Hey! – Ela se virou novamente – Gostei da roupa “Loirinha”! – Foi quando Elena percebeu que ainda estava usando o mini pijama das superpoderosas. Ela corou. O.K., isso era pecado. A garota fuzilou-o com os olhos, e lhe fez um gesto não muito amigável a um desconhecido, o mesmo lhe mandou um selinho e riu. “Quem é aquele idiota?” Elena pensou vendo os dois garotos sumirem dentro da casa.

Ela foi se trocar para a escola. Infelizmente a diretoria exigia uniforme completo no primeiro dia. Por que infelizmente? Por que aquilo é ridiculamente brega. Alice ajudaria muito estando aqui numa hora dessas. Os acessórios dela deixavam qualquer coisa linda.

Quando penteava os cabelos ela ouviu um grito vindo do andar de baixo:

– Elena Kayle! Desencante logo! Vai chegar atrasada no primeiro dia! – Era sua mãe. Sarah. Ela era em geral uma mãe legal, mas nunca, em sã consciência, comece a falar sobre um dos livros dela, porque ela não vai parar.

Assim que terminou, Elena desceu e encontrou a mãe pondo a mesa enquanto seu pai fazia panquecas. Papai + Fogão = Carvão comestível. É, péssima combinação.

Foi um café bem comum, tirando os risinhos da mãe de Elena, enquanto a mesma murmurava que não precisava ser apressada, que não era mais criança.

Quando foram sair Elena se encaminhou ao carro da mãe, mas esta lhe parou no meio do caminho e disse:

– Na-na-ni-na-não! A Srta. Vai andando esse ano! Vai perder os quilos de sorvete que comeu nas férias! – A garota a olhou boquiaberta.

– Mas... – Esta, porém lhe olhou como se a desafiasse a desobedece-la. Elena olhou para o pai, esperançosa:

– Desculpe filhota, é ela quem manda. – Ela apenas revirou os olhos. “Inacreditável” pensava enquanto se encaminhava para o portão.

Assim que deu três passos passando pela frente da casa vizinha, bem diante do portão, Leo surgiu quase derrubando-a com um abraço:

– E aí superpoderosa! – Ele perguntou rindo. Elena esticou um pouco o braço e deu um bom beliscão na orelha do garoto, que agonizou de dor.

– Vou muito bem, obrigado! – Ela disse sorrindo de canto e soltando a orelha do garoto, agora escarlate.

– Você não perde o jeito ? – Ele riu seguindo a garota como faziam algum tempo atrás. Quando a alcançou, Leo perguntou:

– Porque está indo andando? Não faz isso desde os doze... – Ele parou ao ver o olhar de Elena, ele sabia o que aquilo significava: “Mamãe”. Leo logo riu da situação e perguntou:

– Dona Sarah ta no pé é?... – Apenas pela expressão de desgosto no rosto de Elena, ele sabia que sim.

Eles se conheciam desde crianças, eram vizinhos desde tal. Haviam se distanciado um pouco, mas Elena ainda sentia um enorme afeto fraternal pelo garoto, mesmo o próprio sendo um idiota de primeira. Os dois caminharam até a escola, Elena contou a Leo toda a raiva que sentia da mãe, que riu muito de tudo, na verdade Elena não o via rir assim desde que eles haviam assistido “Bob Esponja – O filme” no cinema, o quê considerando a paixão de Leo pelo desenho animado, era muito. Ao chegarem à esquina da escola, Leo parou bruscamente Elena, que logo entendeu o motivo. A namorada maníaca dele aguardava no portão. Ela encarou Leo:

– Achei que tivesse terminado com ela antes das férias... – Ela disse franzindo a testa. Ele encaminhou Elena para trás do muro da escola espiando por cima do ombro.

– Eu bem que tentei, mas ela me disse pra descansar e pensar sobre a burrada que eu ia fazer e simplesmente desapareceu! – Disse nervoso. Elena o encarou mais uma vez, dessa vez incrédula.

– E o que diabos eu estou fazendo aqui?! O problema é seu! Se vira! – Ela saiu de trás do muro e avançou firmemente até o portão, mas quando foi passar, tropeçou em algo e caiu de joelhos. Ela se virou e viu Leslie Brown, a namorada maníaca de Leo, encolher o pé inocentemente e lhe dar um sorrisinho.

– Ops, calminha, não seja tão apressada, pode acabar se machucando! Quer uma ajudinha? – Perguntou cinicamente estendendo a mão. Elena levantou-se sem a ajuda da outra.

– Qual é... O seu... Problema?! – Ela exclamou irritada. Leslie sorriu-lhe meigamente.

– Problema? Que problema eu só quis ajudar. Tudo bem com você? – Ela se aproximou de Elena.

– O meu problema, é uma loira oxigenada, que tentou roubar o meu xuco-xuco!– Elena ficou estática. Desde quando ela havia tentado roubar o xu... Leo? Ela foi trazida de volta pela voz irritantemente aguda da outra.

– Calma gente, ela está bem! Foi só uma tonteira repentina! – Disse dando uma risadinha forçada; Diminuiu o tom disse para só Elena ouvir.

– Acha que ele não me contou o motivo do rompimento? Vocês estão namorando, não estão?! – Ela ia matar Leo. Como ele ousara dizer que estavam namorando?! Sem nem pensar, Elena já estava andando até o muro lateral da escola, encontrou Leo lá, encolhido. Grudou-o mais uma vez pela orelha e ignorando seus protestos e suas súplicas, arrastou-o até o portão.

– Toma aqui o seu “xuco-xuco”! Eu nunca na minha vida namorei esse traste e se Deus quiser nunca serei tão sem noção pra namorar! – E assim deixando Leo nas mãos de Leslie, se virou e adentrou o colégio. “Belo modo de se começar o dia” ela pensou. Ficara com tanta raiva que se esquecera de perguntar quem era o garoto loiro que ela vira com Leo, os acontecimentos seguidos não ajudaram em nada para lembrar, e as aulas provavelmente ajudariam tanto quanto. Mas ela não tardaria a descobrir.

Ela se encaminhou a secretaria pegar o novo horário. Sentou-se no banco do lado de fora esperando a vez de ser atendida. E quando finalmente a porta se abriu um rapaz saiu de lá, usava moletom e óculos escuros, o mesmo garoto que Elena vira com Leo.

– Hey Loirinha! Eu estava mesmo te procurando! – Disse com um sorriso: “Tenho 32 dentes branquinhos”. E ao ver o ponto de interrogação enorme no rosto de Elena continuou.

– Eu encontrei o "xuco-xuco" na entrada, ele me disse pra procurar você! – O.K., por que diabos Leo mandara aquele garoto procurá-la? Nem se conheciam! Ela ainda mantinha o grande ponto de interrogação, então o rapaz prosseguiu.

– Meu nome é Luke Evans, sou amigo de Leo, meus pais vão passar um ano em NY, e eu vou ficar na casa dele, e acho que serei seu vizinho, superpoderosa! – Elena revirou os olhos, estava começando a se cansar disso.

– Elena Kayle, se for possível, por favor. – Ele sorria largamente, como se a ideia de morar ao lado da garota fosse realmente agradável. Elena apenas assentiu, aturdida. Entrou na secretaria e pegou seu horário. Quando saiu, encontrou Luke apoiado, com os braços cruzados, de frente a s porta da secretaria, com o pé encostado na parede, aguardando-a. Ela caminhou até ele.

– Muito bem, do que você precisa? – Perguntou pacientemente.

– De algo interessante para fazer... Ah! Na escola. Preciso saber onde fica a classe de... História. – Ele disse consultando o próprio horário.

– Ah, que ótimo. Temos as mesmas aulas, vamos. – Elena disse suspirando e sorrindo ironicamente, o garoto apenas sorriu, seguindo-a.

– Então, superpoderosa, o que manda? – Elena parou em frente à sala sete, o garoto quase trombou com ela.

– O que “manda”... É que eu não te conheço, você não me conhece, eu entro primeiro, você espera um pouco, e entra. – Ela disse como se explicasse a uma criança. Luke, porém, agarrou-lhe a mão e revirando os olhos e sorrindo, adentrou a classe. Imediatamente todos os rostos se viraram para eles. Elena queria socar o garoto ao seu lado, ao mesmo tempo em que queria se esconder atrás do próprio.

As meninas soltaram risadinhas, menos Alice e Daniella, que olhavam confusas e intrigadas para ela. Esta lhes olhou e formou as palavras “Mais tarde” com os lábios. Havia três carteiras vazias. Uma, Elena sabia ser para ela, e as outras duas... Ela esquadrinhou a classe para ver quem faltava... Leo e Leslie é claro. Luke arrastou-a até as três carteiras no fundo. Soltou sua mão e se sentou na do meio, então Elena, sem escolha, sentou-se ao seu lado.

Logo a porta se abriu novamente e Leo entrou enfezado. Leslie veio logo atrás.

– Me espera xuxo-xuco! – Ela exclamou tentando correr atrás do mesmo com os saltos de quinze centímetros.

– Ah, me deixa Leslie! E por tudo que é mais sagrado, para de me chamar assim! – Ele disse bravo, se encaminhando para a carteira restante, deixando Leslie sem lugar. Quando ela ia reclamar, o professor entrou na classe.

– Bom dia à todos! Aos novos, eu sou o Professor Finnigan. Peguem os cadernos por fa... – Ele notou a garota em pé, no meio da classe.

– Esta perdida de novo, Srta. Brown? – Perguntou provocando risinhos entre a turma.

– Não Sr. Finnigan, não há mais carteiras livres e acho que aquele garoto ocupou a “minha”... – Ela disse apontando o dedo magricela de unhas perfeitamente pintado em verde limão para Luke.

– E você quem é rapaz? – O professor indagou.

– Meu nome é Luke Evans senhor, e creio que a carteira seja propriedade da escola, não... Dela. – Disse olhando de cima à baixo reprovador para Leslie.

– E está corretíssimo Sr. Evans! Srta. Brown vá até a secretaria e diga que faltou uma carteira. – Ele disse. Leslie fez bico e bateu o pé, como se relutasse em deixar Leo e Elena na mesma sala, embora estivessem cercados e alunos, mas logo se foi.

Elena foi trazida de volta do seu mundo com os gritos do professor.

– Sr. Davis! Para a diretoria, agora! – Ele gritou à Leo. No começo Elena não entendeu o porquê, mas depois notou os fios descendo pelas orelhas do garoto e logo compreendeu. Ele havia posto os fones de ouvido em plena classe de aula. “Um idiota de primeira” recordou Elena. O professor ralhou mais uma vez.

– Tome! Entregue a diretora! Vai pegar detenção! – E entregou um papelzinho à Leo enquanto ele caminhava para a porta. Mas antes que ele pudesse sair, uma voz interrompeu.

– Dani, não!... – Mas a garota já havia se levantado.

– Mas Senhor... - Ela disse sem jeito.

– Ah, a Srta. Becker vai defendê-lo? Muito bem, detenção para você também. Vá! – O professor disse apontando para a porta onde Leo se encontrava estático. Tão estático quanto Elena. Dani nunca se deixaria levar uma detenção, muito menos no primeiro dia de aula. Ela caminhou até a porta e passou cabisbaixa e corada por Leo, que depois de umas sacudidelas na cabeça foi atrás, fechando a porta. Elena foi tirada de seus devaneios quando Luke disse:

– Parece que aquela garota gosta muito do Leo hein? – Ela ainda estava em choque olhando para a porta, piscou algumas vezes e respondeu:

– É, parece que sim. – Ela voltou-se para a lousa e começou a copiar o texto, sem prestar a mínima atenção na aula, ainda imaginando que bicho mordera Daniella para que ela fizesse algo assim. Foi novamente, trazida de volta pelo professor que lhe perguntava algo.

– Qual foi a última matéria que estudamos ano passado, Srta. Kayle? – Ele perguntou presunçoso, esperando o erro. Mas essa Elena sabia, por pura sorte.

– Idade Média, cavaleiros medievais e seus castelos. – Respondeu perfeitamente, o professor assentiu e voltou a dar a aula, dando assim também, mais tempo para que Elena voltasse a voar em seu mundo, com suas duvidas. Leslie entrou pouco depois na classe, apurada em carregar uma carteira e se equilibrar nos saltos ao mesmo tempo, fazendo Elena rir e lembrar-se do motivo de amar tanto suas sapatilhas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixe um review, se quiser. A imagem eu encontrei no google, e achei curioso o fato de quê em minha mente, é o olhar em desespero perfeito de Elena, em seu momento "superpoderosa". xD



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